Por Betânia Santana – do Blog da Folha
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (PSDB), deputado Álvaro Porto (PSDB), aposta que até março do próximo ano prefeitos insatisfeitos com a gestão do Executivo estadual vão declarar apoio ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), potencial candidato ao Palácio do Campo das Princesas em 2026.
A análise do presidente da Alepe se baseia no anúncio, feito ontem (7), do prefeito de Cupira, no Agreste do estado, Eduardo Lira. Antes integrando a base da governadora Raquel Lyra (PSD), o prefeito assegurou apoio à possível candidatura de João Campos no próximo ano.
Leia maisO gestor também deixou o União Brasil para passar a compor os quadros do PSDB, que no estado é comandado por Álvaro Porto. “O PSDB já está fortalecido e a gente vai buscando novos nomes. Eduardo Lira foi um dos que já estão aderindo à candidatura de João Campos. Daqui para o mês de março você vai ver a bandada que vai vir lá para cá”, aposta o presidente.
Desculpas
Por onde tem andado, Álvaro Porto tem pedido desculpas ao povo de Pernambuco. Em 2022, ele foi um dos primeiros a defender o nome da então candidata Raquel Lyra ao governo de Pernambuco. Hoje a relação entre os dois é apenas institucional.
“Tenho que justificar ao povo de Pernambuco por não estar mais acompanhando a governadora. Não fui eu que me afastei. Ela que se afastou — não só de mim, mas de todo o grupo que a apoiou desde o começo. Ela se afastou dos pernambucanos. Venho pedindo desculpa aos pernambucanos por ter cometido esse erro”, explicou o presidente da Alepe.
Segundo Álvaro Porto, algumas pessoas o alertaram, mas ele preferiu apostar. “Na política há dessas coisas, a gente erra. Mas não é obrigado a permanecer no erro. Por isso hoje eu estou acompanhando o João Campos e tenho certeza de que vai ser o futuro governador de Pernambuco”, sustentou o deputado.
A entrevista foi concedida à imprensa durante confraternização promovida pelo primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Francismar Pontes (PSB).
Leia menos
Por Juliano Muta e Maysa Sena – do Blog da Folha
Presente na missa das 6h, no Santuário do Morro da Conceição, a governadora Raquel Lyra (PSD) comentou sobre a reconstrução do templo. “Ano passado, infelizmente, houve aquela tragédia. Desde o primeiro momento a gente esteve aqui presente através de todos os órgãos de nosso estado e nos comprometendo a restaurar a ferida que ficou aqui, no coração do Recife, no Morro da Conceição”, comentou.
“Nosso compromisso era, primeiro, permitir que o ano passado, toda a celebração pudesse ser feita. Fizemos uma força tarefa e isso aconteceu. Mas é muito melhor a gente vir neste ano, ver que está tudo aqui como deveria ser, garantir a segurança das pessoas, permitir que todos rezem por aqueles que se foram naquela tragédia”, lembrou Raquel.
Leia maisEm um primeiro momento, as celebrações religiosas foram deslocadas para uma estrutura provisória montada pela Prefeitura do Recife. Depois, o templo religioso foi totalmente reconstruído com aporte de recursos do governo do estado, da Prefeitura do Recife e ajuda da própria comunidade. Esta é a primeira edição da celebração religiosa após a reconstrução e restauração do Santuário de Nossa Senhora da Conceição.
“A fé e a religiosidade do nosso povo que nos mantém firme, chegando em todos os desafios que a gente tem. É muito bom pra mim agradecer muito a confiança do povo, porque como governadora de Pernambuco, a gente pode mobilizar esforços pra que esse santuário tivesse assim”, comemorou a governadora, destacando, ainda, a maior presença da segurança pública no evento.
“Para o final do ano, [quero] desejar a todos aqueles que vieram até aqui e aqueles que ainda não puderam chegar, um Natal maravilhoso, um Ano Novo de muita paz, muita luz, trabalho e saúde para a sociedade.”, disse. “Eu sou devota de Nossa Senhora, venho sempre agradecer tudo aquilo que a gente conseguiu passar ao longo da nossa caminhada durante esse ano”, finalizou.
Leia menos
O diretório do PP (Progressistas) no Paraná decidiu nesta segunda-feira (8) que não irá homologar a candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) para o governo estadual em 2026.
A deliberação foi unânime e o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que não irá interferir. A posição no Paraná gera um impasse com o partido de Moro, o União Brasil. No plano nacional, PP e União Brasil já foram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedir a aprovação de uma federação, a União Progressista. As informações são da Folha de S.Paulo.
Leia mais“Havia uma expectativa que pudéssemos nos entender com o União Brasil aqui no Paraná, mas isso não ocorreu ao longo destes sete meses, desde que a federação foi anunciada. Ele [Moro] teve oportunidade de conversar com todos e não conseguiu adesão aqui nas fileiras do Progressistas. É o resultado de meses de diálogo. Mas infelizmente o diálogo não prosperou”, disse o deputado federal Ricardo Barros (PP) em entrevista.
No Paraná, o PP integra a base de apoio ao governador Ratinho Junior, do PSD, que deve lançar um nome próprio para o governo estadual no ano que vem.
“Para encaminhar o registro de chapa, é preciso a assinatura do presidente Ciro Nogueira e do presidente Antonio Rueda, e, no momento, a nossa federação não tem consenso para registrar uma chapa majoritária”, disse Barros.
Para a disputa na proporcional, o PP paranaense quer ao menos reeleger a atual bancada, formada por 5 deputados federais e 7 deputados estaduais.
O deputado ainda sugeriu que Moro deve procurar outra legenda, caso mantenha os planos de candidatura ao Palácio Iguaçu. “Eu penso que o senador Sergio Moro será candidato de qualquer forma. Ele está no meio do mandato como senador. Vai concorrer de qualquer maneira e vai procurar um partido que lhe garanta a legenda. Aqui na federação, ele não terá condição de registrar sua candidatura por conta da decisão do diretório estadual do Paraná, que será apoiada pelo senador Ciro, como ele afirmou”, continuou Barros.
Questionado se a decisão do Paraná traz risco à federação, Ciro Nogueira afirmou que “espero que não”. “Minha relação com o presidente Rueda é a melhor possível. É uma situação que vamos ter que enfrentar com muito diálogo. Colocando os interesses nacionais acima de qualquer coisa”, disse ele.
Ele repetiu que vai respeitar a decisão local do partido. “Senador Moro é um grande nome, está liderando as pesquisas, mas jamais ficarei contra a decisão do diretório do Paraná”, disse Nogueira. “Eu costumo dizer que o Ricardo comanda o partido comigo a nível nacional, imagina no Paraná”, continuou ele.
Leia menos
Por Juliano Muta e Anthony Santana – do Blog da Folha
O prefeito João Campos (PSB), durante a cerimônia militar promovida no Salão de Honra do Forte Guararapes, no Comando Militar do Nordeste, confirmou à reportagem da Folha de Pernambuco que participará da procissão com a imagem da Nossa Senhora Imaculada Conceição, que sairá da Prefeitura do Recife em direção ao Morro da Conceição.
O cortejo, que deverá reunir cerca de 300 mil fiéis, segundo expectativa da organização, começou a concentração por volta das 15h e sairá em caminhada em torno da imagem às 17h30 desta segunda-feira (8), feriado na Capital.
Entrega de medalha
Em cerimônia promovida no Salão de Honra do Forte Guararapes, o prefeito do Recife entregou ao General de Exército Maurílio Miranda Netto Ribeiro a Medalha da Ordem do Mérito Capibaribe, a mais alta honraria concedida pelo Município do Recife, em reconhecimento à atuação estratégica do Comando Militar do Nordeste (CMNE) em projetos de cooperação e apoio à sociedade recifense.
A Escola Estadual Henriqueta de Oliveira, em Santo Aleixo, Jaboatão, passará por obras de melhoria em sua estrutura física após solicitação do deputado estadual Nino de Enoque (PL) à Secretaria Estadual de Educação. Na manhã de hoje, o parlamentar acompanhou a visita técnica de representantes da pasta à unidade de ensino, etapa que inicia o processo de avaliação para execução das intervenções. As ações previstas incluem reforma da quadra esportiva e dos banheiros, pintura das instalações e construção do muro. Segundo Nino de Enoque, o pedido atende a uma demanda apresentada pelo gestor da escola, reforçando o compromisso do mandato com a escuta e a atuação direta nas necessidades das comunidades.
O deputado destacou relatos de agradecimento de estudantes como motivação para seguir trabalhando por Pernambuco e fortalecer a educação no estado. Na ocasião, fez questão de agradecer à governadora Raquel Lyra (PSD) pelo empenho na área e ao secretário de Educação, Gilson Monteiro, pela atenção e agilidade no atendimento ao pleito. “Com a união de forças, podemos fazer a diferença sempre”, completou Nino de Enoque.
O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é o convidado do meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, de amanhã. Na pauta, a política nacional da saúde, a prisão de Bolsonaro e a decisão do ex-presidente de lançar o filho Flávio, senador pelo PL do Rio, candidato à Presidência da República nas eleições do ano que vem.
Natural de João Pessoa, Queiroga é médico cardiologista formado pela UFPB. Filiado ao PL, foi ministro da Saúde do Brasil de 23 de março de 2021 a 1 de janeiro de 2023, durante o governo Jair Bolsonaro. Foi também presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, de 2020 a 2021, e conselheiro titular do Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba, além de ter sido indicado por Jair Bolsonaro para um cargo na direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Nas eleições de 2024, foi candidato a prefeito de João Pessoa, sendo derrotado no segundo turno por Cícero Lucena (PP).
O ‘Direto de Brasília’ vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão pelo YouTube da Folha de Pernambuco e do meu blog, e também em cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste. Retransmitem ainda o programa a Gazeta News (Grupo Collor) em Alagoas; a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras na Paraíba; a Mais-TV, sob o comando do jornalista Heron Cid; e ainda a Rede ANC, no Ceará, com mais de 50 emissoras, além TV LW, de Arcoverde.
Entram como parceiros na mídia institucional o Grupo Ferreira, de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana, a Faculdade Vale do Pajeú e o grupo Grau Técnico.
Araripina foi palco, ontem, de uma importante articulação política nacional. O prefeito Evilásio Mateus recebeu, em sua residência, o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, para uma reunião que contou ainda com a presença do prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos, pré-candidato ao Governo de Pernambuco.
Também participaram do encontro o deputado federal Fernando Filho e o prefeito de Petrolina, Simão Durando, fortalecendo o diálogo entre lideranças municipais, estaduais e nacionais.
Durante a reunião, foram discutidos cenários políticos e estratégias de apoio do União Brasil em diversos estados do país. Entre os temas centrais, esteve o apoio da legenda à pré-candidatura de Miguel Coelho ao Senado Federal pelo União Brasil, reforçando a construção de alianças e a consolidação de projetos políticos para o próximo período eleitoral.
O encontro demonstra o protagonismo de Araripina no debate político estadual e nacional, além de reafirmar a relevância do prefeito Evilásio Mateus como liderança no Sertão do Araripe e interlocutor estratégico nas articulações entre diferentes forças políticas.
O STF (Supremo Tribunal Federal) quer concluir a ação penal contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), réu pelo crime de coação, antes de a Justiça Eleitoral abrir o prazo para registros de candidaturas às eleições de 2026, em meados de julho.
Segundo interlocutores da Corte, o cenário ideal é que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já conheça a condição de elegibilidade ou não do parlamentar no momento de julgar o seu pedido de registro, caso ele opte por disputar o pleito. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisEduardo virou réu no STF por decisão da Primeira Turma. O colegiado recebeu a denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República), em julgamento finalizado no dia 26 de novembro. De acordo com a acusação, a atuação do deputado nos Estados Unidos buscou constranger o Poder Judiciário brasileiro a “frear” o avanço das investigações sobre a trama golpista — que acabou por condenar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com a proximidade do recesso do STF, que começa no próximo dia 20, a expectativa é de que a instrução da ação penal contra Eduardo tenha início apenas em fevereiro, quando a Corte retomar os trabalhos.
Essa etapa inclui produção de novas provas, a indicação e a oitiva de testemunhas e o interrogatório do próprio réu. Depois, vêm as alegações finais das partes e, por fim, o julgamento de mérito. A eventual condenação geraria a inelegibilidade do deputado.
Ministros do STF preveem tempo hábil para concluir o julgamento até fim de junho. Assim, a definição sobre “sujar a ficha” de Eduardo (ou absolvê-lo) ocorreria antes das escolhas dos candidatos nas convenções partidárias.
Pelo calendário eleitoral, as convenções costumam ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto. O partido pode solicitar o registro imediatamente após a reunião, sendo 15 de agosto a data-limite.
Leia menos
Da Folha de S.Paulo
A Procompesa (associação dos empregados do grupamento superior da Compesa) acionou o Tribunal de Contas de Pernambuco com um pedido de medida cautelar para suspender o leilão de saneamento no estado, previsto para o dia 18 de dezembro.
O documento aponta inconsistências no edital de concessão, e cita superestimativa nos índices de atendimento de esgotamento sanitário em diversas cidades. Segundo a representação, os dados distorcem a realidade econômica do projeto, o que fabricaria pedidos de reequilíbrio de contrato pela empresa vencedora logo após o leilão, já que os investimentos necessários para universalizar o serviço seriam maiores que os planejados.
Leia maisEm nota, a Secretaria Executiva de Projetos Estratégicos do Estado de Pernambuco disse que tomou ciência da representação e que ela é improcedente, “conforme será apresentado ao Tribunal de Contas”.
“O projeto em questão foi submetido a amplo processo de participação social, com mais de mil contribuições, aprovação pelas duas microrregiões de água e esgoto e análise prévia do Tribunal de Contas do Estado”, acrescentou.
O pedido de cautelar cita um levantamento que identificou inconsistências em 66 municípios, onde os índices de cobertura de esgoto iniciais seriam significativamente maiores do que a realidade.
Os dados do edital contrastam, inclusive, com um diagnóstico de 2019 encomendado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e que consta junto aos documentos do projeto de concessão. O banco foi um dos responsáveis pela modelagem do leilão.

O caso mais emblemático citado pela associação é de Serra Talhada. O edital afirma que o atual índice de atendimento de esgoto no município de 92 mil habitantes está em 86,05% — praticamente universalizado. Mas o diagnóstico do BNDES fala em 0% e destaca que “o município não conta com sistema de esgotamento sanitário.”
Problemas parecidos são apontados em Poção e Ibimirim — todos com cobertura próxima a 80% no edital, mas que o diagnóstico de campo da consultoria contratada pelo BNDES indica 0%.
O leilão de saneamento de Pernambuco abrange 175 dos 185 municípios do estado. O projeto prevê R$ 19 bilhões em investimentos e divide a área de concessão em dois blocos. A empresa que assumir será responsável pela distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto; a Compesa (estatal de saneamento) vai continuar responsável pela produção e venda de água tratada para a concessionária.
O pedido de cautelar destaca que os indicadores no edital são a base para a construção das propostas financeiras de um leilão, fundamentando projeções de receita, investimentos e despesas operacionais.
Por isso, a associação estima que as divergências gerariam um desequilíbrio de R$ 2,9 bilhões para a concessionária que assumir o contrato.
A Procompesa diz ainda que, se o leilão ocorrer sem correções, haverá pedidos de reequilíbrio contratual logo no primeiro ano, o que poderia implicar aumento de tarifa ou custos para o orçamento do estado.
O presidente da associação, Anderson Quadros, afirmou que chamaram a atenção alguns municípios constarem com cobertura quase universalizada. Segundo ele, o mais provável é que os dados do edital tenham se baseado em informações do Sinisa (Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico), plataforma do governo federal que é alimentada pelos próprios municípios e prestadores de serviços.
“Como é autodeclaratório, as informações não são historicamente confiáveis”, afirma. “A suspeita é de que alguns municípios tenham confundido rede de drenagem pluvial com rede de esgotamento sanitário”, acrescenta.
No caso de Serra Talhada, Anderson afirma que a Compesa não opera nenhum sistema de esgoto na cidade e não fatura nem sequer R$ 1 com esses serviços.
À Folha, a secretária de planejamento e gestão de Serra Talhada, Joana Alves, disse que o município construiu tubulações de coleta de esgoto —trabalho que, segundo ela, deveria ser atribuição da Compesa, mas nunca foi executado. Ela confirmou, porém, que não há nenhum tratamento.
Questionada se não teria havido confusão entre rede de drenagem e de esgoto, a secretária disse que a tubulação foi construída com a intenção de coletar os efluentes e que, prova disso, é que não há esgoto correndo a céu aberto na cidade. “O município informa [ao Sinisa] que é rede coletora de esgoto, porque a rede coleta o esgoto. Pode até ir na mesma rede a água de chuva, mas a intenção não é essa”, afirma.
Mesmo na hipótese de que o município tenha feito por conta própria uma rede de coleta de esgoto, a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) definiu em normativa que o índice de atendimento de esgoto (IAE, na sigla) deve ser calculado pelo percentual de domicílios atendidos com rede seguido de tratamento ou solução alternativa. Ou seja, para ser considerado atendido, é preciso haver tratamento posterior.
Especialistas em saneamento consultados pela reportagem disseram ser comum haver erros na alimentação de dados do Sinisa por parte das prefeituras e que isso é um dos atuais desafios dos projetos de concessão pelo país.
Para o deputado Pedro Campos (PSB-PE), Pernambuco corre o risco de passar pelo mesmo problema da Cedae no Rio de Janeiro. As concessionárias que venceram o leilão da capital fluminense em 2021 entraram com pedidos de reequilíbrio financeiro logo nos primeiros anos de operação depois de identificar discrepâncias em relação aos dados do edital — como índice de perdas muito superior ao dos documentos.
“Depois a conta sobra para o consumidor, que tem que pagar mais caro e ver o horizonte de universalização mais longe”, afirma. O deputado é funcionário licenciado da Compesa e irmão do prefeito do Recife, João Campos, principal opositor da governadora Raquel Lyra (PSD).
Leia menos
Neste ano de 2025, o município de Serra Talhada recebeu o Selo Ouro de Transparência concedido pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), por meio do Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP). O município atingiu 94,07% de conformidade na avaliação, índice que o enquadra na faixa de certificação destinada a portais que cumprem integralmente os critérios essenciais e alcançam entre 85% e 94% de aderência.
“Esse resultado demonstra o alinhamento do município às exigências previstas no PNTP e reforça os esforços adotados para ampliar a transparência ativa, garantindo informações acessíveis sobre os principais instrumentos de gestão pública”, afirmou o secretário.
A avaliação da Atricon baseia-se no monitoramento de itens como receitas, despesas, contratos, licitações, folha de pagamento e planejamento municipal. A certificação obtida por Serra Talhada reflete a atualização contínua das informações disponibilizadas ao cidadão e permite o acompanhamento mais amplo dos dados relacionados à administração pública.
“Seguiremos atualizando os processos e ferramentas necessárias para assegurar que o município permaneça aderente às diretrizes nacionais de transparência, mantendo informações claras e disponíveis à população”, concluiu o secretário.
O prefeito de Brejo da Madre de Deus, Roberto Asfora, esteve no Recife na última quinta-feira (4) para acompanhar a entrega de dois novos ônibus escolares destinados aos estudantes do município. Ele participou da cerimônia ao lado do vereador Robertinho Asfora, do vereador Silvano Pereira e do secretário municipal de Educação, Antônio Carlos. Os veículos foram adquiridos por meio do programa Juntos pela Educação, do Governo de Pernambuco.
Com a nova entrega, Brejo da Madre de Deus passa a contar com sete ônibus repassados pelo Estado, ampliando a frota municipal e reforçando a segurança e o conforto no transporte escolar. Asfora destacou a parceria com a governadora Raquel Lyra como decisiva para avanços na educação e em outras áreas da gestão. “Esses novos ônibus chegam para reforçar nosso transporte escolar e cuidar ainda mais dos nossos estudantes”, afirmou.
Por Cláudio Soares*
As declarações recentes da família Jair Bolsonaro, afirmando que o senador Flávio Bolsonaro seria seu candidato natural à Presidência em 2026 — e que, sem o “sangue Bolsonaro”, ninguém serve nem prestaria — escancaram um fenômeno antigo na política, mas raro de ser assumido com tanta franqueza: a tentativa de transformar um movimento político em patrimônio hereditário.
Ao desqualificar nomes amplamente reconhecidos dentro da própria direita, como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior, a família do ex-presidente não apenas sinaliza desprezo por critérios de competência ou representatividade, mas reforça a lógica de que o poder seria uma espécie de propriedade privada, transmissível por laços sanguíneos.
Leia maisA ironia é que muitos desses nomes foram justamente impulsionados ou fortalecidos pelo bolsonarismo — e agora são tratados como descartáveis por não pertencerem ao círculo familiar.
A exclusão até da Michelle Bolsonaro, ainda que central na mobilização conservadora e evangélica, deixa claro que nem proximidade política, nem alinhamento ideológico, nem fidelidade pública são considerados suficientes. O que importa é a filiação genética. Isso coloca o bolsonarismo em rota semelhante à de dinastias políticas tradicionais, mas com um discurso que contradiz frontalmente a retórica antipolítica e antissistêmica que o movimento usa para se sustentar.
O resultado é uma postura que infantiliza o eleitorado de direita e captura o debate público, reduzindo-o à vontade de uma família, não a um projeto político. A direita brasileira, plural e heterogênea, não cabe nesse quadro aristocrático. Ao insistir que apenas um Bolsonaro pode liderar o campo conservador, o ex-presidente mostra mais preocupação com a manutenção de seu próprio clã no centro do poder do que com a consolidação de uma alternativa democrática, ampla e madura.
Some-se a isso a afirmação de Flávio Bolsonaro de que sua pré-candidatura teria um “preço”. Uma candidatura — ou pré-candidatura — jamais pode ser tratada como moeda de troca, barganha pessoal ou objeto de negociação privada. O povo brasileiro merece respeito. O processo eleitoral pertence à sociedade, não a interesses familiares ou comerciais. Quando um projeto político passa a ser precificado, ele se afasta ainda mais da democracia e se aproxima de práticas oligárquicas que reduzem a política a um balcão de negócios.
Em vez de fortalecer o campo que ajudou a erguer, Jair Bolsonaro parece disposto a encolhê-lo ao tamanho da própria casa. E a democracia, que se alimenta de diversidade e de competição real de ideias, não tem a ganhar nada com isso.
*Advogado e jornalista
Leia menos