Neste domingo (16), o presidente do Podemos e da Amupe, Marcelo Gouveia, foi homenageado com o Título de Cidadão Camaragibense, em reconhecimento aos serviços prestados ao município. A entrega da honraria ocorreu durante um encontro na residência do vereador Severino Gomes, o Cabeça, autor da proposição.
A concessão do título foi oficializada pelo Poder Legislativo de Camaragibe através do Decreto Legislativo nº 12/2025. Durante o evento, Marcelo Gouveia agradeceu publicamente ao vereador e à Câmara Municipal pela homenagem. “Queria agradecer publicamente a Cabeça e à Câmara de Vereadores que concedeu o Título de Cidadão Camaragibense para minha pessoa”, disse Gouveia. “É um orgulho, Cabeça, ser cidadão de Camaragibe. Agradeço a você pela sua iniciativa.” O homenageado também firmou um compromisso com a cidade, mencionando planos futuros.
O vereador Cabeça retribuiu o agradecimento e destacou os méritos de Gouveia. “Marcelo, obrigado, a honra é toda minha. Trabalhar com dedicação pra Camaragibe dá o título de cidadão a você. Você é uma pessoa merecedora”, declarou o parlamentar, lembrando a proximidade entre os municípios. “É vizinho, Paudalho é vizinho de Camaragibe, e você é merecedor pelo título de cidadão.”
A vereadora de Santa Cruz do Capibaribe Jessyca Cavalcanti (Avante) fez críticas duras à governadora Raquel Lyra (PSD) durante discurso na Câmara. Ela afirmou que Pernambuco está “nas mãos de uma verdadeira madrasta malvada”.
Jessyca citou promessas que, segundo ela, não foram cumpridas pelo governo estadual, como a construção da escola do Santo Agostinho e melhorias no abastecimento de água em Santa Cruz do Capibaribe. A parlamentar também mencionou a retirada de servidores cedidos no início da gestão, a ausência de gestor do Detran local por dois anos e a falta de licitação da merenda escolar. Para ela, prefeitos de várias regiões têm enfrentado “muitas promessas e pouca entrega” por parte da governadora.
Por Carlos Madeiro
Do UOL
O CNJ determinou a abertura de um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) contra sete magistrados suspeitos de integrarem um esquema de corrupção dentro do TJ-MA (Tribunal de Justiça do Maranhão). Entre os alvos está a cunhada do ex-presidente José Sarney, a desembargadora Nelma Sarney, que era corregedora-geral de Justiça.
Ela e os demais suspeitos que estavam na ativa foram afastados de seus cargos. A análise do caso ocorreu na sessão ordinária do CNJ da terça-feira, e a abertura de processo foi aprovada por unanimidade.
Leia maisSegundo o corregedor nacional de Justiça, Mauro Luiz Campbell, relator do caso, a denúncia revelou uma “organização criminosa estruturada” que articulava decisões fraudulentas contra o Banco do Nordeste. O esquema envolvia corrupção de desembargadores e juízes, que se encarregavam de proferir decisões em desacordo com as normas.
A apuração, que também corre na esfera criminal e tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça), começou após uma sindicância aberta com base em relatórios de inteligência financeira do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
“Esses relatórios indicavam a existência de transações suspeitas e apontavam para a ocorrência de diversas movimentações atípicas de levantamento de alvarás em processos fraudulentos, causando prejuízo ao Banco do Nordeste, mediante o proferimento de decisões judiciais suspeitas”, afirmou Campbell em seu voto pela abertura do PAD.
Além de Nelma, também foram afastados os desembargadores Marcelino Chaves (aposentado), Antônio Pacheco Guerreiro Júnior, Luiz Gonzaga Almeida Filho, e os juízes Sidney Cardoso Ramos (aposentado), Alice de Souza Rocha e Cristiano Simas de Souza.
Casos citados
O esquema seria centralizado em torno de Francisco Xavier de Sousa Filho, ex-advogado do Banco do Nordeste, que ingressava na Justiça com ações fraudulentas de cobrança de honorários advocatícios.
Os desembargadores, segundo Campbell, “articulavam a indicação de magistrados específicos” para proferir decisões favoráveis a Francisco mediante o recebimento de propina.
A primeira fraude citada para a abertura do PAD ocorreu em 2 de outubro de 2015, quando a juíza Alice Rocha determinou a expedição de um alvará de R$ 14,1 milhões em favor de Francisco Xavier, “em flagrante contrariedade ao parecer técnico da contadoria”.
Indignado, o Banco do Nordeste ajuizou um mandado de segurança, e o processo foi distribuído para o desembargador Marcelino Chaves.
“Em uma manobra dilatória, para ganhar tempo e permitir a consumação do crime, solicitou informações da magistrada. Essa estratégia possibilitou que o levantamento da totalidade dos valores ocorresse no dia 5 de outubro, antes que qualquer medida judicial pudesse impedir.”
Uma segunda fraude foi apontada em uma ação de cobrança ajuizada em 2000, também contra o Banco do Nordeste. Francisco pedia crédito decorrente de sua atuação como advogado do banco público.
Em 12 de julho de 2019, a juíza Alice Rocha reconheceu a prescrição do pedido, mas a apelação foi distribuída ao desembargador Guerreiro Júnior, que determinou o cumprimento provisório — e, depois, o definitivo — para o pagamento de R$ 3,5 milhões.
O Banco do Nordeste recorreu, demonstrando que o valor correto seria R$ 13,5 mil, alegando erro na conversão do cálculo de honorários.
“Em 27 de julho de 2022, a juíza Alice Rocha simplesmente acolheu o pedido sem sequer remeter os autos à contadoria e determinou a penhora de R$ 4.851.921,74”, relatou Campbell.
O desfecho do esquema, segundo ele, ocorreu em 17 de março de 2024, quando o juiz Cristiano Simas determinou a liberação de um novo alvará de R$ 3,4 milhões em favor de Francisco Xavier.
Propinas pagas
O corregedor cita que, para proferirem decisões fraudulentas, os magistrados recebiam propina em valores que foram especificados na apuração.
A juíza Alice Rocha, por exemplo, teria recebido R$ 164 mil em depósitos fracionados, com “indícios de lavagem de dinheiro e contraprestação ilícita”.
Já Cristiano Simas de Souza teria recebido R$ 606 mil em 52 depósitos em espécie, parte deles feitos por ele próprio — uma operação “típica de lavagem de dinheiro”. Mensagens indicam também a sua participação na “divisão do dinheiro da propina”.
O desembargador Marcelino Chaves também foi citado: ele recebeu R$ 57.050,50 em 18 depósitos fracionados de dinheiro em espécie como “contraprestação ilícita”.
Outros suspeitos não tiveram valores identificados, mas aparecem em conversas que revelam pedidos de pagamento. Em uma delas, o desembargador solicitava ao advogado “aquele negócio prometido de Luna” (em referência à propina), e seu assessor teria movimentado “milhões de reais” para dissimular transferências ilícitas.
Nelma no centro do esquema
Segundo o corregedor, a desembargadora Nelma Sarney teve papel relevante no esquema por usar o cargo de corregedora-geral de Justiça do Maranhão para direcionar casos a magistrados favoráveis às fraudes.
Campbell cita que ela agiu “sem qualquer critério objetivo [ao] redistribuir a execução para a magistrada Alice de Souza Rocha”, caracterizando um ato crucial para o êxito da organização criminosa.
“Todos esses elementos comprovam a existência de verdadeira organização criminosa estruturada no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, cujo objetivo específico era a concertação de decisões judiciais fraudulentas direcionadas contra o Banco do Nordeste para a obtenção de valores indevidos. O esquema criminoso seguia um padrão operacional bem definido”, afirmou Campbell.
O UOL tentou contato com o advogado Francisco Xavier de Sousa Filho, mas o número indicado no cadastro da OAB não completou as ligações. O espaço segue aberto.
A coluna também solicitou ao TJ-MA que contatasse os magistrados investigados para saber se gostariam de se manifestar, mas não houve resposta.
Durante a sessão do CNJ, os advogados dos magistrados negaram as acusações e afirmaram que não houve qualquer ilegalidade nos processos, o que, segundo eles, teria sido demonstrado ainda na fase de inquérito policial.
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Ligado a entidades da farra dos descontos indevidos de aposentados, um empresário correu para agências bancárias de Brasília e fez diversos saques de R$ 50 mil, mesmo após o início da operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), que investiga as fraudes contra aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Gutemberg Tito é um dos empresários que controlam duas associações implicadas nos esquemas. São elas: a União Brasileira de Aposentados da Previdência (Unibap) e a Associação de Amparo aos Aposentados e Pensionistas do Brasil, que atualmente é chamada de Ampaben, mas, no auge da farra, tinha o nome de Abenprev. Ele não foi um dos alvos das investigações, mas a Controladoria-Geral da União e a PF já identificaram indícios de sua relação com essas entidades. As informações são do portal Metrópoles.
Leia maisComo mostrou o Metrópoles, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou como transações milionárias ligam essas entidades a empresas de Tito. Somente essas duas associações faturaram R$ 263 milhões com descontos sobre aposentadorias.
Um dos movimentos de Tito que chamaram a atenção do órgão foi a realização de 22 saques em espécie em terminais de autoatendimento e guichês de caixas bancários em agências na Asa Norte, em Brasília.
Houve saques mais discretos, no valor de R$ 10 mil. Outros ficaram na casa dos R$ 50 mil. Apenas um deles foi antes da deflagração da Operação Sem Desconto, no fim de abril de 2025. Pelo menos três saques de quase R$ 150 mil foram feitos entre maio e julho de 2025.
O relatório do Coaf foi encaminhado à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista do INSS no Senado. Tito tem sido objeto de diversos pedidos de senadores e deve depôr no colegiado.
Ele foi um dos personagens da série de reportagens Farra do INSS, que revelou o esquema. Tito faz parte de um grupo de donos de seguradoras e de clubes de benefícios, que também têm enfrentado problemas na Justiça por descontos indevidos em débito automático junto a bancos.
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Deputados da base do governo têm usado as redes sociais para manifestar insatisfação e pressionar contra a articulação de Guilherme Derrite (PP-SP) no PL Antifacção. Alguns deles pedem que Derrite deixe a relatoria do projeto.
Governistas têm usado as redes sociais para manifestar insatisfação. No X, o deputado Rogério Correia (PT-MG) disse que Derrite “derreteu” o PL Antifacção. Glauber Braga (PSOL-RJ) chegou a pedir que ele deixe a relatoria da proposta. As informações são do portal UOL.
Leia mais“Com certeza o Derrite está arrependido de ter topado ser relator do chamado projeto ‘antifacção’. Achou que estava fazendo uma jogada de mestre, mas na vida real está saindo profundamente desgastado”, disse Glauber Braga.
Para eles, o texto de Derrite é mais uma tentativa da oposição de blindar políticos de investigações. Os deputados alegam que isso ficou mais evidente depois da foto em que o relator aparece jantando com os ex-presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo Cunha. “Virou símbolo de um projeto desmascarado”, disse Glauber Braga.
“Eu acho que Derrite perdeu a condição de ser relator. O fato de ele fazer uma reunião secreta com Eduardo Cunha e Arthur Lira para discutir, com certeza, blindagem de políticos que sustentam o crime organizado, fez com que ele perdesse qualquer condição de apresentar um texto que não cause desconfiança”, afirmou Rogério Correia.
Derrite nega ter se arrependido e fala que é preciso ter coragem para estar no seu lugar. Na última quarta-feira, o deputado disse a jornalistas que tem adotado uma postura técnica, e não política, como relator da proposta. No mesmo dia, foi flagrado jantando com Lira e Cunha. O UOL procurou o relator, mas ele não se manifestou até a publicação desta reportagem.
O texto inicial tirava da Polícia Federal a competência de investigar crimes de facções. Na primeira versão do parecer, Derrite propôs que a corporação só poderia entrar nas investigações se fosse provocada pelos estados ou pela Polícia Civil. O governo bateu o pé e o relator precisou retomar o papel da PF.
A proposta segue sem consenso entre governo e oposição. Derrite já apresentou quatro versões do seu parecer, mas o governo segue insatisfeito. Os deputados da base alegam que a Polícia Federal continua enfraquecida, com um desmonte orçamentário.
“Em vez de fortalecer a PF, o texto promove uma fragmentação orçamentária em relação aos fundos, o que compromete a eficiência no enfrentamento às organizações criminosas de atuação interestadual”, afirmou o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).
A ideia é votar o texto na terça-feira, mas a falta de consenso e a COP, em Belém, dificultam. Ao encerrar a sessão plenária na última quarta-feira, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), concordou com Derrite e lideranças que a votação da proposta poderia ficar para esta semana. Na pauta do plenário, da próxima semana, o PL Antifacção é o único item a ser votado. A ver se haverá novos pareceres e consenso para que o texto caminhe.
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Do portal Metrópoles
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou repasses milionários e saques suspeitos que ligam empresários de Brasília a duas associações que faturaram R$ 263 milhões com a farra dos descontos sobre aposentadorias pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelada pelo Metrópoles. As entidades em questão faturaram R$ 263 milhões e estão formalmente em nome de aposentados. Os empresários, do setor de seguros e clubes de benefícios, são apontados como os verdadeiros beneficiários delas.
Esses empresários foram personagens da série de reportagens Farra do INSS, que mostrou os controladores de associações que agiam em nome de aposentados pobres e moradores das periferias de capitais como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Eles são donos de um grupo de seguradoras e de clubes de benefícios, que também têm enfrentado problemas na Justiça por descontos indevidos em débito automático junto a bancos.
Leia maisGutemberg Tito e Zacarias Canuto Sobrinho são os sócios da empresa Thinking Blue, cujos serviços eram oferecidos a aposentados filiados à União Brasileira de Aposentados da Previdência (Unibap) e da Associação de Amparo aos Aposentados e Pensionistas do Brasil, que atualmente é chamada de Ampaben, mas, no auge da farra, tinha o nome de Abenprev. A primeira associação faturou R$ 183 milhões com descontos sobre aposentados. A segunda, R$ 80 milhões.
Na boca do caixa
Basicamente, as entidades faziam repasses milionários às empresas ligadas à dupla. A Thinking Blue, por exemplo, recebeu R$ 1,8 milhão das associações. Outra empresa recebeu R$ 11 milhões da Abenprev. Somente uma delas enviou R$ 290 mil de uma vez só para a conta de Zacarias após repasses das entidades. Tito aparece fazendo saques fracionados de altos valores na boca do caixa.
Somente entre abril e junho de 2025, Tito retirou R$ 173 mil em dinheiro vivo de empresas que estão na teia de favorecidos das associações. Parte desses saques, em agências de Brasília, foi feita mesmo após a deflagração da Operação Sem Desconto, que investiga a farra das entidades.
O relatório do Coaf menciona que a presidente da Ampaben, por exemplo, aparenta ser “uma pessoa interposta” de terceiros que realmente a controlaram. Menciona ainda que quem responde por demandas relacionadas à entidade é, na verdade, Gutemberg Tito. Cita ainda que contatos com as associações são encaminhados a funcionários da empresa Pryde Seguros. Como mostrou o Metrópoles, foi usando os contatos e o endereço da Pryde que o grupo tentou erguer mais uma entidade, a Abenpreb, em Brasília.
A Abenpreb, de nome quase idêntico a outra do mesmo grupo, firmou acordo com o ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, hoje suspeito de receber propina do esquema. Ela esteve em uma lista de sete entidades que receberam seus acordos em 2024 das mãos de Fidelis, mas tiveram seus descontos interrompidos após o início da série de reportagens.
Os empresários ligados a essas entidades são também donos de um negócio semelhante: o Clube Multual de Benefícios. Trata-se de uma empresa que também oferece seguros. Ela tem sido acusada por correntistas de bancos de fazer descontos indevidos em débito automático diretamente em suas contas. À semelhança de filiados às entidades do grupo, eles afirmam sequer saber o que é o Multual.
Desde o início da série de reportagens Farra do INSS, o Metrópoles busca contato com Gutemberg Tito e Zacarias Canuto Sobrinho. Eles nunca se manifestaram.
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Do jornal O Globo
Com sua trajetória política marcada pelos discursos em tom emocional, muitas vezes espontâneos, o presidente Lula tem demonstrado dificuldade, neste terceiro mandato, de seguir roteiros previamente acertados com seus auxiliares. O resultado, em alguns casos, tem sido declarações que acabam repercutindo negativamente, afetando sua popularidade. A menos de um ano da eleição, o comportamento acendeu um alerta no governo, que tem demonstrado preocupação com as escorregadas do titular do Palácio do Planalto.
Auxiliares dizem saber que não há como controlar totalmente as falas de Lula. Reconhecem que caso siga apenas os scripts, o presidente poderia perder a espontaneidade, considerada um dos pontos fortes de sua atuação política.
Leia maisDiante desse diagnóstico, o plano, de olho na eleição do ano que vem, é tentar controlar as manifestações do petista repassando a ele informações baseadas em pesquisas para reduzir os deslizes.
O caso mais recente envolveu a operação policial promovida pelo governo do Rio nos complexos da Penha e do Alemão, no fim de outubro, que deixou 121 mortos. Ao falar pela primeira vez sobre o tema, uma semana depois do ocorrido, o presidente tratou a ação como “desastrosa” e ainda afirmou que houve uma “matança”. A declaração foi dada em uma entrevista para agências internacionais.
Até então, o governo vinha adotando uma linha mais cuidadosa, sem críticas diretas à operação, que, segundo pesquisas, foi majoritariamente apoiada pela população. Em uma postagem em seus perfis nas redes sociais no dia 29, Lula dizia que “não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades”, e defendeu a necessidade de trabalho integrado que “atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”.
A posterior mudança de tom de Lula não estava acertada com os auxiliares. O plano era que o presidente criticasse o fato de a ação promovida pela polícia do governador Cláudio Castro (PL) não ter cumprido os objetivos de prender os principais líderes do Comando Vermelho. O argumento era que a operação, mesmo com as mortes e prisões, não quebrou a espinha dorsal do tráfico de drogas nos complexos do Alemão e da Penha. O desejo era que Lula dissesse que a operação serviu apenas para “enxugar gelo”.
Mas a frase sobre a “matança” não estava alinhada à estratégia da Secretaria de Comunicação Social (Secom), comandada pelo ministro Sidônio Palmeira. Imediatamente, a manifestação do presidente passou a ser usada pela oposição para propagar que o governo “defende bandidos”.
Logo após a declaração, a equipe de comunicação do petista fez uma postagem nas redes sociais de Lula com o intuito de tentar reduzir o impacto da fala. A mensagem exaltava ações do governo federal na área da segurança pública.
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana mostra que 57% da população discorda da declaração em que Lula considera a operação no Rio “desastrosa”.
A Quaest avalia que a preocupação com a segurança pública despertada pela operação policial no Rio brecou a tendência de melhora da popularidade de Lula que vinha sendo registrada desde julho. A aprovação do governo, que era de 48% em outubro, oscilou para 47% no levantamento divulgado na quarta-feira. A desaprovação foi de 49% para 50%.
Além de declarações polêmicas, o estilo de Lula tem atrapalhado a estratégia política definida para dar mais impacto para suas ações. Em 23 de outubro, na Indonésia, o petista anunciou que irá concorrer a um novo mandato e atropelou todo o planejamento que vinha sendo discutido pelo governo e pelo PT para dar relevância à decisão. Embora a tentativa de reeleição já tivesse sido tratada anteriormente, foi a primeira vez que ele falou do assunto sem colocar ressalvas, como sua saúde.
Impacto eleitoral
A principal preocupação está no fato de que falas mal colocadas têm impacto maior nas avaliações de governo e na intenção de voto feitas da parcela do eleitorado que não se declara nem petista nem bolsonarista. Em um cenário de polarização, essa fatia da população é considerada decisiva no ano que vem.
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, diz que esse eleitorado, que representa cerca de 10% da população, apoiou as ações do governo de defesa da soberania nacional contra o tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em julho:
“Quando a gente olha o dado (das pesquisas) por dentro percebe que é o eleitor independente que está mudando de opinião. Era aquele eleitor que apoiava o governo na soberania e agora fica contra o presidente no tema da violência. Temos evidência que a segurança pública produziu efeito.”
Antes da operação no Rio, Lula já havia enfrentado desgaste ao afirmar que os traficantes de drogas são “vítimas dos usuários”.
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O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) postou, neste domingo (16), em suas redes sociais, um vídeo mostrando a presença de publicidade de casas de apostas nos parques Santana, Jaqueira e Dona Lindu. O parlamentar afirmou que deu entrada em um projeto de lei que proíbe a divulgação de jogos em parques públicos do estado. Recentemente, uma parceria da Prefeitura do Recife com uma empresa do setor estampou a marca da companhia nas quadras, pistas de caminhada e outras áreas desses equipamentos.
O deputado afirma ter recebido pedidos de pais para a proibição desse tipo de publicidade em espaços de lazer voltados a crianças e adolescentes e atendeu às solicitações ao apresentar o projeto, que tramitará na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). “Não sou contra o que se chama popularmente de ‘fazer uma fezinha’, mas estimular jogos de apostas financeiras em um espaço de lazer para crianças e adolescentes não é coerente. Lamentavelmente, o vício em jogos como esses tem destruído famílias e também vidas”, argumentou.
Em 2024, a deputada estadual Rosa Amorim (PT) também protocolou dois projetos de lei sobre casas de apostas na Alepe (PL 2290/2024 e PL 2293/2024). Um deles visa restringir fortemente os anúncios publicitários das “bets”, em linha com o que já ocorre com os cigarros. Ela também propõe que os órgãos de saúde atuem no tema a partir da taxação do setor. Em outra proposta, a petista quer inserir o tema nas campanhas de saúde mental.
No âmbito municipal, tramita na Câmara do Recife o Projeto de Lei Ordinária nº 356/2025, da vereadora Liana Cirne (PT), que proíbe a veiculação de publicidade de apostas esportivas e jogos de azar em diversos espaços públicos da cidade — como praças, parques, vias urbanas, paradas de ônibus e equipamentos municipais. A proposta também veta anúncios de “bets” em ônibus, BRT, metrô, eventos públicos e canais institucionais mantidos pela Prefeitura.
O ministro Alexandre de Moraes determinou a devolução do equipamento apreendido pela Polícia Federal (PF) com o hacker Thiago Eliezer Martins Santos, investigado sob suspeita de envolvimento com a deputada Carla Zambelli na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023.
Moraes aceitou a solicitação de Martins após manifestação favorável da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR). No pedido, o hacker argumentou não ter sido indiciado pela PF ao final das investigações, que resultaram na condenação de Zambelli a 10 anos de prisão. As informações são do portal Metrópoles.
Leia mais“É crucial destacar que, após exaustiva investigação, Thiago Eliezer Martins Santos não foi indiciado pela autoridade policial, tampouco denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), não se comprovando qualquer envolvimento seu com a prática dos crimes”, afirmou a defesa de Martins.
Em seu parecer, a PF alegou que o aparelho celular, o notebook e dois HDs apreendidos com o hacker passaram por perícia e não foi encontrado nenhum elemento que apontasse a participação de Martins na invasão ao sistema do CNJ.
“Todos os procedimentos periciais obtiveram êxito na extração do conteúdo e posterior categorização por meio do software forense Indexador e Processador de Evidências Digitais (IPED)”, relatou o delegado responsável pelo inquérito, Fabio Shor.
Prazo para retirada
Dessa forma, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu a solicitação e determinou um prazo de 30 dias para que o equipamento seja retirado. “No caso específico, há ausência de interesse na manutenção da apreensão dos bens apreendidos, conforme manifestação da Polícia Federal, inclusive que os dispositivos apreendidos já foram periciados, não havendo dúvida, ainda, quanto à propriedade lícita dos bens”, argumentou Moraes.
“A retirada dos referidos itens deve ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias, de modo que autorizo a destruição dos equipamentos se não forem retirados nesse prazo”, afirmou o ministro, na decisão.
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Por Jorge Henrique Cartaxo e Lenora Barbo*
Especial para o Correio Braziliense
“No sábado, 7 de agosto de 1976, o país levou um susto com o alarme falso de que Juscelino havia morrido em um desastre de automóvel na estrada Rio–São Paulo. O desmentido só veio à noite, nos jornais, e no dia seguinte, no Fantástico, da TV Globo.
Do Rio, pressionada pela reportagem do Jornal do Brasil, Sarah Kubitschek ligou para Vera Brant, amiga de JK em Brasília. Vera recebeu também telefonemas dos jornalistas Carlos Castelo Branco e Hélio Doyle.
Leia maisFoi imediatamente à fazendola de Juscelino, em Luziânia, a 70 quilômetros de Brasília. Encontrou-o, como sempre, extrovertido, mas cercado de jornalistas e muito intrigado. Quando a imprensa saiu, Vera lhe disse:
— Juscelino, acho que jogaram esse alarme falso para avaliar que tipo de emoção causaria no país a sua morte. Cuidado, que vão matar você.
— Olha, Vera, sem brincadeira, acho que só com a minha morte será possível o processo de redemocratização. Eles temem demais a minha volta.
Dois dias depois (9 de agosto), Juscelino desembarcava no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, recebido por seu amigo Serafim Jardim:
— Presidente, o senhor nos deu um susto anteontem!
— Serafim, esses canalhas sonham com a minha morte.
Mais dois dias (11 de agosto), JK voltou a Brasília e, no bar do Hotel Eron, abatido, deprimido, olhando o Eixão de Brasília todo iluminado lá embaixo, disse a Vera Brant e Olavo Drummond:
— Será que não verei minha pátria livre nunca mais?
No dia 22 de agosto, JK ia de São Paulo para o Rio, pela Via Dutra, e, em Resende, o carro dirigido pelo motorista Geraldo, com ele no banco de trás, recebeu uma fechada. Segundo testemunhas, ouviu-se um estampido; o veículo desgovernou-se para a pista contrária e bateu de frente numa carreta.
Os dois morreram na hora. Quando a polícia chegou, alguns senhores de terno, cabelo curto e óculos escuros fotografavam os corpos. Disseram-se repórteres e saíram rápido numa Caravan marrom, placa 0001.
No necrotério de Resende, para onde foram levados, tropas do Exército cercaram o caixão do motorista, não deixando ninguém aproximar-se. Já o de JK podia ser visto por quem quisesse. Anos depois, em 1996, o amigo Serafim Jardim conseguiu a exumação dos corpos, constatando-se o crânio do motorista perfurado por um artefato metálico, apontado como ‘prego do caixão’”.
Essa história está contada em Folclore político — Sebastião Nery — Geração Editorial, 2002. Nery (1932–2024) foi jornalista, deputado federal, adido cultural do Brasil em Paris e em Roma. Como homem de imprensa, notabilizou-se pelo brilho, talento, humor e seriedade.
Todas as investigações sobre a morte de JK sempre concluíram pelo “fator acidental”. O atentado jamais seria comprovado exatamente. De todo modo, o relato de Sebastião Nery, com seus atores e personagens, e a crônica anunciada da tragédia, trazem para a cena histórica do país o impacto do destino contra a virtude pública. Dom Pedro II foi escorraçado do Brasil numa madrugada fria e solitária. Getúlio tiraria a própria vida com um tiro no coração, numa manhã de agosto. Juscelino teria a vida interrompida na penumbra de uma cena irresoluta. Menos de dez anos depois, o também mineiro, parceiro e amigo de Getúlio e de JK, Tancredo Neves seria traído pela saúde na véspera de sua posse como presidente da República, em 1985.
JK, o herói deste texto, como seu contemporâneo Winston Churchill, era destemido e determinado na batalha, porém magnânimo na vitória. Como homem que enfrentou, com rara coragem e sabedoria, as glórias e os infortúnios do seu tempo, Juscelino nos remete ao shakespeariano Benvolio. Primo e amigo de Romeu, Benvolio Montague, no clássico Romeu e Julieta, exerce o papel de mediador e pacificador na sangrenta disputa movida pelo ódio e pelos ressentimentos entre as famílias Montéquio e Capuleto. A raiz latina bene (bom) e volo (desejo) constitui o significado do nome Benvolio: benevolente e pacificador. Assim era o cidadão e homem público Juscelino Kubitschek, em seus passos pela nação, buscando o diálogo entre a opulência e a miséria, a brutalidade e a cordialidade, os descaminhos e o destino.
Jan Nepmuk Kubícek, bisavô de Juscelino, marceneiro de grande talento, nasceu na Boêmia durante o Império Austro-Húngaro (não havia ainda a República Tcheca). Ruivo e de olhos azuis, Jan chegou ao Brasil em 1835 e logo teve seu nome abrasileirado: João Alemão. Em 1840, na região do Serro, em Minas, consta o primeiro registro de João Nepomuck Kubitschek no Brasil. Augusto Elias Kubitschek e João Nepomuceno Kubitschek, filhos de João, tiveram presenças distintas na história do País. Elias Kubitschek, comerciante de armarinhos, foi o pai de Júlia, mãe de Juscelino. Nepomuceno Kubitschek, tio-avô de JK, foi professor, advogado, jornalista, fazendeiro e vice-governador de Minas Gerais entre 1894 e 1898.
Juscelino nasceu em 1902 na cidade de Diamantina. Seu pai, João César Oliveira — caixeiro-viajante, garimpeiro e delegado de polícia — faleceu, vítima de tuberculose, em 1905. Com 32 anos, professora primária, Júlia teria que cuidar e educar duas crianças: Maria da Conceição, então com quatro anos, e Juscelino, então com três anos. Eufrosina, a primeira filha de Júlia, nascida em 1900, havia falecido nos primeiros meses de vida.
Em 1914, então com 12 anos, Juscelino ingressa no seminário diocesano de Diamantina. Em 1919, com o apoio de um tabelião da cidade, alterou sua certidão de nascimento para poder se inscrever em um concurso de telegrafista, em Belo Horizonte. Ele tinha 17 anos, e as inscrições não eram permitidas para menores de 18. Em maio de 1921, foi divulgada sua nomeação para telegrafista auxiliar. No ano seguinte, JK prestou vestibular e matriculou-se no curso de Medicina.
Em 1926, já concluindo o curso, iniciou suas atividades profissionais com o cunhado, Júlio Soares, na enfermaria da clínica de cirurgia da Santa Casa. Famoso entre os amigos pelo gosto de dançar, numa festa Juscelino conhece Sarah Gomes de Souza Lemos, filha do deputado federal Jaime Gomes de Souza Lemos. Em novembro de 1927, conclui o curso de medicina, passando a trabalhar em uma clínica particular, como assistente do professor Baeta Viana, e como médico da Caixa Beneficente da Imprensa Oficial do Estado.
Em 1930, Juscelino realiza sua primeira viagem à Europa, onde faria um curso rápido em Paris — três semanas — com o professor Maurice Chevassu. Antes do retorno ao Brasil, esteve em Viena, Berlim e na Tchecoslováquia. De volta a Paris, foi informado sobre a Revolução de 1930 e a vitória de Getúlio Vargas. Naquela mesma noite, ele e os amigos Cândido Portinari e Leopoldo Fróes comemoraram na noite parisiense.
De volta ao Brasil, em novembro de 1931, montou seu consultório, voltou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia e foi nomeado, com o apoio de Gustavo Capanema — então secretário de Justiça — médico da Força Pública. Iria servir como capitão-médico do Hospital Militar. Em dezembro, casou-se com Sarah na Igreja da Paz, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Com a Revolução Constitucionalista de 1932, JK, como médico-militar, apoiou o governo Vargas nos combates na Serra da Mantiqueira.
Nomeado por Vargas como interventor federal no governo de Minas Gerais, Benedito Valadares convidou JK para sua chefia de gabinete. Com o prestígio do cargo, ele cuidou de preservar edifícios históricos em Diamantina e providenciou a construção de uma ponte sobre o Ribeirão do Inferno, que ligava Diamantina à cidade de Rio Vermelho. Em 1934, foi eleito deputado federal. Essa primeira experiência parlamentar foi curta.
Com o Estado Novo em 1937, o Congresso Nacional foi fechado. Em 1940, nomeado prefeito de Belo Horizonte, Juscelino consolida sua liderança no Estado e começa a aparecer no cenário nacional com a inauguração do Conjunto Arquitetônico da Pampulha e a famosa Exposição de Arte Moderna, em BH. Em 1945, com o fim do Estado Novo e a redemocratização do País, elege-se deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte. Em julho de 1950, foi indicado pelo PSD como candidato ao governo de Minas. Por ironia, disputou as eleições com o concunhado Gabriel Passos, casado com a irmã de Sarah.
“Energia e Transporte.” Foi esse o slogan de sua campanha. Minas, com suas montanhas, ainda era um Estado predominantemente rural e agrário. Desenvolvimentista e modernista, JK queria a indústria, a técnica e o fascínio das grandes cidades. Vitorioso, construiu mais de mil quilômetros de estradas, 251 pontes e 160 centros de saúde. Matriculou, até o final de seu governo, mais de um milhão de alunos — quando assumiu, eram 680 mil jovens estudantes. Criou a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), aumentou de forma exponencial a capacidade energética do Estado com a construção de cinco usinas hidrelétricas e iniciou investimentos para a edificação de uma significativa e transformadora produção metalúrgica. Foi na inauguração da siderúrgica Mannesmann — à época um grande investimento de capital alemão — que Vargas fez sua última aparição pública, aceitando o convite de JK. O presidente da República se mataria dias depois. Juscelino foi o único governador do País a comparecer ao velório no Catete.
Eleito presidente da República em 1955, num cenário de tensão política e ameaças de golpe que o obrigaram a tomar posse, em janeiro de 1956, com o País em estado de sítio, Juscelino, enquanto presidente, manteria o mesmo vigor e a mesma ousadia que haviam caracterizado suas gestões como prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas.
Com o slogan “Cinquenta anos em cinco”, JK impulsionou a industrialização no Brasil, de certo modo iniciada por Vargas, construiu Brasília e ofereceu ao mundo a feição da possibilidade de um novo país no concerto das grandes nações em reconstrução no Ocidente do pós-guerra. Com o desenvolvimentismo e seu arrojado Plano de Metas, fez convergir para a economia brasileira, entre 1956 e 1961, mais de dois bilhões de dólares em investimentos. O país crescia 7,9% ao ano. A consolidação do que então se entendia por progresso parecia inexorável. Não aconteceu exatamente assim, mas ele foi, depois de Vargas, o maior estadista da história republicana brasileira.
Veio a inflação e a concentração de renda. A eleição de Jânio Quadros e sua renúncia. A crise do governo João Goulart e o golpe de 1964. As perseguições, as injúrias, os processos, as intimidações, o exílio e o silêncio. A expectativa de um retorno triunfal até a morte surpreendente, em 1976.
*Jorge Henrique Cartaxo é jornalista e Diretor de Relações Institucionais do IHGDF | Lenora Barbo é arquiteta e Diretora do Centro de Documentação do IHGDF
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O Diário Oficial de ontem (15) trouxe a oficialização do que já vinha sendo especulado há alguns dias: a saída de Fúlvio Wagner da presidência da Empresa Pernambuco de Comunicação, para assumir uma função estratégica na comunicação institucional do Estado.
Com experiência em rádio e TV, e integrante do núcleo de confiança da governadora Raquel Lyra (PSD), o comunicador será o secretário executivo da pasta comandada por Rodolfo Costa Pinto, auxiliando na relação com a imprensa e divulgação das ações da gestão. O cargo era exercido por Diego Abreu, que foi exonerado e, até então, não apareceu nomeado em outra função. As informações são do blog Cenário.
Já Thaís Toledo assumiu a vice-presidência da EPC, mas Fúlvio, embora tenha sido exonerado do cargo de presidente, foi designado em nova portaria para assumir o comando da empresa pública.
A mudança acontece em um momento estratégico para o Governo, que pretende massificar as informações sobre o que Raquel Lyra vem realizando e pretende entregar ao longo de 2026. A missão dele será justamente fazer com que chegue até às pessoas, as ações que o Governo vem desenvolvendo.

Do Metrópoles
A operação da Polícia Federal (PF) que mirou um esquema de fraudes em licitações voltadas a compras de material escolar em prefeituras do interior de São Paulo teve como um dos alvos o empresário Daniel Lancaster, filho do ex-deputado estadual Gil Lancaster.
A investigação da PF aponta que Daniel atuou como uma espécie de operador financeiro informal por meio de suas empresas, cujas contas teriam sido utilizadas para a lavagem de dinheiro proveniente de contratos suspeitos da empresa Life Tecnologia com municípios.
Leia maisO dono da Life, André Mariano, é apontado pela PF como o líder do esquema, que teria movimentado cerca de R$ 111 milhões por meio de contratos suspeitos de corrupção com quatro prefeituras do interior paulista: Hortolândia, Sumaré, Limeira e Morungaba.
A operação Coffee Break, realizada na última quarta-feira (12) pela Polícia Federal, prendeu Mariano e outras quatro pessoas, incluindo o vice-prefeito e o secretário de Educação de Hortolândia. Cerca de 50 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Dinheiro bloqueado
Daniel Lancaster foi alvo de busca e apreensão em um endereço em Barueri, teve o sigilo telemático quebrado e uma de suas empresas, a Metrópole Soluções, teve R$ 187 mil bloqueados pela Justiça. De acordo com a PF, a conta da empresa foi indicada por um intermediador de André Mariano para o recebimento dos valores ilícitos.
“Para o recebimento de valores da Life, João [apontado como um intermediador] teria indicado para André Mariano conta da Metrópole Soluções, cujo sócio formal é Daniel Lancaster Gonçalves Grassano de Moraes, o qual, ao menos entre 2019 e 2020, ocupou cargo comissionado no município de Cajamar (SP)”, diz a PF.
Ainda segundo a investigação, empresas de fachada ligadas a doleiros e usadas para lavagem de dinheiro da organização também remeteram recursos para a Lancaster Holding Administradora de Bens, vinculada a Daniel.
O Metrópoles não conseguiu contato com Daniel e Gil Lancaster. O espaço segue aberto para manifestação.
Cajamar e Barueri
Entre 2019 e 2020, Daniel Lancaster ocupou dois cargos comissionados na prefeitura de Cajamar, na Grande São Paulo. Em 6 de agosto de 2019, foi nomeado pelo então prefeito Danilo Joan (PSD) como assessor especial. Em 30 de dezembro do mesmo ano, Lancaster foi exonerado do cargo.
Já em 2 de janeiro de 2020, dias depois da exoneração, foi renomeado como oficial executivo do prefeito, nomeação também assinada por Danilo Joan.
O Metrópoles mostrou que Joan e o atual prefeito de Cajamar, Kauan Berto, que é seu aliado, são investigados pela Polícia Civil por um suposto esquema de desvios no município. Os contratos suspeitos somam R$ 875 milhões.
Além de Cajamar, Daniel Lancaster tem ligações com a política de Barueri. Ele é genro do ex-prefeito Gil Arantes e, até as eleições municipais de 2024, ocupava o cargo de presidente do diretório do PP em Barueri.
Na campanha eleitoral do ano passado, Lancaster participou de um evento de campanha do então candidato Gil Arantes, que acabou perdendo o pleito no município. Em publicação no perfil oficial do PP de São Paulo, o empresário aparece discursando aos presentes.
Operação Coffee Break
