O Palácio do Planalto estuda reação à decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de entregar a relatoria do projeto de lei antifacção, de autoria do governo Lula (PT), ao deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP). Entre as alternativas estudadas pelo Planalto está o bloqueio temporário do pagamento de emendas.
Derrite, que é secretário de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado em pesquisas como um dos principais nomes da direita para disputar a Presidência contra Lula em 2026, foi licenciado do cargo pelo governador paulista para reassumir seu cargo na Câmara e relatar o PL. as informações são do blog da Andréia Sadi.
Leia maisComo a segurança pública é uma das principais preocupações do eleitor, segundo levantamento da Quaest, o Planalto vê na decisão de Motta uma entrega dessa pauta à oposição.
Na sexta-feira (7), logo após assumir a relatoria, Derrite apresentou um substitutivo que propõe equiparar o crime organizado ao terrorismo — proposta alinhada ao discurso de governadores de direita, como Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho.
Para interlocutores do Planalto, ao escolher Derrite, Motta buscou se aproximar da oposição e reforçar seu capital político de olho na reeleição à presidência da Câmara em 2026, ao mesmo tempo que tenta manter pontes do governo para conseguir apoio de Lula à candidatura do pai, Nabor Wanderley, ao Senado pela Paraíba, onde o petista teve 67% dos votos em 2022 e ganhou em todas as cidades.
A avaliação no governo é que o gesto ocorre após uma sequência de vitórias do Planalto no Congresso – como a aprovação da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, promessa de campanha de Lula – e no momento em que pautas da oposição, como a anistia aos réus dos atos golpistas, perderam força.
Ao blog, o presidente da Câmara afirmou que é prerrogativa dele escolher o relator dos temas em debate na Casa e que ele “escolhe quem quiser”. Hugo Motta afirma ter optado por Derrite por se tratar do “secretário de segurança pública do maior estado do país”, não por ser “um homem de Tarcísio”, ao se referir ao governador de São Paulo.
“Se tiver consenso [sobre o tema], votamos nesta semana”, assegurou Motta, que pediu para Derrite falar com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, antes de o tema ser avaliado pelos parlamentares.
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