Do Jornal do Commercio
O cenário econômico de Pernambuco em 2023 revelou um forte protagonismo do Sertão. Dados divulgados ontem (19) pelo IBGE mostram que o município de Lagoa Grande, localizado no semiárido e integrante da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento (RIDE) do Polo Petrolina e Juazeiro, registrou o maior crescimento econômico do Estado. Com uma expansão de 38,6% no Produto Interno Bruto (PIB) após os correntes em relação ao ano anterior, a cidade saltou 12 posições no ranking estadual, consolidando-se como a 45ª maior economia de Pernambuco.
O desempenho de Lagoa Grande impressiona quando comparado à média de crescimento dos municípios pernambucanos, que foi de 10,8% no período. A capital, Recife, embora tenha mantido sua relevância, cresceu 10,4%, ficando ligeiramente abaixo da média estadual. O Lagoa move a economia da região graças à produção de frutas. O município possui atualmente o segundo maior PIB agrícola da Região do São Francisco e é a quarta maior produtora de frutas do Brasil.
Leia maisNa mesorregião do Sertão do São Francisco, o município, ao longo dos últimos 30 anos, ganhou infraestrutura expressiva de transportes e na prestação de serviços na exploração da uva que atende ao processamento do vinho. A agricultura representa 36% do valor adicionado bruto municipal, impulsionada pela fruticultura.
Destaques e contrastes regionais
Além de Lagoa Grande, outras cidades do interior apresentaram variações expressivas no PIB. No topo da lista de maiores crescimentos figuram São Joaquim do Monte (33,4%), São José do Belmonte (33,2%) e Canhotinho (31,9%).
Por outro lado, o levantamento aponta que cinco municípios enfrentaram quedas em suas economias. As maiores retrações foram observadas em:
• Bezerros: -9,3%
• Sairé: -4,6%
• Panelas: -3,7%
• Joaquim Nabuco: -2,0%
• Escada: -1,4%
Panorama estadual e concentração
De forma geral, o crescimento conjunto dos municípios fez Pernambuco elevar sua participação na economia do Nordeste, embora o estado ainda esteja abaixo dos patamares pré-pandemia e atrás da Bahia em termos de valor total.
Um dado estrutural relevante é a dependência do setor de serviços, que reflete no índice de concentração de Gini do valor adicionado bruto. Pernambuco apresenta um índice de 0,783 nesta área, ocupando o primeiro lugar em concentração na região Nordeste. Apesar disso, o índice de concentração do PIB pernambucano como um todo é menor do que a média nacional (0,838), indicando uma distribuição econômica municipal menos desigual do que a observada no restante do Brasil.
No ranking das capitais, o Recife ocupa a 15ª posição nacional na razão entre o seu PIB per capita e o PIB per capita do país. O PIB per capita nacional para o ano de 2023 foi fixado em R$ 53.886,67.
Variações do PIB em Pernambuco:
- Lagoa Grande: +38,6%
- São Joaquim do Monte: +33,4%
- São José do Belmonte: +33,2%
- Canhotinho: +31,9%
- Salgadinho: +28,6%
- Santa Maria da Boa Vista: +28,1%
- São João: +27,6%
- São Vicente Ferrer: +27,1%
- Chã Grande: +25,3%
- Recife (Capital): +10,4%
- Custódia: +0,6%
- Santa Cruz: +0,4%
- Timbaúba: +0,4%
- Ilha de Itamaracá: +0,2%
- Chã de Alegria: +0,1%
- Escada: -1,4%
- Joaquim Nabuco: -2,0%
- Panelas: -3,7%
- Sairé: -4,6%
- Bezerros: -9,3%




























