O recente alerta do Tribunal de Contas de Pernambuco ao prefeito de Gravatá, Joselito Gomes, por, supostamente, usar o São João para promover a imagem da primeira-dama Viviane Facundes, que cantou ao lado de Wesley Safadão e João Gomes, não bastou para frear ações semelhantes em outras cidades — gestores seguem tratando festas financiadas com recursos públicos como vitrines privadas.
Em Araripina, o humorista Tirulipa, contratado como apresentador de uma das noites do São João, protagonizou o momento mais comentado do festejo ao beijar a boca do prefeito Evilásio Mateus no palco. O espaço ocupado por Tirulipa, que costuma apresentar eventos de projeção nacional, como as lives do cantor Wesley Safadão, normalmente, é destinado a artistas locais. O papel do apresentador é entreter o público entre um show e outro.
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No primeiro final de semana do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), no sábado (12), o cantor Zeca Baleiro criticou a longa passarela que distancia o público do artista, revelando um “espaço vip” para autoridades. O prefeito Sivaldo Albino subiu ao palco durante o show de Hungria para justificar a estrutura. “Teve artista que tocou aqui e estava reclamando da passarela. Artista que não consegue andar para ficar perto do público, não dá pra estar tocando. A passarela é grande justamente para isso: rodar, contagiar, sentir o calor de vocês”, defendeu o gestor.
Em Sertânia, na 51ª Expocose, na quinta-feira (10), a prefeita Pollyana Abreu foi convidada a beber uísque diretamente do gargalo durante o show À Vontade, de Luan Estilizado, Raí Saia Rodada e Zezo Potiguar.
E em Glória do Goitá, nos 148 anos do município, o prefeito Jaiminho subiu ao palco com a banda Os Tralhas para dançar o “passinho”. Em todos os casos, a linha que separa evento público de celebração particular é simplesmente ignorada.
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