O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) superou a marca de 2,5 milhões de atos judiciais em 2025, segundo atualização do Decisômetro, ferramenta criada pela atual gestão para garantir transparência e permitir que qualquer pessoa acompanhe, em tempo real, a produtividade do Judiciário estadual.
De acordo com os dados consolidados até 7h desta terça-feira (25/11), já foram proferidas 717.220 decisões, 1.245.613 despachos e 589.289 julgamentos, totalizando 2.552.112 atos entre o 1º Grau, Juizados Especiais e 2º Grau. As informações são do portal TJPE
No 1º Grau, foram registradas 607.425 decisões, 993.013 despachos e 381.661 julgamentos. Nos Juizados, a produtividade somou 47.286 decisões, 169.508 despachos e 122.111 julgamentos. No 2º Grau, os números alcançaram 62.495 decisões, 83.068 despachos e 85.507 julgamentos.
Idealizador da ferramenta, o presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, destaca que os dados reforçam o compromisso institucional com a eficiência e a transparência. “O Decisômetro é a prova viva da dedicação diária de magistrados, magistradas, servidores e servidoras. É um retrato fiel do esforço coletivo que move o Judiciário estadual”, afirmou.
Lançado em 2024, o Decisômetro está disponível no site do TJPE e em telas instaladas nas entradas dos prédios do Judiciário. As informações são atualizadas automaticamente a partir dos registros feitos no Processo Judicial Eletrônico (PJe), permitindo que qualquer cidadão acompanhe, com um clique, a evolução da produção judicial em todo o estado.
A Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN) planeja realizar uma temporada histórica da Paixão de Cristo de 2026, quando será comemorado o centenário de Plínio Pacheco, idealizador e construtor da Nova Jerusalém, o maior teatro ao ar livre de mundo, localizado no município de Brejo da Madre de Deus, a 180 km do Recife.
Para isso, a STFN preparou uma programação especial e escalou grandes nomes da dramaturgia nacional para os papéis centrais. Dudu Azevedo como Jesus, Beth Goulart interpretando Maria, Marcelo Serrado no papel de Pilatos e Carlo Porto como Herodes, subirão nos gigantescos cenários da cidade teatro ao lado de dezenas de artistas da cena pernambucana e mais de 400 figurantes.
Os ingressos para essa temporada histórica, que será realizada de 28 de março a 4 de abril de 2026, já estão disponíveis para compra no site oficial www.novajerusalem.com.br. A STFN informa que está com a “Black Friday da Paixão” até o dia 29 de novembro, oferecendo descontos especiais que chegam a mais de 40% dependendo do dia do espetáculo.
Durante a Semana Santa, Nova Jerusalém atrai anualmente milhares de espectadores do Brasil e do exterior desde sua inauguração oficial em 1968. O espetáculo, que se desenvolve em nove monumentais palcos plateias no interior da cidade-teatro, é uma encenação grandiosa e de muito realismo e beleza que emociona o público de todas as idades.
Com a COP30, as conversas sobre o futuro do clima estão cada vez mais entrelaçadas com o tema da inteligência artificial. Enquanto líderes mundiais discutem a redução das emissões, os algoritmos consomem eletricidade. Cada novo data center é uma pequena cidade que exige energia estável 24 horas por dia. A pergunta que ecoa na conferência é: a IA pode ser “verde” enquanto for alimentada por energia que depende do clima? Sem um setor elétrico preparado, essa revolução digital pode inviabilizar as metas climáticas.
E o consumo global de energia por data centers deve dobrar até 2030. Nesse contexto, não basta adquirir certificados verdes anuais: é preciso que a fonte esteja disponível no momento do uso. Para esse mercado, além da redução da emissão de CO₂ por kWh, estabilidade e previsibilidade de custos são cruciais.
Esses centros operam 24/7 e têm tolerância zero para falhas. Assim, a expansão digital depende diretamente da expansão elétrica. No Brasil, a disponibilidade de energia firme – produzida de forma contínua, independentemente das condições climáticas – molda a geografia da nuvem: fora dos polos metropolitanos, é difícil obter potência estável acima de 100 MW. Sem resolver o acesso à energia, mesmo mercados promissores ficam travados. São Paulo adicionou 71,2 MW em novos data centers somente no primeiro trimestre de 2025, enquanto em Querétaro, no México, o crescimento foi limitado a 4,1 MW por restrições energéticas.
O desafio não é apenas tecnológico, mas também social. Data centers consomem eletricidade e água em regiões muitas vezes carentes de infraestrutura. O Brasil mantém o índice de 88,2% de energias limpas na matriz elétrica, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), e tem vantagem competitiva “verde”, mas sua dependência hidrelétrica torna o país vulnerável, especialmente em períodos de seca.
Modelos
Para atender a requisitos rigorosos, estratégias de suprimento 24/7 há várias estratégias em pauta. PPAs 24/7 ou Contratos de Compra e Venda de Energia combinam fontes renováveis e armazenamento, já adotados por empresas como Google e V.tal, que buscam suprimento limpo hora a hora.
A geração local e os clusters verdes, com painéis solares, microturbinas e baterias próximas aos campi, reduzem a dependência da rede. Por fim, pequenos reatores modulares (SMRs), são capazes de fornecer energia firme e sem emissões perto dos centros de consumo ou em regiões remotas. Cada uma dessas soluções tem seu papel. Enquanto baterias e renováveis oferecem sustentabilidade, apenas fontes firmes, como a nuclear, conseguem entregar capacidade previsível e contínua.
Financiamento verde
Do ponto de vista financeiro, a inclusão da energia nuclear nas taxonomias verdes, iniciada na COP28, abriu caminho para financiamentos sustentáveis no setor. Em 2024, o Banco Mundial encerrou o banimento de projetos nucleares, e o Novo Banco de Desenvolvimento (o banco dos BRICS) passou a considerar os SMRs em sua carteira.
Na prática, os data centers terão acesso a capital mais barato, seja por meio de PPAs, seja em parcerias com projetos nucleares modulares, como os desenvolvidos pela gigante russa Rosatom.
Integrar digitalização e agenda climática é crucial. O Brasil lançou em 2024 um programa de R$ 20 bilhões em incentivos a data centers verdes, atraindo Amazon e Microsoft. Agora, com a COP30, o país pode liderar pelo exemplo, reconhecendo oficialmente o valor de fontes limpas 24/7, inclusive nucleares.
Nenhuma solução isolada resolverá o desafio. O futuro sustentável será um mix inteligente: renováveis com armazenamento, hidrelétricas modernizadas e nova capacidade nuclear modular. A transformação digital verde só será possível se conseguirmos alimentar nossos “cérebros” eletrônicos com energia limpa, confiável e acessível, o tempo todo.
*Especialista em energia e transição ecológica no Brasil. Atua na interseção entre inovação tecnológica, planejamento energético e inclusão geopolítica do Sul Global.
Os problemas recorrentes no Hospital Regional Ruy de Barros Correia vão ganhando cada vez maior dimensão. Questões graves de atendimento; falta de ambulâncias; pessoas idosas passando dois ou três dias em uma cadeira por falta de leitos; estão no centro das preocupações de autoridades e da população de Arcoverde e cidades ao redor, cujos pacientes também dependem da principal unidade médica pública estadual da região.
Diante deste cenário, durante a Sessão Plenária de ontem, o presidente da Câmara de Arcoverde, Luciano Pacheco, fez um repúdio contra o que classificou como “um problema estrutural no Hospital Regional de Arcoverde”. Segundo ele, não há como atender toda essa região com um hospital de estrutura de 70 anos atrás.
Pacheco destacou que segue, normalmente, como aliado da governadora Raquel Lyra, mas que a situação é tão grave que não poderia deixar de se posicionar em favor da população. “São pessoas em macas e cadeiras nos corredores; pacientes graves que não são removidos por falta de ambulâncias; e atendimento precário. Não sabemos se o governo deve ampliar o Regional ou construir um novo hospital, mas algo precisa ser feito urgentemente”, disse o presidente, que há quatro anos vem defendendo a construção de um Hospital do Sertão, em Arcoverde.
“A cada dia que passa o problema vem se agravando e piorando cada vez mais. Eu acho que é caso de a Governadora fazer uma intervenção no Hospital Regional de Arcoverde”, disse o presidente da Câmara, que contou com o apoio dos demais vereadores do município. Luciano Pacheco alertou que “se nenhuma medida for tomada, irá convocar um movimento de rua, mobilizando a população para exigir medidas emergenciais por parte do Governo do Estado”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve receber visita de dois dos seus filhos, na manhã de hoje, após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Bolsonaro está Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, onde cumpre prisão preventiva desde sábado (22).
Segundo a decisão deste domingo (23), as visitas deverão ocorrer de forma separada: das 9h às 11h, com até 30 minutos de duração: Carlos Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, cada um em horário distinto.
Na quinta, Bolsonaro deve receber outro filho, Jair Renan Valle Bolsonaro. A visita poderá ocorrer das 9h às 11h, com duração de até 30 minutos. Bolsonaro está detido em uma sala especial na PF, reservada para autoridades.
Bolsonaro está detido desde as primeiras horas da manhã de sábado, após a Polícia Federal apontar risco de fuga, violação da tornozeleira eletrônica e tentativa de usar aglomeração de apoiadores – convocada pelo senador Flávio Bolsonaro – para dificultar a fiscalização das medidas cautelares.
Acesso médico e protocolo de emergência
Na mesma decisão deste domingo, Moraes reforçou orientações repassadas pela Polícia Federal. Em caso de emergência médica, a medida mais rápida e segura é acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Bolsonaro está recebendo os medicamentos prescritos pela médica Marina Grazziotin Pasolini.
A equipe médica registrada no processo terá acesso franqueado ao ex-presidente para acompanhar seu quadro e ser comunicada de qualquer alteração. Bolsonaro está preso preventivamente por descumprimento de medidas cautelares e por risco de fuga – incluindo violação da tornozeleira eletrônica.
No Senado, o cenário é completamente desfavorável para o pernambucano Jorge Messias, atual advogado-geral da União, vir a ser aprovado para o Supremo Tribunal Federal. Se a eleição fosse hoje, ele não teria os 41 votos necessários, a maioria absoluta, para vestir a toga na vaga aberta com a aposentadoria do ministro aposentado Luiz Roberto Barroso.
Jorge tem pela frente uma série de desafios. O primeiro teste será na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde será sabatinado e votado pelos 27 parlamentares do colegiado. Ali, precisa de 14 dos 27 votos da CCJ para seguir ao plenário do Senado. A aprovação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, com o placar apertado de 45 votos no plenário, ligou o alerta vermelho no governo de que o chefe da AGU deve sofrer ainda mais resistência.
Um levantamento realizado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” junto a integrantes do grupo mostra que o candidato não começa com vantagem na disputa. Nas primeiras horas após a escolha, semana passada, apenas quatro senadores declararam voto em Messias, enquanto três se manifestaram contra sua ida para a Corte máxima. Outros cinco se disseram indecisos ou preferiram não responder.
Isso sugere que Messias precisará sensibilizar até mesmo membros da base do governo em seu “beija-mão” – jargão para a busca por apadrinhamento de autoridades. Os demais membros da CCJ não quiseram se manifestar.
O descontentamento com o nome escolhido por Lula tem sido notado até mesmo entre senadores do Centrão que integram a base governista. Otto Alencar (PSD-BA), aliado de longa data do governo, optou por não se manifestar. “Só me pronuncio na CCJ ou no plenário”, frisou.
Outro parlamentar próximo ao governo que se diz indeciso é Eduardo Braga (MDB-AM), líder do MDB no Senado. “Ainda não reuni a bancada do MDB. Eu vou ouvir a bancada primeiro. Eu sou líder de uma bancada com 11 senadores”, afirmou.
Messias, que completará 46 anos em fevereiro, inicia a sua campanha ao STF com uma forte resistência de caciques do Centrão que, sob o comando do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), esperavam a indicação do senador e ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O nome do político mineiro era amplamente defendido pelo presidente do Senado, por líderes do Centrão e até pelo ministro do STF Gilmar Mendes.
Alcolumbre tem sinalizado ao governo que Messias encontrará um cenário desfavorável no Senado. Como mostrou o Estadão, o presidente do Congresso apresentou a Lula um mapa de votos a favor e contra o ministro no plenário que indicava rejeição ao seu nome.
Uma demonstração do descontentamento dos líderes do Centrão foi a retaliação imediata de Alcolumbre à decisão de Lula ao colocar em votação, hoje, a pauta bomba de efetivação e aposentadoria de agentes de saúde, cujo custo pode variar entre R$ 5 e R$ 21 bilhões a serem pagos exclusivamente pelo governo federal, que tem feito ginástica para equilibrar as contas públicas.
Apesar das resistências, o chefe da AGU recebeu sinalizações de que pode obter votos, inclusive entre senadores de oposição ao governo. Procurados, Espiridião Amin (PP-SC) e Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) se disseram indecisos sobre os seus votos. “Eu nem comecei a pensar ainda. Vou conversar com os meus parceiros. Ainda não tenho posição definida”, afirmou Amin.
Caiu em campo – Jorge Messias já começou a procurar líderes do Senado para marcar conversas e diminuir as resistências à sua indicação para o STF (Supremo Tribunal Federal). Membro da Igreja Batista e diácono de uma congregação em Brasília, ele conta com apoio importante de parte do mundo evangélico, apesar da oposição de alas mais ligadas ao bolsonarismo. Seu maior empecilho, porém, é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que tem dito a interlocutores que trabalhará contra a indicação. Horas depois de seu nome ter sido oficializado, ele ligou para líderes para marcar reuniões ao longo desta semana, em especial para quem demonstrou resistência à sua escolha.
A briga por poder – Nos bastidores, a má vontade do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, com Jorge Messias tem raízes mais profundas: sua briga por espaços com o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que parece incontornável. Wagner tenta minimizar o mal-estar. Disse esperar que Lula convide Alcolumbre para uma nova conversa com o objetivo de acalmar os ânimos. Perguntado se Messias tem os 41 votos para ser aprovado, o senador respondeu: “Só no dia que for colocado em votação, que a gente vai saber. Eu vou trabalhar muito para ajudar na aprovação do Messias, o Messias vai trabalhar muito.”
Cumprir a Constituição – Ao tomar conhecimento de uma manifestação de Jorge Messias, a primeira após a sua indicação, para tentar amansar a fera, no caso Davi Alcolumbre, o presidente do Senado não mudou de comportamento, nem desmentiu sua peitica com Jacques Vagner. Secamente, respondeu: “Reafirmo que o Senado Federal cumprirá, com absoluta normalidade, a prerrogativa que lhe confere a Constituição: conduzir a sabatina, analisar e deliberar sobre a indicação feita pelo Presidente da República”, afirma a nota.
Frente contra emendas – A governadora Raquel Lyra (PSD) orientou sua base na Assembleia Legislativa a votar contra o aumento do valor das emendas parlamentares de 0.9% para 1.55% da receita corrente líquida em 2027. Ela quer derrubar o projeto de lei complementar (PLC) 3578/2025, que estabelece regras de transparência sobre a indicação e execução das emendas. A orientação foi resultado de reunião entre Raquel e deputados aliados, ontem, no Palácio das Princesas. A governadora é contra o reajuste no valor das emendas, respaldado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob o argumento de que trará prejuízos ao planejamento financeiro do Estado.
A bancada de Raquel – Com o ingresso, hoje, do deputado Fernando Monteiro no PSD, depois de uma passagem pelo Republicanos, a governadora Raquel Lyra dá o start da montagem da chapa federal do seu partido. Também devem ingressar na legenda os deputados Mendonça Filho e Uchôa Júnior, o primeiro egresso do União Brasil e o segundo do PSB. Raquel está conversando com outros parlamentares federais. Tem dito que pode atrair mais dois nomes da atual bancada, mas ninguém acredita que vá além dos três já praticamente confirmados.
CURTAS
E OS PREFEITOS? – Na travessia para o PSD, o deputado Fernando Monteiro chega só ou com o seu grupo de prefeitos? Entre os seus principais aliados está Márcia Conrado, de Serra Talhada, já comprometida com a candidatura de João Campos (PSB) a governador.
JUDICIALIZAÇÃO – Em entrevista, ontem, a rádio Folha, o presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), radicalizou. Disse que levará à Justiça o pagamento de emendas destinadas ao mandato dele. “Uma das coisas que eu já venho conversando com os deputados é que, no meu caso, se até o dia 31 de dezembro, não forem pagas as emendas que nós indicamos, eu mesmo vou judicializar”, afirmou.
FORA DA PAUTA – Porto enfatizou que não poderá levar aos tribunais a questão como sendo da totalidade da Casa, mas que ingressará individualmente ou com um grupo de deputados. A declaração se soma ao impasse registrado após uma declaração da governadora de que não haveria “folga” no orçamento. Em resposta, Porto tirou de pauta a votação do empréstimo de R$ 1,7 bilhão, cuja apreciação estava prevista para semana passada.
Perguntar: Quem está com a razão: Álvaro Porto ou Raquel Lyra?
A relação entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Congresso sofreu um desgaste evidente, hoje, após declarações públicas de lideranças das duas Casas exporem atritos com o governo e entre si. No Senado, o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), admitiu que a votação da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) dificilmente ocorrerá ainda este ano. Na Câmara, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), rompeu politicamente com o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
A soma dos episódios acendeu um alerta no governo Lula sobre a fragilidade da articulação política em um momento sensível – com o fim do ano legislativo se aproximando e pautas importantes pendentes de votação. No Senado, indicação de Jorge Messias trava em meio a “tensão muito grande”.
Em entrevista à GloboNews, Jaques Wagner afirmou que não há condições políticas nem calendário suficiente para votar a indicação de Messias em dezembro. “Eu acho que nós não teremos tempo hábil para votar ainda no mês que se inicia na segunda-feira que vem”, disse o senador.
Wagner listou obstáculos concretos – como as apenas quatro semanas úteis até o recesso e a pauta carregada pela tramitação da LDO e do Orçamento –, mas admitiu que o fator político pesa tanto quanto o cronograma.
Segundo ele, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ficou “chateado” por não ter sido avisado antecipadamente da escolha de Messias por Lula, o que gerou um clima de “tensão muito grande” na Casa. “Tem que esperar um pouco, esfriar um pouco essa tensão”, afirmou Wagner, sugerindo que a sabatina de Messias pode ficar para 2026.
Apesar do atrito, o líder do governo defendeu que sempre foi transparente com os colegas e negou ter alimentado expectativas sobre outro nome.
Durante ato marcado para amanhã, em Brasília, o deputado federal Fernando Monteiro será o primeiro congressista filiado ao diretório pernambucano do Partido Social Democrata. A solenidade terá o comando da governadora Raquel Lyra, que preside a legenda em Pernambuco, e pelo líder nacional do PSD, Gilberto Kassab.
A chegada do parlamentar ao PSD representa um movimento de consolidação de um projeto que combina modernização da gestão pública, defesa de políticas sociais com eficiência e responsabilidade fiscal, e a valorização dos municípios como eixo de desenvolvimento. Sendo o primeiro a embarcar no projeto de reeleição da governadora, com perfil agregador, Fernando Monteiro se soma à legenda em um momento de expansão e reorganização estratégica no estado, contribuindo com sua experiência parlamentar e visão de futuro.
“Eu sou aliado da governadora Raquel Lyra, e não por discurso. Sou aliado pelo trabalho. Tenho destinado recursos, buscado investimentos federais e contribuído onde posso, porque sei que Pernambuco está no caminho certo e que cada centavo aplicado aqui é investimento bem-feito”, ressalta o deputado federal.
A Polícia Federal concluiu, hoje, a primeira etapa da perícia na tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro foi preso no sábado (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, após a PF ter avisado de tentativa de violação na tornozeleira eletrônica que monitorava o ex-presidente em prisão domiciliar.
O laudo, que analisa as características físicas e os danos provocados no equipamento, já foi anexado ao inquérito. Segundo a perícia, houve tentativa de violação por meio de instrumento capaz de gerar calor.
Em depoimento à Justiça na audiência de custódia, neste domingo (23), Bolsonaro disse que ele mesmo teve um “surto” e uma “paranoia” e tentou abrir a tornozeleira com um equipamento de solda. Agora, o Instituto Nacional de Criminalística faz a segunda etapa: a análise dos componentes eletrônicos. Os peritos também vão usar um ferro de solda no equipamento para medir, por exemplo, o tempo necessário para produzir os danos encontrados.
A defesa de Anderson Torres apresentou, hoje, uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal para que, caso o ministro Alexandre de Moraes determine a execução antecipada da pena, o ex-ministro não seja enviado ao sistema prisional comum. As informações são do portal Estadão.
Os advogados pedem que Torres cumpra eventual prisão em local especial, como a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal ou outra unidade equivalente, alegando risco pessoal em razão de ele ter sido delegado da PF e integrante do governo Jair Bolsonaro. A defesa também cita ameaças recentes e o uso contínuo de medicamentos.
Segundo os advogados, Torres está em acompanhamento psiquiátrico e utiliza antidepressivos, conforme prescrição médica anexada ao processo. Eles afirmam que o sistema prisional comum não oferece condições adequadas para o acompanhamento terapêutico necessário ao ex-ministro.
No mesmo documento, a defesa informou que pretende apresentar embargos infringentes até 3 de dezembro. Torres foi condenado na ação penal da trama golpista, e esta segunda-feira marca o último dia para apresentação de recursos após a publicação do acórdão que rejeitou os primeiros embargos de declaração.
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no sábado (22), reacendeu dentro da oposição a articulação para tentar retomar o andamento do Projeto da Dosimetria, proposta que altera regras de aplicação de penas e que vinha sendo tratada como alternativa caso a anistia aos envolvidos nos atos golpistas não avançasse.
Deputados e senadores do PL disseram, após reunião, hoje, que pretendem intensificar a atuação para votar o texto ainda neste ano. O movimento ocorre apesar de aliados afirmarem publicamente que a prioridade formal do partido segue sendo a anistia.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a oposição não vai “adotar obstrução” (conjunto de medidas regimentais para atrasar votações) e que quer que o Projeto da Dosimetria avance em plenário, mas reforçou que a pauta principal continua sendo a anistia. “Estamos com foco na anistia. Esse vai virar um assunto para 2026”, disse Flávio ao portal G1.
“Sempre deixamos bem claro que tipo de acordo não faríamos. Nosso compromisso não é com a dosimetria, é com a anistia”, disse. O senador também comentou que conversou com Paulinho da Força sobre o tema e classificou a postura do deputado como “transparente”.
PL diz que prisão de Bolsonaro reforça clima de urgência
Os parlamentares afirmam que a prisão preventiva – com base em risco de fuga, violação da tornozeleira e tentativa de mobilizar apoiadores para burlar medidas cautelares – criou um ambiente político na oposição.
Flávio Bolsonaro repetiu críticas à decisão de Moraes:
“Está muito claro para a imprensa que a tornozeleira era o de menos. Quando veio o laudo médico provando quais eram os remédios que ele tinha tomado, o Moraes virou negacionista, ignorou a ciência”.
Ele também afirmou que a vigília convocada na noite de sexta-feira era apenas um ato religioso. “Chamei pessoas para orar e fomos criminalizados. Foi uma vigília pacífica. Ele [Moraes] entendeu que tem um poder sobrenatural de prever o futuro”.
Marinho: ‘Há amadurecimento para votar a dosimetria’
O senador Rogério Marinho (PL-RN), um dos principais articuladores da pauta, afirmou que a base do PL sentiu “amadurecimento” dentro das duas casas do Congresso para colocar o Projeto da Dosimetria em votação.
“Queremos que o Parlamento cumpra seu papel. Queremos que cada deputado possa, de forma livre, colocar o que acredita. Estamos trabalhando para que aconteça o mais rápido possível.”
Mais cedo, Marinho também disse que o PL votará contra a indicação de Jorge Messias ao STF. “Somos contra que um presidente indique advogado ou amigo seu. Claro que vamos votar contra o Messias”.
Sóstenes: ‘É a pauta que temos desde fevereiro’
Questionado se a bancada levará novamente o tema da anistia aos líderes partidários, o deputado Sóstenes Cavalcante disse: “É só a pauta que temos desde fevereiro.”
Saúde de Bolsonaro e presença de Michelle na reunião
Flávio Bolsonaro afirmou que ainda não havia visto o pai desde a prisão, mas que irá visitá-lo com o irmão. “Quero ver com meus próprios olhos a saúde dele”. Sobre a participação de Michelle Bolsonaro na reunião, o senador disse: “Ela deu depoimento de esposa, falou do sofrimento e da rotina de preparar as coisas, da preocupação dela com a saúde dele. A preocupação é essa: ele estar dentro de um local fechado sozinho”.
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), declarou, em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM, hoje, que irá levar à Justiça o pagamento de emendas destinadas ao mandato dele. O anúncio ocorre na esteira do impasse entre o governo estadual e a Alepe na questão da PEC que eleva para 1,55%, a partir de 2027, o percentual da Receita Corrente Líquida reservado a emendas parlamentares.
Porto enfatizou que não poderá levar aos tribunais a questão como sendo da totalidade da Casa, mas que ingressará individualmente ou com um grupo de deputados. A declaração se soma ao impasse registrado após uma declaração da governadora Raquel Lyra (PSD), na última segunda-feira (17), de que não haveria “folga” no orçamento. Em resposta, Porto tirou de pauta a votação do empréstimo de R$ 1,7 bilhão, cuja apreciação estava prevista para o dia 18.
“Uma das coisas que eu já venho conversando com os deputados é que, no meu caso, se até o dia 31 de dezembro, não forem pagas as emendas que nós indicamos, eu mesmo vou judicializar. Cada deputado faz isso. A Assembleia não vai fazer isso por todos os deputados que não estão tendo suas emendas pagas. O deputado que quiser, pode ir individualmente ou se juntar a um grupo de deputados”, declarou.
Ele reforçou que a votação do empréstimo solicitado pelo governo do estado será realizada em fevereiro de 2026. “Eu acredito que só deve ser votado em fevereiro quando, depois do recesso, a gente pode votar esse projeto”, enfatizou.
Relação com o governo
O deputado criticou o atual momento da relação entre a Alepe e o Palácio do Campo das Princesas. “Você não tem relação saudável”, opinou. Porto negou, ainda, que as tensões com a governadora sejam de ordem pessoal. Para ele, tratam-se apenas de divergências políticas. “Da minha parte não (problemas pessoais com Raquel), só se for da parte dela. (…) A política é uma coisa, a vida pessoal é outra”, defendeu.
Chapa do PSDB
O deputado comentou a formação de chapas para a disputa pelas 49 vagas da Assembleia Legislativa e revelou que existe a expectativa de eleger de 2 a 3 deputados pelo PSDB. “A gente tá com uma chapa muito boa, acredito que a gente vai fazer 2 deputados ou 3, se pudermos chegar até o terceiro”, disse.
Ainda de acordo com o presidente da Alepe, a saída da governadora Raquel Lyra do partido, que levou a maioria dos prefeitos aliados para o PSD, não afetou a legenda. “A gente não vê dificuldade nenhuma nisso (mudança de partido). (…) A gente sabe que nessas mudanças de partido, muita gente vai permanecer, mas que, no final, não vai apoiar a governadora”, afirmou.
Há momentos na história de um povo em que os fatos parecem falar mais alto que as palavras. O que temos assistido nos últimos tempos – prisões decretadas, decisões revisadas, disputas jurídicas e reviravoltas políticas – revela algo maior do que processos ou investigações. Revela uma grande briga de poder. De um lado, vaidades inflamadas; de outro, torcidas apaixonadas que já não enxergam o país, apenas o “seu lado”. E, enquanto isso, o Brasil real segue vulnerável, esgotado, pedindo para respirar.
Vivemos uma era em que muitos não analisam, apenas reagem. Não ponderam, apenas replicam. As narrativas deixam de ser fatos e passam a ser bandeiras. E o resultado é um país partido, cansado e entregue a disputas que não constroem, apenas consomem. A verdade é que estamos vendo paixões desenfreadas substituírem o patriotismo, como se amar o Brasil fosse proteger figuras, e não o futuro da nação.
Mas talvez seja hora de lembrar o que significa ser patriota de forma verdadeira. Patriotismo não é idolatria. Não é cegar-se por ideologia, nem erguer muros invisíveis para separar irmãos. Ser patriota é desejar a pacificação do país. É reconhecer que cada governante, com virtudes e defeitos, deixou algum legado. E admitir que todos falharam – e continuarão falhando – porque a perfeição não pertence aos homens. A perfeição está unicamente na pessoa de Jesus Cristo de Nazaré.
E é justamente no alto do Calvário que encontramos a mais profunda lição para o tempo presente. Ali, Jesus, já crucificado, dividia a cena com dois condenados. A cruz – esse símbolo tão humano e tão divino – revelou a diferença entre arrogância e arrependimento. Um zombou; o outro reconheceu quem era. E Cristo, em meio à dor, ofereceu dignidade e misericórdia: “Hoje estarás comigo no Paraíso.” Não revogou sentença terrena, mas mostrou que justiça e graça podem caminhar juntas.
Talvez seja esse o convite silencioso que paira sobre o Brasil: recuperar a capacidade de refletir. Diminuir o barulho para ouvir o que realmente importa. Entender que não se constrói um país com guerras ideológicas, mas com diálogo, verdade, responsabilidade e paz.
Então, deixo uma pergunta simples, mas essencial:
Não é hora de pensarmos nisso?
Porque o Brasil precisa, mais do que nunca, de cidadãos capazes de amar sua nação acima de suas torcidas. Capazes de enxergar que nenhum líder é perfeito, nenhum projeto é absoluto, nenhuma ideologia é eterna. O que permanece é a necessidade de paz. E a paz só nasce onde a verdade se encontra com a misericórdia.
Quando olhamos por esse ângulo, percebemos: não faltam culpados, sobram convites à reflexão.
E talvez seja justamente aí que começa a cura de um país
*Professor universitário aposentado e memorialista