Candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, ocupou dois cargos de chefia do Executivo ao longo dos mais de 40 anos de carreira pública. Foi eleito prefeito de Fortaleza em 1989 e governador do Ceará em 1991.
A última eleição em que saiu vencedor foi em 2007, quando se tornou deputado federal. Depois, ocupou a secretaria de Saúde do Ceará na gestão de seu irmão Cid Gomes (PDT) até dezembro de 2015. As informações são da Folha de S.Paulo.
Leia maisEmbora tenha sugestões robustas para resolver problemas crônicos do país, a breve experiência do candidato em cargos executivos faz com que a comunicação de sua campanha se atenha ao campo das ideias teóricas, o que explica seu distanciamento do eleitorado.
Na atual disputa, o candidato do PDT tem tido dificuldade em sair do terceiro lugar e do patamar de 7% das intenções de votos que mantém desde o fim de maio, segundo pesquisas Datafolha.
Em segundo lugar, o presidente Jair Bolsonaro (PL) está 25 pontos percentuais à frente dele, com 32%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa, com 47%.
Nas sabatinas e entrevistas que participa desde o início da campanha, Ciro é frequentemente elogiado por sua habilidade com números que traduzem a realidade brasileira, mas a falta de perspectiva de crescimento evidencia a dificuldade da campanha em transformar o conhecimento em popularidade.
Como anteparo, o candidato do PDT critica com frequência o culto à personalidade dos dois primeiros colocados nas eleições, às quais se refere como “exuberantes e barulhentas”, e se concentra nas explicações técnicas do seu programa de governo.
“É natural que as pessoas, antes de optar pela candidatura, elas refletem sobre quem elas conhecem melhor”, disse durante coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira (25) em São Paulo. “Não é que não me conheçam de ouvir falar, mas conhecem [Lula e Bolsonaro] melhor, com mais intensidade”, continuou.
Apesar de ter se mantido distante de cargos públicos executivos nos últimos anos, Ciro cita com frequência durante a atual campanha seus feitos durante o mandato como governador do Ceará e também como prefeito de Fortaleza, cargos exercidos há mais de 30 anos.
Ciro deixou os dois cargos antes do fim. Em 1994, abriu mão do Governo do Ceará para “socorrer o Plano Real”, segundo ele, ao se referir ao período em que foi ministro da Fazenda do governo Itamar Franco no nascimento da atual moeda brasileira. Apesar de se tratar de passagens de sua trajetória profissional, Ciro não se mostra afeito a falar sobre seu passado.
Questionado pela Folha sobre as renúncias dos cargos que ocupou, Ciro disse que não “tinha a menor ideia” de como comentar. “Tenha a santa paciência, o que você está me perguntando?”, continuou o candidato. O trecho da resposta foi cortado da transmissão ao vivo da coletiva de imprensa publicada na quinta nas redes sociais do candidato.
Uma vez eleito prefeito da capital cearense, o atual candidato à Presidência pelo PDT deixou o cargo um ano depois para concorrer ao Governo do Ceará, em 1989, mais um cargo que não concluiu.
Ao todo, foram 6 renúncias dos 9 cargos públicos que ocupou ao longo de mais de 40 anos de carreira, sempre para alçar postos mais altos na hierarquia política. Como ministro da Fazenda foram menos de quatro meses.
Antes de encerrar a coletiva de imprensa desta quinta-feira, Ciro brincou: “Segundo o Aldo Rebelo aqui, só dá para renunciar ao cargo de presidente para se candidatar a papa, então não tem problema”, disse ao lado do candidato de seu partido ao Senado.
CARGOS PÚBLICOS ASSUMIDOS POR CIRO GOMES
- 1980 a 1982 – procurador da Prefeitura de Sobral
- 1983 a 1987 – deputado estadual
- 1987 a 1988 – deputado estadual
- 1989 a 1990 – prefeito de Fortaleza
- 1991 a 1994 – governador do Ceará
- 1994 a 1995 – ministro da Fazenda
- 2003 a 2006 – ministro da Integração Nacional
- 2007 a 2011 – deputado federal
- 2013 a 2015 – secretário de Saúde do Ceará