Eleição suplementar em Maraial vira caso de polícia

A Eleição Suplementar de Maraial, que acontece amanhã, virou caso de polícia ontem. A chapa composta pelos candidatos do Avante, Tati da Farinha e Irmão Eraldo, denunciou perseguição armada aberta por parte da chapa adversária, composta pelos candidatos Marlos Henrique (PSB) e André Rodrigues (PSD).

Segundo alguns militantes da candidata do Avante, o veículo do ex-prefeito de Maraial, Sérgio da Farinha, marido da candidata Tati da Farinha, está sendo seguido já faz uma semana. Ontem, Sérgio informou à polícia que neste período eleitoral desconhecidos começaram a persegui-lo, tendo a vítima vídeos que demonstram parte de uma das perseguições.

O ex-prefeito relatou que na madrugada da última sexta-feira foi perseguido por um carro e motos quando saia de Maraial em direção à Jaqueira. Segundo ele, ao chegar na cidade e avistar uma viatura da Polícia Militar, relatou a perseguição.

De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado na delegacia, os PMs abordaram o carro onde se encontrava dois rapazes. O que estava armado, de nome Everton, se identificou para PM como portador do Certificado de Registro para pessoa física para realizar atividades de Colecionamento de armas de fogo, Tiro Desportivo e Caça (CAC). O outro se apresentou como Ramon. Em depoimento, eles afirmaram para a polícia que não estavam seguindo o ex-prefeito. Contudo, segundo a vítima, estes fazem parte da oposição política e, desde a cidade de Maraial, o seguiam.

Sérgio informou que os dois homens que foram abordados ligaram e em poucos momentos chegaram ao local o candidato a prefeito (Marlos Henrique) e o vice (André Rodrigues). Os acusados foram imediatamente liberados.

Depois de levar, ontem, o romantismo dos anos 80 a Serra Talhada, o renomado empresário artístico Pinga, o maior produtor de shows do rei Roberto Carlos, promove, hoje, o “Grande encontro da Jovem Guarda”, em Afogados da Ingazeira, no hotel Brotas. No palco, nomes importantes da música brasileira e regional, como Altemar Dutra Jr., Leonardo Sullivan, Irah Caldeira, Ovelha, entre outros.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a Resende (RJ) na manhã deste sábado (26) para participar da formatura de cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Esta é a primeira viagem oficial de Bolsonaro depois da derrota nas urnas para Lula (PT), no dia 30 de outubro.

Antes de partir para Resende, o presidente passou a noite em Guaratinguetá (SP), na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). Bolsonaro saiu da cidade paulista às 9h10, de helicóptero, e chegou à Aman pouco antes de 11h. As informações são do G1.

O presidente foi direto para o Pátio Marechal Mascarenhas de Moraes, local de acesso restrito a convidados.

A última agenda oficial do presidente no Palácio do Planalto foi no dia 31 de outubro, uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, um dia após o segundo turno da eleição presidencial.

Além de Bolsonaro, o vice-presidente, Hamilton Mourão, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, também estão presentes da Aman.

A previsão é de que Bolsonaro deixe Resende às 13h30, com destino a Brasília (DF).

Sobre o Aspirantado

O Aspirantado é a cerimônia em que os aspirantes vão receber a espada de oficial do Exército Brasileiro. A solenidade marca a conclusão de quatro anos de estudos na Aman.

A turma “Bicentenário da Independência” é composta por 362 homens e 33 mulheres, totalizando 395 cadetes. Deste número, 10 possuem nacionalidade estrangeira de países classificados como amigos do Brasil: Guiana, Vietnã, Honduras, Peru, Camarões e Panamá.

Pela primeira vez, a Aman vai formar uma cadete do sexo feminino nascida no exterior: a peruana Ghazmin Lucero.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), por meio de ofício da Polícia Federal e do Ministério da Justiça, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um documento no qual pede a instauração de ação penal contra Gleisi Hoffmann e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva por supostos crimes praticados contra a sua honra.

Segundo a representação, Lula e Gleisi teriam utilizado de seus comícios e propaganda eleitoral oficial como oportunidade para imputar a Bolsonaro fatos ofensivos à sua reputação, além de terem supostamente difamado o presidente.

Na notícia-crime, foi apresentado um vídeo de um comício realizado em outubro de 2022 no Complexo do Alemão, no qual Lula teria atribuído Bolsonaro a responsabilidade pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e por associação a milicianos.

A representação também afirma que Gleisi teria publicado, no dia 10 de setembro de 2022, em uma de suas redes sociais, que Bolsonaro seria o mandante do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, morto por colega de trabalho com 15 facadas.

CNN Brasil entrou em contato com as defesas de Gleisi e de Lula e aguarda manifestação.

O governo federal publicou, em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU), na noite da última quinta-feira (24), uma portaria que remaneja R$ 58,76 milhões para a emissão de passaportes pela Polícia Federal e para a Operação Carro-Pipa. Os recursos vieram do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

A Polícia Federal recebeu R$ 37,36 milhões para a “manutenção do sistema de emissão de passaporte, controle do tráfego internacional e de registros de estrangeiros”. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), responsável pela Operação Carro-Pipa, teve o caixa recomposto em R$ 21,4 milhões. As informações são do Portal M!.

Em relação à Polícia Federal, a retomada da emissão de passaportes não será imediata. Conforme disse, na última terça-feira (22), o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, a verba liberada hoje corresponde a apenas metade do valor necessário. Caberá ao Congresso Nacional aprovar, no início de dezembro, um crédito extraordinário (fora do teto de gastos) com os R$ 37,36 milhões restantes.

Sobre a Operação Carro-Pipa, programa que há 20 anos fornece água para municípios do semiárido nordestino em parceria com o Exército, o MDR informou que o serviço será retomado na próxima semana. Há algumas semanas, o fornecimento de água estava suspenso.

Segundo o MDR, o remanejamento de recursos foi decidido na última segunda-feira (21) pela Junta de Execução Orçamentária (JEO), órgão de assessoramento direto ao presidente da República na condução da política fiscal do governo federal.

As dificuldades em avançar com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que permite a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furar o teto de gastos públicos para bancar promessas de campanha acirraram e expuseram disputas internas do PT nas últimas semanas.

É consenso no partido que há problemas na articulação da proposta, que deve começar a tramitar no Senado. O diagnóstico, porém, dividiu deputados e senadores. 

A bancada na Câmara tentou puxar o início da tramitação da PEC para a Casa Baixa na última semana, desagradando aos senadores do partido. As informações são do Poder360.

Além disso, há descontentamento de petistas com o senador eleito Wellington Dias (PT-PI). Diversos correligionários, reservadamente, colocam na conta dele o fato de a PEC ter empacado. Em algumas conversas também sobra para o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA).

Dias é tido como um dos petistas politicamente mais hábeis e um dos nomes de confiança de Lula. Foi o escolhido pelo presidente eleito para tocar a articulação da PEC com ajuda do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Apesar de ser um aliado recente do PT, Alckmin até agora tem sido poupado de críticas até nas conversas reservadas.

A disputa entre as bancadas foi explicitada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA) e pela presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) na 5ª feira (24.nov.2022). 

Pela manhã, Wagner cobrou a indicação de um ministro da Fazenda. Disse que a nomeação facilitaria as negociações da PEC, e que o problema de articulação não era só dos senadores petistas. À tarde, Gleisi rebateu o correligionário ao atribuir as dificuldades à falta de articulação política no Senado.

Segundo a dirigente, o texto foi apresentado sem que o governo eleito tivesse ainda uma base de apoio forte entre os senadores. Na transição, a deputada é a coordenadora da articulação política do gabinete temporário do presidente eleito. 

Gleisi e Wagner se reuniram com Lula, em São Paulo, na 6ª feira (25.nov.2022). Além de discutir detalhes do texto, o encontro também serviu para tentar apaziguar os ânimos internos.

O novo governo defende que sejam retirados do teto de gastos R$ 198 bilhões para bancar os R$ 600 do Auxílio Brasil em 2023 e para ajustar o orçamento de outros gastos sociais. Querem que a vigência das regras valha por 4 anos.

Líderes do Centrão, porém, já disseram que só topam a aprovação da PEC se a validade do texto for de 1 ano e com um valor próximo a R$ 80 bilhões. Além disso, o grupo quer negociar diretamente com Lula, que terá a caneta na mão em 2023, e não com seus aliados.

A falta de acordo fez com que a apresentação oficial da PEC fosse postergada ao longo das últimas semanas. Agora, a expectativa é que o texto seja divulgado na 3ª feira (29.nov). 

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Uma Ação Popular, protocolada esta semana, no Tribunal de Justiça de Pernambuco, revela o tamanho do descaso do Governo do Estado com a segurança pública. É que, embora o contrato de locação de 222 veículos que servem à Secretaria de Defesa Social determine a renovação da frota a cada dois anos, além da manutenção, higienização e reposição dos veículos, o contrato assinado em 2018 com a Locável Locações de Veículos LTDA vem sendo descumprido sem nenhuma represália.

E o pior, com o aval do próprio Governo do Estado, que mesmo diante do exposto, segue há quatro anos aditando o contrato em cifras que somam mais de R$30 milhões. Só no último aditivo, o contrato com a Locável Locações de Veículos LTDA chegou à cifra anual astronômica de R$ 8.374.896,72 (oito milhões trezentos e setenta e quatro mil oitocentos e noventa e seis reais e setenta e dois centavos).

Ou seja, apesar de o contrato e edital de licitação tratar de veículos novos, ao arrepio da lei (o edital de licitação), os agentes públicos, não se sabe para beneficiar quem, aceitaram pagar por veículos velhos o preço de novos sem os serviços de manutenção, expondo a corporação e a sociedade.

Ainda não recuperado dos impactos causados pela pandemia de Covid-19, o setor hoteleiro atravessa mais um desafio, o alto preço das passagens aéreas, o que acaba desfavorecendo a indústria do turismo. O empresário e CEO do grupo Fera Palace Hotel, Antonio Mazzafera, fez uma avaliação sobre o assunto.

“A pandemia foi terrível para a indústria de turismo, foi totalmente debilitante. Tivemos que fechar o hotel por um ano e mesmo após a retomada, a ocupação foi muito baixa. Esse ano que eu pensei que iríamos nos recuperar, mas veio os preços das passagens aéreas que estão abusivos. As companhias aéreas estão fazendo um desfavor, destruindo grande parte da hotelaria”, afirmou durante entrevista nesta sexta-feira (25) no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM, com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.

Antonio Mazzafera ressaltou que a nova cepa é um fator preocupante, porém acredita que não haverá retrocesso devido a vacinação e a retomada do uso de máscara em ambientes como aeroportos e dentro das aeronaves.

“O que não pode novamente é prejudicar o setor de turismo que é o maior provedor de empregos em Salvador, então com as recomendações devidas esse aumento pode ser contido. Todo mundo tem que fazer sua parte e a melhor forma de prevenção é a vacina.”

Com a aproximação do verão juntamente com as festas de fim de ano, o setor hoteleiro se prepara em grande massa para receber visitantes de todas as regiões e até mesmo de fora do país.

Diante das vendas para o Réveillon e Carnaval, o Fera Palace conta atualmente com a taxa de 60% ocupação podendo alcançar até 90%. Para o verão, Mazzafera estima chegar a 70%.

“A expectativa é de um verão promissor, as pessoas têm sede de viajar, de conhecer o Nordeste que é maravilhoso, mas é importante ressaltar que as autoridades têm que intervir nos preços abusivos feitos pelas companhias aéreas. As ocupações podem sofrer alterações devido ser um hotel de luxo, e as taxas podem ser menores. Nesse momento, é a hora da hotelaria ganhar dinheiro para poder manter os meses deficitários durante o ano, nossa cidade precisa de mais eventos, congressos, é o que faz estimular a economia e o crescimento da hotelaria”, completou. 

Confira a entrevista completa.

Amanhã, os 9.427 eleitores cadastrados no município de Maraial, na Mata Sul de Pernambuco, têm mais um compromisso com a democracia. É quando será realizada uma eleição suplementar para escolher o próximo prefeito, que permanecerá no cargo até 2024.

Duas chapas estão concorrendo. Uma é encabeçada por Tatiana da Silva Rocha, do Avante, e a outra tem Marlos Henrique à frente da coligação “Maraial Pode Mais”, formada por PSB e PSD.

A cidade vai contar com o acompanhamento de dois juízes eleitorais – um atuará na sede e outro, no distrito de Sertãozinho, distante cerca de 20 km. Sertãozinho concentra 2 mil eleitores, e é considerado um local decisivo para os candidatos da cidade, por isso, a Justiça Eleitoral optou por designar um magistrado para cada localidade do município.

Maraial faz parte da 43ª Zona Eleitoral e conta com 40 seções eleitorais, das quais quatro foram agregadas a outras. Portanto, são 36 urnas eletrônicas à disposição dos eleitores daquela cidade. A votação acontecerá das 8h às 17h.

Por Marcelo Tognozzi*

No dia 1º de dezembro de 1499, soldados do exército comandado pelo confessor da rainha Isabel de Castela, o cardeal Ximenes Cisneros, invadiram as 195 bibliotecas de Granada, recém-reconquistada capital do que foi o império muçulmano na Europa por quase 800 anos –de 718 a 1492. Também foram confiscados manuscritos e livros de 12 mansões, um tesouro guardado por particulares. Pouparam apenas 300 exemplares de manuscritos contendo as maiores descobertas nas áreas de medicina e astronomia, além de outras afins, grande parte deles escrita na antiguidade. Foi o conhecimento contido nestes livros “sobreviventes” que abriu caminho para o resto da Europa, a partir da Andaluzia e da Sicília, fazer surgir o Renascimento.

O povo sofisticado e culto de Granada acompanhou atônito os soldados do cardeal amontoarem todo aquele milenar conhecimento, transformado num imenso paredão de livros e manuscritos. A praça principal estava repleta de cidadãos inconformados e de soldados armados. Cisneros esperou anoitecer e, de longe, deu a ordem para que os soldados ateassem fogo. Foi uma noite inesquecível, que marcou fundo a alma da cidade de Granada. Até hoje este crime é lembrado como terrivelmente hediondo.

Os árabes tinham inúmeras restrições aos cristãos, embora tenham convivido em paz durante séculos numa comunidade que aceitava a todos, fossem judeus, africanos ou quem quer que fosse. A principal restrição era em relação à higiene. Enquanto os árabes tomavam banho todos os dias (eram 60 casas de banho só em Granada) e algumas residências contavam com água encanada e esgoto, os cristãos fediam tanto que seu cheiro precedia sua chegada. Não tomavam banho e nem trocavam de roupa. Imagine o exército malcheiroso de Cisneros cercando uma cidade perfumada e limpa como Granada.

Os árabes chegaram à Península Ibérica depois de unificados por Maomé, nascido no ano 571 da era cristã. Maomé não é considerado um ser divino pelos muçulmanos. Apenas o mais perfeito dos humanos. Seres iluminados como ele tinham consciência de que a evolução espiritual era, antes de tudo, uma condição humana, um ato de autossuperação abençoado por Alá.

Maomé foi pastor de ovelhas, guerreiro e líder espiritual. Com seu carisma, uniu o mundo árabe da sua época ao fundar o Islã, que em árabe significa submissão a Alá. Quando tinha 41 anos, Maomé, em oração numa caverna, foi visitado pelo anjo Gabriel. Recebeu revelações divinas, sendo a principal delas ter sido escolhido por Alá como o último dos profetas. É por isso que os muçulmanos repetem sempre que Alá é seu Deus e Maomé seu profeta. Ele foi precedido por Jesus, Moisés, Isaac, Davi, Ismael e Abraão.

Sob o Islã o mundo árabe floresceu. Maomé morreu em 632 aos 61 anos. Pregava a convivência pacífica, o respeito à propriedade privada, a honestidade, 5 preces diárias e a necessidade de os muçulmanos professarem sua fé. Assim, unido pela fé, eles foram aumentando cada vez mais sua área de influência até que transpuseram o estreito de Gibraltar e ocuparam a Península Ibérica, lá permanecendo até 1492.

Os muçulmanos, também chamados de mouros, sempre foram os vilões para os europeus. Contra eles fizeram cruzadas, guerras sem fim, todo tipo de tentativa de conquistá-los e submetê-los. Mas eles são duros na queda. Há um preconceito do mundo ocidental contra o mundo árabe, que dura mais de 1.000 anos, e esta Copa do Mundo do Qatar mostra o quanto ele continua firme e forte.

O Qatar é um país muçulmano, cujo way of life é regido pelo Corão, o livro sagrado dos ensinamentos de Maomé. Existem muçulmanos sunitas, a maioria do 1,5 bilhão de crentes, e os xiitas, uma minoria ruidosa.

Não se pode aceitar que certos turistas ocidentais sejam recebidos no país da Copa e passem boa parte do tempo cometendo a grosseria de postar nas redes sociais comentários contra os costumes do país, como se fossem donos da verdade.

Houve protestos da seleção alemã contra a proibição do uso da braçadeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento LGBTQIA+. O problema aqui não é defender os direitos desta minoria, mas respeitar a diversidade de cultura e costumes. Gostemos ou não, a homossexualidade não é tolerada pela sociedade muçulmana. Por que teriam eles que mudar sua cultura pelo fato de sediarem uma Copa do Mundo? Por que teriam eles de mudar suas leis trabalhistas, criminais ou de costumes, trocando por outras semelhantes às do mundo judaico-cristão? Aceitar a diversidade é também aceitarmos aquilo que não gostamos ou não praticamos. É respeitar os diferentes.

Aqueles que se dizem defensores da diversidade deveriam tentar entender o Qatar e a sociedade muçulmana a partir da ótica deste povo. Entender por que o álcool não é aceito, assim como as públicas demonstrações afetivas por casais. Nós não temos de julgar se é certo ou errado, mas apenas entender que eles são assim e não querem mudar. No caso dos árabes, o pessoal do levante como dizem os europeus, além do preconceito religioso há o preconceito racial contra a pele morena ou negra dos que professam a fé em Alá.

As guerras contra os muçulmanos começaram no ano de 1095 com a 1ª Cruzada e seguem até hoje. Sejam elas guerras tradicionais, como a Guerra do Golfo, sejam guerras de comunicação e de narrativas. O Qatar é um país riquíssimo, governado por uma monarquia. Foi dominado pelos otomanos e depois pelos ingleses. Não cedeu culturalmente a nenhum dos 2. Seguiu muçulmano sunita.

O fato de investir numa Copa do Mundo não significa dizer que tenham montado um imenso esquema de corrupção, como aconteceu em vários países, inclusive no Brasil. É certo que a Fifa e a corrupção namoraram desde que o futebol trocou a inocência de Jules Rimet pelo pragmatismo financeiro de João Havelange e se tornou um dos negócios mais lucrativos do planeta.

O Qatar investiu muito em infraestrutura, embelezou-se, ficou radiante para receber os turistas, os jogadores e seus times senhores do espetáculo. Fez tudo com zelo e incrível sofisticação, uma Copa para entrar para a História. Merece todo respeito e reconhecimento. Porém, cometeu um erro fatal: descuidou da comunicação e acabou vítima de uma narrativa perversa, cujo objetivo é atingir sua reputação moral e ética. Mais uma vez prevalece a relação entre Islã e atraso. O país esqueceu que os ocidentais não perdoam. Querem impor seus costumes e sua cultura a qualquer custo. E quando isso não acontece, difamam.

*Jornalista