Blog do Valdo Cruz
A situação do ex-presidente Jair Bolsonaro ficou ainda mais complicada com o relatório da Polícia Federal sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela.
Essa é a avaliação de investigadores, tendo como base que as investigações sobre o uso “criminoso” da agência de inteligência desde 2019 já fazia parte de uma estratégia para manter Bolsonaro no poder por meio da disseminação de notificas falsas sobre as urnas eletrônicas.
Leia maisSegundo eles, o relatório mostra que a ação golpista não começou apenas em 2022, diante do risco de derrota de Bolsonaro na eleição presidencial, mas praticamente no início de sua gestão como algo preparatório. Agora, a Procuradoria Geral da República irá analisar o relatório para decidir se apresenta uma nova denúncia contra o ex-presidente Bolsonaro.
O relatório da PF aponta o ex-presidente Bolsonaro como principal beneficiário do uso ilegal da Abin. O documento tornado público ontem pelo ministro Alexandre de Moraes traz informações de como a agência foi usada para disseminar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, perseguir adversários e ajudar o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, na sua campanha para deputado federal.
Os investigadores coletaram dados mostrando que agentes da Abin foram usadas para reunir informações falsas sobre as urnas eletrônicas e foram passadas para Bolsonaro. Além disso, há documentos elaborados por Ramagem obtidos pelos investigadores mostrando como o então diretor-geral traçou um plano para tirar a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro.
Segundo investigadores, os documentos reforçam as acusações de que o ex-presidente montou um plano para se manter no poder e complica ainda mais a sua situação na ação penal em julgamento no STF. O relatório não deve ser anexado, porém, à atual ação penal do golpe. Se for, reabrirá os prazos de instrução, atrasando o seu julgamento.
O relatório divulgado ontem pelo ministro Alexandre de Moraes aponta ainda que eram Bolsonaro e seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, que escolhiam os alvos das ações clandestinas da Abin. Os dois estão listados como integrantes do núcleo político. O núcleo da estrutura paralela era comandando pelo ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e assessores dele.
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