Se o leitor não conseguiu acompanhar a entrevista com historiador e pesquisador Gustavo Alonso, em tributo ao cantor Wilson Simonal, ao quadro “Sextou”, do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e exibido pela Rede Nordeste de Rádio, não se preocupe. Clique aqui e confira. Está incrível!
O Grupo Preserve Liserve realizou, na última quarta-feira (17), no centro administrativo da empresa, um encontro do Dezembro Laranja, campanha nacional de conscientização sobre o câncer de pele. Com o tema “Prevenir é o melhor cuidado”, a ação reuniu colaboradores para orientações sobre prevenção, fatores de risco e cuidados com a saúde da pele.
Com apoio da Bioderma Brasil, o evento contou com a participação das dermatologistas Aline Bertinetti, Carolina Farias, Cecília Leal e Tereza Miranda, que compartilharam informações e esclareceram dúvidas do público. A atividade também teve a presença do diretor comercial do grupo, Felipe Gomes, e integrou as ações internas voltadas à promoção da saúde entre os funcionários.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), aparece entre os cinco prefeitos de capitais mais bem avaliados do Brasil em aprovação popular, segundo levantamento do instituto AtlasIntel, divulgado nesta sexta-feira (19). O gestor ocupa a 5ª colocação no ranking nacional e figura no Top 3 do Nordeste, consolidando-se como um dos prefeitos com melhor avaliação do país.
De acordo com a pesquisa, João Campos registra 64% de aprovação entre os recifenses, índice que o coloca empatado tecnicamente com prefeitos de capitais como Curitiba, Boa Vista e Rio de Janeiro, ficando atrás apenas de gestores de São Luís (MA), Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Maceió (AL). As informações são do Blog Plural.
Leia maisNo recorte regional, João Campos se destaca ainda mais: ele é o terceiro prefeito mais bem avaliado do Nordeste, atrás apenas de Eduardo Braide (São Luís), líder nacional do ranking com 82% de aprovação, e de JHC (Maceió), que aparece com 73%.
O levantamento da AtlasIntel ouviu 82.781 entrevistados, por meio da internet, utilizando a metodologia de Recrutamento Digital Aleatório, entre os dias 6 de outubro e 5 de dezembro. A margem de erro da pesquisa é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
Além do percentual expressivo de aprovação, o desempenho de João Campos chama atenção por ocorrer em um cenário nacional de alta polarização política e de cobrança crescente por resultados concretos na gestão pública, especialmente nas grandes capitais.
O ranking avalia exclusivamente a percepção da população sobre as administrações municipais, considerando três indicadores: aprovação, desaprovação e indecisos. No caso do prefeito do Recife, o índice de desaprovação ficou em 31%, enquanto apenas 4% dos entrevistados disseram não saber ou não opinar.
Ranking completo
O Sextou, programa musical que ancoro às sextas-feiras no lugar do Frente a Frente, promove hoje um tributo ao cantor e compositor Wilson Simonal de Castro, um dos grandes nomes da música brasileira nas décadas de 60 e 70, conhecido por sucessos que marcaram gerações.
Simonal alcançou enorme popularidade com canções como Mamãe Passou Açúcar em Mim, Nem Vem Que Não Tem, Balanço Zona Sul, Tributo a Martin Luther King, Sá Marina e País Tropical, músicas que ajudaram a consolidar seu estilo e o colocaram entre os artistas mais populares do país naquele período.
Leia maisA trajetória do cantor também foi marcada por controvérsias, sobretudo pelas acusações de envolvimento com a ditadura militar, que contribuíram para o declínio de sua carreira e para o afastamento de parte da crítica e do meio artístico.
O entrevistado do programa é o historiador e pesquisador Gustavo Alonso, autor do livro Simonal – Quem não tem swing, morre com a boca cheia de formiga, publicado em 2020. Na obra, ele traça um painel dos anos 1970 e 1980 e contextualiza que Simonal não foi o único artista a flertar com o regime militar.
O Sextou vai ao ar das 18h às 19h, pela Rede Nordeste de Rádio, que reúne 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Para ouvir pela internet, acesse o link do Frente a Frente no topo desta página ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na Play Store.
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O Congresso Nacional aprovou nesta sexta-feira (19) em votação simbólica o Orçamento de 2026 com reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares e previsão de superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas do governo no próximo ano. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Emendas parlamentares são recursos reservados no Orçamento que são executados conforme indicações de deputados e senadores. Já a meta fiscal é uma estimativa de despesas e receitas que o governo estabelece com objetivo de tentar equilibrar as contas públicas. As informações são do g1.
Leia maisDe acordo com o arcabouço fiscal, aprovado em 2023, há um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual em relação à meta central. Ou seja: a meta será considerada formalmente cumprida se o governo tiver saldo zero, ou se chegar a um superávit de R$ 68,6 bilhões.
A proposta ainda estabelece o piso mínimo de R$ 83 bilhões para investimentos públicos.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) votou o texto mais cedo nesta sexta e no início da tarde, deputados e senadores deram aval ao texto em sessão conjunta no plenário.
Emendas parlamentares
O relatório prevê uma reserva de cerca de R$ 61 bilhões em emendas. Desse valor, R$ 49,9 bilhões são emendas que ficam sob controle dos parlamentares, incluindo emendas individuais, de bancada e de comissão.
A maior parte é destinada às emendas com execução obrigatória pelo governo (individuais e estaduais). Neste ano, cerca de R$ 37,8 bilhões serão destinados a emendas impositivas (de pagamento obrigatório).
As emendas impositivas são de dois tipos:
individuais (dirigidas a cada senador e deputado): R$ 26,6 bilhões; e
de bancada (destinadas às bancadas estaduais): R$ 11,2 bilhões.
Há ainda reserva para o pagamento das emendas de comissão, que não têm execução obrigatória e dependem de liberação do Planalto.
O montante destinado a essa categoria ficará em R$ 12,1 bilhões. Além disso, o texto prevê R$ 11,1 bilhões como parcelas adicionais, para despesas discricionárias e para projetos selecionados no Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC).
Impacto das emendas
As emendas parlamentares representam uma parte cada vez mais significativa do Orçamento da União. São recursos que deputados e senadores destinam a seus redutos eleitorais para a realização de obras e projetos.
As emendas individuais de cada parlamentar e as emendas de bancada (definidas em conjunto pelos parlamentares de cada estado e do DF) são impositivas. Isso significa que o governo é obrigado a executar os recursos naquele ano.
Já as emendas de comissão não são impositivas. Ou seja: o governo pode bloquear ou até cancelar esses repasses se avaliar que não vai conseguir fechar as contas no fim do ano.
O texto foi aprovado após o Congresso negociar com o governo e chancelar um calendário de pagamento de emendas com os parlamentares no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.
A proposta determina que mais da metade das emendas terá de ser paga pelo governo até o final do primeiro semestre.
A regra vai abranger indicações feitas em duas modalidades de emendas: individuais e de bancadas. Essas categorias têm pagamento obrigatório pelo governo, mas o fluxo de desembolso varia.
O Executivo terá de quitar 65% do total indicado por parlamentares nessas modalidades para as áreas da saúde e da assistência social — que representarão a maior parte dos recursos indicados por deputados e senadores em 2026.
Investimentos
A proposta determina ainda um piso mínimo de R$ 83 bilhões para investimentos públicos. O valor se refere ao piso de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), valor que precisa ser destinado a investimentos, segundo a regra do arcabouço fiscal. O PIB estimado para 2026 corresponde a R$ 13.826,2 bilhões.
Os investimentos são uma parcela das chamadas “despesas discricionárias” — que o governo não é obrigado a gastar. Ou seja, precisam estar previstos no Orçamento, mas, em caso de aperto financeiro, costumam ser contingenciados.
O governo deve priorizar as obras públicas do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que sofrem com restrições de recursos e paralisações.
Números do orçamento
O Orçamento da União para o próximo ano é de R$ 6,5 trilhões, sendo R$ 1,8 trilhão destinados ao refinanciamento da dívida pública.
O limite de despesas para 2026 será de R$ 2,3 trilhões, para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Salários e reajuste
A proposta prevê ainda um aumento das despesas com pessoal e encargos sociais de R$ 12,4 bilhões em relação ao valor do ano passado.
Desse valor, R$ 7,1 bilhões serão para reajustes e demais adicionais remuneratórios e R$ 4,3 bilhões para a criação de novos cargos, funções e gratificações.
“Esse incremento reflete a intenção do Executivo, bem como dos demais Poderes e órgãos, de promover o fortalecimento de carreiras e adotar, políticas de cargos e salários mais compatíveis com suas necessidades institucionais”, diz o relatório.
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Por Letícia Lins – Oxe Recife
Depois do sucesso do encontro da semana passada, no último dia 13 – reunindo os escritores Cícero Belmar, Ney Anderson e Cleyton Cabral – a Academia Pernambucana de Letras volta a se movimentar no sábado, 20 de dezembro, para uma confraternização natalina e literária. É o “Natal de Livros”, coordenado pela professora, escritora e acadêmica Flávia Suassuna.
O evento terá sessão coletiva de autógrafos, com a participação de 17 escritores, bate-papo com eles e, por fim, sorteio de livros. Cada qual levará um título de sua autoria para sorteios com o público. O “Natal de Livros” acontece a partir das 16h, no casarão secular da Avenida Rui Barbosa, 1596, no bairro das Graças (a entrada do estacionamento, no entanto, é pela Avenida Malaquias).
Leia mais“Literatura é o encontro da escrita com a leitura, de quem escreve com quem lê”, lembra Flávia, no convite para o encontro, divulgado nas redes sociais. A “confraternização natalina” e literária reunirá a própria Flávia Suassuna, Wellington de Melo, Bruna Maciel Borges, Cleyton Cabral; Danielle Romani, Débora Meira, Estêvão Machado.
E ainda: Fernanda Castro, Germana Accioly, João Melo, Keilla Liberal, Larissa Garrido, Lucas Santana, Thaís Roque, Túlio Velho Barreto, Turma de Escrita Criativa do Cesar School. Muito interessante que com tantas atrações de fim de ano pipocando por todos os lados da cidade – shows, confraternizações, cantatas – o livro esteja incluído entre os festejos. Isso é bom demais.
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A Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) anunciou a redução das mensalidades de diversos cursos de graduação para os ingressantes de 2026, com descontos que variam de 15% a 67%. Os novos valores passam a valer para aprovados na primeira seleção e para candidatos que se inscreverem até 12 de janeiro pelo site vestibular.unicap.br. Segundo a instituição, a medida é resultado de um processo de reestruturação institucional, que incluiu a implantação de um Centro de Serviços Compartilhados e a otimização de processos administrativos.
“Esta é uma decisão de gestão estratégica que reforça nossa missão jesuíta de ampliar o acesso à educação superior de qualidade”, afirmou o pró-reitor administrativo e futuro reitor da Unicap, padre Carlos Fritzen, que assume a reitoria no dia 16 de janeiro, em substituição ao padre Pedro Rubens. Ele acrescentou: “Tornar a Unicap mais acessível é também torná-la mais justa e comprometida com a transformação social”.
Entre os cursos contemplados com a nova política de valores estão Ciências Contábeis (50%), Direito noite (30%), Jornalismo (30%), Psicologia noite (30%) e Ciência da Computação noite (30%), além de graduações da área de saúde, como Enfermagem (35%), Fisioterapia (58%), Fonoaudiologia (64%), Farmácia (58%), Nutrição (58%) e Ciências Biológicas – bacharelado (67%). A Unicap também definiu valores para novos cursos, como Mídias Sociais (R$ 1.099), Inteligência Artificial (R$ 1.819,98) e Banco de Dados e Ciências de Dados (R$ 1.273,46). As matrículas para aprovados na primeira seleção seguem abertas até 5 de janeiro, exceto para o curso de Medicina.
Por Letícia Lins – Oxe Recife
Haja festa, para comemorar o ciclo natalino. Após a animação bonita do final de semana no bairro do Recife Antigo – cortejo com elenco do “Baile do Menino Deus”, reisados, pastoris, concerto da Orquestra Sinfônica do Recife, desfile de grupos culturais – a Avenida Rio Branco volta a se movimentar a partir dessa sexta-feira, 19 de dezembro com manifestações culturais que vão do pastoril ao cavalo marinho.
A via, também chamada de bulevar, vem se consolidando como um foco de animação, durante festas de época. Foi assim no período junino e está sendo, também, no Ciclo Natalino. Com decoração iluminada e vários ambientes instagramáveis, tornou-se ponto de encontro e de comemorações de final de ano. E animação não vai faltar. Nessa sexta, teremos: Orquestra Harmonia (18h), Boi Mimoso de Natal (19h), Pastoril Perigosas Pastoras (20h), Natal Delas – Só Mulheres Bandinha Natalina (21h).
Leia maisNo sábado, 20/12, são cinco as atrações, que começam a chegar mais cedo do que na sexta. Estão programadas para a Rio Branco: Ninho e sua Orquestra de Natal para todos (16h), Pastoril Menino Jesus da Vovó Bibia (17h), Cavalo Marinho Boi Pintado (18h), Pastoril Jardim da Alegria (19h) e Mestre Magro e Ciranda Veneno Festejos Natalinos (20h).
No domingo, 21/12, a festa começa no meio da tarde. Veja as atrações: Pastoril Lindas Ciganas (15h), Boi Faceiro (16h), Pastoril Campinas Alegres (17h), Ciranda das Flores Amunam (18h) e Cia PE – Nambuco de Dança Pastoril Divinas Pastoras (19h). A Avenida Rio Branco ganhou 14 estruturas – treze casas e um moinho – que, iluminadas, chamam a atenção do público. Detalhe para o “banho de neve”, que recomeça nessa sexta (entre 19h e 21h),repetindo-se no mesmo horário no sábado (20). No domingo, a “neve” cai entre 18h e 20h. Essa mistura está interessante, não está? A neve da cultura europeia que nos impôs o Papai Noel (tão popular em todo o mundo) e os grupos culturais com a cara da terra, como o pastoril, o boi e a ciranda.
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O presidente Lula (PT) afirmou nesta sexta-feira (19) que vai dar uma “surra em quem se meter a achar que a extrema direita vai voltar a governar esse país”.
“Que venham! Que venham! Porque nós vamos desafiar, não é com palavras, não é com xingatório. Eu quero comparar o que eles fizeram nesse país com o que nós fizemos. Eu quero comparar quem tem mais na saúde, quem tem mais na educação, quem tem mais no transporte, quem tem mais na política de inclusão social. Eu quero saber”. As informações são da Folha de S. Paulo.
O petista participa de celebração de Natal de catadores na ExpoCatadores 2025, no pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo. O evento reúne catadores, cooperativas, especialistas, organizações internacionais e representantes dos governos federal, estaduais e municipais.
Leia maisEm referência ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula disse que o país não pode permitir que a “extrema direita fascista, negacionista, responsável pela morte de mais de 700 mil pessoas”, volte a governar o país, com “mentira pela internet”.
“Pela primeira vez na história desse país, nós temos um presidente preso por tentativa de golpe. Pela primeira vez nesse país, nós temos quatro generais de quatro estrelas presos nesse país pela tentativa de golpe. Pela tentativa de fazer um plano para matar o Lula, para matar o Alckmin e para matar o Alexandre Moraes.”
Ele também voltou a dizer que deve vetar o projeto de lei que reduz penas de condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nos casos do 8 de Janeiro e da trama golpista. “Com todo respeito aos deputados e senadores que votaram a lei da redução da pena, eu quero dizer para vocês: eu vou vetar essa lei. E se eles quiserem que derrubem o meu veto.”
“A gente tem que ensinar esse pessoal a respeitar. Eu perdi três eleições nesse país. Perdia as eleições e voltava para casa. Me preparava para outra. Nunca houve um alto de tentativa de golpe nosso. Nunca tentamos tomar o poder de assalto. Eles têm que aprender que [n]a democracia vence quem tem mais voto.”
Além de Lula, estavam presentes a primeira-dama, Rosângela da Silva, e autoridades como o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; e a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck.
Cotado para disputar o Governo de São Paulo em 2026 e sob gritos de governador, Haddad alfinetou as gestões do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.
O ministro disse ser difícil trabalhar de Brasília sem “um prefeito comprometido, um prefeito com um olhar específico, um governador com sensibilidade, que não bota a polícia para bater no povo, que dá atenção para as pessoas, que cria um ambiente de trabalho digno”.
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), rebateu nesta sexta-feira as críticas feitas por seu antecessor no cargo, Arthur Lura (PP-AL), após o episódio em que o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) não foi cassado.
O centrão teve de recuar do plano de cassar o psolista após perceber que não teria votos suficientes para cassar o parlamentar. Para evitar desgatar Motta junto ao plenário, aliados do deputado passaram a atuar pela suspensão por seis meses de Glauber, movimento que contrariou Lira. As informações são do jornal O GLOBO.
Leia maisNo grupo de deputados do PP, o ex-presidente da Câmara chegou a dizer que a gestão da Casa “é uma esculhambação” e falou também a aliados que Motta “está perdido e foi humilhado”. Glauber é desafeto de Lira.
Nesta sexta, Motta procurou minimizar as declarações e disse que “cada um tem seu jeito de agir”. Lira foi um dos principais fiadores da candidatura de Motta à presidência da Casa, mas desde que o aliado assumiu o comando da Câmara a relação dos dois esfriou.
– Sempre tive uma relação de muita amizade, desde quando eu cheguei aqui em Brasília, com o deputado Arthur Lira. Não concordo com as críticas, eu também não sei se foi tirado de contexto o que ele disse. Sigo com muita tranquilidade fazendo o que eu entendo que é certo. É natural que haja discordância, cada um tem seu estilo, sua forma de agir, se comportar, sua maneira de tomar decisão. Da mesma forma que eu discordo de alguém, também acho natural que discordem de mim. Mantenho essa relação de amizade e respeito com o deputado Arthur — disse Motta, que participou nesta manhã de um café com jornalistas.
O resultado da votação representou uma derrota a Lira e a Motta. Nos bastidores, aliados do presidente da Câmara dizem que Lira busca roubar protagonismo do parlamentar numa tentativa de manter a influência que tem junto aos deputados.
Em entrevista ao GLOBO, o líder do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), fez críticas a Lira, dizendo que é preciso respeitar a atuação de Motta. Ele afirmou que a cassação de Glauber se tornou um “capricho de Arthur Lira” e disse que o deputado “ainda não se deu conta de que é ex-presidente da Câmara”.
–Eu defendo o comportamento do presidente Hugo Motta, que está corretíssimo na condução. Só tem um problema: talvez ele (Lira) tenha saudade, esqueceu que o mandato dele acabou. Quem tem boca diz o que quer. A gente precisa ter respeito na condução de cada um. Ele (Lira) sempre teve o nosso, meu e do presidente Hugo — disse o líder do MDB na entrevista.
Nesta sexta, ao falar sobre o projeto de lei da Dosimetria, que foi aprovado pelo Congresso e reduz penas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros envolvidos em atos golpistas, Motta disse que vai aguardar a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ações que tramitam no STF que pedem a derrubada do projeto. Lula já disse que vai vetar a medida.
– A Câmara dos Deputados aguardou o Supremo concluir os julgamentos. O Congresso aprovou a possibilidade de essas pessoas acionarem o Judiciário para reivindicar a revisão das penas. É importante ressaltar que o próprio Judiciário vai analisar isso, não será automático A lei sendo validada, vamos aguardar a decisão do presidente da República para ver se avançamos no que considero a melhor alternativa para a pacificação – disse.
– Dependendo da decisão do presidente, vamos reunir os líderes. Quem pauta veto é o presidente do Senado. Ainda não conversei com o senador Davi sobre essa posição, nem com o presidente Lula – também declarou.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou, nesta sexta-feira (19), que vai vetar o PL (Projeto de Lei) da Dosimetria, que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e pela trama golpista julgada no STF (Supremo Tribunal Federal).
Durante agenda em São Paulo, o petista falou em “respeito” e disse que o Congresso Nacional poderá derrubar o seu veto, se assim quiser. Na noite de quarta-feira (17), o plenário do Senado Federal aprovou, por 48 votos a 25, o texto-base do projeto de lei. As informações são da CNN.
Leia mais“Se o Congresso quiser, que derrube meu veto”, afirmou o chefe do Planalto em cerimônia de Natal na ExpoCatadores, em Santana, na zona norte da capital paulista. Segundo Lula, é “obrigação” não permitir que “a democracia dê um passo para trás”.
“Pela primeira vez na história desse país nós temos um presidente preso por tentativa de golpe, pela tentativa de fazer um plano de matar o Lula, para matar o Alckmin e para matar o Alexandre de Moraes. E agora eles querem anistia”, declarou o presidente.
Durante entrevista coletiva na tarde de ontem, Lula comunicou publicamente pela primeira vez que vetará a proposta aprovada pelo Congresso.
“O Congresso tem o direito de fazer as coisas, eu tenho o direito de vetar e depois eles têm o direito de derrubar. Esse é o jogo”, disse o mandatário na ocasião.
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Por Rudolfo Lago – Correio da Manhã
A investigação movida por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino sobre irregularidades na destinação das emendas orçamentárias virou briga de cachorro grande entre o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e o deputado José Rocha (União Brasil-BA).
A Petição 14.949 de Flávio Dino, que embasou a operação da semana passada, tem como um dos seus principais pontos um depoimento do deputado José Rocha (União Brasil-BA), ex-presidente da Comissão de Integração Nacional da Câmara dos Deputados, no qual ele dize que recebera na época uma planilha com indicações de uma assessora, Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, para basear a destinação de R$ 1,1 bilhão.
Leia maisDesse valor, diz ele, R$ 320 milhões seriam para Alagoas. Tuca seria uma assessora do alagoano Arthur Lira (PP), ex-presidente da Câmara. Agora, Arthur Lira rebate que Rocha é quem teria, sozinho, destinado R$ 152 milhões, sendo R$ 88 milhões para municípios da Bahia para beneficiar os seus redutos eleitorais. As informações sobre Rocha foram publicadas por Andrezza Mathais, em sua coluna no portal Metrópoles.
De acordo com a denúncia, a decisão de José Rocha na destinação dos R$ 152 milhões teria sido unilateral, sem qualquer consulta a outros líderes de partido e outras autoridades da Câmara. E essa ação de Rocha teria sido percebida por Tuca. Arthur Lira, então, teria acionado o governo para desfazer a operação. Mesmo assim, segundo a denúncia, o então presidente da Comissão de Integração Nacional teria conseguido garantir o direcionamento de R$ 53 milhões, que teria ficado, em 2024, em torno de R$ 11 milhões.
Na quinta-feira (18), Lira tratou de espalhar a denúncia feita contra José Rocha. No mínimo, Rocha faria o mesmo que acusa Lira de fazer. O ex-presidente da Câmara, porém, afirma que não. Afirma que a distribuição dos recursos orçamentários teria sempre procurado atender todos os parlamentares, de todos os partidos. E que, ao final, quem paga os valores é o governo federal.
Assim, se na ponta final acontecem irregularidades, se o dinheiro destinado não vai efetivamente parar na obra, se desaparece por algum ralo, não necessariamente, na concepção de Lira, se deve responsabilizar quem destinou o recurso orçamentário. A não ser que efetivamente haja alguma acusação.
No final, argumenta, quando se acusa o processo orçamentário, isso faria parte de uma retórica de “criminalização da política”. Bem, nem tudo no caso é assim tão simples. O que hoje se crítica é a falta de transparência do processo orçamentário. Em boa parte dos casos, como já reiterou Flávio Dino algumas vezes.
Dino aponta que “não há transparência nem rastreabilidade” em muitos processos. Traduzindo: os mecanismos de controle muitas vezes não conseguem saber quem destinou o recurso, para qual estado e município o recurso foi destinado e o que se pretendia fazer. É o cerne do “orçamento secreto”.
No caso da petição de Dino, o que ele aponta, a partir dos depoimentos de José Rocha e também dos deputados Glauber Braga (Psol-RJ), Fernando Marangoni (União Brasil-SP), Adriana Ventura (Novo-SP), Dr. Francisco (PT-PI), do senador Cleitinho (PL-MG) e da servidora Elza Carneiro, o que ele aponta é controle da destinação de Lira.
A distribuição dos recursos se concentraria em uma tal “Salinha do Orçamento”, que foi alvo da operação de busca e apreensão da semana passada, na qual Tuca faria a distribuição dos recursos a partir da orientação de Arthur Lira. Orientação que, nos depoimentos, beneficiaria Lira e seus redutos eleitorais.
O relatório centra parte das denúncias no que teria havido no município de Rio Largo (AL), a 27 quilômetros de Maceió. Uma cidade de cerca de 70 mil habitantes que teria recebido, entre 2019 e 2022, mais de R$ 90 milhões de recursos de emendas orçamentárias. Enfim, tudo vai virando chumbo trocado.
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