O deputado federal Fernando Rodolfo, pré-candidato do PL à Prefeitura de Caruaru, se reuniu hoje com Jair Bolsonaro em Brasília. Durante o encontro, Fernando apresentou ao ex-presidente suas propostas para o município, abordando temas como saúde, educação, desenvolvimento econômico e urbano, além do resgate do protagonismo regional e nacional da cidade.
“Bolsonaro tem acompanhado o cenário político brasileiro, e vem acompanhando o debate em Caruaru. Ele fez uma observação sobre os gastos estratosféricos envolvendo alguns artistas que se apresentaram no São João desse ano, um verdadeiro absurdo”, afirmou Fernando Rodolfo.
“Isso incomodou ao presidente. Foi Bolsonaro quem colocou o forró como patrimônio nacional, e isso presume que deveríamos prestigiar os forrozeiros no São Joao. Ele disse que o Brasil precisa respeitar suas raízes “, concluiu o deputado.
O Transforma Petrolina anunciou a realização de um Leilão Solidário com quadros autografados por artistas que participaram do São João 2025 da cidade. A iniciativa, que sucede o São João Solidário, destinará os valores arrecadados ao Hospital Dom Tomás — referência no tratamento oncológico na região — e a outras ações sociais apoiadas pelo programa de voluntariado.
A ação, intitulada “Quadros que Transformam”, foi realizada em parceria com o Lounge PNZ, Cads Quadros e os fotógrafos Kaio Cads e Carlinhos Luz. As obras retratam imagens de Petrolina e foram entregues aos artistas nos bastidores do evento, onde autografaram as peças como gesto de apoio à causa. Entre os nomes confirmados estão Geraldo Azevedo, João Gomes, Léo Foguete, Wesley Safadão, Gusttavo Lima e Natanzinho Lima. A data e o formato do leilão serão divulgados em breve pelos canais oficiais do Transforma Petrolina.
“Esses quadros que estarão no Leilão Solidário representam nosso compromisso em incentivar a solidariedade entre as pessoas e um gesto concreto de cuidado e esperança para quem mais precisa”, afirmou Alinne Durando, coordenadora voluntária do Transforma Petrolina.
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) cobraram explicações do Governo de Pernambuco após mais um afundamento do trem de pouso de uma aeronave na pista do Aeroporto de Fernando de Noronha. O episódio, ocorrido neste domingo (29), envolveu um avião da Gol que seguia para São Paulo e teve de desembarcar passageiros e tripulantes depois de ficar preso no asfalto. Foi o segundo incidente semelhante em uma semana.
Em nota, os órgãos federais lamentaram os recorrentes problemas na pista e alertaram para os riscos à segurança aeroportuária. “Os incidentes colocam em risco a segurança aeroportuária e suscitam dúvidas quanto à funcionalidade da pista de taxiamento”, afirmaram. O MPor informou ainda que, após o primeiro episódio, ocorrido em 22 de junho, já havia enviado ofício solicitando informações sobre a infraestrutura do terminal e o cronograma das obras de requalificação, mas não recebeu resposta do governo estadual, responsável pela manutenção do aeroporto.
Apesar do novo incidente, ninguém ficou ferido e a aeronave foi liberada após inspeção técnica. MPor e ANAC reforçaram o pedido por esclarecimentos e cobraram providências para garantir a segurança das operações em Noronha. “Reafirmamos o compromisso com a segurança na aviação civil e reiteramos a necessidade de resposta imediata do Governo de Pernambuco quanto à situação do aeroporto”, concluíram.
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) encerrou o primeiro semestre de 2025 com a realização de 105 reuniões plenárias, entre ordinárias, extraordinárias e solenes. No período, foram aprovadas 69 leis e 30 resoluções, segundo relatório da Mesa Diretora. Entre os principais destaques estão a paridade salarial para policiais civis aposentados, o reajuste do piso dos profissionais da educação e mudanças no programa Ganhe o Mundo, do Governo do Estado.
Para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), a Casa manteve uma atuação autônoma, dinâmica e alinhada às atribuições constitucionais. Lembrando as divergências que ocorreram entre os representantes do Legislativo e o Governo do Estado, Porto enfatizou a disposição da Alepe para o debate.
“A relação com os demais poderes e sociedade foi e continuará a ser preservada. Ainda que existam diferenças, situação comum no exercício da política, há disponibilidade para o diálogo e construção de entendimento”. O presidente também salientou que “a sustentação de uma relação institucional com os outros poderes deve ser feita de forma respeitável, reconhecendo a independência e o papel que a Constituição reserva a cada um”.
O balanço do semestre também registra a apresentação de 590 proposições legislativas, sendo 94,41% oriundas do Legislativo. No campo da fiscalização, foram encaminhadas 4.199 proposições, entre indicações e requerimentos. A Casa ainda aprovou homenagens, como 19 títulos de Cidadão Pernambucano e cinco registros de Patrimônio Cultural Imaterial. Atualmente, há uma comissão especial em atividade e 25 frentes parlamentares em funcionamento.
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, estará amanhã (1º) no meu podcast ‘Direto de Brasília’, em parceria com a Folha de Pernambuco. No comando da pasta desde maio, após a saída de Carlos Lupi, Wolney enfrenta o desafio de reestruturar o INSS em meio ao escândalo dos descontos indevidos em benefícios previdenciários, tema central na entrevista.
Ele também deve falar sobre o avanço das medidas de ressarcimento às vítimas, as mudanças internas no Ministério, a revisão de contratos com entidades de consignados e a sua resposta às críticas da oposição, que questiona sua atuação como secretário-executivo antes de assumir o comando da Previdência.
Outros assuntos esperados incluem a digitalização de serviços, combate a fraudes e o futuro da gestão previdenciária no País, além da posição do PDT, o seu partido, que ficou dividido no apoio ao Governo depois da saída de Carlos Lupi, a quem sucede.
O podcast vai ao ar das 18h às 19h com transmissão pelo YouTube da Folha e do meu blog, incluindo também cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste.
São parceiros do programa a Gazeta News, do Grupo Collor, em Alagoas, a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras, na Paraíba, e a Mais-TV, do mesmo grupo, sob o comando do jornalista Heron Cid. Ainda a Rede ANC, do Ceará, formada por mais de 50 emissoras naquele Estado, além LW TV, de Arcoverde. Os parceiros neste projeto são o Grupo Ferreira de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana e a Faculdade Vale do Pajeú e o Grau Técnico.
O Partido dos Trabalhadores de Petrolina promoveu, ontem (29), a última plenária antes do Processo de Eleições Diretas (PED 2025), marcado para o dia 6 de julho. No encontro, os filiados debateram a retomada das atividades da legenda no município, incluindo o retorno de encontros mensais, a ampliação das plenárias e a implantação de núcleos de base. As ações visam fortalecer o diálogo com as comunidades e divulgar políticas públicas do governo Lula e dos mandatos petistas locais. Também entrou na pauta a renovação das direções partidárias e a organização para as eleições de 2026, com foco em candidaturas competitivas para a Alepe, Câmara Federal e a volta de Humberto Costa ao Senado.
Durante a plenária, foi confirmado por consenso o nome do professor Herlon Bezerra, do IF-Sertão Pernambucano, como candidato à presidência do PT local. Em sua fala, Herlon defendeu o fortalecimento do partido em Petrolina e a construção de uma pauta conectada com as bases e lideranças comunitárias. “Estamos dispostos a retomar a força que o PT sempre teve em Petrolina. Espero contar com todo o diretório para consolidar esse projeto”, afirmou.
A votação do PED ocorrerá em quatro locais na cidade: Escola Nossa Senhora Aparecida (N4), Escola Eneida Coelho (bairro João de Deus), sede do Sintepe (Centro) e Escola Monteiro Lobato (Izacolândia). Segundo o atual presidente do PT de Petrolina, Robson Nascimento, cerca de 4 mil filiados estão aptos a votar. Na quarta-feira (2), está previsto o debate entre os candidatos à presidência estadual do PT, Carlos Veras e Fernando Ferro, às 17h, no Sintepe, em Petrolina.
A Câmara dos Deputados avançou na análise do Projeto de Lei 4.169/2023, de autoria do deputado federal Eduardo da Fonte (PP/UP-PE), que garante desconto de 50% na tarifa de energia elétrica para pessoas com deficiência. A proposta foi aprovada na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e seguirá para as comissões de Finanças e Tributação, Minas e Energia, e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
O benefício será destinado a famílias com renda mensal de até dez salários mínimos, mesmo que não se enquadrem nos critérios da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE). Também será aplicado a domicílios onde residam pessoas com deficiência, mesmo que estas não sejam as titulares da conta. O texto modifica o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Lei da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que arcará com os custos do subsídio.
“Dois homens não veem uma mesa da mesma maneira” (Fernando Pessoa/Ricardo Reis)
A mesa de jantar de madeira nobre, repleta de louças que, pelo brilho dos talheres tirados do faqueiro trazido de um antiquário, a brancura dos conjuntos de suportes para talheres, a poncheira de cristal, a toalha de mesa em linho branco com detalhes em relevo, os cálices de vinho e outros de licores, os tapetes de mesa, os guardanapos de fino algodão adamascados na textura, os porta-guardanapos de argola de plástico, com efeitos cromados, pratos fundos e rasos de 21cm, pratos de sobremesa de 15 cm, todos de porcelana, o açucareiro antigo de linhagem Sacavem Português, a mesa de apoio lateral redonda, sobre ela, um jarro de flores, levam charme à sala de jantar, um ambiente familiar de requintado estilo do século 19, no anexo do Museu do Estado (Rua Rui Barbosa, Recife).
Tudo isso no incrível acervo histórico e memória de um tempo pernambucano. Cada mesa, seja qual for a sua época ou lugar, por mais simples que seja, para quem sabe olhar e ver, além do seu significado emblemático pode ter muita história a contar, como a grande mesa do museu recifense.
Duas mesas cativas, eu as conheci, ficaram na memória literária, cada uma de quatro lugares: a do poeta Fernando Pessoa, no Café Martinho da Arcada (o mais antigo de Lisboa, fundado em 1782), e a do poeta Mauro Mota, que teria hoje 60 anos (Dom Pedro, na Rua do Imperador/Recife). Nos quatro lugares de uma mesa, a do poeta e seus heterônimos, cabia um tempo de inesquecível convivência de intelectuais, o da Geração Orfeu; na outra mesa, também cativa, com a marca de Mauro Mota, nas suas quatro cadeiras, havia lugar para mais de uma geração de escritores e poetas pernambucanos.
A de Fernando Pessoa, tantas vezes lembrada pelos escritores Joel Pontes, José Paulo Cavalcanti Filho e Alfredo Antunes, especialistas na vida e na poesia de Pessoa, ainda existe e é vista tal como foi ocupada a última vez pelo autor de Mensagem. Está no roteiro de todos peregrinos amantes da poesia pessoana que visitam a capital portuguesa. Ele costumava fazer ali as refeições e passar longas horas lendo e escrevendo, debruçado sobre a mesa de tampo de pedra. Era como se fosse seu escritório pessoal. Sem deixar de ser uma mesa, virou patrimônio histórico de Portugal. Foi ali, no outono de 1935, que Pessoa e Almada Negreiros partilharam um último café, dias antes da morte do poeta. Uma pintura de Almada trazida por Assis Chateaubriand, acha-se no banquete dos esquecidos do MAC/Olinda, fechado há mais de 10 anos.
A mesa cativa do poeta, jornalista e geógrafo Mauro Mota, no restaurante Dom Pedro, para sempre fechado, era também um ponto de encontro e de convivência de escritores e jornalistas amigos do poeta das Elegias, que marcaram época no Recife nas últimas décadas do século passado. No Dom Pedro, combinando jornalismo e literatura, ele se encontrava com Esmaragdo Marroquim, Vicente do Rego Monteiro, Raimundo Carrero, Cláudio Aguiar, Alberto da Cunha Melo, Ângelo Monteiro, Ivanildo Sampaio, Tereza Tenório, Nilo Pereira, Vanildo Cavalcanti, Pelópidas Soares, José Rodrigues de Paiva, Alvacir Raposo, Jaci Bezerra, José Mário Rodrigues, Alberto Frederico Lins, Almir de Castro Barros, Lucila Nogueira, Ladjane Bandeira, entre outros.
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Nas legiões celestes, Lúcifer era um anjo garboso e vaidoso que, movido pela ambição de poder, rebelou-se contra o Criador e queria arrebatar-lhe o trono. Na expressão etimológica, Lúcifer era “aquele que transporta luz”. O arcanjo Miguel, fiel ao Criador, lançou uma espada e mobilizou suas legiões para combater o dragão da maldade. Assim aconteceu a primeiríssima guerra dos céus e da terra.
Derrotados pela espada flamejante do arcanjo Miguel, Lúcifer e seus sequazes foram lançados nas trevas para sempre. A batalha do arcanjo Miguel simboliza a eterna luta do bem contra os dragões da maldade, da luz contra as trevas, da beleza dos céus versus os precipícios da escuridão.
É errado dizer que o mundo está em guerra. A humanidade continua em guerra desde os primórdios, desde o dia — uma segunda-feira — em que Caim matou Abel com um tiro no peito. Nunca mais houve paz na humanidade.
Quem inventou essa história de Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e Segunda Guerra Mundial (1939-1945)? Os critérios são estritamente geopolíticos: classificam-se conflitos de acordo com a participação das potências mundiais.
Israel, uma potência nuclear e tecnológica, já entrou em guerra dezenas de vezes contra seus inimigos. Que tal a guerra da Tríplice Fronteira — Brasil, Uruguai e Argentina — quando Brasil, Uruguai e Argentina massacraram sem piedade o Paraguai do ditador Solano López?!
Na Antiguidade, as guerras eram travadas “nas patas dos cavalos”. Depois da descoberta da dinamite pelo pacifista Alfred Nobel, passaram a acontecer “na boca dos canhões”. Atualmente, as guerras estouram “no coração dos átomos”.
No século XVIII, o herói Napoleão Bonaparte e seu cavalo branco — que, por sinal, era cinza — conquistaram muitos impérios numa meia dúzia de guerras no continente europeu. Em 1808, Dom João VI e sua Corte fugiram de Portugal para o Brasil com medo das patas do cavalo do imperador.
Joseph Stálin, Adolf Hitler, Gêngis Khan, Pol Pot (do Khmer Vermelho do Camboja), Mao Zedong, Fidel Castro e Putin eram as encarnações legítimas de Satanás.
Falando em guerras e atrocidades, é inevitável citar o imperador mongol Gêngis Khan, do século XII, que conquistou o maior império da história da humanidade, na Ásia e na Europa Oriental. O elemento era tão nefasto que se intitulava “uma abominação de Deus”, assim como Atila, rei dos Hunos. Seu método consistia em invadir territórios, sangrar e esfolar inimigos, violentar mulheres, saquear e incendiar cidades. É considerado precursor das guerras bacteriológicas: jogava cadáveres em decomposição no campo dos inimigos para espalhar doenças e mortandade.
Nesta minha idade avançada de 95 anos, às vezes me sinto meio esmorecido, e logo me recupero. As palavras são minhas amigas e eu as trato com carinho para não machucá-las nem machucar meu coração.
Ao completar quase três anos à frente do governo de Pernambuco, Raquel Lyra se vê em uma encruzilhada marcada por estradas esburacadas e promessas não cumpridas. A situação das vias que ligam municípios como Afogados da Ingazeira a Tabira, Sertânia a São José do Egito, e ainda as rotas entre São José do Egito e Itapetim, Riacho do Meio a Santa Terezinha (PE), entre outras, revela um quadro alarmante que reflete a falta de gestão e compromisso com a infraestrutura do Estado.
As dificuldades enfrentadas pelos moradores e motoristas que transitam por essas estradas tornaram-se uma constante no cotidiano, afetando não apenas a mobilidade, mas também a segurança e a economia local. As imagens de buracos e trechos intransitáveis já se tornaram comuns e fazem parte do retrato de um governo que não consegue implementar o básico.
Raquel Lyra, ao invés de buscar soluções efetivas, parece confortável em culpar administrações anteriores, especialmente a de Paulo Câmara. No entanto, essa estratégia de olhar pelo retrovisor não é apenas uma tentativa de justificar a inércia; é uma demonstração de falta de capacidade e coragem política para enfrentar os problemas reais que afligem os pernambucanos.
Promessas de melhorias na infraestrutura foram feitas durante a campanha e, até agora, se mostraram infundadas. A expectativa de uma gestão que priorizasse o desenvolvimento e a qualidade de vida da população se dilui a cada dia em que as condições das estradas não são sanadas. O descrédito cresce, e com ele a indignação popular.
Enquanto a governadora mantém seu discurso de progresso, a realidade de quem vive e trabalha nas regiões afetadas torna-se cada vez mais insuportável. Os agricultores veem-se impedidos de escoar suas produções devido ao estado precário das estradas, e os comerciantes locais enfrentam a desistência de clientes que optam por rotas alternativas para evitar danos aos seus veículos.
É imprescindível que a gestão de Raquel Lyra assuma a responsabilidade pela situação das estradas em Pernambuco. Chegou o momento de deixar de lado as desculpas e agir de forma efetiva. A população ofendida exige respostas, não apenas palavras. Expurgar a inação e trazer soluções concretas é o mínimo que se espera de uma governadora que pretende deixar um legado positivo e duradouro.
As promessas de um futuro melhor não podem mais ser adiadas. Pernambuco clama por uma gestão que realmente se importe em resolver os problemas e não em jogar a culpa em governos passados. O tempo para ações efetivas é agora e está quase acabando, sob pena de Raquel Lyra se tornar sinônimo não apenas de promessas vazias, mas de um Estado em ruínas.
A regulamentação dos provedores de internet ainda não avançou na legislação. Nem por isso o sistema constitucional brasileiro deixa de contar com instrumentos para conciliar a liberdade de expressão com a responsabilização desses provedores. O STF acaba de definir a interpretação constitucional do Marco Civil da Internet, a Lei 12.965/2014. Depois de muito debate interno, os ministros da Corte chegaram a uma deliberação nos julgamentos dos recursos extraordinários 1.037.396, relatado por Dias Toffoli, e 1.057.258, relatado por Luiz Fux. Ambos foram elevados a Temas de Repercussão Geral sob os números 533 e 987.
Na conclusão do julgamento, em 26/06/2025, o STF declarou parcialmente inconstitucional o artigo 19 do Marco Civil da Internet. Por maioria de votos (8×3), prevaleceu o entendimento de que essa norma não é mais suficiente para proteger direitos fundamentais e a democracia, devendo-se interpretá-la de modo a exigir maior dever de cuidado por parte das plataformas digitais, podendo responsabilizá-las em alguns casos até sem prévia medida judicial. Nos casos de crimes contra a honra, manteve-se a aplicação literal do art. 19, segundo a qual as plataformas só podem ser responsabilizadas se descumprirem ordem judicial para remoção de conteúdo.
Em outras hipóteses, o tribunal considerou que os provedores podem ser responsabilizados civilmente se não retirarem conteúdos que configurem crimes graves — como tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de Direito, terrorismo, instigação ao suicídio ou à mutilação, racismo, homofobia, ou crimes contra mulheres e crianças. Para permitir essa responsabilização antes de decisão judicial, a Corte incluiu o requisito da “falha sistêmica”, isto é, a omissão do provedor em adotar medidas adequadas de prevenção ou remoção dos conteúdos ilícitos, violando o dever de atuar com responsabilidade, transparência e cautela.
Nos crimes de menor gravidade, a Corte determinou que os provedores serão responsabilizados pelos danos decorrentes de conteúdos gerados se, após receberem um pedido de retirada, deixarem de remover o conteúdo, inclusive no caso de contas denunciadas como falsas. A decisão definiu ainda deveres de autorregulação: os provedores devem criar sistemas de notificações, garantir devido processo e elaborar relatórios anuais de transparência sobre notificações extrajudiciais, anúncios e impulsionamentos, além de disponibilizar canais permanentes e específicos de atendimento, acessíveis e amplamente divulgados.
A decisão gerou polêmica. Muitos acusam o STF de invadir competência do Poder Legislativo, esquecendo que, no regime moderno de separação de poderes, atos de um poder podem atingir atribuições de outro, desde que em julgamentos provocados por partes legítimas. No RE 1.037.396, a Facebook Serviços Online do Brasil Ltda. recorreu de decisão do TJ-SP que determinou a exclusão de um perfil falso e o pagamento de indenização por danos morais — decisão mantida pelo STF. No RE 1.057.258, a Corte reverteu condenação da Google Brasil Internet S.A. por não excluir, no extinto Orkut, uma comunidade ofensiva.
Os críticos também ignoram que não há direitos fundamentais absolutos. A liberdade de expressão é garantida pelo art. 5º, incisos IV e IX, e pelo art. 220 da Constituição, mas gozam de igual hierarquia outros direitos, como intimidade, imagem e honra (inciso X); acesso à informação (XIV); propriedade (XXII); direito autoral (XXVII); direitos do consumidor (XXXII); e proteção contra o racismo (XLII). O Estado não pode permanecer inerte diante da violação desses direitos na internet sob a alegação de liberdade de expressão. Esses conflitos devem ser resolvidos pelos princípios constitucionais — em especial a interpretação conforme a Constituição, a proporcionalidade e a unidade da Constituição.
Foi isso que o STF fez no julgamento dos Temas 533 e 987, ao harmonizar direitos fundamentais potencialmente em conflito e conferir interpretação equilibrada e ponderada ao Marco Civil da Internet, ao menos até que o Congresso Nacional retome a deliberação do PL 2.630/2020 ou outra proposta sucessora.
*Advogado formado pela FDR/UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade de Oxford.
Na corrida para as eleições de 2026, o Senado é um dos alvos mais cobiçados. Com duas vagas na disputa do próximo ano, cerca de 10 nomes já se colocam como opções para os pernambucanos.
Na Frente Popular, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), é visto como o nome natural para liderar o processo e seus aliados aproveitam para circular ao lado do socialista, em busca de consolidar uma futura chapa majoritária.
Os líderes políticos marcaram presença nos compromissos administrativos do socialista e também aproveitaram o período de ciclo junino para reforçar a aproximação.
Foi o caso do último sábado, quando o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), participou da entrega de quatro vias requalificadas no bairro dos Torrões. O líder sertanejo discursou no evento e ainda circulou com o aliado, cumprimentando moradores.
“Que a gente possa ver Pernambuco voltar a ser forte, que Pernambuco possa voltar a crescer, muito em breve, com um grito que vai ecoar, que hoje a gente já sente no coração, mas que, a partir do próximo ano, a gente vai poder falar em alto e bom som”, afirmou Coelho.
No mesmo dia, mais tarde, João Campos circulou com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, na Feira de Artesanato do Recife, no 2º Jardim de Boa Viagem. Na ocasião, Filho não poupou elogios ao aliado. “João conta com o nosso apoio e o governo do presidente Lula em ações como essa para estimular a geração de emprego e renda”, ressaltou.
À noite, foi a vez da vice-presidente nacional do Solidariedade, Marília Arraes, circular pelos polos da festa junina da cidade ao lado do gestor recifense.
No campo da direita, já há uma convicção: o nome mais competitivo para enfrentar Lula é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que sofre resistências do ex-presidente Jair Bolsonaro. Inelegível, Bolsonaro torce o nariz quando observa qualquer movimentação em torno de Tarcísio, que foi um dos seus melhores ministros.
Ontem, O Globo, trouxe uma matéria informando que o Centrão iria mover Bolsonaro e fazer uma estratégia em torno da candidatura de Tarcísio. Mesmo sem um aceno favorável do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o jornal, partidos do Centrão começam a se movimentar para construir uma candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e cobiçam indicar um nome para vice-presidente na chapa.
Siglas como o PP e o União Brasil, que anunciaram uma federação, já pressionam internamente para que o assunto saia do círculo de conversas reservadas e seja tratado publicamente. No caso do PP, entre os nomes apontados como opções estão o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), e a senadora Tereza Cristina (MS), que chegou a ser cotada para ser vice de Bolsonaro em 2022, mas foi preterida em favor do general Braga Netto.
Já no União não há favoritos, mas a legenda avalia que, pelo seu tamanho, não é possível que a sigla seja ignorada em uma chapa presidencial. Os acenos a Tarcísio também têm sido intensificados pelo Republicanos, MDB e PSD. Estes dois últimos principalmente pelo interesse em herdar o governo de São Paulo. Por outro lado, as movimentações dos partidos têm desagradado a aliados de Jair Bolsonaro. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, já criticou indiretamente Tarcísio e o classificou como “direita permitida”.
Um dos escalados para tentar construir uma unidade dos partidos para 2026 é o ex-presidente Michel Temer. O emedebista já procurou todos os que mostraram interesse em disputar o Palácio do Planalto, inclusive Tarcísio, e provocou insatisfação no bolsonarismo por falar que a candidatura presidencial poderia ser construída sem a participação de Bolsonaro.
TEMER EM AÇÃO – Apesar disso, o atrito não foi o suficiente para romper a relação entre Temer e Bolsonaro. Ambos chegaram a conversar recentemente, ocasião em que o emedebista influenciou o tom que Bolsonaro usou durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a trama golpista. Bolsonaro tem insistido em dizer que é candidato mesmo inelegível e resiste a apoiar alguém. Desconfiado dos partidos e sem querer perder o controle sobre o futuro da direita e da oposição a Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente avalia insistir em se lançar candidato e, caso seja barrado, apresentar o nome de Eduardo, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Trava à família – Os partidos do Centrão buscam evitar esse cenário e dizem que Bolsonaro erra ao não apontar logo um sucessor. Para os dirigentes desses partidos, o ideal seria o ex-presidente definir quem vai apoiar até o final deste ano. Essa avaliação já foi externada pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e pelo vice-presidente do partido, ACM Neto. Ciro Nogueira e o líder do PP na Câmara, Doutor Luizinho (RJ), foram outros que já mostraram discordar da estratégia de insistir na candidatura mesmo inelegível.
Testados em pesquisas – Um nome ligado à centro-direita para formar a chapa, na visão desses políticos, seria importante até mesmo para ajudar na articulação política em caso de vitória eleitoral de Tarcísio. Aliados de Bolsonaro estão incomodados com a pressão para que o governador de São Paulo seja apontado o quanto antes como alternativa presidencial. Como forma de conter esse movimento, nomes alinhados ao ex-presidente agora falam mais livremente sobre as opções, mas dando ênfase aos familiares de Bolsonaro. Neste cenário, os nomes de Eduardo, Flávio e Michelle já são testados em pesquisas. Os próprios filhos do ex-presidente mencionam a hipótese.
Governador sai pela tangente – Procurado pela reportagem de O Globo, Tarcísio disse via assessoria que seu candidato a presidente em 2026 é Bolsonaro. Ainda assim, o governador tem atraído a atenção dos partidos, que nos bastidores têm reclamado que Bolsonaro erra ao insistir na candidatura própria mesmo inelegível. Na visão deles, o governador é um nome considerado agregador na direita, no centro, bem como no mercado financeiro.
Um dos melhores – O prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto (MDB), promoveu um dos melhores ciclos juninos do Estado, mesmo sem apoio do Governo do Estado. Estive por lá, ontem, no encerramento da festa. A grande atração da noite foi o cantor brega Pablo, que arrastou uma multidão. Cálculos não oficiais chegaram a 90 mil pessoas. Por lá encontrei vários políticos, como os pré-candidatos ao Senado Silvio Costa Filho e Miguel Coelho, a ex-deputada Marília Arraes, o ex-senador Fernando Bezerra Coelho e a deputada federal Iza Arruda, filha de Paulo Roberto, que recepcionou os convidados ao lado do pai com muita simpatia.
CURTAS
CORRERIA – Pré-candidatos ao Senado, Silvio Filho e Miguel Coelho estiveram nos principais polos juninos. Ontem, depois de passar por Vitória, Silvio foi para Carpina e Miguel a Petrolina. Na agenda do domingo, logo cedo, a Missa do Vaqueiro, tão tradicional quanto a de Serrita.
COM OS GOUVEIA – Em Carpina, Silvio foi recebido pela família Gouveia, à frente a prefeita Maria Eduarda, casada com o deputado estadual Gustavo Gouveia, irmão do ex-prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, presidente da Amupe, a Associação Municipalista de Pernambuco, e candidato a deputado federal.
DENÚNCIA – O Tribunal de Contas do Estado está de olho nos prefeitos que usaram o ciclo junino para promoção pessoal com dinheiro público. Chegou à corte um vídeo denunciando o prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), que subiu ao palco no show de Safadão e ainda deu uma “palavrinha”.
Perguntar não ofende: É verdade que Safadão cobra R$ 80 mil para mandar um abraço ao prefeito anfitrião?