O PSOL de Pernambuco divulgou uma nota na qual acusa a deputada estadual Dani Portela, filiada ao partido, de se aliar ao bolsonarismo no estado.
A legenda também nega ter ingerência sobre a destinação de verbas indenizatórias da parlamentar, alvo de denúncia anônima nesta semana por supostamente contratar empresa fantasma. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia maisO partido começa a nota defendendo que as denúncias contra Portela sejam rigorosamente apuradas, “com total transparência e respeito ao devido processo legal, garantindo-se o direito à ampla defesa e ao contraditório.”
A parlamentar foi denunciada ao Ministério Público de Contas por supostamente ter contratado uma empresa no nome do tio de seu marido para prestar serviços de automatização de dados em seu gabinete na Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco). Criada em julho de 2023, a companhia já teria recebido R$ 457,2 mil da Casa legislativa.
Após essa defesa inicial, o PSOL-PE passa a criticar a parlamentar e afirma que, nos últimos meses, “a deputada vem progressivamente se distanciando do partido” e cita a desfiliação coletiva de aliados, que migraram para o PT, “sinalizando clara mudança de alinhamento político.” “Os assessores que optaram por permanecer no PSOL foram exonerados do mandato”, continua.
Em 2026, Dani Portela deve ser candidata à reeleição pelo PT, partido ao qual deve se filiar em março.
O partido se queixa ainda da ausência de participação da deputada nas atividades da chapa majoritária do PSOL para 2026 e diz que Dani Portela não mantém interlocução com a direção partidária nem participa da vida orgânica da legenda.
Além disso, afirma ter “sérias reservas quanto à construção de alianças na Alepe que incluam o PL de [Jair] Bolsonaro, partido cujas posições são diametralmente opostas aos nossos princípios programáticos.” “Essa articulação resultou, por exemplo, na eleição do deputado Alberto Feitosa (PL) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça com votos do bloco PSOL, Republicanos e PSB.”
Por fim, o partido diz não exercer “qualquer ingerência sobre as decisões administrativas e financeiras do mandato parlamentar, incluindo a destinação de verbas indenizatórias.”
Dani Portela gravou um vídeo em uma rede social rebatendo a nota do partido e afirmando que, de todos os ataques que sofreu na semana, o que mais a surpreendeu foi o do PSOL. A deputada estadual diz ser mentira a informação de que exonerou pessoas do partido.
“Isso é uma inverdade, um absurdo insinuar e afirmar que eu tenho relação com o campo bolsonarista, com o campo de direita”, continua. “Eu sou uma ampla defensora do governo Lula, da democracia, do campo popular democrático.”
“É um absurdo o que o PSOL está tentando fazer comigo”, continua, justificando que pediu apoio de parlamentares do PL para coletar assinaturas para uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre gastos da comunicação estadual.
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