A passagem de um tornado causou destruição e mortes em Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, na tarde de ontem (7). De acordo com a Defesa Civil, ao menos cinco pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas. As informações de feridos foram atualizadas na manhã deste sábado (8).
Imagens registradas por moradores mostram casas destelhadas, estruturas colapsadas e postes de energia derrubados pela força do vento. O governador Ratinho Júnior (PSD) afirmou, na noite de ontem, que o tornado foi classificado como de nível 3, com ventos que podem chegar a mais de 250 km/h. As informações são do portal Metrópoles.
O fenômeno chegou acompanhado de chuva intensa, granizo e ventos fortes, pegando parte da população de surpresa. As vítimas feridas foram levadas para hospitais de Laranjeiras do Sul, município vizinho, e um hospital de campanha foi montado na cidade para atender à grande demanda.
Segundo o chefe do Núcleo Regional da Defesa Civil Estadual, as equipes continuam os trabalhos de busca e salvamento, já que há suspeita de mais vítimas sob os escombros. O órgão informou ainda que mais da metade do município foi afetada, com danos estruturais severos em residências e prédios públicos.
O governador Ratinho Junior afirmou, em nota, que o governo estadual está mobilizado para prestar assistência às cidades atingidas. “A Defesa Civil e as nossas forças de segurança estão em alerta, mobilizadas e acompanhando as cidades atingidas pelas fortes tempestades. Nossa solidariedade à população das regiões afetadas”, publicou o governador nas redes sociais.
Rajadas de vento chegaram a mais de 70 km/h
De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), as rajadas de vento chegaram a mais de 70 km/h em algumas regiões. A Defesa Civil emitiu alertas vermelhos para seis municípios devido ao alto volume de chuva e risco de novos temporais.
Cidades como Cascavel, Cornélio Procópio, Guarapuava, Laranjeiras do Sul e Londrina também registraram ventos intensos durante a noite de sexta-feira. Em Cornélio Procópio, as rajadas chegaram a 76 km/h, enquanto em Cascavel foram 66,2 km/h, segundo medições oficiais.
O ex-deputado estadual Paulo Frateschi (PT-SP), 75 anos, foi morto a facadas pelo próprio filho, Francisco Frateschi, de 34 anos, durante um desentendimento familiar ocorrido nesta quinta-feira em São Paulo. A informação foi confirmada pelo GLOBO por uma pessoa próxima da família e lideranças do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
O ex-parlamentar foi atingido por facadas, na cabeça e braços, e foi socorrido e levado ao Hospital das Clínicas. A mulher de Frateschi, Yolanda Maux Vianna, também ficou ferida ao tentar intervir na briga — ela sofreu uma fratura no braço e foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Lapa.
Testemunhas relataram que o conflito ocorreu dentro da residência da família, na zona oeste da capital. Ainda não há detalhes sobre o que teria motivado o desentendimento. O filho foi preso. Ele é ocenanógrafo formado pela USP e mora em Paraty, no Rio de Janeiro.
Ex-presidente estadual do PT e amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Frateschi já havia enfrentado duas tragédias familiares. Em 2002, perdeu o filho Pedro, de 7 anos, em um acidente na rodovia Carvalho Pinto, em Guararema (SP). Um ano depois, em 2003, o filho Júlio, de 16 anos, também morreu em um acidente de carro na rodovia Rio-Santos, entre Paraty e Angra dos Reis. O velório do jovem contou com a presença de Lula, ministros e lideranças do PT, em um gesto de solidariedade ao então dirigente petista.
De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, a agressão teria ocorrido em um episódio de surto. Frateschi teve parada cardiorrespiratória e foi encaminhado ao Hospital das Clínicas da USP. O local passa por perícia e a ocorrência está sendo registrada no 91º DP.
Quem foi Paulo Frateschi
Ex-deputado estadual e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), Paulo Frateschi teve trajetória marcada pela militância política. Integrou Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de luta armada contra a ditadura militar, o que levou à sua prisão em 1969. Detido e torturado por seis meses, sua libertação tornou-se um símbolo da resistência ao regime.
Frateschi foi presidente estadual do PT paulista durante a ascensão do partido à presidência da República e ocupou o cargo de secretário de Relações Governamentais na gestão do prefeito Fernando Haddad, em 2014. Era professor por formação.
Nos anos mais recentes, mobilizou caravanas em favor da candidatura do presidente Lula. Em março de 2018, ao transitar com ele por Chapecó (SC), foi atingido por uma pedrada desferida por agressores contra o então candidato. O petista seria impedido de ir às urnas e cederia lugar a Haddad naquela campanha, vencida por Jair Bolsonaro (PL).
No ano seguinte, ao comentar a prisão de Lula, de quem era amigo pessoal, classificou o caso como “perseguição política”, comparando-o à repressão vivida nos Anos de Chumbo.
Tragédia repercute no meio político
“É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento do ex-presidente do PT Paulista e ex-deputado estadual Paulo Frateschi, companheiro e dedicado militante do nosso partido”, afirma nota divulgada pelo PT. “Durante toda a sua trajetória, nosso companheiro demonstrou coragem, integridade e compromisso com o PT e pela busca de um país mais justo”.
Segundo o partido, o militante deixa “legado marcado pela luta pela justiça e pela inclusão” e uma “lacuna irreparável entre amigos, familiares, companheiras e companheiros de luta”.
Parlamentares do PT também lamentaram a morte nas redes sociais. “Um militante leal, íntegro e comprometido com a construção de um país mais justo e democrático”, escreveu Rui Falcão, deputado federal paulista e ex-presidente nacional do partido. “Torturado pela ditadura , não recuou. No PT Estadual, fomos da mesma Executiva. E assim viramos amigos. Meu profundo pesar e solidariedade a todos os familiares”, afirmou o colega Arlindo Chinaglia.
“Companheiro querido, homem fraterno e referência de compromisso público e político no Brasil”, definiu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de quem Frateschi foi secretário na prefeitura de São Paulo. “Foi defensor incansável da democracia, com coragem e determinação”.
O deputado estadual paulista Emídio de Souza, um dos fundadores do PT, disse estar “devastado pela notícia” e disse que “Paulão” foi um “militante exemplar, sempre somando na luta por justiça”. Jaques Wagner, senador pela Bahia e ex-ministro, disse que Frateschi foi um “quadro histórico” do PT e “será sempre um exemplo de alguém que jamais abriu mão do compromisso de lutar por um Brasil melhor e mais justo para todos nós”.
As fortes chuvas, influenciadas pelo ciclone extratropical, provocaram prejuízos no interior da Bahia. Em Caetité, houve alagamento, carros e motos foram arrastados pela força das águas e residências ficaram destruídas. Tudo isso, em uma hora e meia. A prefeitura municipal da cidade ainda está contabilizando os prejuízos e montou uma força-tarefa para ajudar os moradores que foram prejudicados. a previsão é que o clima instável continue, com possibilidade de mais chuvas intensas no interior da Bahia e também, em partes do Norte.
Ontem, a passagem do ciclone causou também destruição e mortes no interior do Paraná. Em Porto Alegre (RS), as rajadas de ventos chegaram a 107 km/h. Os estados do Sul e Sudeste do Brasil estão enfrentando um período de intensa instabilidade climática devido ao ciclone que tem influenciado o tempo na região. De acordo com as previsões, ventos fortes que podem ultrapassar 100 km por hora são esperados, especialmente no litoral de São Paulo e na região Sul. Além disso, uma frente fria seguida por uma massa de ar frio está causando uma queda significativa nas temperaturas nessas áreas. As informações são do jornal da Band.
No Sul, a situação é de alerta para ondas que podem chegar a até 3,5 metros de altura, afetando desde Laguna, em Santa Catarina, até Búzios, no Rio de Janeiro. As temperaturas na região têm variado, com Porto Alegre marcando uma máxima de 18°C e Curitiba com máximas de 24 a 25°C.
Em São Paulo, a previsão é de chuva intensa nas próximas horas, com riscos de temporais. A máxima esperada é de 26°C. “Há riscos de chuvas mais intensas e temporais”, alertou um especialista. Já no Rio de Janeiro, as temperaturas podem alcançar os 33°C, também com possibilidade de chuva.
Em Brasília (DF) e Belém (PA), as previsões indicam chuvas intensas e temperaturas elevadas de até 33°C. A população é aconselhada a ficar atenta às atualizações meteorológicas e tomar as precauções necessárias para garantir a segurança.
O governador Ratinho Jr. (PSD) decretou, na manhã deste sábado, estado de calamidade pública na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, que ficou destruída após a passagem de um tornado. O total de óbitos devido ao fenômeno subiu para seis, sendo cinco somente no município e outro em Guarapuava. Em nota oficial, o governo também informou que 437 pessoas ficaram feridas, sendo nove em estado grave. A estimativa é que ao menos 10 mil pessoas tenham sido afetadas, segundo a Defesa Civil.
O tornado que arrasou a cidade teve ventos acima de 250km/h, segundo disse o governador. Até a noite de sexta-feira, o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) classificava o tornado como F2, quando os ventos ficam entre 180km/h e 250km/h. As informações são do jornal O Globo.
O órgão, no entanto, já afirmava existirem indícios de que a velocidade teria ultrapassado essa velocidade em algumas localidades. Quando os ventos passam de 253km/h, eleva-se a categoria do tornado para F3, de risco “severo”.
A ventania provocada pelo tornado causou tombamentos de veículos, quedas de árvores inteiras e de casas de alvenaria. Dados colhidos pelos meteorologistas e imagens de radar meteorológico basearam a classificação do tornado.
Vítimas
Na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, as vítimas confirmadas foram três homens com idades de 49, 57 e 83 anos, além de uma mulher de 47 anos e uma adolescente de 14. A vítima de Guarapuava é um homem de 53 anos.
Segundo o governo, 53 bombeiros atuam em Rio Bonito do Iguaçu, onde uma pessoa está desaparecida. O número de desaparecidos ainda pode aumentar, no entanto, por conta das informações recebidas de familiares.
“Hospitais da região de Laranjeiras do Sul, Guarapuava e Cascavel estão mobilizados para o atendimento às vítimas, em especial a cidade de Rio Bonito do Iguaçu. Até o momento, 437 pessoas foram atendidas pelos serviços de saúde mobilizados na região. Todas as pessoas que estavam em áreas visíveis já receberam atendimento médico”, informa a nota do governo.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná também está enviando cerca de 10 mil unidades de 17 tipos de materiais diferentes, incluindo ataduras, seringas, compressas, agulhas, entre outros insumos, que auxiliarão os hospitais nos atendimentos das vítimas. Já a Defesa Civil também enviou para Rio Bonito do Iguaçu 2600 telhas, 1200 cestas básicas, 565 colchões, 270 kit higiene, 204 kit limpeza, 150 kit dormitório e 54 bobinas de lona.
A Justiça Federal determinou o leilão de um imóvel pertencente ao complexo administrativo da Faculdade FOCCA, localizado na Rua do Bonfim, nº 47, no bairro do Carmo, em Olinda. A medida foi tomada para quitar débitos tributários da instituição com o Governo Federal.
O bem, avaliado inicialmente em R$ 1 milhão, tem lance mínimo atual de R$ 500 mil. Segundo o edital, trata-se de uma casa de alvenaria com área total de 304,27 m², composta por salas de recepção, secretaria, arquivo, sala de informática e banheiro. O imóvel, de arquitetura antiga e típica do centro histórico de Olinda, encontra-se em bom estado interno de conservação, mas apresenta desgaste na estrutura externa. As informações são da Rede Observatório.
De acordo com os dados do processo (nº 0809970-22.2022.4.05.8300), o imóvel está registrado no 1º Ofício de Notas e Registro Geral de Imóveis de Olinda sob a matrícula nº 51.330. O leilão é conduzido pela 11ª Vara Federal e as informações completas podem ser consultadas no portal da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, no endereço comprei.pgfn.gov.br/anuncio/detalhe/42526
O fechamento do cartório eleitoral de Pedra, no Agreste, gerou indignação entre moradores e autoridades locais. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), que extinguiu a 58ª Zona Eleitoral e transferiu suas funções para Arcoverde, foi tomada sem consulta pública e de forma acelerada, em apenas 11 dias. O prefeito Júnior Vaz (PV) enviou um ofício à ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), denunciando irregularidades no processo e apontando prejuízos a mais de 22 mil eleitores, grande parte deles da zona rural, que agora terão de viajar até 90 quilômetros para obter atendimento.
Um relatório técnico anexado ao documento indica que não houve audiências públicas nem divulgação de estudos que justificassem a escolha de Pedra. A medida, considerada “um retrocesso” pelo prefeito, provocou filas e confusão no cartório, com moradores tentando resolver pendências antes do fechamento. A Prefeitura de Pedra pede que o TSE suspenda os efeitos da decisão e mantenha a unidade funcionando para garantir o acesso da população à Justiça Eleitoral.
Angelim, no Agreste Meridional, a 216 km do Recife, será modelo no Interior da primeira Casa Azul, voltada ao acolhimento e tratamento de crianças com autismo. O espaço, idealizado pela primeira-dama Taciana e viabilizado pela gestão do prefeito Caique, Galeguinho (PSB), será entregue à população na próxima sexta-feira.
Em vídeo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), destacou a importância do projeto. “Fico muito feliz de ver um prefeito preparado, dedicado, trazendo esse primeiro exemplo de Casa Azul para o Estado de Pernambuco. Parabéns”, afirmou.
Quando John Lindsay venceu as eleições para prefeito de Nova Iorque, em 1965, era tido e havido como “renovado, enquanto os outros estão cansados”. Alto, pinta de galã, protestante e rico, Lindsay foi eleito aos 44 anos como integrante de uma ala liberal do Partido Republicano liderada por Nelson Rockefeller, prometendo uma cidade mais humana, o que ele chamou de democracia urbana. Mais tarde, Lindsay deixaria o Partido Republicado para virar democrata.
Nova Iorque tem 401 anos, foi fundada em 1624 e seus primeiros moradores foram 23 judeus fugidos do Recife por causa da Inquisição, conforme conta Maria Luiz Tucci Carneiro em seu livro “Antissemitismo nas Américas” (EdiUSP 2007). Das 16 naus que partiram do Recife naquele ano, uma foi saqueada na Jamaica e outra com o grupo de judeus chegou praticamente com a roupa do corpo no que seria Nova Iorque.
Umbigo do mundo, a cidade tem uma característica: é indomável. Até hoje ninguém conseguiu domesticar Nova Iorque, metrópole que não perdoa idealistas despreparados. John Lindsay fez uma campanha despertando a esperança de uma metrópole mais justa, integrada e humana. No seu primeiro dia de trabalho, uma greve paralisou os transportes públicos e Lindsay foi trabalhar a pé e disse que estava se divertindo.
Com o passar do tempo, seu governo se transformou em um caso clássico de como uma visão progressista pode naufragar quando não sabe como lidar com as forças de poder urbano. Lindsay enfrentou a polícia, os sindicatos municipais, a máquina política estadual e a queda da receita sem ter construído, antes, uma estrutura organizativa capaz de sustentar sua agenda. Pouco a pouco foi se isolando, apedrejado pela direita, abandonado pela esquerda, se revelando um administrador incompetente.
Zohran Mamdani, o muçulmano socialista de 34 anos, emerge como líder capaz de reverter esse ciclo. Diferentemente de Lindsay, ele não se apresenta como um liberal moral, mas como um organizador socialista: seu discurso não se apoia em esperança abstrata, mas em grupos sociais como inquilinos, trabalhadores de serviços, cooperativas comunitárias e sindicatos renovados.
No entanto, é justamente aí que mora o perigo: se Mamdani acreditar que pode governar olhando só para seus apoiadores, pode cair na mesma armadilha que destruiu Lindsay.
A cidade não se move apenas pela mobilização popular; ela é regida por estruturas de poder sedimentadas, especialmente a polícia, o mercado imobiliário e o aparato fiscal no qual Wall Street e Albany são mais fortes do que as necessidades cotidianas dos moradores. É isso que faz de Nova Iorque a capital financeira do mundo. Será que os norte-americanos querem abrir mão deste poder? Será que cansaram de ser poderosos? Ou será possível o poder econômico conviver com o social?
Lindsay acreditava que a vontade política, empatia pública e compromisso moral com a justiça seriam suficientes para transformar a cidade. Foi tragado pela realidade: Nova Iorque mergulhou numa crise econômica, fuga fiscal e crescente segregação de espaços, enquanto o prefeito insistia em expandir serviços públicos sem o devido lastro. Uma gestão incompetente, mais ou menos como a que vimos no Rio de Janeiro quando Saturnino Braga ocupou a prefeitura (1986-1989).
Mamdani precisará reformar profundamente a gestão financeira, taxando imóveis vazios, encerrando subsídios às incorporadoras, reduzindo o poder político do mercado imobiliário e revisando o financiamento do transporte. Se não souber como fazer isso, corre o risco de repetir os erros de Lindsay 60 anos depois.
A diferença é que agora o tecido urbano está mais frágil, a desigualdade é mais profunda e o capital financeiro muito mais enraizado que no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970. Um colapso fiscal numa administração declaradamente socialista pode ter consequências políticas devastadoras, não apenas para Nova Iorque, mas para qualquer possibilidade futura de municipalismo progressista nos Estados Unidos.
Há também o conflito com a polícia nova-iorquina. Lindsay tentou enfrentar a polícia por meio de gestos simbólicos, proibindo repressão dura durante tensões raciais. No embate, a polícia levou a melhor, trabalhando dia e noite para destruir seu governo.
Se Mamdani pretende alterar o modelo policial da cidade, não poderá fazê-lo por meio de apelos morais ou transparência administrativa. Terá de ocupar a máquina policial por dentro, num método gramsciano, reconstruindo a cadeia de comando, os mecanismos disciplinares e o controle civil. Se vai conseguir ou não é o que veremos.
Não podemos esquecer que as consequências do desastroso governo Lindsay foi a decadência de Nova Iorque, que acabou se tornando uma das cidades mais violentas do mundo até que 20 anos depois Rudy Giuliani assumiu a prefeitura e implantou a tolerância zero.
O risco não é Mamdani repetir o idealismo de Lindsay, mas subestimar o poder do capital financeiro, das corporações imobiliárias e das forças de segurança. Lindsay acreditou que podia governar pela autoridade moral. Mamdani pode ser enfeitiçado pela crença de ter sido ungido pela legitimidade popular. Um jovem inexperiente como ele terá de conviver cotidianamente com todo tipo de risco e armadilha e ser esperto o suficiente para escapar deles.
Nova York é uma cidade onde projetos políticos não morrem sozinhos: deixam escombros. Mamdani precisará ser extremamente competente para fazer um governo capaz de cumprir promessas como congelamento de aluguéis, transporte público gratuito e serviço público de saúde para as crianças. Ele criou uma expectativa gigante. Não corresponder, pode provocar uma decepção gigante.
Se não for capaz de caminhar no fio da navalha, entre cumprir as promessas e resistir aos ataques da oposição, não terminará o mandato. Mesmo cometendo erros em série, Lindsay conseguiu ser reeleito em 1969, o que pode ser um alento para Mamdani. Mas Lindsay saiu escorraçado, com sua aprovação em 1972 chegando a irrisórios 9%. Mamdani corre o risco de ser lembrado não como o Lindsay que deu certo, mas como outro idealista tragado pelo moedor nova-iorquino.
A estimativa de redução de R$ 500 milhões na receita estadual com a aprovação de propostas de isenção do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) tem deixado gestores municipais preocupados com o impacto financeiro da medida no repasse de recursos às cidades.
Com 50% do valor sendo repassado aos municípios, as perdas para esses entes da federação podem limitar a manutenção de serviços básicos. O pacote de projetos de lei inclui a concessão do benefício a motoristas de aplicativo, motocicletas de até 170 cilindradas e automóveis com mais de 15 anos de fabricação ou motor híbrido.
Segundo a secretária-executiva de Gestão Estratégica da Secretaria da Fazenda, Cindy Barbosa, a arrecadação com o tributo já sofreu queda entre 2023 e 2025, após a redução da alíquota do imposto para 2,4%.
A mudança colocou Pernambuco na posição de estado com o menor IPVA no Nordeste. Os dados foram divulgados pela gestora em audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na última quarta-feira.
Municípios O vice-presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Aliança, Pedro Freitas, argumentou que metade do valor arrecadado pelo estado com o tributo sobre os automóveis é destinado aos municípios sem vinculação a uma determinada área de investimento.
Mesmo considerando justo o benefício para motoristas de aplicativos, ele avalia que a redução sem compensação poderá impactar a prestação de serviços pelos municípios.
“Para municípios, principalmente de menor porte, que tem uma limitação na geração de receita própria, esses recursos não vinculados são fundamentais para a manutenção dos serviços básicos”, pontuou o gestor.
Ainda segundo o levantamento realizado pela associação, Aliança teria uma queda no envio de recursos do IPVA de R$ 2,2 milhões projetados até o fim de 2025 para pouco mais de R$ 940 mil em 2026. Na Zona da Mata Sul, Vitória de Santo Antão perderia R$ 11 milhões em 2026, caso a proposta seja aprovada este ano.
O prefeito de Vitória, Paulo Roberto Arruda (MDB), se mostrou favorável à redução de impostos, mas ressaltou a necessidade de que seja indicada uma fonte de compensação para a renúncia fiscal gerada a partir das isenções. Arruda cobrou a criação de um grupo de trabalho entre os deputados estaduais e municípios para discutir o tema.
“Quando a gente aponta uma redução, ou até mesmo um benefício, a gente tem que dar condições para que isso seja recomposto”, afirmou Paulo.
Lei A indicação de medidas compensatórias e o estudo de impacto em projetos que incidem diretamente sobre o sistema tributário do estado são exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, conforme explica o advogado municipalista que atua para a Amupe Marcus Alencar. Segundo ele, as exigências não foram seguidas pelos autores das propostas em tramitação na Alepe.
“O artigo 103 do Atos das Disposições Constitucionais Transitórias estabelece que haja a estimativa do impacto em projetos de lei que trazem uma renúncia de receita. A Lei de Responsabilidade Fiscal, no seu artigo 14, além da estimativa do impacto, traz como requisito essas medidas compensatórias”, disse.
No entanto, o advogado pondera que, até o fim da tramitação das propostas, os deputados podem acrescentar o estudo de impacto e a forma de compensação às matérias por meio de emendas. Alencar alerta que o não cumprimento dos requisitos poderá gerar questionamento posterior na Justiça.
Saída de delegado-geral agrava crise na Polícia Civil de Pernambuco
Por Larissa Rodrigues – repórter do Blog
A crise na Polícia Civil de Pernambuco foi agravada com a saída, ontem (7), do ex-delegado-geral Renato Márcio Rocha Leite. A exoneração, a pedido, é mais uma das dezenas de trocas de membros do alto escalão da gestão de Raquel Lyra (PSD) à frente do Estado e ocorre em meio à tensão interna na Polícia.
Na última quarta-feira (5), o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) encaminhou nota à imprensa denunciando falta de diálogo com o Governo do Estado e anunciando uma operação padrão a partir de dezembro. A categoria não descarta a possibilidade de greve entre janeiro e fevereiro de 2026.
De maneira geral, os policiais se queixam da falta de estrutura para trabalhar e da baixa valorização salarial. Argumentam que “as promessas de valorização e do chamado maior investimento da história em segurança pública se transformaram em silêncio, propaganda e maquiagem de números”.
“Em três anos de gestão, a governadora Raquel Lyra não cumpriu nenhum dos compromissos assumidos com os policiais civis. Enquanto o governo foge do diálogo, os policiais seguem pagando para trabalhar, enfrentando delegacias sem estrutura, baixos salários e ausência de condições dignas para exercer suas funções”, afirmou, em nota, o Sinpol.
Em paralelo à saída de Renato Leite, que estava à frente da Polícia Civil desde janeiro de 2024, e ao movimento dos policiais, este blog também recebeu informações sobre a suposta maquiagem nos números da taxa de resolução dos inquéritos de homicídio.
De acordo com dados levantados internamente, há inquéritos de homicídio sendo remetidos ao Ministério Público (MPPE) com a ausência de perícias importantes, inquirições determinantes, ou interrogatórios dos suspeitos, fazendo com que não sejam geradas as denúncias do MPPE.
O Ministério Público acaba devolvendo os inquéritos para complementação, ou simplesmente arquiva por falta de elementos probatórios suficientes, sem mandados de prisão contra os autores dos homicídios.
A menos de um ano das eleições, uma crise dessa na Polícia Civil de Pernambuco pode complicar muito o projeto de reeleição da governadora Raquel Lyra, que enfrenta, desde já, dificuldades para receber da população mais quatro anos à frente do Estado.
Crise também no Sassepe – O MPPE precisou atuar, após o Sassepe admitir que não realiza exames essenciais para segurados do órgão. O Sassepe, plano de saúde dos servidores do Estado, está em grave crise desde que a governadora Raquel Lyra assumiu a gestão, em 2023. Apesar de várias promessas, a situação só vem piorando. Os servidores reclamam, pois pagam contribuições descontadas no contracheque e não têm atendimento. “Melhor tentar no SUS”, falam vários servidores.
Menino autista sem exame – A vítima mais recente foi uma criança de 9 anos com autismo. O Sassepe informou que não faz o exame “Processamento Auditivo Central”, essencial para a criança. Os promotores do MPPE cobraram o atendimento. Agora, o problema está na assessoria jurídica do Sassepe para um posicionamento. O MPPE cobrou resposta em 48 horas.
PP no Araripe – A deputada Roberta Arraes (PP), assumiu a presidência da Federação União Progressista em Araripina, no Sertão, ontem (7), junto ao vereador Francisco Edivaldo, presidente da Câmara de Vereadores da cidade, que assumiu a vice-presidência. A articulação é importante para a região do Araripe, porque abre mais espaço às lideranças locais em busca de desenvolvimento, principalmente na área da saúde.
Gabriel Porto a todo vapor – Pré-candidato a deputado federal, Gabriel Porto (PSDB) recebeu, ontem, o apoio do vereador Vilmar da Mudança, de Jaboatão dos Guararapes. A adesão fortalece o projeto eleitoral, em cujo palanque já estão os vereadores do município Dr. Tadeu Veterinário, Eládio e Irmão Jailton e também os suplentes Marcelo Danone, Soldado Souza, Luciano Souza, Carlos André, Nando Campos, Niel da Chave, Valéria Macedo e Adailton.
Recursos de Bolsonaro – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, ontem, contra os recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento da tentativa de golpe de Estado. O julgamento vai até a sexta-feira da semana que vem. Só então é considerado concluído. Em tese, ministros podem rever o voto antes do fim do prazo. Bolsonaro já está preso em casa, preventivamente, por tentar atrapalhar o processo. Mas a prisão decorrente da condenação no caso ainda não começou. Ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, em julgamento em setembro, por 4 votos a 1.
CURTAS
MARATONA – A partir da próxima segunda-feira (10), o chefe retoma a agenda de palestras e lançamentos do livro Os Leões do Norte pelo Agreste Setentrional. A maratona começa por Limoeiro, às 15h, no auditório da Facal, a Faculdade de Ciências Aplicadas, com apoio do prefeito Orlando Jorge (Podemos). Na terça, será a vez de Santa Cruz do Capibaribe, numa escola municipal, com apoio do prefeito Helinho Aragão (PSD).
JABOATÃO CONCORRENDO – A Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes participa da 8ª edição do Programa Prefeitas e Prefeitos Amigos da Criança (PPAC), promovido pela Fundação Abrinq, e concorre ao selo ‘Prefeito Amigo da Criança 2025–2028’. A certificação reconhece gestões municipais que se destacam pela implementação de políticas voltadas aos direitos de crianças e adolescentes.
AGRICULTURA NA PAUTA – O deputado Alberto Feitosa (PL) se reuniu, ontem, com o secretário de Agricultura, Cicero Moraes, e o diretor de infraestrutura do IPA, Mychel Ferraz, e levou algumas reivindicações que chegaram em seu gabinete por parte de agricultores. Entre elas, equipamentos agrícolas como trator, forrageiras e veículos, além de poços artesianos para regiões do Sertão, Agreste e da Zona da Mata.
Perguntar não ofende: Quem será o próximo a deixar o governo de Raquel Lyra?
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), chamou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de “louco” e afirmou que o parlamentar está “falando merda lá nos Estados Unidos”. As informações são do portal Estadão.
“Está louco, está falando bobagem. Está lá nos Estados Unidos, longe da realidade. Fez uma lambança gigante quando defendeu o tarifaço do [presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump. Foi um grande equívoco que ele cometeu e está cometendo outro. Ele está perdendo tempo de ficar calado”, disparou o governador.
“Eu respeito muito o presidente Bolsonaro, tenho um grande respeito por ele, deu uma grande contribuição. Na minha opinião está sendo injustiçado. Agora, o filho dele está falando merda lá nos Estados Unidos”, completou.
Santa Cruz do Capibaribe deu mais um passo rumo à concretização de um dos maiores avanços na história da educação do município. Hoje, o ministro da Educação, Camilo Santana, o prefeito Helinho Aragão, o vice-prefeito Flavio Pontes, o deputado federal Felipe Carreras e o reitor do IFPE José Carlos de Sá Júnior, assinaram a ordem de serviço para o início efetivo da obra de construção do campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPE).
A chegada do Instituto Federal representa uma conquista histórica para Santa Cruz do Capibaribe. Mais que uma obra, é um marco de transformação social, que proporcionará acesso à educação pública, gratuita e de qualidade, ampliando as oportunidades de qualificação profissional, ensino técnico e superior para os jovens da cidade e de toda a região.
A conquista do Instituto Federal para Santa Cruz do Capibaribe é resultado de um trabalho articulado que começou oficialmente em dezembro de 2023. Na ocasião, o então prefeito Fábio Aragão e o deputado federal Felipe Carreras estiveram em Brasília, onde se reuniram com o ministro da Educação, Camilo Santana. Durante o encontro, foi apresentado o pleito pela instalação de um campus no município, destacando sua importância para a cidade e para todo o Polo de Confecções do Agreste.
O avanço veio poucos meses depois. No dia 12 de março de 2024, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente da República anunciou oficialmente a instalação do Instituto Federal em Santa Cruz do Capibaribe. Um momento histórico que garantiu à cidade a inclusão no maior programa de expansão da educação federal no país.
Dando sequência ao processo, no dia 11 de abril de 2025, durante nova agenda com o ministro Camilo Santana, foi reafirmado ao deputado Felipe Carreras o compromisso com a implantação do campus. Na ocasião, o ministro informou que a licitação estava em fase final, com o terreno já garantido e um modelo construtivo que prioriza rapidez e eficiência, garantindo agilidade na entrega da obra.
No dia 10 de setembro, foi anunciada a empresa vencedora da licitação para execução da obra: a BWS Construções Ltda CE, responsável por tirar do papel esse grande projeto que vai mudar a história da educação em Santa Cruz do Capibaribe. A partir de agora, Santa Cruz do Capibaribe se prepara para ver, muito em breve, o início das obras de um equipamento que transformará o presente e o futuro da educação no município e em toda a região.
Parece incrível, mas o último censo do IBGE encontrou no Brasil 168 pessoas registradas com o nome de Hitler, distribuídas em três estados: São Paulo, Minas e Paraíba. A média de idade é de 39 anos, com maior ocorrência nos anos 80. Adolf Hitler foi responsável pela morte de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial, conflito que deixou cerca de 50 milhões de mortos.