PoderData: Lula tem 48% dos votos válidos; Bolsonaro, 38%

Pesquisa PoderData realizada de 25 a 27 de setembro mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando a disputa com 48% das intenções de votos válidos na sucessão presidencial, seguido por Jair Bolsonaro (PL), com 38%. 

O resultado em votos válidos inclui só as intenções atribuídas a um candidato, excluindo-se brancos e nulos. É assim que o TSE divulgará os resultados no domingo à noite, 2 de outubro. Se um candidato receber pelo menos 50% + 1 dos votos válidos, ele ganha a eleição no 1º turno. As informações são do Poder360.

De acordo com a pesquisa, Ciro Gomes (PDT) tem 6% dos votos válidos; Simone Tebet (MDB), 5%. Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil) têm 1% cada um. Os outros nomes não pontuaram.

O levantamento foi realizado de 25 a 27 de setembro. Foram 4.500 entrevistas, o que puxou a margem de erro para só 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos, considerando-se um intervalo de confiança de 95%.

Os dados do PoderData não permitem inferir que a eleição presidencial terminaria hoje com uma vitória de Lula no 1º turno. Faltam 4 dias e o petista terá de ganhar um pouco mais de apoio para liquidar a fatura em 2 de outubro.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360Jornalismo, com recursos próprios. Os resultados são divulgados em parceria editorial com a TV Cultura. Os dados foram coletados de 25 a 27 de setembro de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 4.500 entrevistas em 323 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 1,5 ponto percentual. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-01426/2022.

Para chegar a 4.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

ESTRATIFICAÇÃO

As taxas têm variações em faixas específicas do eleitorado. O Poder360 destaca, sempre considerando os votos válidos:

  • sexo – Lula tem 19 pontos sobre Bolsonaro entre mulheres (53% X 34%);
  • entre homens, os 2 estão numericamente iguais (43% X 43%);
  • idade – Lula tem a maior vantagem sobre Bolsonaro entre jovens de 16 a 24 anos: 50% X 35%; renda – Bolsonaro fica 25 pontos atrás do petista no eleitorado com renda familiar de até 2 salários (30% X 55%), mas fica numericamente à frente no de 2 a 5 salários mínimos (45% X 41%).

No recorte por região, Lula lidera no Nordeste (55% X 32% de Bolsonaro) e no Sudeste (49% X 38%). Bolsonaro, no Centro-Oeste (49% X 32% de Lula). Os 2 ficam tecnicamente empatados no Sul e no Norte, considerando-se a margem de erro específica de cada região.

Bolsonaro tem 54% dos votos válidos no eleitorado evangélico, ante 33% de Lula. Entre católicos, o petista lidera com 51% contra 34% do presidente.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes concedeu medida cautelar, ontem, para suspender a cobrança de R$ 18 milhões em impostos feita pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na decisão, Gilmar criticou a atuação do órgão vinculado ao Ministério da Economia e do Procurador da Fazenda Daniel Wagner Gamboa, numa manifestação que classificou como “ideológica”. As informações são da CNN Brasil.

“Tal manifestação do Procurador da Fazenda Nacional, encampada parcialmente pelo ato reclamado, ostenta nítidos contornos teratológicos e certa coloração ideológica. Quanto não demonstra, antes, alguma fragilidade intelectual, por desconsiderar algo que é de conhecimento de qualquer estudante do terceiro semestre do curso de Direito: ante a ausência de sentença condenatória penal qualquer cidadão conserva, sim, o estado de inocência”, comentou.

Gilmar Mendes apontou ainda possível crime de abuso de autoridade, pois a Procuradoria fez uso de prova obtida por meio ilícito para basear sua manifestação junto à Justiça Federal.

Ele se refere às provas produzidas na 13ª Vara Federal de Curitiba, pelo ex-juiz Sergio Moro, num processo que foi anulado pelo STF. Para o agente público, o material era válido, pois o Supremo não teria inocentado o ex-presidente, o que não impediria a cobrança dos impostos.

“A postura do órgão fazendário é digna de nota, exigindo imediata intervenção do Poder Judiciário com vistas não apenas à preservação da autoridade das decisões do Supremo Tribunal Federal, como também à reafirmação de direitos e garantias que compõem a espinha dorsal do Estado Democrático de Direito”, considerou.

Diante disso, Gilmar atendeu ao pedido da defesa de Lula para suspender a ação fiscal na Justiça Federal de São Paulo, além dos demais procedimentos fiscais a cargo da Receita Federal que tenham base nas provas consideradas ilícitas no processo derivado de uma fase da Operação Lava-Jato.

A CNN procurou a PGFN e o Procurador da Fazenda Daniel Wagner Gamboa sobre a decisão do ministro do STF, mas ainda não obteve resposta.

Miguel é o fato novo

Um repórter da Folha de São Paulo fez uma observação pertinente, ontem, ao avaliar os números da pesquisa Ipec para governador de Pernambuco. Escreveu que foi boa para Marília Arraes e Raquel Lyra, candidatas do Solidariedade e PSDB, respectivamente. “Mas, olhando o recorte histórico do gráfico, chama a atenção o avanço de Miguel Coelho, candidato do União Brasil”, destacou.

E acrescentou: “Começou com 6% e está com 13%, mais que dobrou. É a segunda pesquisa seguida que Miguel avança. Muita gente achava que ele minguaria”. De fato, o candidato do União Brasil cresceu em todas as pesquisas na reta final da campanha e deixou para trás Anderson Ferreira, candidato do PL, que parecia ser competitivo diante dos 25% dos votos de Bolsonaro no Estado.

Miguel pode ser a grande sensação desta eleição, o fato novo. Nos debates, impressiona. Desde o início, sua campanha, além de fortemente estruturada, tem sido bem conduzida pelo pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, águia em política e, principalmente, no traçado estratégico da eleição, o que pesa muito e pode ser decisivo ante uma disputa tão acirrada pelo segundo lugar.

Em relação a Raquel, sua principal concorrente, Miguel tem algumas vantagens. Enquanto a tucana larga com 26% do Agreste, sua região, o candidato do União Brasil ultrapassa a marca dos 70% no Sertão, sua principal base. Miguel tem 37 prefeitos, Raquel não chega a meia dúzia. Tem também uma chapa proporcional mais competitiva, tanto para a Câmara dos Deputados quanto para a Assembleia Legislativa.

Miguel é, também, o menos rejeitado em todas as pesquisas, fator que ajuda a ganhar votos entre os eleitores indecisos, na casa dos 5%, enquanto os que dizem que votarão em branco ou anularão chegam a 7%. Quanto a Danilo, que, numericamente, aparece empatado com Miguel, reagiu muito tarde nas pesquisas, tem rejeição alta e está na contramão da história: os ventos em Pernambuco sopram em favor da mudança.

Voto evangélico – Outro indicador favorável a Miguel no confronto direto com Raquel é que seu avanço no eleitorado evangélico, a partir do momento em que ganhou a adesão da família Collins, o deputado Pastor Collins e sua esposa Michelli, vereadora no Recife. Trouxe também o pastor Adauto, que antes estava ao lado de Anderson Ferreira.

Favorita contra todos – Da mesma forma que mostrou o Instituto Opinião, exclusivo deste blog, em sua última pesquisa, na semana passada, o Ipec apontou os cenários de segundo turno em Pernambuco com Marília Arraes à frente de todos os seus oponentes. Com Raquel, ela teria 51% dos votos contra 30% da tucana. Já com Miguel, subiria para 53% contra 27%. No enfrentamento com Danilo, chegaria a 55% contra 23%, e, por fim, contra Anderson, 59% a 23%.

Disputa paulista – Em São Paulo, a pesquisa do Ipec (ex-Ibope) divulgada, ontem, mostra Fernando Haddad (PT) liderando com 34% das intenções de voto, seguido por Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem 24% e assumiu isoladamente a segunda posição, e Rodrigo Garcia (PSDB), com 19%. Tarcísio e Rodrigo têm uma diferença de 5 pontos percentuais, superior à margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Castro sobe no Rio – No Rio, a pesquisa Ipec apontou que o governador Cláudio Castro (PL) segue na liderança, com 13 pontos percentuais à frente de Marcelo Freixo (PSB). Nos votos válidos, quando se excluem os votos brancos e nulos, Castro aparece com 48% e Freixo com 31%. Rodrigo Neves, do PDT, apenas 9%. No segundo turno, o governador derrotaria por 44% a 34%.

Zema lidera em Minas – Em Minas, o Ipec mostra o candidato do Novo, governador Romeu Zema, na liderança com 45% das intenções de voto, seguido por Alexandre Kalil (PSD), com 34%. A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 24 e 26 de setembro em 102 cidades mineiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR‐06414/2022.

CURTAS

EM BRASÍLIA – Ibaneis Rocha (MDB) segue liderando as intenções de voto para governador do Distrito Federal, segundo pesquisa do Ipec, com 43%. Em seguida, Leandro Grass (PV) aparece com 16%. Ambos cresceram dentro da margem de erro em relação ao último levantamento, de 21 de setembro.

ROMPIMENTO – Ciro Gomes rompeu com os irmãos Cid Gomes e Ivo Gomes após a dupla sinalizar a preferência pelo ex-presidente Lula. Ciro afirmou ter “recebido uma facada poderosa nas costas” e, em razão do gesto dos irmãos em endosso à candidatura petista, decidiu se afastar dos familiares e de seu colégio eleitoral, o Ceará – Estado que governou.

Perguntar não ofende: Por que Anderson não consegue atrair o voto bolsonarista?