Em debate de mais de uma hora na sessão plenária de hoje, o líder do PSB na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Sileno Guedes, acusou o Governo Raquel Lyra de mentir sobre os empréstimos autorizados pelo Legislativo para tentar esconder “a própria inércia”. O discurso do parlamentar foi uma resposta a um pronunciamento feito na véspera pelo deputado Antônio Moraes (PP), que atribuiu culpa à casa pelo fato de o governo ter decidido usar recursos de outra operação de crédito para cobrir parte dos investimentos no Arco Metropolitano e na duplicação da BR-232.
“Ao tentar justificar a utilização de recursos aprovados por esta casa por meio do PEF [Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal], no ano passado, para a contratação de empréstimos destinados à construção do Arco Metropolitano e à duplicação da BR-232, o Poder Executivo assinou uma verdadeira declaração de culpa. Reconheceu, ainda que indiretamente, que sempre teve autorização para realizar as operações de crédito e hoje alega depender de nova aprovação. E, sim, mentiu para a sociedade ao tentar transferir para esta Assembleia Legislativa a responsabilidade por sua própria inércia”, discursou.
Leia maisO argumento de Sileno é que, se a governadora Raquel Lyra (PSD) estava disposta a recorrer a uma operação autorizada desde 2024 para investir nessas obras viárias, não havia razão para acusar a Alepe de protelar o avanço desses projetos durante a análise de um novo pedido de autorização de empréstimos feitos pelo Poder Executivo em abril deste ano.
Também foi questionado por Sileno e outros deputados que apartearam o discurso o fato de a assinatura de um empréstimo de R$ 1,4 bilhão com o Banco do Brasil, no último dia 14 de outubro, ter sido alardeada pelo Palácio do Campo das Princesas como a efetivação da medida autorizada pela Alepe um mês antes. Para a oposição, essa manobra buscou passar a falsa impressão de que o Governo Raquel Lyra foi rápido em concretizar o que os parlamentares haviam analisado ao longo de seis meses. A verdade, porém, é que a operação assinada pela governadora se referiu a uma operação autorizada em 2024.
“O que nós vamos continuar fazendo aqui é reclamando, apontando. Não é para criar narrativas. É porque estão faltando entregas. O que se comprometeram a fazer não está sendo feito. Os recursos já estavam na conta. Esta casa autorizou. E não estão fazendo. Estão sempre procurando uma justificativa, responsabilizando partidos políticos que governaram Pernambuco tempos atrás, para não demonstrar a sua inoperância”, complementou Sileno.
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