Soube, há pouco, da morte do médico Cyro de Andrade Lima, pai de Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos. Cyro foi secretário estadual de Saúde durante o segundo governo de Miguel Arraes, em 1987, e faleceu aos 92 anos. Deixa Rejane, na foto em destaque ao lado de Renata Campos, e cinco filhos. De acordo com os familiares, o velório acontece, na tarde de hoje, no Cemitério de Santo Amaro.
Acompanhe ao vivo a convenção do PL que homologa, neste momento, os nomes de Jair Messias Bolsonaro à reeleição e do general Braga Netto como vice nas eleições de outubro.
O acrônimo MAC é usado em setores do PT para designar Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas, o grupo de advogados alinhados ao partido que liderou a campanha contra a Operação Lava Jato e em favor da anulação dos processos contra o ex-presidente Lula.
Em razão do esforço pró-Lula, inclusive, no período em que ele esteve recolhido em uma cela da Polícia Federal em Curitiba, MAC não apenas ganhou prestígio nas altas esferas do partido, como se tornou uma das pessoas mais próximas do ex-presidente. As informações são do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
Como já mostrou a coluna, a intimidade do advogado com Lula e com sua atual mulher, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, é motivo de ciúme nos grupos de petistas que sempre integraram o estado-maior do candidato.
Ultimamente, MAC assumiu um papel proeminente nos bastidores da campanha. Em altos círculos do empresariado nacional e entre advogados de grandes bancas, ele tem sido apontado como um dos grandes responsáveis por pedir doações eleitorais em nome de Lula.
Tem funcionado. Os pedidos têm sido feitos em jantares organizados pelo advogado, mas também em conversas de pé de ouvido. Alguns empresários já admitem, sob reserva, a disposição de fazer até doações informais, sem o devido registro na Justiça Eleitoral. A saber se MAC topará entrar nesse jogo, que já rendeu embaraços para o PT no passado recente.
O ex-presidente José Sarney, como seu decano, orador oficial da sessão solene dos 125 anos da Academia Brasileira de Letras, fez um discurso unanimemente reconhecido como de importância histórica e política. Sua manifestação pela defesa das eleições e da democracia foi fundamental nesses momentos turbulentos que vivemos. Dito do púlpito da ABL, deu relevo à posição institucional de defesa da cultura e da liberdade de expressão.
Foi a partir da palavra, “a expressão de nossa Casa” que Sarney abordou a defesa da cultura, seu primeiro ponto de análise dos tempos recentes: “sua luz ilumina a sociedade, marcada pela infinitude como a matéria que forma o universo — a luz da palavra forma o nosso universo, e é com ela que nos erguemos para defender a cultura, para exprimir a cultura, para iluminar o caminho e abrir alas para a cultura”. As informações são do Blog de Merval Pereira, no O Globo.
Assumindo a posição de “Presidente que conduziu a transição para a democracia”, Sarney lamentou que não seja só a cultura brasileira que precisa, neste momento, ser defendida. “Tenho a responsabilidade de defendê-la. Ela se consolidou pela prática continuada de eleições livres, sob a vigilância segura e firme do Tribunal Superior Eleitoral. Garantir que o Judiciário exerça em plenitude suas responsabilidades é absolutamente necessário para que a democracia prevaleça. O Brasil precisa se unir em torno deste objetivo”.
As palmas que eclodiram pelo Salão Nobre do Pétit Trianon neste momento demonstraram a ânsia da sociedade civil ali representada pela normalidade democrática. Sarney foi adiante, reforçando seu espírito humanista: “Coisa grande é a eternização dos sentimentos da alma de que nos fala Bergson. O patrimônio cultural da nação. Nenhum país pode ser grande potência se não for grande potência cultural. Não basta ter poder militar, político, econômico, se não for potência cultural.”
Nosso primeiro Presidente, Machado de Assis, disse Sarney, coloca como referência a Academia Francesa, com a capacidade de sobreviver “aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis”. Recomenda, portanto, um equilíbrio entre o passado e o futuro, num universo em que “a tradição é o primeiro voto”, representado na escolha do batismo das cadeiras com “nomes preclaros e saudosos”.
Já Nabuco “nos advertia de que seríamos quarenta, mas não “os Quarenta”. Colocava, com aquela extraordinária habilidade com as palavras, a questão da necessária “proporção de ausentes”, uns não lembrados, outros que não quiseram participar. Levantou, como Machado, a questão “dos antigos e modernos”, do equilíbrio entre os que têm passado e os que ainda olham para o futuro. Para os substitutos, a “escolha poderá parecer um plebiscito literário”. Parecer, ressalta ele; e acrescento eu que, mais que um julgamento, é uma escolha, e esta se faz pelo mérito, decerto, mas somos aqui uma Casa de convívios, não a “dos Incompatíveis”.
“Sentiremos o prazer de concordarmos em discordar”, pois a “melhor garantia da liberdade e independência cultural é estarem unidos no mesmo espírito de tolerância os que veem as coisas d’arte e poesia de pontos de vista opostos”. Nos tempos da nossa fundação, lembrou Sarney, Joaquim Nabuco escrevia Um estadista do Império e logo depois escreveria Minha formação; e Machado escrevia Dom Casmurro. “Se as almas dos povos podem ser expressas, esses três livros seriam, como são, gigantescos monumentos de nossa grandeza”.
Um momento histórico importante foi quando Sarney lembrou a polêmica causada por Graça Aranha, “fundador da cadeira que ocupo e meu conterrâneo”, que entrara para a Academia ainda muito jovem e sem livro publicado, mas com dois apoios fortes, o de Machado e o de Nabuco. Falo da amizade e dos postulados de Nabuco sobre o “concordar em discordar”, e pode parecer que Graça Aranha seria, justamente, a pessoa a não invocar: afinal foi ele o protagonista do choque com Olavo Bilac ao fim de sua conferência sobre o espírito moderno.
A Casa está plena. A plateia, ávida. O velho Graça Aranha sobe a esta tribuna e grita:
— Morra a Academia!
Os jovens aplaudem. O auditório ferve. Entre os que o carregam em triunfo está Alceu Amoroso Lima. Coelho Neto sucede-lhe. Vem replicar. Faz o elogio da Grécia. No público, o grito de contestação:
— Morra a Grécia!
E Coelho Neto responde:
— Mas eu serei o último heleno.
Tive a oportunidade de dizer, quando tomei posse, que os gestos de Graça são sempre políticos e o episódio da Academia fora um gesto de política literária. Finalizando, Sarney deu um “Viva a Academia” e clamou por Machado de Assis e Joaquim Nabuco: “Se por eles somos imortais, os tornemos por um instante mortais:
— Entre, Machado de Assis!, entre, Capitu!, entre, Bentinho!, tragam o mistério eterno contado no Dom Casmurro!
— Entre, Joaquim Nabuco!, venha com as páginas extraordinárias de Um Estadista do Império!
O presidente Jair Bolsonaro (RJ) será confirmado, hoje, em convenção nacional, como candidato à reeleição pelo PL. A oficialização ocorrerá em um evento, com estrutura de comício, no ginásio Maracanãzinho, na zona norte do Rio de Janeiro, berço político do presidente, que busca reverter a desvantagem nas pesquisas de intenção de voto — na mais recente do instituto Datafolha, ele aparece em segundo lugar, com 28% das intenções de voto, atrás do rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 47%.
O partido espera reunir cerca de 10 mil pessoas. A orientação é que os participantes vistam roupas nas cores verde e amarelo. Inicialmente, os ingressos para a convenção foram disponibilizados gratuitamente em um site, mas, segundo bolsonaristas, houve uma “tentativa de sabotagem” à convenção. As informações são do G1.
A deputada federal Carla Zambelli chegou a acionar a Polícia Federal para apurar o caso. Segundo ela, “militantes de esquerda” estimularam a retirada de convites com o objetivo de esvaziar o evento. Com isso, o PL decidiu liberar a entrada sem ingresso até a lotação máxima do local.
De acordo com a organização, haverá detector de metais, e a segurança do evento será feita por uma empresa de segurança privada e terá o apoio da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Os organizadores pedem que os participantes cheguem com três horas de antecedência. O evento está marcado para às 11h.
Tradicionalmente, as convenções são reuniões de filiados dos partidos para confirmar candidaturas e eventuais coligações. O calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prevê o período entre 20 de julho e 5 de agosto para a realização dos encontros. Confirmado o nome do candidato, o partido está apto a registrar a candidatura no TSE – o prazo-limite para esse registro é 15 de agosto.
A reunião dos filiados do PL para aprovação da candidatura deve ocorrer bem antes de Bolsonaro subir ao palco. O encontro está previsto para o início da manhã, por meio de uma plataforma virtual fechada do partido.
Integrantes do partido com dificuldades para votar terão três locais à disposição: a sede do PL em Brasília; a sede em São Paulo; e o ginásio em que o ato de oficialização da candidatura de Jair Bolsonaro acontecerá, no Rio de Janeiro.
Durante a convenção, também deve ser discutida uma possível coligação com o PP, o Republicanos e o PTB, siglas que integram o bloco informal conhecido como Centrão.
Esse tipo de aliança entre dois ou mais partidos pode ser desfeita após as eleições e é permitida para as disputas aos cargos de presidente, governador, senador e prefeito.
Irritado pelo fato do horário do seu show, ontem, em Serrita, ter sido trocado pelo da banda Saia Rodada, o forrozeiro Flávio Leandro cancelou sua participação, daqui a pouco, na Missa do Vaqueiro. Seria o cenário da sua despedida dos palcos, conforme havia anunciado.
Flávio cancelou até a agenda com os pré-candidatos ao Governo do Estado que iriam estar com ele após a Missa, como Miguel Coelho, do União Brasil, e Marília Arraes, do Solidariedade. “Foi uma tremenda falta de respeito, pois a troca do horário do show se deu de forma abrupta”, diz um integrante da banda do cantor.
O Mal do Alzheimer, doença neurodegenerativa crônica, corrói a memória completamente, na medida que o tempo vai avançando. Em grande parte dos casos, a pessoa diagnosticada afasta-se progressivamente da família e da sociedade. Gradualmente, o corpo vai perdendo o controle de suas funções, o que acaba por levar à morte, como ocorreu com o ex-senador Marco Maciel, em 2021, depois de dez anos de terrível sofrimento.
As reações são as mais diversas. Tem gente que tem profundas alterações de humor. De temperamento leve, torna-se agressiva. No caso de Marco Maciel, ele perdeu a motivação para tudo, sobretudo para a política, exercício da sua vida pública por mais de meio século. Perdeu também o interesse por cuidar de si próprio e por tarefas quotidianas.
“As pessoas têm muito preconceito com o Alzheimer. Acham que a pessoa começa a falar um monte de bobagem e fica desligado do mundo. Com meu marido, não foi assim. Ele continuou sendo o mesmo homem educado com todos”, revela a socióloga Anna Maria Maciel, viúva do ex-vice-presidente da República, que acompanhou a doença do marido de perto, de 2011 a 2021.
Havia cuidadoras, mas ela ficou ao lado dele, sendo mais que uma cuidadora especial, uma mãe zelosa e especial, revelando um profundo amor por ele em todas as etapas da enfermidade. O terrível mal roubou de Marco Maciel o que ele tinha de mais precioso: a sua memória de elefante, capaz de, no exercício do cargo de governador, se dirigir a interlocutores pelo nome, mesmo estando com eles, em algumas ocasiões, apenas uma vez.
“Ele sabia até os nomes dos vereadores do município em que ia inaugurar obras”, recorda o engenheiro Aloisio Sotero, ex-secretário de Agricultura no Governo de Marco Maciel (1979-1982). O sintoma inicial mais comum é a perda de memória a curto prazo, com dificuldades em recordar eventos recentes. E Marco foi esquecendo e sendo percebido pela família, os amigos.
A consequência mais dolorosa para ele e a família – a esposa Anna Maria e os filhos Gisela, Cristiana e João Maurício – foi o silêncio. “Ele praticamente não conversava nada, olhava em nossa direção com atenção, mas sem palavras”, disse Anna Maria. Com o avançar da doença, foram surgindo novas complicações na vida de Marco Maciel.
Passou a ter confusão mental, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e começou a desligar-se da realidade. “Papai ficou praticamente mudo, mas nunca perdeu a boa educação, a gentileza. Lembro que ele levava as cuidadoras até a porta do elevador e abria a porta para elas”, comenta, por sua vez, Maria Cristiana, a segunda filha.
Há registros de pacientes que ficam violentos, gritam e perdem a paciência com tudo. “Com Marco Antônio, foi diferente. Ele ficava em silêncio o tempo todo, não falava, mas também não gritava, mas sua memória foi embora muito rápido, numa velocidade impressionante”, confessa Anna Maria.
“Teve uma vez, por exemplo, que eu cheguei e perguntei: “Quantos filhos você tem?”. Ele me respondeu: “Nove”. Aí, eu brinquei: “Comigo mesmo não!”. E ele disse: “Ah, isso o cartório é que sabe”, comentou Anna, adiantando que, com o tempo, ele foi deixando também de reconhecer os filhos e netos. “Foi um processo muito rápido e muito doloroso para todos nós”, assinala.
A família nunca proibiu visitas de amigos mais próximos de Marco Maciel ao longo do tempo em que ficou sendo acompanhado em Brasília. Um dos mais presentes foi Joel de Hollanda, que o sucedeu no Senado na condição de seu suplente. Antes disso, foi secretário de Educação e, com o tempo, virou interlocutor privilegiado. “Na maioria das vezes que eu ia a Brasília dava uma passadinha na casa dele para visitá-lo, mas chegou num momento que não mais me reconhecia”, disse Joel.
Silvio Amorim, subchefe da Casa Civil no Governo Marco Maciel, recorda que esteve pelo menos três vezes em visita a Maciel. “Com a gravidade da doença, ele já em cadeira de rodas, não fui mais, porque ele já não falava nada. Ao longo de todo o tempo da doença, entretanto, eu me informava em ligações para Anna Maria”, afirma Amorim.
Um dos maiores amigos de Maciel, parceiro de jornadas memoráveis na vida pública, tendo o sucedido na presidência do PFL e no Ministério da Educação, o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) disse que não teve coragem de visitar o velho companheiro. “Quis ficar na minha memória com aquele Marco Maciel falante nas horas certas, que me aconselhava, que dava rumo às crises históricas do País desde quando escolhido governador por eleição indireta, como eu”, destacou.
Gradualmente, o corpo do portador do Mal de Alzheimer vai ficando sem o controle das funções, a ponto de perder o equilíbrio no andar. É quando chega a fase da cadeira de rodas. “Foi o primeiro grande choque para a família ver Marco Antônio em cima de uma cadeira de rodas, até mesmo para se deslocar dentro do apartamento”, disse Anna Maria.
As causas do Alzheimer ainda não são totalmente compreendidas. Pensa-se que 70% do risco seja de origem genética com vários genes implicados. Entre outros fatores de risco, estão antecedentes de lesões na cabeça, depressão e hipertensão arterial. O mecanismo da doença está associado às placas senis e aos novelos neurofibrilares no cérebro. No caso de Marco Maciel, o precedente genético foi forte: três irmãos foram acometidos pelo mesmo mal em grau tão forte quanto o dele.
A depressão, segundo a família e amigos, pode ter sido originária da derrota para o Senado em 2010, a única, aliás, em toda a sua história em que submeteu seu nome ao teste das urnas. “Na campanha, a gente percebia que as coisas em termos de memória, especialmente, já não andavam bem com ele”, afirma a desembargadora Margarida Cantarelli, que esteve ao lado de Maciel desde os movimentos estudantis, passando pelo Governo de Pernambuco, Ministério da Educação, Senado e Vice-Presidência da República.
Veja amanhã
Marco Maciel foi fiel a Fernando Henrique Cardoso até o último dia em que o presidente da era do Plano Real passou o bastão para Lula.
Ao tomar, ontem, com minha Nayla Valença, um drink de Morritos, bebida preferida dos cubanos, lembrei da viagem que acompanhei o ex-presidente Lula a Cuba. Na recepção em Havana, território de Fidel Castro, figura antológica do comunismo no mundo, a delegação do petista foi recebida com tapete vermelho, literalmente.
Havia quitutes especialmente preparados para agradar à comitiva brasileira. Como aperitivo, Morritos. Criado em Cuba há mais de 100 anos, o verdadeira mojito, grafia cubana, é uma bebida refrescante preparada com rum, hortelã, açúcar, limão e água com gás. Lembra um pouco nossa caipirinha.
Bom de copo, Lula, que já havia bebido cachaça no voo de São Paulo para Havana, com duração de oito horas, caprichou no Morritos. Era um domingo de verão daqueles dias que nunca acabam, o chamado sol da meia-noite.
Trata-se de um fenômeno natural observável ao norte do Círculo Polar Ártico (hemisfério norte) e ao sul do Círculo Polar Antártico (hemisfério sul), locais onde o Sol é visível por 24 horas do dia, nas datas próximas ao solstício de verão.
O número de dias do ano com sol de meia-noite é maior, quanto mais próximo se está do polo. As regiões povoadas que podem desfrutar deste fenómeno estão todas no hemisfério norte: Estados Unidos (Alasca), Canadá, Groenlândia, Noruega (Svalbard), Suécia, Finlândia, Rússia e a Islândia.
Por ser quase Caribe, em Varadero, uma das praias mais lindas de Cuba, o sol só veio a se pôr por volta das 22 horas. Foi lá que a festiva comitiva de Lula viu o sol da meia-noite tomando Morritos. Era uma viagem metade oficial, metade lazer.
Lula chegou em Cuba num avião fretado. Eu estava na comitiva como repórter da Agência Nordeste, em missão delegada pelo empresário Eduardo Monteiro, convidado por Lula, acompanhado de outro ilustre convidado, seu pai, o ex-ministro Armando Monteiro Filho, da equipe de João Goulart.
Armando era brizolista fervoroso, mas acabou conquistando o coração de Lula pela sua lealdade canina a Leonel de Moura Brizola. Em 1994, Armando disputou o Senado no palanque de Lula, candidato a presidente da República, pedindo voto para Brizola. Foi a única exceção em território nacional, porque no segundo turno o petista teria Brizola em seu palanque e o apoio entusiasta de Armando Filho.
A viagem a Cuba durou uma semana, com direito a almoço no Palácio da Revolução, um dos locais que Fidel despachava e que virou museu. Após o almoço, o presidente cubano nos deu uma entrevista, a mim e mais dois jornalistas que estavam na delegação, um do Globo, outro da Veja.
As respostas dele eram intermináveis, sem direito a ser interrompidas. Uma coisa que não me sai da cabeça: o almoço foi um banquete, teve lagosta e até caviar. Foram servidos os melhores vinhos franceses.
O mercado de automóveis tem passado por vários perrengues. Aí, o consumidor se vira e vai atrás de novidades como o serviço de assinatura – que já representa 8% de todos os carros alugados no Brasil. É um serviço mais vantajoso em relação à compra de um automóvel? Bem, já comentamos sobre isso aqui na coluna. Um carro não custa apenas o valor total. Por trás dessas cifras, existe o gasto com manutenção, seguro, documentação e revisões. Além disso, há outro custo invisível: o tempo para gerir a emissão e atualização de IPVA, a cotação, contratação e renovação de seguro e as idas e vindas a oficinas e concessionárias em caso de reparos ou revisões. “O consumidor enxerga o veículo como um objeto de mobilidade e, para isso, busca junto com a assinatura um alto nível de serviço que garanta sua comodidade, tranquilidade e segurança”, afirma André Campos, CEO e um dos fundadores da empresa For You Fleet, locadora de veículos por assinatura. Fique, então, atento.
Elétrico é 10 vezes mais eficiente – Existem diferentes maneiras de medir o impacto do uso de um automóvel em relação ao aquecimento global. Para especialistas, a melhor maneira de calcular a emissão de um automóvel é somando os gases que o veículo emite pelo escapamento mais o impacto que a produção do seu combustível provoca no meio ambiente. É a famosa equação “do poço à roda”.
Interessante observar que um mesmo modelo de carro pode apresentar resultados diferentes dependendo do mercado. Esta oscilação ocorre devido a variações, entre elas, a da matriz energética daquele país. No Brasil, por exemplo, a gasolina conta com até 27% de etanol em sua composição e existem carros que podem rodar apenas com o combustível vegetal. Outro fato é que 84% da energia elétrica vem de fontes renováveis, como a hídrica, a solar e a eólica. Tudo isso cria perspectivas diferentes para cada tecnologia de propulsão.
Aqui, o carro elétrico vira uma opção ainda mais sustentável. Mais que o carro híbrido e mais que o flex (por exemplo: gasolina 100%, flex 79%, híbrido flex 57% e elétricos 10%). A conta leva em consideração a média de eficiência energética dos automóveis comercializados no país e participantes do programa de etiquetagem veicular do Inmetro, tendo os resultados comparados com um carro puramente a gasolina.
Os cálculos foram feitos de acordo com uma metodologia inovadora elaborada pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), que aplica a intensidade de carbono da matriz energética local.
“Dentro do conceito do poço à roda, tanto um veículo flex quanto um híbrido trazem ganhos ambientais importantes em relação a um movido puramente a gasolina. Já um carro elétrico é cerca de 10 vezes mais eficiente, em média, até porque é o único que consegue conciliar a eficiência do motor elétrico com a matriz energética predominantemente limpa do Brasil. Tudo isso porque o EV roda em tempo integral no modo zero emissão – nem escapamento tem”, explica Luiz Gustavo Moraes, gerente de regulamentações da GM América do Sul.
O segmento dos carros 100% elétricos é o que mais cresce no mundo. Representaram mais de 7% das vendas de automóveis e comerciais leves em 2021. Políticas voltadas à redução de emissões, maior conhecimento dos benefícios dos carros zero emissão e o aumento no preço dos combustíveis são fatores que contribuem para o maior interesse global pelos EVs, assim como a maior oferta de modelos e a redução da diferença de preço em relação aos demais tipos de automóveis.
A tendência é que a venda de veículos elétricos e eletrificados continue a crescer também no Brasil. Estudo do BCG divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê que dois terços dos veículos vendidos no país serão eletrificados até 2035, caso as empresas sigam por aqui tendências globais.
Blazer elétrica é revelada – A Chevrolet acaba de mostrar o SUV Blazer EV, modelo para seguir a meta de oferecer veículos zero emissão da marca e ingressar em um segmento de crescimento global: o dos SUVs elétricos premium. O Blazer EV tem estreia prevista para meados do próximo ano nos Estados Unidos. Logo depois, será lançado em outros mercados importantes, como o brasileiro. O mais novo SUV elétrico da Chevrolet se destaca pelo visual esportivo e tecnologias inovadoras de bateria e propulsão. O carro vai ser ofertado em múltiplas configurações de acabamento e desempenho, incluindo uma com mais 530 quilômetros de autonomia. Terá variáveis com tração dianteira, traseira ou integral (AWD). Entre as versões disponíveis, estarão as mais emblemáticas da Chevrolet, como a RS, focada em design, e a SS, que agrega mais performance. Será a primeira vez que a marca terá um veículo elétrico com esse diferencial. O Blazer EV fará parte de uma nova geração de veículos elétricos que inclui o SUV Equinox EV e a picape Silverado EV, cada qual em um estágio diferente de desenvolvimento. Atualmente, a Chevrolet comercializa globalmente modelos como o Bolt EV e o Bolt EUV.
Fiat Fastback – A Stellantis, como no lançamento do Pulse, vem soltando aos poucos os detalhes do novo SUV da Fiat: o Fastback. A imagem divulgada foca novamente no design externo, mostrando a silhueta alongada, com capô maior e traseira levemente levantada próxima ao porta-malas. O modelo é cria do Design Center South America.
Frontier S com motor 2.3 biturbo – A Nissan acaba de pôr nas concessionárias a versão de entrada da sua consagrada picape. A S, primeira na escadinha da SE e XE, já ano/modelo 2023, custa R$ 238.290 e traz as mudanças visuais das demais. E um 2.3 diesel biturbo, igual às parceiras, mas com 163cv (contra os 190cv) e torque de 43,3kgfm (e 45,9 kgfm) e câmbio manual de 6 marchas. Com tração 4×4, claro. O pacote de conforto e segurança é relativamente bom: 6 airbags, bloqueio de diferencial mecânico, controles de descida, de tração e estabilidade e auxílio de partida em rampa. A capacidade de carga chega aos 1.054 litros (1.043kg).
Civic Type R – A japonesa Honda revelou, enfim, a nova geração do Civic Type R – previsto para chegar ao Brasil no ano que vem. A versão usa, segundo a marca, o motor turbo 2.0, com transmissão manual de 6 velocidades, e deve ser a mais potente e rápida vendida no Brasil. Na verdade, os japoneses o festejam como o carro com tração dianteira mais veloz em todo mundo – testado em Nürburgring e Suzuka.
Preço da gasolina cai – Na primeira quinzena de julho, o preço médio da gasolina sofreu grande retração em comparação com o mês de junho. Isso é fruto da redução do ICMS e do PIS/Cofins? Bem, o valor médio da gasolina no país fechou o mês em R$ 6,641, segundo levantamento exclusivo feito pela ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas. “Como esperado, a redução do ICMS e do PIS/Cofins resultou neste recuo. Em alguns estados, a queda na bomba superou um dígito, como em Goiás, onde o preço médio caiu em média R$ 1,351”, explica Marcelo Braga, gerente de Produtos e Frotas da ValeCard. Obtidos por meio do registro das transações realizadas entre os dias 1º e 13 de julho com o cartão de abastecimento da ValeCard em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados, os dados mostram que os estados brasileiros que registraram as maiores quedas foram Goiás (-18,17%), DF (-17,78%), RJ (-16,63%), PR (-15,77%) e MG (-14,47%). Nenhum estado apresentou altas nos preços, mas as quedas mais tímidas ficaram com AM (-4,90%), MA (-3,88%) e RR (-2,55%).
Recife e seus pilotos – Você gosta de história, de carros antigos, de fotografia? Fique ligado: o Palácio do Comércio vai receber uma exposição sobre a história do automobilismo no Recife, com imagens de diversos circuitos urbanos que aconteciam na cidade entre os anos de 1950 e 1990. Além de fotos, também serão expostos troféus, macacões e vários outros objetos relacionados ao automobilismo recifense. A exposição será promovida pelo piloto Ricardo Bandeira de Melo, que faz parte da terceira geração de pilotos da sua família, em parceria com a Associação Comercial de Pernambuco. Ricardo, entusiasta do automobilismo, trará seu carro de corrida da Paraíba exclusivamente para compor a exposição. Vale reforçar: ele mostrará troféus do acervo de sua família e de vários outros pilotos que fizeram história nas pistas da cidade. A mostra abre no dia 28 de julho, às 17h, no Palacete da Associação Comercial de Pernambuco.
Triumph TE-1: o protótipo – A marca inglesa fabricante de motos Triumph anunciou a conclusão do projeto de desenvolvimento elétrico TE-1, com a apresentação dos resultados finais dos testes de protótipo que superam os objetivos do projeto e demonstram o sucesso da iniciativa.
Autonomia de 161 km – O protótipo superou a autonomia real das motocicletas elétricas equivalentes disponíveis hoje no mundo, com um alcance de 161 km.
Potência – O protótipo TE-1 oferece um incrível padrão de aceleração, levando apenas 3,6 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h.
Carregamento – É de 20 minutos (0-80%), mais rápido do que as motocicletas elétricas equivalentes de hoje.
Peso-potência – Com 220 kg, é 25% mais leve do que motocicletas elétricas comparáveis disponíveis.
Shineray Jef 159s – A montadora chinesa com sede em Pernambuco confirmou a nova Jef 150s, uma alternativa para disputar mercado com as Honda CG 160, Yamaha Factor 150 e Haojue DK 150 etc. Ela tem motor monocilíndrico de 10,3cv 1,4 kgf.m de torque. O foca ao contrário, no chamado visual e linha esportivos (rodas de liga leve e setas em LED).
Setor valoriza menos – O segmento de motocicletas manteve a tendência de alta dos primeiros cinco meses de 2022. No entanto, junho registrou uma variação menor no aumento dos preços novas, seminovas e usadas, de acordo com o Monitor de Variação de Preços da KBB Brasil. Segundo o levantamento, as 0km tiveram 1,37% de aumento médio, enquanto as seminovas (até 3 anos de uso) valorizaram 1,41%. Já as usadas (de 4 a 10 anos) registraram alta de 1,41%, em média. No entanto, o aumento médio mensal se manteve em 1,02% para as 0km, 1,41% para seminovas e 2,32% para usadas. No caso das motos 0km, o MVP observou que os modelos 2023 valorizaram 1,31% ante o 1,22% apontado em maio.
Sistema de suspensão – Se preparando para voltar de carro das férias, com mulher, menino, cachorro e papagaio? Fique atento aos sinais que amortecedores, molas, coxins, pivôs e buchas dão na viagem (ou antes, claro, o que é melhor). O sistema de suspensão, quando comprometido, pode levar à perda de estabilidade – e com isso, acidentes – e ao desconforto. Por isso, Nakata montou um pequeno guia de dicas.
Os amortecedores são os protagonistas da suspensão. E podem acelerar o desgaste de outras peças do sistema, como os pneus.
Vazamentos de fluido, ruídos ao passar por buracos, balanço em excesso nas frenagens e arrancadas e perda de estabilidade em curvas podem indicar sinais de comprometimento dos amortecedores.
Para ajudar a absorver os impactos sofridos pela suspensão, há as molas. Ferrugem, trincas, batidas entre elos, desnível ou arriamento da carroceria apontam problemas nestas peças, comprometendo o comportamento do veículo.
Vibrações e ruídos sentidos na carroceria podem indicar danos no coxim do amortecedor, bucha de bandeja ou barra estabilizadora.
Já um pivô quebrado pode desmontar a suspensão. Por isso, é importante avaliar suas condições e observar se não está com folga excessiva. É bom analisar também o estado da coifa de proteção.
Bieletas com folga ou dano nas coifas devem ser substituídas, pois são fonte geradoras de ruído no automóvel.
Qualquer componente do sistema de suspensão que apresenta folga vai ocasionar alteração nas condições da geometria da direção, comprometendo a dirigibilidade e desgastando prematuramente os pneus.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.