BLOG DO LUIS TÔRRES
Alguém tem certeza de que Donald Trump é aliado de Bolsonaro? Porque, sinceramente, desde que ele fez aquela carta anunciando a punição à economia brasileira — incluindo o agronegócio e o setor industrial — por causa do que estava acontecendo com o ex-presidente, ficou no ar a tese da amizade destrutiva.
Não apenas porque isso rendeu a Bolsonaro uma prisão domiciliar, mas porque deu ao presidente Lula um discurso que o salvou do pé da ladeira nos índices de popularidade, oferecendo um mote de “defesa do Brasil e dos brasileiros” nunca antes visto na história. E, não bastasse isso, há ainda um Eduardo Bolsonaro, lá dos States, gritando palavras (em inglês) de ordem contra o Brasil e em favor (?) de seu pai. Também há de se perguntar: seria Eduardo um inimigo oculto de Bolsonaro?
Leia maisO desfecho dessa história, no entanto, está ficando cada vez mais surpreendente. Depois de colocar em Bolsonaro a culpa pelas maldades contra o Brasil, o presidente norte-americano está sinalizando que vai dar a Lula a chance de sair com a pecha de herói que resolveu o problema. Já pensou que maldade? Com Bolsonaro, claro.
Depois dos afagos públicos no discurso da ONU, em Nova York, eis que Trump sai de uma conversa por videoconferência com o presidente petista confirmando que eles falaram sobre arranjos comerciais e ainda projetaram um encontro presencial.
Lula está colocando a música na vitrola para sambar, caso consiga qualquer avanço nas negociações com o presidente de direita dos Estados Unidos.
E vai dar aos seus marqueteiros, se isso vier a acontecer, o bolo já com recheio para o próximo mote de pré-campanha — algo como “Faz bem ao Brasil!”.
That’s crazy!
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