Ficou pronto a edição 2022 do Ranking de Competitividade dos Estados e dos Municípios feito pelo Centro de Liderança Pública analisando as contas públicas nos últimos três anos onde se verificou que estados e municípios brasileiros conseguiram reduzir os gastos com pessoal o que melhorar seu enquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal.
O fenômeno aconteceu nos dois anos de pandemia de Covid-19 (entre 2020 e 2022) graças a um conjunto de fatores como as reformas previdenciárias locais, a proibição de aumentos salariais do funcionalismo, e aos repasses de recursos do governo federal. As informações são do colunista Fernando Castilho, do JC.
Leia maisO documento mostra que, no período 26 dos 27 estados reduziram os gastos com pessoal (Amapá foi o único a aumento da rubrica) e que o número de Estados que rompeu o limite de 60% da Receita Corrente Líquida dos gastos com pessoal caiu de 18 em 2020 para cinco em 2022, considerado o limite máximo de 60% previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), caiu de 18 em 2020 para cinco em 2022. Essa melhoria de gastos com pessoal de deve a fatores externos ao caixa dos estados não refletindo necessariamente melhor gestão dos governadores e prefeitos.
O levantamento também aponta que, atualmente, 13 estados gastam mais de 54% da Receita Corrente Líquida com pessoal, considerado o primeiro patamar de alerta da LRF. Deste conjunto, dez já rompem também o limite prudencial gastando mais de 57% da RCL. Em 2020, eram 14 estados nessa situação.
Pernambuco, com 55,35%, ocupa a 15ª posição no Ranking. No Nordeste, ele é o quarto superado por Rio Grande do Norte (78,06%), Paraíba (60,26%) e Sergipe (58,28%). Alagoas, com 49,06%, lidera o ranking de performance no Nordeste seguida pelo Ceará (49,50%).
Aprovada no período da pandemia, a Lei Complementar 173 estabeleceu o repasse de ajuda federal aos Estados e municípios para combater os efeitos da pandemia desde que, em contrapartida, os entes não promovessem reajustes salariais para os servidores e nem expandissem a contratação de pessoal no período. Com estes fatores, o número de estados e municípios que conseguem se enquadrar abaixo do limite global da LRF aumentou significativamente.
No levantamento de 2022 do CLP listando 415 municípios com população acima de 80 mil habitantes, o destaque no ranking está na cidade de Mesquita (RJ) que comprometeu apenas 22,70% de suas receitas com pessoal. Ela é seguida de Itabira, em Minas Gerais (26,27%) e Barueri, em São Paulo (30,05%). Na outra ponta está Magé (RJ) que aparece no relatório do CLP com despesas de pessoal de 188,40% quando em 2021 apresentava despesas de 63,49%.
Entre as capitais, o destaque é São Paulo (SP) que compromete apenas 36,79% seguida de Salvador com 40,14%. No topo das que gastam mais está o Rio de Janeiro (RJ) com 57,28% seguida de Macapá (54,86%) e Porto Velho (53,22%). O Recife está na segunda melhor posição com 46,42% superada apenas por Salvador com 36,79%.
Leia menos