Do G1
A Polícia Federal concluiu, hoje, a primeira etapa da perícia na tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro foi preso no sábado (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, após a PF ter avisado de tentativa de violação na tornozeleira eletrônica que monitorava o ex-presidente em prisão domiciliar.
O laudo, que analisa as características físicas e os danos provocados no equipamento, já foi anexado ao inquérito. Segundo a perícia, houve tentativa de violação por meio de instrumento capaz de gerar calor.
Em depoimento à Justiça na audiência de custódia, neste domingo (23), Bolsonaro disse que ele mesmo teve um “surto” e uma “paranoia” e tentou abrir a tornozeleira com um equipamento de solda. Agora, o Instituto Nacional de Criminalística faz a segunda etapa: a análise dos componentes eletrônicos. Os peritos também vão usar um ferro de solda no equipamento para medir, por exemplo, o tempo necessário para produzir os danos encontrados.
A defesa de Anderson Torres apresentou, hoje, uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal para que, caso o ministro Alexandre de Moraes determine a execução antecipada da pena, o ex-ministro não seja enviado ao sistema prisional comum. As informações são do portal Estadão.
Os advogados pedem que Torres cumpra eventual prisão em local especial, como a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal ou outra unidade equivalente, alegando risco pessoal em razão de ele ter sido delegado da PF e integrante do governo Jair Bolsonaro. A defesa também cita ameaças recentes e o uso contínuo de medicamentos.
Leia maisSegundo os advogados, Torres está em acompanhamento psiquiátrico e utiliza antidepressivos, conforme prescrição médica anexada ao processo. Eles afirmam que o sistema prisional comum não oferece condições adequadas para o acompanhamento terapêutico necessário ao ex-ministro.
No mesmo documento, a defesa informou que pretende apresentar embargos infringentes até 3 de dezembro. Torres foi condenado na ação penal da trama golpista, e esta segunda-feira marca o último dia para apresentação de recursos após a publicação do acórdão que rejeitou os primeiros embargos de declaração.
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A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no sábado (22), reacendeu dentro da oposição a articulação para tentar retomar o andamento do Projeto da Dosimetria, proposta que altera regras de aplicação de penas e que vinha sendo tratada como alternativa caso a anistia aos envolvidos nos atos golpistas não avançasse.
Deputados e senadores do PL disseram, após reunião, hoje, que pretendem intensificar a atuação para votar o texto ainda neste ano. O movimento ocorre apesar de aliados afirmarem publicamente que a prioridade formal do partido segue sendo a anistia.
Leia maisO senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a oposição não vai “adotar obstrução” (conjunto de medidas regimentais para atrasar votações) e que quer que o Projeto da Dosimetria avance em plenário, mas reforçou que a pauta principal continua sendo a anistia. “Estamos com foco na anistia. Esse vai virar um assunto para 2026”, disse Flávio ao portal G1.
“Sempre deixamos bem claro que tipo de acordo não faríamos. Nosso compromisso não é com a dosimetria, é com a anistia”, disse. O senador também comentou que conversou com Paulinho da Força sobre o tema e classificou a postura do deputado como “transparente”.
PL diz que prisão de Bolsonaro reforça clima de urgência
Os parlamentares afirmam que a prisão preventiva – com base em risco de fuga, violação da tornozeleira e tentativa de mobilizar apoiadores para burlar medidas cautelares – criou um ambiente político na oposição.
Flávio Bolsonaro repetiu críticas à decisão de Moraes:
“Está muito claro para a imprensa que a tornozeleira era o de menos. Quando veio o laudo médico provando quais eram os remédios que ele tinha tomado, o Moraes virou negacionista, ignorou a ciência”.
Ele também afirmou que a vigília convocada na noite de sexta-feira era apenas um ato religioso. “Chamei pessoas para orar e fomos criminalizados. Foi uma vigília pacífica. Ele [Moraes] entendeu que tem um poder sobrenatural de prever o futuro”.
Marinho: ‘Há amadurecimento para votar a dosimetria’
O senador Rogério Marinho (PL-RN), um dos principais articuladores da pauta, afirmou que a base do PL sentiu “amadurecimento” dentro das duas casas do Congresso para colocar o Projeto da Dosimetria em votação.
“Queremos que o Parlamento cumpra seu papel. Queremos que cada deputado possa, de forma livre, colocar o que acredita. Estamos trabalhando para que aconteça o mais rápido possível.”
Mais cedo, Marinho também disse que o PL votará contra a indicação de Jorge Messias ao STF. “Somos contra que um presidente indique advogado ou amigo seu. Claro que vamos votar contra o Messias”.
Sóstenes: ‘É a pauta que temos desde fevereiro’
Questionado se a bancada levará novamente o tema da anistia aos líderes partidários, o deputado Sóstenes Cavalcante disse: “É só a pauta que temos desde fevereiro.”
Saúde de Bolsonaro e presença de Michelle na reunião
Flávio Bolsonaro afirmou que ainda não havia visto o pai desde a prisão, mas que irá visitá-lo com o irmão. “Quero ver com meus próprios olhos a saúde dele”. Sobre a participação de Michelle Bolsonaro na reunião, o senador disse: “Ela deu depoimento de esposa, falou do sofrimento e da rotina de preparar as coisas, da preocupação dela com a saúde dele. A preocupação é essa: ele estar dentro de um local fechado sozinho”.
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Blog da Folha
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), declarou, em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM, hoje, que irá levar à Justiça o pagamento de emendas destinadas ao mandato dele. O anúncio ocorre na esteira do impasse entre o governo estadual e a Alepe na questão da PEC que eleva para 1,55%, a partir de 2027, o percentual da Receita Corrente Líquida reservado a emendas parlamentares.
Porto enfatizou que não poderá levar aos tribunais a questão como sendo da totalidade da Casa, mas que ingressará individualmente ou com um grupo de deputados. A declaração se soma ao impasse registrado após uma declaração da governadora Raquel Lyra (PSD), na última segunda-feira (17), de que não haveria “folga” no orçamento. Em resposta, Porto tirou de pauta a votação do empréstimo de R$ 1,7 bilhão, cuja apreciação estava prevista para o dia 18.
Leia mais“Uma das coisas que eu já venho conversando com os deputados é que, no meu caso, se até o dia 31 de dezembro, não forem pagas as emendas que nós indicamos, eu mesmo vou judicializar. Cada deputado faz isso. A Assembleia não vai fazer isso por todos os deputados que não estão tendo suas emendas pagas. O deputado que quiser, pode ir individualmente ou se juntar a um grupo de deputados”, declarou.
Ele reforçou que a votação do empréstimo solicitado pelo governo do estado será realizada em fevereiro de 2026. “Eu acredito que só deve ser votado em fevereiro quando, depois do recesso, a gente pode votar esse projeto”, enfatizou.
Relação com o governo
O deputado criticou o atual momento da relação entre a Alepe e o Palácio do Campo das Princesas. “Você não tem relação saudável”, opinou. Porto negou, ainda, que as tensões com a governadora sejam de ordem pessoal. Para ele, tratam-se apenas de divergências políticas. “Da minha parte não (problemas pessoais com Raquel), só se for da parte dela. (…) A política é uma coisa, a vida pessoal é outra”, defendeu.
Chapa do PSDB
O deputado comentou a formação de chapas para a disputa pelas 49 vagas da Assembleia Legislativa e revelou que existe a expectativa de eleger de 2 a 3 deputados pelo PSDB. “A gente tá com uma chapa muito boa, acredito que a gente vai fazer 2 deputados ou 3, se pudermos chegar até o terceiro”, disse.
Ainda de acordo com o presidente da Alepe, a saída da governadora Raquel Lyra do partido, que levou a maioria dos prefeitos aliados para o PSD, não afetou a legenda. “A gente não vê dificuldade nenhuma nisso (mudança de partido). (…) A gente sabe que nessas mudanças de partido, muita gente vai permanecer, mas que, no final, não vai apoiar a governadora”, afirmou.
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Por Rinaldo Remígio*
Há momentos na história de um povo em que os fatos parecem falar mais alto que as palavras. O que temos assistido nos últimos tempos – prisões decretadas, decisões revisadas, disputas jurídicas e reviravoltas políticas – revela algo maior do que processos ou investigações. Revela uma grande briga de poder. De um lado, vaidades inflamadas; de outro, torcidas apaixonadas que já não enxergam o país, apenas o “seu lado”. E, enquanto isso, o Brasil real segue vulnerável, esgotado, pedindo para respirar.
Vivemos uma era em que muitos não analisam, apenas reagem. Não ponderam, apenas replicam. As narrativas deixam de ser fatos e passam a ser bandeiras. E o resultado é um país partido, cansado e entregue a disputas que não constroem, apenas consomem. A verdade é que estamos vendo paixões desenfreadas substituírem o patriotismo, como se amar o Brasil fosse proteger figuras, e não o futuro da nação.
Leia maisMas talvez seja hora de lembrar o que significa ser patriota de forma verdadeira. Patriotismo não é idolatria. Não é cegar-se por ideologia, nem erguer muros invisíveis para separar irmãos. Ser patriota é desejar a pacificação do país. É reconhecer que cada governante, com virtudes e defeitos, deixou algum legado. E admitir que todos falharam – e continuarão falhando – porque a perfeição não pertence aos homens. A perfeição está unicamente na pessoa de Jesus Cristo de Nazaré.
E é justamente no alto do Calvário que encontramos a mais profunda lição para o tempo presente. Ali, Jesus, já crucificado, dividia a cena com dois condenados. A cruz – esse símbolo tão humano e tão divino – revelou a diferença entre arrogância e arrependimento. Um zombou; o outro reconheceu quem era. E Cristo, em meio à dor, ofereceu dignidade e misericórdia: “Hoje estarás comigo no Paraíso.” Não revogou sentença terrena, mas mostrou que justiça e graça podem caminhar juntas.
Talvez seja esse o convite silencioso que paira sobre o Brasil: recuperar a capacidade de refletir. Diminuir o barulho para ouvir o que realmente importa. Entender que não se constrói um país com guerras ideológicas, mas com diálogo, verdade, responsabilidade e paz.
Então, deixo uma pergunta simples, mas essencial:
Não é hora de pensarmos nisso?
Porque o Brasil precisa, mais do que nunca, de cidadãos capazes de amar sua nação acima de suas torcidas. Capazes de enxergar que nenhum líder é perfeito, nenhum projeto é absoluto, nenhuma ideologia é eterna. O que permanece é a necessidade de paz. E a paz só nasce onde a verdade se encontra com a misericórdia.
Quando olhamos por esse ângulo, percebemos: não faltam culpados, sobram convites à reflexão.
E talvez seja justamente aí que começa a cura de um país
*Professor universitário aposentado e memorialista
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Em nota enviada à imprensa, há pouco, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL-PE) denunciou um ato considerado pela categoria arbitrário e ilegal. Segundo a associação, a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco instalou escutas clandestinas nas delegacias de polícia do interior do Estado.
“A medida, além de ferir frontalmente a Constituição Federal e diversas leis que regem a atividade policial e os direitos fundamentais dos cidadãos, representa uma ameaça direta à autonomia e à liberdade investigativa da Polícia Civil”, diz um trecho da nota. Confira a íntegra abaixo:
Leia maisNota oficial
O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL-PE) vem a público denunciar a grave ilegalidade cometida pela Secretaria de Defesa Social (SDS) ao instalar escutas clandestinas no interior das delegacias de polícia do Estado. A medida, além de ferir frontalmente a Constituição Federal e diversas leis que regem a atividade policial e os direitos fundamentais dos cidadãos, representa uma ameaça direta à autonomia e à liberdade investigativa da Polícia Civil.
A decisão causa profunda estranheza ao SINPOL, sobretudo por ocorrer às vésperas de um ano eleitoral e logo após aliados da governadora, inclusive integrantes do mesmo partido, estarem sendo investigados pela Polícia Civil. O momento em que essas escutas são implementadas levanta suspeitas de que se trata de uma tentativa de monitorar, controlar e intimidar o trabalho investigativo dos policiais civis, especialmente quando esse trabalho alcança figuras próximas ao poder político.
O SINPOL ressalta que não é contrário à instalação de sistemas de gravação audiovisual institucionais, realizados de forma transparente, controlada e dentro da legalidade.
O sindicato apoia e defende a implementação de gravação de áudio e vídeo em ambientes técnicos e delimitados, como salas de oitiva de depoimentos, sempre com finalidade de segurança, integridade e proteção tanto dos servidores quanto da população.
O que o sindicato repudia e denuncia é o uso de escutas clandestinas e não autorizadas pela Justiça, que ferem direitos, comprometem investigações e transformam o ambiente policial em espaço de vigilância política.
Além de violar garantias fundamentais, representa uma tentativa velada de intimidação dos policiais civis, que diariamente se sacrificam para proteger a população pernambucana. “É estarrecedor que, nas vésperas da eleição e após investigações atingirem aliados do governo, haja tamanha tentativa de amordaçar a Polícia Civil. As delegacias de polícia são locais onde se concentram relatos de vítimas em situação extrema de vulnerabilidade, especialmente mulheres vítimas de estupro, abuso sexual e violência doméstica. Os depoimentos dessas vítimas são protegidos por sigilo legal e tratados com extremo cuidado pelos policiais civis. Essa política de vigilância interna assume caráter claramente político e autoritário”, denúncia Áureo Cisneiros, presidente do SINPOL.
O sindicato exige a imediata retirada das escutas clandestinas das delegacias, a garantia dos trabalhos investigativos, a preservação do sigilo dos depoimentos de vítimas e das comunicações entre advogados e clientes, e a responsabilização dos gestores envolvidos.
O SINPOL-PE informa que formalizará denúncia junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), além de encaminhar ofícios ao presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), ao presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Ministério Público do Trabalho e à presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), solicitando providências urgentes e fiscalização rigorosa sobre o caso.
São aparelhos de alto custo e que comprovam a falta de sensibilidade do governo Raquel Lyra que poderia investir em melhorias estruturais nas delegacias, além do básico, como água mineral, material de limpeza e expediente. E não no controle do tipo Gestapo aos policiais civis,
O sindicato também cobra da governadora Raquel Lyra o envio imediato à Alepe do projeto de lei que institui a nova Lei Orgânica da Polícia Civil de Pernambuco, uma pauta indispensável para modernizar a instituição, garantir sua autonomia funcional e assegurar que o trabalho policial seja realizado com independência, técnica e coragem, doa a quem doer.
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), passou, na manhã de hoje, por uma cirurgia no coração para tratar uma arritmia. O procedimento foi realizado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Caiado foi internado na tarde de sábado, 22, após apresentar um quadro de arritmia cardíaca. A internação ocorreu no mesmo dia em que o governador se pronunciou sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A intervenção transcorreu com pleno sucesso, sem intercorrências, com restauração do ritmo cardíaco normal e estabilidade hemodinâmica durante todo o procedimento”, informou o hospital, sob chefia da equipe liderada pela médica Ludhmila Hajjar. As informações são do portal Estadão.
Ainda segundo o boletim médico, Caiado encontra-se acordado, bem-disposto, respirando espontaneamente, clinicamente estável e com evolução pós-operatória favorável. “Nas próximas horas, permanecerá em observação, seguindo o protocolo habitual de recuperação, com previsão de alta conforme evolução clínica”, informou o boletim médico.
Por Luiz Queiroz – Capital Digital
A Petrobras abriu em 14 de novembro uma chamada pública para doar dois supercomputadores, Atlas e Fênix, que apesar de terem seis anos de uso ainda figuram na lista internacional Top500. As máquinas, equipadas com GPUs Nvidia V100, tornaram-se obsoletas para as atividades de Exploração e Produção da companhia, mas continuam plenamente funcionais e são consideradas valiosas para universidades e centros de pesquisa que necessitam de capacidade de processamento avançada para atividades de ensino, simulações científicas e projetos de inteligência artificial.
O edital é destinado exclusivamente a instituições públicas de ensino superior e pesquisa, além de associações e fundações privadas sem fins lucrativos voltadas ao apoio acadêmico e científico, que atendam às exigências de regularidade fiscal e ausência de restrições nos cadastros federais.
Leia maisTambém é vedada a participação de entidades com finalidade político-partidária e de instituições cujos dirigentes mantenham relação de parentesco com empregados da Petrobras até o terceiro grau. As interessadas devem informar o município, o bairro e as comunidades que serão beneficiadas pela instalação dos equipamentos, apresentar documentação completa no momento da inscrição e comprovar que o destino da infraestrutura será o apoio direto a atividades de pesquisa ou ensino.
As máquinas estão atualmente localizadas no Centro de Provimento de TI da Petrobras, instalado no data center da empresa Takoda Data Centers, no Rio de Janeiro. A estatal esclarece que a participação no processo e a habilitação da instituição não garantem o recebimento dos equipamentos, já que a seleção final dependerá da análise técnica e de critérios previstos no regulamento.
A Petrobras poderá solicitar esclarecimentos adicionais ou documentos complementares durante a análise, e a falta de informações obrigatórias resultará na inabilitação da instituição. Caso a entidade habilitada seja selecionada para receber os supercomputadores, o contato será feito por e-mail para o agendamento da retirada. Se houver desistência, a instituição deve informar a estatal em até cinco dias úteis.
O cronograma estabelece que as inscrições ficam abertas de 14 de novembro a 8 de dezembro, com a seleção e divulgação dos resultados prevista para o período entre 9 e 19 de dezembro. O cadastro das instituições habilitadas terá validade até 20 de dezembro de 2027. Segundo a Petrobras, o objetivo da iniciativa é permitir que bens considerados inservíveis para suas operações, mas ainda altamente valiosos para fins acadêmicos, sejam destinados ao interesse social, contribuindo para o fortalecimento da pesquisa científica brasileira.
A doação de supercomputadores capazes de processar grandes volumes de dados e de executar modelos complexos pode beneficiar áreas estratégicas como inteligência artificial, geociências, química computacional, engenharia e climatologia, especialmente em instituições públicas que enfrentam dificuldades para acessar infraestrutura de alto desempenho.
O detalhamento do edital está em: https://investidor.bussolasocial.com.br/petrobras/editais/hpc2025
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), respondeu, hoje, à carta pública direcionada a ele enviada por Jorge Messias, indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, Alcolumbre disse que tomou conhecimento da mensagem, e que o Senado cumprirá, “no momento oportuno”, o procedimento tradicional para avaliar a indicação do advogado-geral da União para uma cadeira no STF. As informações são do blog da Camila Bomfim.
Leia maisAliados do presidente do Senado avaliam nos bastidores que ele recebeu bem a manifestação de Jorge Messias, mas não marcou nenhum calendário para a sabatina do indicado na Casa. Há senadores que apostam que essa sabatina vai demorar, e pode acontecer somente em 2026.
O presidente do Senado era apoiador do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para vaga no Supremo, mas, na semana passada, Lula descartou a possibilidade de indicá-lo e logo depois anunciou o nome de Messias.
“Reafirma que o Senado Federal cumprirá, com absoluta normalidade, a prerrogativa que lhe confere a Constituição: conduzir a sabatina, analisar e deliberar sobre a indicação feita pelo Presidente da República”, diz a nota da Presidência do Senado.
Messias foi indicado por Lula na última quinta-feira (20) para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que pediu a aposentadoria antecipada da Corte em outubro.
Ele ainda precisa passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para que seu nome seja aprovado, e ter aprovação da maioria no plenário da Casa. Antes, Lula precisa formalizar a indicação em carta ao Legislativo.
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A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho lamenta a decisão do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE) – que anunciou uma paralisação das atividades dos médicos da rede municipal para os próximos dias 25 e 26 (terça e quarta-feira). A administração municipal vem conduzindo as negociações com a categoria com transparência e responsabilidade e atendeu a praticamente a totalidade da pauta de negociação.
Em respeito aos profissionais, que são parte essencial da rede de atendimento à população cabense, a Prefeitura apresentou, no último mês de outubro, uma proposta de reajuste escalonado semestral, com início no primeiro semestre de 2026 e fim no segundo semestre de 2028, garantindo ganho real a todos os profissionais. Pela proposta:
Leia maisDurante as tratativas, todas as vezes em que o SIMEPE apresentou novos pontos, e a Prefeitura respondeu rapidamente, demonstrando abertura para seguir avançando nas negociações, inclusive retomando debates em 2026 e 2027 sobre gratificações e ajustes adicionais.
Mesmo com a deliberação de paralisação, a Prefeitura está reorganizando a rede para minimizar impactos, mantendo todos os serviços essenciais em pleno funcionamento. A gestão reforça que a valorização dos profissionais de saúde e a melhoria contínua da rede caminham juntas. “O diálogo continua aberto. Nosso compromisso é com a população, com os profissionais e com a sustentabilidade da rede”, afirmou o prefeito Lula Cabral.
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O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) promove, nos próximos dias 25 e 26 de novembro, às 9h, em frente à Policlínica Vicente Mendes (25/11) e ao Hospital Mendo Sampaio (26/11), um ato simbólico denominado “Consultório Vazio”. A iniciativa integra a paralisação de advertência dos médicos do Cabo de Santo Agostinho, e tem como objetivo denunciar a grave precariedade enfrentada pelos profissionais e pela população no município.
“O Simepe é o instrumento que tem como fator impulsionador a categoria que está atuando na ponta nos serviços. Por isso, seguiremos unidos aos colegas nessa construção de melhores condições de atuação e de reconhecimento merecido”, afirmou o Sindicato A paralisação envolve os médicos dos PSFs e da rede ambulatorial, mas garante a manutenção dos atendimentos de urgência e emergência pelos plantonistas, bem como hemodiálise, quimioterapia e radioterapia, preservando a assistência em casos graves.
Por Marcus Prado*
Depois de uma trajetória singular no jornalismo pernambucano e na literatura – não só como obras de ficção, mas também como cronista do cotidiano, às vezes trágico e paradoxalmente poético (gênero em que nosso autor é visto como um dos nossos ícones) –, o escritor Paulo Fernando Craveiro decide agora enfrentar uma das potências mais desafiadoras da humanidade: o espelho.
Uma obra que tem muito de memória: a natureza fragmentária e subjetiva dos dias vividos, a existência, as suas numerosas viagens para fora do Brasil. A frase de Friedrich Nietzsche nos confronta com a ideia de que o maior adversário é frequentemente o próprio espelho. Mas ele não se amedronta, além de estar na sua melhor fase criativa. O tempo, para ele, aos seus 90 anos, está longe de ser um limite, trazendo sabedoria, profundidade e segurança. Explora formas, estilos e estruturas com uma abordagem experimental que desafia o leitor a ir além do óbvio.
Leia maisNesta crônica, faço questão de me ater a um fragmento do seu livro Memórias do Espelho, a sair brevemente, o 14º de sua carreira de jornalista e escritor – que não será o fim nem uma pausa na sua carreira intelectual. Refiro-me ao capítulo em que dialoga com a obra monumental de Francisco Brennand, com lirismo e profundidade, no sentido forte em que a palavra ainda tinha no tempo de Pedro Nava e Lúcio Cardoso (e as suas comoventes cartas a Clarice Lispector. Lúcio, a grande paixão de Clarice).
Paulo vê nas esculturas de Brennand reflexos das questões existenciais que aborda em seus livros, como a passagem do tempo, a fragilidade e a força da condição humana. Francisco Brennand, com sua linguagem visual densa e simbólica, poderia também encontrar na obra de Craveiro uma ressonância poética que ecoa o lado introspectivo e espiritual de sua própria arte.
O Recife, para eles, poderia ser tanto um ponto de partida como uma alegoria – o que, para Craveiro, talvez represente uma cidade habitada pela memória e, para Brennand, um mundo repleto de figuras que evocam rituais e mistérios antigos.
Enquanto Craveiro cria um universo literário repleto de introspecção e observações sobre a natureza humana, Brennand imortaliza seu olhar através de esculturas que desafiam o tempo. Ambos sabem que a passagem do tempo expõe a nossa fragilidade e, ao mesmo tempo, evoca a nossa maior força: a capacidade de criar sentido, em um universo que é, em grande parte, indiferente.
“A condição humana é o equilíbrio tenso e dinâmico entre o saber que o tempo nos levará e o impulso irresistível de deixar uma marca duradoura.”
A convivência – ou mesmo o simples fato de terem habitado o mesmo espaço geográfico e cultural – permitiu que suas obras reverberassem, cada uma à sua maneira, as questões mais profundas da existência humana, da identidade e da criação artística.
Há um diálogo entre mundos e ideias, uma celebração daquilo que ambos buscavam através de suas artes: entender, transformar e transcender o espírito humano.
A obra de Craveiro possui uma estética densa, rica em simbolismo e repleta de uma poética que beira o místico. Ele não apenas escreve sobre pessoas e lugares, mas sobre os aspectos mais internos e intrincados da experiência humana. Costuma abordar temas como solidão, temporalidade, relações humanas – sempre com uma dose de contemplação filosófica.
Uma referência para essa ideia é frequentemente Santo Agostinho, em especial no Livro XI das Confissões, quando trata dos exercícios de ascensão ao reconhecer a necessidade de um desnudamento. O tema também é central para pensadores como Søren Kierkegaard (com seu conceito de Instante), sobre quem Paulo Fernando foi um dos primeiros a escrever no Recife.
Por fim, destaco o longo ensaio Samuel Beckett e Leopardi, de Pedro Boxall e Peter Nicholls, publicado em outubro deste ano pela Cambridge University Press. Fala das possibilidades imaginativas de ambos os escritores, que pareciam ter tanto em comum em termos de criatividade e visão da arte, da vida e do mundo. As afinidades e preocupações compartilhadas parecem colocá-los num ângulo simultaneamente intelectual e afetivo.
Os escritos de Leopardi (1798–1837) e Beckett (1906–1989) se iluminam mutuamente, numa partilha de experiências, em vez de um foco exclusivo na introspecção solitária.
*Jornalista
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