O final de semana foi marcado pela ocorrência de 35 assassinatos em Pernambuco. Com essa atualização, o número total de homicídios registrados no Estado desde janeiro subiu para 2.101. Julho, em particular, destaca-se pela brutalidade, contabilizando 268 assassinatos, tornando-se o mês mais violento do ano até o momento.
No balanço policial deste fim de semana, três mulheres foram vítimas de feminicídio, crimes que ocorreram nas cidades de Petrolina, Araripina e Jaboatão dos Guararapes.
As informações são do Pernambuco Notícias e foram confirmadas ao Blog pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE).
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) promoverá, na próxima quarta-feira, às 15h, uma Reunião Solene em homenagem aos 65 anos do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP. A solenidade acontecerá no Auditório Senador Sérgio Guerra, no edifício Governador Miguel Arraes de Alencar, no Recife, e foi proposta por meio do Requerimento nº 3694/2025, de autoria do deputado estadual Waldemar Borges (PSB).
A cerimônia contará com a presença do presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), da deputada Socorro Pimentel (União Brasil), além de autoridades da área da saúde e representantes do IMIP, como a presidente do Instituto, Silvia Rissin, a superintendente geral Tereza Campos, e o chefe de gabinete da presidência da instituição, Alex Caminha Azevedo.
A celebração reconhece a trajetória de seis décadas e meia de serviços prestados pelo IMIP à população pernambucana e brasileira, com dedicação exclusiva ao Sistema Único de Saúde (SUS). Fundado pelo médico Fernando Figueira, o instituto é referência nacional em atendimento, ensino e pesquisa na área da saúde pública. A data marca não apenas um marco histórico, mas também o reconhecimento público da importância do IMIP na construção de um modelo de saúde mais justo, humano e acessível
A guerra entre Israel e Irã pode ter efeito inflacionário no Brasil, mas ainda é preciso esperar os próximos dias para checar se o petróleo vai superar a barreira dos US$ 80 o barril. As informações são do blog do Valdo Cruz.
Na semana passada, com início do conflito, o barril de petróleo tipo Brent (referência global) chegou à casa dos US$ 74. A alta foi forte, mas não a ponto de representar um cenário que obrigaria a Petrobras a subir o preço dos combustíveis.
Se superar a marca de US$ 80, porém, o quadro será outro. Sem falar no risco de uma subida do dólar, que está num patamar mais razoável no momento, o que também representaria maior pressão inflacionária.
Neste cenário de incertezas, o presidente Lula viajou hoje para a reunião do G7 no Canadá. A viagem é vista como importante para Lula no cenário de hoje no mundo, mas assessores alertam que ele precisa ficar mais no Brasil e cuidar da relação Congresso e Executivo.
A reunião do G7 ganha uma importância maior depois do início da guerra Israel e Irã. Donald Trump será pressionado a negociar com Israel uma pausa no conflito e Lula vai encampar esse discurso.
A ideia é fazer o mesmo pedido ao presidente da China, Xi Jinping, que não participa do encontro, para que faça o mesmo com o Irã. A reunião é vista como uma oportunidade para os países mais ricos encontrarem uma solução para uma guerra que tem o potencial para virar um conflito regional e complicar ainda mais o cenário econômico.
Em uma decisão publicada hoje, a juíza Tayná Lima Prado determinou a cassação dos mandatos dos vereadores de São José do Egito Luiz de Raimundo, Patrícia de Bacana e Tadeu do Hospital, todos do partido União Brasil. A medida foi tomada em decorrência da violação da cota de gênero nas eleições municipais de 2024, uma situação que repercutiu intensamente na política local.
A ação judicial foi movida pelo Ministério Público, através do promotor Aurinilton Leão Carlos Sobrinho, e teve como base uma denúncia apresentada pelo suplente de vereador Neném Palito, do PT. Ele conseguiu comprovar que a candidatura de Deolinda Marques, que supostamente deveria atender à cota de gênero, era fictícia e obteve apenas 6 votos nas urnas.
Com a nulidade dos votos dos vereadores cassados, a afastamento das funções é imediatamente nos termos da Súmula 73 do TSE, e o quociente eleitoral será recalculado, abrindo espaço para que novos candidatos assumam as cadeiras disponíveis. Entre os suplentes com chances de assumir as vagas estão Jota Ferreira (Podemos), Neném Palito (PT), Luiza Baixinha (PSB) e Odeilson Siqueira (Republicanos).
Um ponto importante a ser destacado é que, apesar das mudanças nos mandatos, não haverá alteração na presidência da Câmara Municipal. O atual presidente foi eleito com os votos dos vereadores cassados, e a decisão da juíza tem efeito ‘ex nunc’, ou seja, não retroage, garantindo a continuidade da sua gestão.
A decisão não possui efeito suspensivo, o que significa que os vereadores cassados devem deixar suas funções imediatamente. Contudo, ainda há a possibilidade de recurso tanto no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) quanto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O desdobramento desse caso vai impactar fundamentalmente as próximas movimentações políticas em São José do Egito.
O vídeo mostrando o prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), tentando esconder, diante da governadora Raquel Lyra (PSD), que recebeu mais de R$ 2 milhões do Estado para os festejos juninos viralizou no Instagram. A postagem já ultrapassou a marca de 170 mil visualizações em menos de 48 horas e teve mais de 4,4 mil interações, 2,2 mil curtidas, 1,7 mil compartilhamentos e 343 comentários, segundo dados do próprio Instagram.
O conteúdo mostra a governadora se preparando para abrir a coletiva de imprensa. Ao perguntar quanto o município recebeu de patrocínio para a festa, o prefeito respondeu: “dois dedos”, uma alusão a R$ 2 milhões. A secretária de Turismo e primeira-dama, Nerianny Cavalcanti, corrigiu: “Foi mais”.
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e mais sete gestores de municípios brasileiros que estavam em Israel para participar de um curso sobre segurança pública chegaram, há pouco, na fronteira do país com a Jordânia.
A informação foi repassada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Agora, segundo a entidade, Cícero e os prefeitos, que já conseguiram ultrapassar de ônibus a fronteira com o país do Oriente Médio, seguem em deslocamento para outro ponto para embarcar em um avião e retornar ao Brasil. Confira abaixo a íntegra da nota publicada pela CNM.
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, celebra a chegada em segurança da comitiva de gestores municipais à Jordânia na manhã desta segunda-feira, 16 de junho. A atualização foi repassada pelo tesoureiro da entidade, Nélio Aguiar, que integra a comitiva ao lado de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários de diversos Municípios.
Por questões de segurança, detalhes sobre o horário e o trajeto da comitiva não haviam sido divulgados previamente. Segundo informações repassadas por Aguiar neste momento (9h56 – horário de Brasília), a comitiva ultrapassou por ônibus a fronteira e está no país em deslocamento a outro ponto onde pegarão avião para retorno ao Brasil.
Durante o fim de semana, a CNM articulou junto ao Governo Federal e à Embaixada da Jordânia, solicitando apoio das autoridades locais com a possível saída dos gestores brasileiros por aquele país. A entidade mantém contato permanente com os mesmos, por meio de seu tesoureiro, e segue prestando todo o suporte necessário.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) iniciou sob forte resistência do PT o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dava-se como certo que ele não emplacaria a reeleição. Mas tudo mudou.
Candidato a presidente do PT tido como o mais forte entre os grupos de esquerda da sigla, Rui Falcão afirma que Alckmin “é o melhor nome” para compor a chapa como vice em 2026.
A mesma opinião tem o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, que é companheiro da ex-presidente nacional do partido e ministra das Relações Institucionais do Planalto, Gleisi Hoffmann. Foi-se o tempo em que Alckmin, um tucano histórico aninhado no PSB, era persona non-grata entre petistas.
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), confirmou que deixou o bunker em que estava na cidade de Tel Aviv, em Israel. O gestor afirmou, há pouco, que havia saído do abrigo israelense.
Ontem, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), havia dito que a previsão era que a comitiva em que o prefeito Cícero integra deveria sair por via terrestre para a Jordânia. O plano é que, a partir da Jordânia, integrantes da comitiva retornem ao Brasil de avião.
Cícero estava em um bunker desde que o governo de Israel bombardeou o Irã, na última sexta-feira. Cerca de outros 25 prefeitos estão no mesmo bunker. O grupo viajou a Israel no último domingo, 8, a convite do governo local. A missão tinha como objetivo conhecer modelos de segurança pública.
Há quem não se arrisque a se informar por outras fontes que não as suas comunidades de WhatsApp, Insta, Face, TikTok, Kwai ou Threads. Por desinformação, ressentimento ou desconfiança sobre a “grande mídia”. Pessoas que raramente se expõem a informações que não venham de suas bolhas. Por isso, passam a viver num universo virtual que se descola da realidade objetiva. Isso explica o paradoxo de que mesmo pessoas inteligentes acabam por acreditar em mitos.
Na esfera pública, essas crenças reforçam preconceitos de um senso comum que tende a ser conservador. Gente que não lê um livro ou um jornal, não assiste a um telejornal e não ouve uma rádio. Gente que passa longe do jornalismo profissional e das publicações científicas que vão além dos preconceitos e lugares-comuns por se submeterem ao contraditório e ao “fact-checking”. Aí vão algumas crenças sem base na realidade sobre fatos públicos de nossa história recente.
O mito seria um outsider da política e veio para combater os abusos dos políticos. Como? se exerceu oito mandatos antes da presidência, sempre bem nutrido pelas rachadinhas?
Ele seria uma pessoa simples, que gosta de pão com leite moça e às vezes fala demais. Como? se ele e seus filhos têm mansões em Angra, em Brasília, na Barra e adoram consumir nos EUA? Sobretudo com os pixs dos patriotas?
Ele seria uma pessoa leal aos seus amigos e companheiros políticos. Como? se abandonou amigos como Bebianno, Mourão, ou o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega cuja morte foi vista como queima de arquivo? E, agora, os “malucos” e “coitados” que levaram chuva e sereno nos acampamentos em frente aos quartéis atendendo ao seu chamado pela “intervenção militar” e reversão do resultado das urnas?
Ele teria feito um bom governo comprometido com a redução do estado perdulário. O problema teria sido a pandemia. Como? se ele foi um negacionista na pandemia, distribuiu benesses eleitoreiras e deixou um déficit público com direito a calotes nos precatórios e renúncia fiscal de tributos que atingiram os estados? E se terceirizou a gestão delegando-o à direita patrimonialista de gente como Ciro Nogueira e Rogério Marinho que sequestraram o orçamento com as emendas parlamentares?
Ele não teria praticado atos golpistas porque no 8 de janeiro estava na Flórida. Como? se ajudou a redigir a minuta do golpe, pressionou os comandantes militares, atacou o STF e o TSE e insultou seus ministros, além de ter incentivado os acampamentos nos quartéis que clamavam pela intervenção militar e de onde saíram atos como a bomba que explodiria no aeroporto de Brasília? E se pressionou a Abin e o Ministério da Defesa para que produzissem relatórios contra o sistema eletrônico de votos para fabricar justificativas para o golpe?
Ele não teria atentado contra as instituições e; teria apenas cogitado de reverter o resultado eleitoral através de estado de sítio ou GLO e o direito não pode punir meras intenções. Como? se os crimes das alíneas “l” e “m” do art 359 do CP (tentativas de golpe e de abolição das instituições democráticas) pressupõem uma cadeia complexa de atos que foram praticados e provados pelas 900 páginas do inquérito da PF e pelas 270 da denúncia penal da PGR? Como? se ele próprio confessou a prática de vários desses atos no depoimento prestado ao STF em 10/6/25? E se os seus auxiliares mais próximos como os generais e seu ajudante de ordem também confirmaram os fatos?
Ele estaria sendo julgado por Alexandre Moraes, que não poderia julgá-lo porque seria vítima de seus atos, e estaria sendo perseguido por um STF parcial. E não haveria provas contra ele além do depoimento de Mauro Cid. Como? se nos crimes de atentados à democracia o sujeito passivo é a própria sociedade e suas instituições? E se o STF é o guardião último dessas instituições? E se ele próprio arregou e pediu desculpas ao relator em seu depoimento por tê-lo acusado de ter embolsado algumas dezenas de milhões de reais? E se ele próprio confirmou fatos como a afirmativa de que tentara reverter o resultado eleitoral, embora cogitando de um enquadramento mirabolante com a suposta manobra “dentro das quatro linhas” Como? se respondeu com um “sim, senhor” à pergunta do relator sobre se cogitava das medidas “em virtude da impossibilidade de recurso eleitoral”? Como? se também reconheceu a existência da minuta do golpe, embora dizendo que a exibiu num telão? Como? se confirmou os fatos, embora tentando enquadramento diverso?
A realidade objetiva é que, como seu inspirador Donald Trump, o mito fabricava “emergência” e “comoção social” para continuar no poder e concentrá-lo mesmo tendo perdido a eleição de 2022.
*Advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford
Um protesto de carroceiros em ao menos cinco avenidas do Grande Recife impacta o trânsito, na manhã de hoje. Os manifestantes protestam devido à lei de tração animal. As informações são do portal CBN Notícias. As avenidas interditadas são:
BR-101, nas proximidades do viaduto de Jardim São Paulo – sentido Jaboatão;
Avenida Agamenon Magalhães (sentido Derby) – nas imediações do viaduto da Avenida Norte;
Avenida Recife (nos dois sentidos) – nas proximidades da Avenida Tapajós;
Avenida Antônio da Costa Azevedo – em Peixinhos, Olinda.
Avenida Norte (nos dois sentidos) – nas proximidades do cruzamento com a avenida João de Barros;
BR-101, nas imediações do viaduto de Jardim São Paulo – sentido Paulista.
O uso de veículos de tração animal na cidade do Recife será debatido em audiência pública da Câmara Municipal, hoje, às 15h. A iniciativa é do vereador Rodrigo Coutinho (Republicanos) e pretende reunir representantes do poder público, da sociedade civil e da categoria dos carroceiros para discutir os impactos sociais, ambientais e legais relacionados ao tema.
A Prefeitura do Recife já iniciou um censo para cadastramento dos condutores de veículos de tração animal para construção de soluções mais humanizadas e sustentáveis, como alternativas de emprego e tecnologias substitutivas, a exemplo dos triciclos elétricos já implantados em outras cidades do país. O cadastramento será realizado até o dia 30 de junho.
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Um pouco de história não faz mal a ninguém. Vejamos.
Uma serpente eclodiu no coração do Brazil dia 13 de abril de 1977. Era uma serpente de chumbo, nos tempos da ditadura, com recheio de venenos mortíferos. Serpentes eram chamadas de pacotes, assim ficou conhecida como Pacote de Abril.
No campeonato político de 1974 o selecionado do governo perdeu de goleada para as oposições, assim feito a surra de 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil em 1974. O técnico da seleção era Ernesto Geisel, o goleiro frangueiro, nem me lembro. Nesta minha idade avançada de 95 anos às vezes esqueço alguns detalhes. Na vigência do Pacote de Abril e da Lei Falcão o governo adotava a censura sem nenhum pudor.
O governo ficou traumatizado com as derrotas eleitorais de 1974. A Arena, partido do governo, elegeu apenas 6 senadores, contra 16 do MDB. Sob o lema “Sem ódio e sem medo”, o galã Marcos Freire foi eleito em Pernambuco. As mulheres votavam nele porque era bonito, os marmanjos porque estava na moda votar na oposição.
Aconteceu um sísmico em Brasília com repercussão em todas as terras auriverdes. Os palácios cultivam serpentários de cobras criadas para tratar de sísmicos políticos. As serpentes foram acionadas para destilar venenos nas próximas eleições de 1978. As serpentes mudam de pele e de cor.
Mutatis mutandis, como dizem os intelectuais, ou mudando o que deve ser mudado, o Pacote de 1977 e seu filhote a Lei Falcão estão para as eleições de 1978 assim como a regulamentação do Artigo 19 do Código Civil da Internet está para as eleições de 2026. Trata-se de atribuir às plataformas poderes para excluir conteúdos de usuários sem autorização da Justiça. É censura ou não? Os usuários da Internet serão feitos de cobaia. Este é um voo no escuro.
A especulação de que um mandarim chinês, a mando do ditador Xi-Jinping, vem ao Brasil para dar sugestões sobre a regulamentação adas plataformas digitais, se confirmado, este é um mau presságio. A saber que a ditadura do Império Chinês exerce um controle feroz em matéria de censura e controle da opinião pública. O convite foi feito pela cuidadora do guru vermelho em nome do próprio. O controle da mídia no Império Comunista Chinês segue as ordens do “Great fire wall”, a muralha de fogo, à semelhança da Grade Muralha física. O Brasil é autossuficiente em matéria de censura e controle da mídia. Go home, mandarim!
Sabemos de antemão que as Big Techs serão os grandes eleitores em 2026. Legislações eleitorais são descartadas neste País a cada temporada. O Marco Civil da Internet, criado em 2014, já está sendo reformulado no caso de responsabilidade das plataformas e remoção de conteúdos, considerados ilícitos ou ofensivos, independente de ordem judicial.
Quem cometer crimes, na Internet, nas nuvens ou qualquer espaço, pode ser enquadrado e punido pelas leis ordinárias. A Constituição consagra a liberdade de expressão, vírgula. O artigo 5 inciso IV garante a liberdade de expressão, sendo proibido o anonimato. Esta é uma cláusula pétrea, somente outra Constituição poderá revogá-la.
Estava escrito nas estrelas que a fusão do PSDB ao Podemos não daria certo e a confirmação se deu no fim de semana com o anúncio formal da direção nacional tucana. Inicialmente, as divergências nos Estados já pareciam como principais barreiras. A nota oficial do PSDB informa que a desistência se deu porque os presidentes dos dois partidos não abriram mão de comandar a nova legenda.
É o chamado olho grande. Marconi Perillo, presidente tucano, e Renata Abreu, a cacique-mor do Podemos, travaram uma briga que ninguém conseguiu apartar pela presidência da nova legenda, fruto da fusão dos dois partidos. O engraçado é que o PSDB havia confirmado a fusão uma semana antes numa concorrida convenção em Brasília.
Pela proposta dos tucanos, o comando do partido seria exercido em sistema de rodízio, com mudanças a cada seis meses em um primeiro momento e depois como alternância a cada ano. A sugestão não foi aceita pelo Podemos e as duas siglas resolveram encerrar as tratativas.
As duas siglas têm hoje tamanho parecido no Congresso. Na Câmara são 13 deputados do PSDB e 15 do Podemos, enquanto no Senado são três senadores tucanos e quatro do Podemos. A tentativa de fusão aconteceu em meio a um processo de desidratação do PSDB, que já comandou a Presidência da República por dois mandatos com Fernando Henrique Cardoso e polarizou a política nacional com o PT por cerca de 20 anos, mas que hoje tem uma bancada diminuta no Congresso, de governadores e de líderes nacionais.
Nas perdas mais recentes, os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Pernambuco, Raquel Lyra, saíram do PSDB e se filiaram ao PSD. Agora, a estratégia do PSDB passa por apostar em uma federação, que diferente da fusão pode ser desfeita após quatro anos e mantém a estrutura e autonomia dos comandos internos de cada partido, ainda que seja preciso que as legendas tenham as mesmas posições nas eleições e no Congresso.
EM BUSCA DE PARCEIROS – Uma federação permite somar os resultados nas eleições para deputados federais de todos os partidos que compõem ela, o que facilita o grupo cumprir os requisitos da cláusula de desempenho, que limita quem pode ter fundo partidário e tempo de propaganda. O PSDB hoje está em uma federação com o Cidadania, mas por discordâncias nos estados ela será desfeita quando perder a validade no começo de 2026. Agora, os tucanos miram uma nova federação com partidos como Republicanos, MDB, Solidariedade e até o Podemos, já que, diferente de uma fusão, haveria menos necessidade de disputa para o comando da nova estrutura.
Briga feia em Pernambuco – As desavenças para o controle do novo partido, resultado da fusão do PSDB ao Podemos, se acentuaram também fortemente em Pernambuco. A queda de braço ocorreu entre o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), e o presidente do Podemos, Marcelo Gouveia. Após o anúncio da iniciativa pelas direções nacionais de ambas as legendas, eles partiram para o tudo ou nada em busca do controle. Aliado de João Campos, Porto queria o novo partido apoiando a candidatura do socialista a governador, enquanto Marcelo insistia em levar para a aliança de reeleição da governadora Raquel Lyra (PSD).
Escândalo arrebentou Lula – Uma pesquisa inédita do Ipsos-Ipec mediu o tamanho do escândalo no INSS para o presidente Lula — e Bolsonaro também. Foram feitas perguntas sobre o episódio para dois eleitores de 132 municípios entre os dias 5 e 9 de junho. A primeira: “Você diria que a atuação do governo Lula em relação às denúncias recentes de fraudes no INSS está sendo: ótima, boa, regular, ruim ou péssima? Apenas 22% consideraram a resposta do governo ótima ou boa, enquanto 54% a acharam péssima ou ruim (18% disseram que está sendo regular). A segunda pergunta reforça a sensação de que o discurso do Palácio do Planalto de que o atual governo investigou e deu um fim às fraudes está longe de ter virado uma verdade para os brasileiros.
De quem é a responsabilidade – Apenas 35% dos entrevistados concordam com essa afirmação: “O esquema de fraudes descobertas no INSS começou no governo Bolsonaro e só foi descoberto porque o governo Lula investigou o caso”. Enquanto 43% acham correta a seguinte afirmação: “O Governo Lula é responsável pela escalada do problema, porque os valores das fraudes dispararam na sua gestão” (6% estão de acordo com as duas afirmações). O escândalo no INSS estourou há 52 dias. Até agora ninguém sabe quanto e nem quando será devolvido o dinheiro surrupiado dos aposentados.
Gilson no podcast Direto de Brasília – Preso e solto horas depois pela Polícia Federal, sexta-feira passada, por suspeita de tentar obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Gilson Machado Neto estará amanhã no meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco. Impedido de sair do Recife, sua participação se dará por videoconferência. Para o advogado Cláudio Soares, a prisão cautelar de Gilson exige uma reflexão profunda sobre a credibilidade do judiciário. “Gilson foi vítima de uma grande violência. Não podemos permitir que a prisão cautelar no Brasil se torne um instrumento de banalização da justiça”, escreveu Soares, em artigo neste blog.
CURTAS
MAL-ENTENDIDO – Após deixar a prisão na noite da última sexta-feira, o ex-ministro Gilson Machado disse que está à disposição da Justiça para esclarecer o que ele chamou de “mal-entendido”. Em depoimento à PF, ele disse que tentou tirar o passaporte para o próprio pai.
CIDADÃO CORRETO – “Estou à disposição da Justiça para esclarecer esse mal-entendido. Importante dizer que o mesmo juiz que mandou prender, mandou soltar. Agradeço a Deus por ter iluminado a Justiça brasileira”, disse Gilson por telefone à CNN, quando estava a caminho de casa. “Fui muito bem tratado e respeitado pela PF. Sou um cidadão correto, nunca fui preso antes”, completou.
POSIÇÃO DE MORAES – Na decisão, o ministro do STF diz que a preventiva foi uma medida cautelar “extrema”, cuja eficácia já se demonstrou suficiente para este primeiro momento da investigação. Moraes ponderou, entretanto, que “existem indícios suficientes” de que Machado teria auxiliado o tenente-coronel Mauro Cid “com a finalidade de se furtar da aplicação da lei penal”.
Perguntar não ofende: Qual será o caminho mais fácil para o PSDB encontrar sua tábua de salvação para a fusão: Republicanos ou MDB?
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entra de férias nesta segunda-feira (16), no mesmo dia em que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, pretende pautar a urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derruba o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Haddad fica de férias até 22 de junho, período em que será substituído pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. Inicialmente, o ministro iria tirar férias entre 11 a 20 de julho de 2025, mas as datas foram alteradas no início de junho. A informação foi publicada no Diário Oficial da União de 5 de junho. A CNN procurou o Ministério da Fazenda, mas não recebeu respostas até a publicação deste texto.
Na última quinta-feira (12), Hugo Motta informou que decidiu pautar a urgência do PDL que derruba o aumento do IOF. Na ocasião, o presidente da Câmara justificou que o clima na Casa “não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”.
Se a urgência for aprovada, o texto poderá ser analisado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões da Casa. Na prática, a tramitação da proposta será acelerada.
Em meio ao impasse da votação, Hugo se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Alvorada ontem. O ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) também participou do encontro. O tema da reunião não foi oficialmente divulgado.
O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), negou que haja uma “crise” sobre o tema. Segundo ele, o acordo firmado com Motta e os líderes partidários é para votar apenas a urgência e não o mérito da proposta em si.
O aumento do IOF foi anunciado em maio. Após a repercussão negativa das medidas, o governo recuou em parte das medidas no mesmo dia. O ministro da Fazenda se reuniu com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em 8 de junho para tratar da recalibragem das medidas, que foram apresentadas na última quinta-feira (11).
O Ministério da Fazenda estima arrecadar cerca de R$ 31,4 bilhões até 2026 com a medida provisória (MP) alternativa do decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Apesar de já ter recuado em relação ao texto original, que previa arrecadação de R$ 20 bilhões em 2025, o governo ainda espera levantar cerca de R$ 7 bilhões elevando o IOF.
Mesmo após a “recalibragem” do Executivo, foram protocoladas 14 propostas para sustar as propostas da equipe econômica. Levantamento feito pela CNN mostra que, no total, são 37 projetos apresentados na Câmara e cinco no Senado desde o primeiro anúncio das mudanças no IOF, em maio.