Ao menos 67 prefeitos de Pernambuco subiram aos palcos durante as festividades juninas deste ano, atraindo a atenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). O levantamento, feito pelo Diario de Pernambuco a partir de publicações no Instagram de prefeitos e prefeituras, revelou que aproximadamente um terço dos gestores pernambucanos participou de eventos de forma ostensiva. Ou seja, posando para fotos com o público, sendo chamados por artistas, dançando ou até tocando instrumentos como a zabumba. Entre os casos estão as cidades de Jaboatão dos Guararapes, Petrolina, Caruaru, Belo Jardim e Arcoverde.
Embora a Constituição Federal não proíba expressamente a presença de prefeitos em eventos públicos, especialistas alertam que o uso dessa visibilidade para autopromoção pode configurar improbidade administrativa. Dessa forma, violando o princípio da impessoalidade que rege a administração pública. As informações são do Panorama PE.
Leia maisO pesquisador Salathé, ouvido na matéria, destacou que o contexto e a intenção da participação são decisivos para a análise. “Se em algum momento se perceber que houve um desvio para autopromoção, para promoção de amigo, esposa ou algo do tipo, aí existe a possibilidade de responsabilização”, explicou.
O TCE-PE informou que avaliará caso a caso, considerando se houve abuso da imagem pública e se os eventos foram custeados com recursos municipais. Em situações comprovadas, as condutas podem resultar em sanções administrativas e até eleitorais.
Com isso, a discussão reacende o debate sobre o equilíbrio entre a participação institucional e a autopromoção. Especialmente em períodos próximos às eleições, quando o zelo pela impessoalidade se torna ainda mais imprescindível. Para especialistas, o episódio serve de alerta para que gestores mantenham a ética e a transparência como prioridades. Assim, evitando transformar eventos culturais, como o São João, em palcos para agendas políticas pessoais.
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