O exercício regular do Tribunal de Contas do Estado (TCE) em recorrer de decisões judiciais não foi tolerado pela governadora Raquel Lyra (PSD), procuradora jurídica concursada. A governadora considerou um recurso de agravo interno, apresentado no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE), como uma “declaração de guerra” contra a sua gestão estadual. A informação é do jornalista José Matheus Santos, da Folha de São Paulo.
A questão envolve o contrato bilionário de publicidade de Raquel Lyra, alvo de CPI da Assembleia. O TCE expediu uma cautelar suspendendo o contrato. Uma empresa contratada recorreu ao TJPE, que cassou a decisão do TCE. O TCE, exercendo um legítimo direito processual recorreu, com recurso de agravo, ainda não apreciado pelo TJPE.
Leia maisEste recurso, idealizado pelo conselheiro Carlos Neves e assinado pelo conselheiro Rodrigo Novaes, foi tomado pela governadora como uma “declaração de guerra” contra a sua gestão no Governo. A Corte de Contas recorreu ao TJPE na quinta-feira (31) para restaurar a suspensão do contrato, ou seja, para derrubar a liminar do TJPE. A relação do Tribunal de Contas com a gestão estadual está muito desgastada, segundo a Folha de São Paulo.
Além do TCE, a governadora tem embate também com o poder legislativo. A Assembleia abriu uma CPI contra o governo estadual sobre o contrato de R$ 1,2 bilhão para a comunicação da gestão Raquel Lyra. A proposta foi feita pela deputada estadual de oposição Dani Portela (PSOL). O requerimento teve apoio de outros 18 parlamentares. Para abrir uma CPI, é necessário o apoio de ao menos 17 deputados estaduais dentre os 49. A abertura da CPI no primeiro dia após o recesso legislativo é mais um episódio na crise entre Raquel Lyra e a Assembleia Legislativa desde 2023.
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