O cientista político Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe, afirmou que a popularidade atual do presidente Lula (PT) é insuficiente para assegurar sua reeleição em 2026. As informações são do jornal online O Poder.
Segundo Lavareda, de acordo com a média das pesquisas de julho compilada pelo departamento Ipespe Analítica, que acompanha dados de diversos institutos, a aprovação de Lula está em 45%, enquanto a desaprovação atinge 51%. “Com 45% de aprovação, isso é pouco para assegurar uma vitória do presidente. Obviamente, ele precisará crescer e se aproximar dos 50%, na média das pesquisas, para ser bem-sucedido”, destacou.
Leia maisLavareda contextualiza a aprovação atual de Lula com a de outros presidentes que buscaram a reeleição um ano antes do pleito, por volta de julho/agosto. “Fernando Henrique Cardoso, em 1997, um ano antes de sua reeleição, tinha 55% de aprovação e venceu no 1º turno. O próprio Lula, em 2005, um ano antes de sua reeleição, registrava 54% de aprovação”, ressaltou.
“Dilma Rousseff, em 2013, um ano antes de sua reeleição, apresentava 45% de aprovação, o mesmo patamar de Lula atualmente. Dilma venceu a eleição, mas de forma bastante apertada, com uma diferença de 3,4 milhões de votos, em um cenário que incluiu erros do campo adversário e a tragédia com o candidato Eduardo Campos”, acrescentou o cientista político.
“Jair Bolsonaro, em julho/agosto de 2021, um ano antes da eleição, tinha apenas 31% de aprovação. Ele conseguiu elevar sua popularidade para 43% às vésperas do pleito, impulsionado por um ‘pacote de bondades’ com apoio do Congresso e do Centrão, mas acabou perdendo a disputa no 2º turno”, continuou Lavareda.
Para Lavareda, um dos grandes obstáculos para o presidente Lula, em 2026, é a percepção econômica do governo. “Apesar do crescimento do PIB nos últimos 2 anos, uma pesquisa Pulso Brasil, realizada pelo Ipespe no final de janeiro, com 2.500 entrevistados, revelou que 62% dos brasileiros acreditam que a economia do país estava parada ou andando para trás”, afirmou. “Esse é um desafio que o governo Lula ainda tem a enfrentar, mas isso é distinto de ações como o posicionamento eficaz do governo em relação às tarifas impostas por Trump, que também são fatores que impactam o cenário eleitoral de 2026”, concluiu.
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