Por Andréia Sadi
A decisão de Donald Trump de retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane, da lista de sancionados da Lei Magnitsky é um gesto com peso político real no tabuleiro brasileiro.
A partir de agora, a família Bolsonaro tem apenas a família Bolsonaro. O clã não dispõe do Centrão para ancorar um projeto presidencial. Não tem base orgânica de sustentação na Câmara ou no Senado capaz de sustentar uma candidatura competitiva. Eles próprios lançaram mais um Bolsonaro como aposta eleitoral.
Leia maisNos bastidores, o racha com Tarcísio de Freitas – resultado direto da decisão sobre indicar Flávio Bolsonaro – aprofunda esse isolamento. Na esfera institucional, o quadro é igualmente árido: não há qualquer interlocução com a maioria do Supremo, depois de tudo o que o país acompanhou no contexto da trama golpista.
E por isso Trump era tratado internamente como a última carta. A luz no fim do túnel. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o Eduardo Bolsonaro repetiram isso publicamente várias vezes: Trump seria o elemento capaz de recolocar o bolsonarismo no jogo global, dar legitimidade externa e reacender apoio interno. Era a aposta final.
Mas Trump abandonou. Rompeu. Deixou a família Bolsonaro à própria sorte.
*Jornalista
Leia menos
















