Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
Pernambuco pode enfrentar falta de profissionais capacitados na Secretaria da Fazenda (Sefaz-PE) para lidar com as mudanças impostas pela Reforma Tributária. O alerta é do auditor fiscal Francelino Valença. Ele é presidente da Fenafisco (Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital) e do Sindifisco (Sindicato do Grupo Ocupacional Administração Tributária de Pernambuco) no Estado.
Segundo Valença, dos 634 auditores fiscais ativos, 282 estão em abono de permanência, aptos a se aposentar a qualquer momento. Isso equivale a quase 50% do efetivo, criando um risco iminente de lacuna nas atividades essenciais.
Leia maisEm artigo publicado neste blog, na última terça-feira (28), Valença explica que após quase 20 anos, foram nomeados apenas 70 auditores. No concurso de 2014, foram convocados 50 novos auditores, enquanto no certame de 2022, por enquanto, foram chamados apenas 20.
“O restante do quadro é composto majoritariamente por servidores de concursos realizados em 1992 ou antes, representando quase 90% dos profissionais ativos. Esse cenário reduz a eficiência operacional e dificulta a transição de conhecimento, essencial para manter a excelência nas atividades da Sefaz-PE”, destacou Francelino Valença.
Diante desse panorama, o presidente do Sindifisco defende que o Estado precisa agir com urgência para aprimorar o quadro da Secretaria da Fazenda. Ele ressaltou que nomear novos auditores fiscais é indispensável para garantir a continuidade das atividades de fiscalização, arrecadação, gestão financeira, bem como o combate à concorrência desleal, à sonegação e a defesa do bom contribuinte.
“A reposição de pessoal evitará a sobrecarga nos servidores ativos, melhorará a arrecadação e permitirá maior justiça fiscal. A transição de conhecimento entre profissionais experientes e novos é crucial para preservar a qualidade do serviço público”, enfatizou.
Francelino Valença frisou ainda que a falta de nomeações poderá impactar a sustentabilidade financeira do Estado e o cumprimento de suas obrigações constitucionais. Estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Ceará, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás e a Receita Federal realizaram mais de 2.200 nomeações nos últimos anos.
“Seguindo o exemplo de outros Estados, é importante que Pernambuco continue investindo na modernização da estrutura fiscal e na valorização de seu quadro técnico para enfrentar os desafios futuros com eficiência e responsabilidade”, finalizou Valença.
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