Aos 82 anos e há sete sem mandato, o ex-senador e ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque (Cidadania) quer voltar às urnas. Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, ele revelou que tem sido pressionado por seu partido e “por ele mesmo” e que deverá disputar uma vaga na Câmara Federal no ano que vem. Ele não concorre a cargos eletivos desde 2018, quando ficou em terceiro lugar e perdeu a reeleição para o Senado.
“Estou sendo muito pressionado por dois lados. Um lado é o meu partido, que é muito pequeno e precisa ter quadros, precisa ter deputados federais, e eles acham que eu teria alguma chance aqui no Distrito Federal. E por mim mesmo, eu começo a ter uma certa pressão para ser candidato, a me animar, por uma cobrança”, admitiu o político, natural do Recife, mas que está na capital federal desde 1979, tendo sido reitor da Universidade de Brasília (UnB), de onde é aposentado.
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“Hoje eu estou no melhor período de prazer da minha vida. Sou professor aposentado, minha única aposentadoria é de professor titular da UnB, suficiente para eu ter minha vida, que é austera, e me dedico a escrever e viajar. Tenho uma vida muito cômoda, e me pergunto se os eleitores vão votar num velho de 81 anos. Mas, quando vejo o que está acontecendo na Câmara, o que é o Brasil hoje, e quando eu sei a resposta — que é uma falta de coesão e de rumo —, eu me pergunto se tenho o direito de dizer que não me candidato no Brasil de hoje, com saúde? Não, eu posso ter o direito de disputar, perder e voltar para casa, na vida cômoda, e dizer que tentei, que não fiquei quieto. Quando a gente vê os escândalos, tenho a impressão de que é uma obrigação, no meu caso, ser candidato. Para não ser acusado de omisso”, disparou.
Acompanhando ainda a política do Distrito Federal, ele defende uma união dos partidos de esquerda, hoje representados nas pré-candidaturas do deputado distrital Leandro Grass (PT) e do ex-interventor da segurança pública, Ricardo Cappelli (PSB). “Creio que vamos chegar a uma unidade, eu pelo menos espero. Não temos como ganhar se não formos unidos da centro-esquerda até a esquerda, as forças progressistas, que foi o que elegeu Rodrigo Rollemberg, Agnelo Queiroz e a mim como governadores”, ressaltou Cristovam.
“Espero muito que eles dois estejam juntos, porque eu quero apoiar qualquer desses dois. Senão, no meu caso pessoal vai ter um problema, porque meu partido vai federar com o PSB. Nesse caso, eu vou ter que estar com o Cappelli, e eu gostaria muito de estar com o Leandro Grass, que eu acho que é um bom nome. Mas, para isso, tem que ver se o PT vai ter lucidez para buscar uma frente, se o presidente Lula vai perceber a necessidade dessa aliança para ajudá-lo a se reeleger”, concluiu.
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