Após o governo dos Estados Unidos anunciar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Magnitsky, os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram publicamente à decisão. Enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro defenderam a medida e reforçaram críticas ao Supremo Tribunal Federal, o senador Flávio Bolsonaro preferiu manter o silêncio.
Principal articulador da ofensiva internacional contra Moraes, Eduardo classificou a sanção como um “marco histórico” e defendeu que abusos de autoridade no Brasil agora passam a ter consequências globais. Em postagem nas redes sociais, afirmou:
“O mundo está olhando para o Brasil. Hoje, os EUA anunciaram sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, usada contra violadores de direitos humanos. É um marco histórico e um alerta: abusos de autoridade agora têm consequências globais”. As informações são do jornal O Globo.
O deputado também voltou a defender a aprovação de uma anistia ampla no Congresso para os condenados e investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, tema que vem sendo discutido com mais intensidade entre aliados de Bolsonaro.
“Chegou a hora do Congresso agir. A anistia ampla, geral e irrestrita é urgente para restaurar a paz, devolver a liberdade aos perseguidos e mostrar ao mundo que o Brasil ainda acredita na democracia.”
Nas últimas semanas, Eduardo intensificou sua articulação com parlamentares republicanos e aliados do ex-presidente Donald Trump nos EUA, defendendo a aplicação da Lei Magnitsky, mecanismo que permite sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos. Ele chegou a enviar documentos ao Congresso americano e a fazer apelos públicos a Trump e ao secretário de Estado, Marco Rubio.
Na mesma toada que o irmão, o vereador Carlos Bolsonaro também se manifestou após o anúncio das sanções. Sem citar diretamente Moraes ou a medida dos EUA, Carlos afirmou que o Brasil vive um ambiente de medo e silêncio forçado.
“Regimes autoritários podem até simular crescimento por algum tempo. Manipulam números, direcionam investimentos, controlam a informação e criam a ilusão de normalidade. Mas tudo isso tem um preço alto: a eliminação gradual das garantias individuais, a supressão do pensamento livre e a criminalização da oposição”, escreveu.
Diferente dos irmãos, Flávio adotou cautela em um primeiro momento. O parlamentar tem ficado em meio a uma bola dividida entre a ala bolsonarista que deseja confronto com o Supremo e partidos do Centrão que desejam esfriar os ânimos.
“Nao vou me manifestar por enquanto”, disse.
O senador, filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem um perfil maior de articulação política que os irmãos e tem proximidade com partidos de centro e centro-direita, que têm ficado insatisfeitos com a escalada bolsonarista contra o STF e Moraes.
Apesar disso, nos últimos dias, Flávio modulou seu tom e vinha também ampliando as críticas à Moraes. Depois de ser cobrado por estar de viagem de férias em Portugal enquanto o cerco judicial avançava contra seu pai, o senador voltou ao Brasil na quinta-feira passada e no mesmo dia protocolou um pedido de impeachment de Moraes.
Políticos e autoridades brasileiras usaram as redes sociais, hoje, para se manifestar sobre a decisão dos Estados Unidos de punir o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com a Lei Magnitsky, usada pelo país para punir estrangeiros. Veja as reações:
Flávio Dino, ministro do STF:
Minha solidariedade pessoal ao MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES. Ele está apenas fazendo o seu trabalho, de modo honesto e dedicado, conforme a Constituição do Brasil. E as suas decisões são julgadas e confirmadas pelo COLEGIADO competente (Plenário ou 1ª Turma do STF).
Lembro a Bíblia: ISAÍAS 32 “…o homem nobre faz planos nobres, e graças aos seus feitos nobres permanece FIRME”.
Deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP):
“O mundo está olhando para o Brasil. Hoje, os EUA anunciaram sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, usada contra violadores de direitos humanos. É um marco histórico e um alerta: abusos de autoridade agora têm consequências globais.
Chegou a hora do Congresso agir. A anistia ampla, geral e irrestrita é urgente para restaurar a paz, devolver a liberdade aos perseguidos e mostrar ao mundo que o Brasil ainda acredita na democracia.
A Tarifa-Moraes, de 50%, é só um sintoma do que se tornou o país: isolado e em conflito com seus próprios cidadãos. Precisamos reconstruir pontes, não muros”.
Líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias
“GRAVÍSSIMO! EUA sancionam Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky. Hoje, somos todos Alexandre de Moraes, pq não é um ataque a um ministro, é um ataque ao Brasil, à nossa soberania!”.
Carlos Portinho, líder do PL no Senado
“O Brasil passa a ser visto como é: uma ditadura de toga. O Min Alexandre de Moraes se junta a lista de ditadores mundiais exposto pelos EUA. Sim. Democracia aqui não é!
Numa Democracia há separação e equilíbrio entre Poderes. Há o respeito ao devido processo legal e as competências de foro. Não há exilados ou perseguição política. Muito menos censura ou censura previa. A isso nos levaram. Lula e Moraes são agora contagiosos. O Brasil se isola como republiquetas q conhecemos em Cuba e Venezuela, o sonho da esquerda. Parabéns aos envolvidos q fizeram o L”.
O governo de Donald Trump puniu, hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky. O dispositivo legal acionado pelo Departamento de Estado norte-americano pune estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos.
A decisão do governo norte-americano bloqueia as contas bancárias, restringe seu acesso ao sistema financeiro dos Estados Unidos e trava o acesso a eventuais bens que o ministro tenha em solo norte-americano, além de proibir a sua entrada no país. O seu visto e de outros oito membros do STF e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, já tinham sido suspensos por ordem de Trump na semana passada.
A decisão de Trump está lastreada no pedido apresentado pela organização Legal Help 4 You LLC à Justiça Federal da Flórida por punições aos membros da Suprema Corte brasileira. A entidade atua como amicus curiae (amigo da Corte) no processo judicial movido pelas empresas Trump Media, cujo dono é o presidente dos EUA, e Rumble.
Na última quarta-feira, 23, a organização pediu ao Judiciário o envio dos autos do processo ao Departamento de Estado para que pudessem analisar a viabilidade de aplicação das sanções contra Moraes e os demais ministro.
A Legal Help 4 You LLC argumenta no Tribunal da Flórida que o STF viola a soberania dos Estados Unidos ao restringir a atuação das suas companhias. As decisões proferidas por Moraes em relação à Trump Media e Rumble têm como justificativa a falta de ação das empresas para restringir a disseminação de notícias falas e o discursos de ódio em seus domínios.
A lei Magnitsky aplicada contra Moraes foi aprovada em 2012, durante o governo de Barack Obama, e prevê sanções como o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo norte-americano, além de visto cancelado e proibição de entrar no país.
Em maio deste ano, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ameaçou acionar a lei contra os membros do Judiciário brasileiro. “Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, disse Rubio dois meses atrás ao ser questionado pelo deputado republicano Cory Mills, da Flórida, sobre o tema.
A decisão, agora em vigor, se insere no contexto de pressão dos bolsonaristas por punições contra integrantes do STF a fim de paralisar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Um dos principais atores no lobby por sanções a Moraes é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março articulando com agentes do governo Trump formas de enquadrar o ministro. O maior trunfo, até então, da articulação do filho do ex-presidente réu no STF foi a taxação em 50% dos produtos brasileiros.
Como mostrou o Estadão, o uso de Lei Magnitsky pelos EUA é inédito contra um ministro de Suprema Corte no mundo. Alvos típicos da medida são autoridades de regimes autoritários, integrantes de grupos terroristas, criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e agentes de segurança acusados de assassinatos em série.
Para ter o nome retirado da lista, Moraes precisará provar que não teve ligação com as atividades ilegais que levaram à punição, que já respondeu na Justiça pelos atos ou que mudou de comportamento de forma significativa. O próprio governo também pode retirar as sanções, caso entenda que é importante para a segurança do país.
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, disse que as tarifas de 50% sobre os produtos do Brasil anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), são um “boicote”.
“Isso não é bem um [tarifaço]. Isso é um boicote, como tem com Cuba. Praticamente proíbe a venda. Com 50% [de taxa] você inviabiliza a venda”, disse hoje, em entrevista ao programa Bom Dia Ministro. As informações são do portal Poder360.
Segundo França, as micro e pequenas empresas brasileiras representam “menos de 1%” do total afetado pelo tarifaço quando ele entrar em vigor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o programa ‘Acredita Exportação’ na última segunda-feira. A iniciativa fará a restituição de 3% das receitas de vendas ao exterior de micro e pequenas empresas brasileiras a partir de 1º de agosto. Vale até 2027, quando entra em vigor a nova CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços).
As categorias de faturamento -que se enquadram no programa anunciado pelo governo- são as seguintes:
MEI (Microempreendedor Individual): faturamento anual de até R$ 81.000;
ME (Microempresa): faturamento anual de até R$ 360 mil;
EPP (Empresa de Pequeno Porte): faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
O programa foi criado pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), chefiado por Geraldo Alckmin (PSB), em conjunto com os órgãos do Empreendedorismo e da Fazenda.
França também falou sobre o caso de produtos perecíveis de pequenos produtores que podem ser prejudicados pelo tarifaço, como peixes ou mangas. “Como os valores são pequenos perto do todo, a gente pode subsidiar e colocar na rede pública, ou baixar o valor”. As estratégias não estão dadas como certas porque dependem da aprovação do Ministério da Fazenda e das diretrizes do tarifaço.
“A gente não tem muita certeza do que está na cabeça do governo americano. O Trump não tem um decreto sobre isso. Tudo que tem é uma postagem na rede social. Eles dizem que vão escrever amanhã para valer na 6ª feira. Pode ser que eles excluam os produtos que eles não produzem”, declarou o ministro. Os Estados Unidos são os maiores compradores do café brasileiro. A Fazenda disse que a queda da exportação de alguns produtos, como café e carne, pode aumentar a oferta no país e ter efeito deflacionário.
O governo Lula tem R$ 164 milhões em contratos ativos com a Voare Táxi Aéreo, cujo dono, Renildo Lima, foi alvo, hoje, de uma operação da Polícia Federal (PF) que mirou também sua mulher, a deputada Helena Lima (MDB-RR) e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud. A PF investiga compra de votos e fez buscas na sede da CBF. Na campanha do ano passado, Renildo foi flagrado R$ 500 mil, parte na cueca, e ficou preso por um dia.
A suspeita é de que a quantia apreendida com o grupo seria usada para comprar votos em Roraima. Foram feitos bloqueios judiciais de cerca de R$ 10 milhões nas contas dos investigados. Samir Xaud e Helena Lima são aliados e colegas de MDB. Em 2022, ambos concorreram à Câmara, mas só Helena se elegeu. Xaud ficou como suplente.
Procurados, o empresário e a deputada não responderam. A CBF disse que o presidente da entidade está “tranquilo e à disposição das autoridades”. Leia o comunicado ao fim da reportagem.
A Voare Táxi Aéreo é controlada pelo empresário Renildo Lima, marido da deputada e fundadora da companhia, e Eduarda Lima, uma filha do casal. A companhia tem dois contratos em vigor com o Ministério da Saúde, que somam R$ 164 milhões, para atendimento médico a indígenas. Há também três com o Ministério da Defesa, para o Exército, no valor de R$ 506 mil.
No início do mês, um helicóptero da empresa a serviço do Ministério da Saúde caiu e matou dois indígenas na Terra Yanomami, em Roraima. Em dezembro passado, um avião da Voare havia tido outro acidente ao sair da pista de pouso na terra indígena. Ninguém se feriu na ocasião. Em pelo menos 15 anos de contratos públicos, a Voare bateu recordes de faturamento com o governo federal em 2023 e 2024, na gestão Lula, já com a deputada no mandato.
Presidente da CBF responde a processo por fraude em hospital público
O presidente da CBF, Samir Xaud, responde a outro processo em Roraima. É investigado por improbidade administrativa por supostas fraudes quando era diretor-geral do Hospital Geral de Roraima, como mostrou a Coluna.
Segundo o Ministério Público estadual, Xaud e outros seis gestores atuaram na falsificação de documentos para simular serviços e geraram um prejuízo de R$ 1,4 milhão ao governo do estado. O dirigente nega irregularidades.
Leia o comunicado da CBF
“A CBF informa que recebeu agentes da Polícia Federal em sua sede entre 6h24 e 6h52 desta quarta-feira, num desdobramento de investigação determinada pela Justiça Eleitoral de Roraima. É importante ressaltar que a operação não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro e que o presidente da entidade, Samir Xaud, não é o centro das apurações”.
Os três ministros da cota do União Brasil disseram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em reunião ontem, que desejam permanecer nos cargos e que não concordam com o tom crítico adotado por dirigentes do partido sobre o desempenho do governo federal.
Lula convocou os ministros Celso Sabino (Turismo), Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional) para o encontro no Palácio do Planalto para questioná-los se desejam deixar o governo.
O chamado ocorre num momento em que caciques do União Brasil, principalmente o presidente da sigla, Antonio Rueda, têm feito críticas públicas ao governo. Há ainda a ameaça de desembarque do partido, assim como do PP.
Nesta semana, em evento com representantes do mercado, Rueda afirmou que o governo Lula não fez entregas e não tem compromisso com as contas públicas. Também criticou a postura do presidente diante do tarifaço de Donald Trump.
Rueda disse, ainda, que os partidos de centro-direita vão estar juntos em 2026, unificados em torno de alguma candidatura para enfrentar Lula. A fala incomodou o presidente e ministros palacianos e foi o estopim para a convocação da reunião. Questionados, os ministros afirmaram que o União Brasil é um partido plural e que eles não endossam a posição de Rueda.
Embora o União já tenha um pré-candidato para 2026, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, os ministros sinalizaram disposição deles, individualmente, em apoiar Lula na disputa presidencial. Apesar dos três ministérios, o União tem votado contra os interesses do Planalto no Congresso Nacional.
Lula quer organizar outra reunião com o partido em agosto, dessa vez com a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), dos líderes da sigla na Câmara, Pedro Lucas, e no Senado, Efraim Filho, para questionar novamente se haverá ou não desembarque da sigla. O Planalto também quer a participação de Rueda no próximo encontro.
A comunidade de Riacho Pequeno, no município de Belém do São Francisco, no Sertão pernambucano, se prepara para celebrar a 34ª Missa dos Vaqueiros. O evento, que acontece no próximo sábado, marca o encerramento do novenário do Bom Jesus de Riacho Pequeno. Além da missa que homenageia os vaqueiros, a programação inclui uma festa dançante, com apresentações de Totinha Vaqueiro, Gustavinho e Jadson Araújo.
Para tentar adiar ou reverter, ainda que parcialmente, o tarifaço anunciado por Donald Trump, o governo brasileiro flexibilizou o discurso em relação às big techs e assumiu compromisso com as plataformas de negociar a regulamentação das redes sociais e a concessão de benefícios fiscais direcionados ao setor.
Na tarde de ontem, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, se reuniu por quase duas horas com executivos da Meta, Google, Amazon, Apple, Visa, Mastercard e Expedia. As informações são do portal G1.
Foi o segundo encontro com as big techs desde o anúncio de Trump de que as importações brasileiras terão uma sobretaxa de 50%. Dessa vez, as plataformas apresentaram uma lista de demandas que vão ser negociadas, daqui pra frente, em uma mesa específica de trabalho.
Até então, o posicionamento do governo Lula era de que a regulamentação das big techs era algo inegociável por se tratar de um tema interno e que envolve a soberania nacional. Diante da proximidade e da aparente irreversibilidade do tarifaço, o governo brasileiro sinalizou às plataformas disposição em negociar.
Na avaliação de integrantes do primeiro escalão do governo, trata-se de um gesto do Palácio do Planalto para demonstrar que o Brasil está realmente disposto a dialogar pautas concretas.
Para aliados de Lula, os interesses das big techs são um elemento central na decisão de Trump de taxar o Brasil, dado o grau de influência das empresas do Vale do Silício junto à Casa Branca.
Apesar do avanço nas conversas, o diagnóstico no governo é que dificilmente Trump recuará antes de sexta-feira (1°), quando as tarifas começam a valer. Os negociadores brasileiros, no entanto, avaliam que as tratativas que envolvem as big techs são as que mais evoluíram até agora nas negociações entre Brasil e EUA.
Pernambuco terá 39 novos peritos médicos federais atuando nas Agências da Previdência Social. Atualmente com uma ocupação de 125 profissionais, o estado aumentará em 31,20% sua capacidade operacional de perícia médica, enquanto a Região Nordeste receberá 268 novos peritos médicos e terá ganho de 36,31%.
São 18 os municípios que receberão os novos peritos médicos: Afogados da Ingazeira, Araripina, Arcoverde, Barreiros, Cabo de Santo Agostinho, Caruaru, Garanhuns, Goiana, Gravatá, Jaboatão, Palmares, Paulista, Petrolina, Salgueiro, Santa Cruz do Capibaribe, Serra Talhada, Timbaúba e Vitória de Santo Antão.
As contratações são fruto de concurso público realizado em fevereiro deste ano, após 15 anos sem contratações. Nesta quarta-feira (30), o Ministério da Previdência Social publicou no Diário Oficial da União a nomeação dos primeiros 250 profissionais. A chegada dos novos servidores vai contribuir de maneira significativa com a agilidade no atendimento e o enfrentamento à fila do INSS.
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, destaca a mudança histórica no quadro geral da perícia médica, especialmente nas regiões mais carentes. “Os novos peritos médicos irão trabalhar nos locais em que as pessoas mais precisam, onde a espera por uma perícia é maior. A chegada desses profissionais é muito aguardada e vai gerar um impacto enorme no atendimento da ponta aos nossos segurados”, declarou o ministro.
A distribuição de vagas por estado foi feita de acordo com a demanda, considerando o tempo médio de espera por uma perícia médica e a localização estratégica para a realização dos atendimentos. Considerando os prazos de apresentação de documentos e tomada de posse, os 250 peritos médicos que acabam de ser nomeados poderão estar em exercício ainda no mês de agosto.
Quase 14 mil candidatos participaram do concurso do Ministério da Previdência Social, realizado no dia 16 de fevereiro pelo Cebraspe – Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos.
Após ter sido localizada pelas autoridades brasileiras e italianas, na tarde de ontem, Carla Zambelli teve o local onde estava hospedado cercado. A polícia queria agir rápido, por temer que ela fugisse novamente. O relato – a que o blog da Andréia Sadi teve acesso – está documentado em mensagens entre autoridades policiais.
O cerco montado para prendê-la contraria a versão da defesa de que ela se entregou: “Ninguém se entrega em casa”, disse um policial que acompanhou as movimentações.
Carla Zambelli estava em seu apartamento em Roma, pintando e lavando o cabelo, quando a polícia italiana chegou para efetuar a prisão, segundo o advogado da deputada federal, Fabio Pagnozzi. Em seguida, ela pegou seus remédios e foi levada para a delegacia.
Segundo Pagnozzi, ela teria se entregado às autoridades, o que a Polícia Federal nega. Segundo ele, o objetivo dela foi a colaboração com a polícia e que ela busca não ser extraditada. Entre investigadores, há avaliação de que ela possa tentar um asilo político, embora isso seja tratado como hipótese remota.
Zambelli esperava contar com a ajuda de políticos de extrema direita, mas nem seus advogados acreditavam que ela conseguisse tal mobilização, por se tratar de uma parlamentar abandonada pelo seu grupo político no Brasil. Na Câmara dos deputados também há expectativa de que ela consiga arrastar o mandato, evitando a cassação.
As taxas de aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, tiveram uma leve melhora. De maio a julho, os percentuais oscilaram favoravelmente ao petista, que surfa no discurso da soberania depois do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), sobre os produtos brasileiros.
A pesquisa do PoderData feita de 26 a 28 de julho mostra que o governo é hoje desaprovado por 53% dos eleitores. A taxa oscilou 3 pontos percentuais para baixo em 2 meses. No mesmo período, a aprovação foi de 39% para 42%. A distância entre as taxas positiva e negativa caiu de 17 pontos percentuais para 11 pontos percentuais.
Com a desaprovação em alta há aproximadamente 1 ano, como mostram as curvas do gráfico acima, é a 1ª vez que os percentuais oscilam favoravelmente ao governo. Isso se deve, em parte, pelas tarifas anunciadas por Trump sobre os produtos brasileiros, justificadas pelo tratamento que o Poder Judiciário brasileiro deu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo em que ele responde por tentativa de golpe de Estado, e a relação comercial entre os 2 países – que considera discrepante.
Há um mérito na estratégia de comunicação do governo, que tem conseguido, a partir das justificativas apresentadas por Trump para o tarifaço, emplacar o discurso da soberania, que se assemelha a momentos de Copa do Mundo, quando o sentimento nacionalista do brasileiro fica mais vívido. Clique aqui e confira o levantamento na íntegra.
Comandado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual do Progressistas, e pelo deputado federal Lula da Fonte, vice-presidente estadual da sigla, o PP reuniu sua bancada estadual para alinhar o planejamento do segundo semestre legislativo e as estratégias políticas com foco nas eleições de 2026.
Durante a reunião, foram discutidas pautas prioritárias para o fortalecimento de Pernambuco e dos municípios, além da organização da chapa proporcional para 2026. “O Progressistas segue firme, unido e com trabalho reconhecido em todas as regiões de Pernambuco. Nosso foco é garantir resultados para o estado e fortalecer ainda mais a presença do partido no cenário político”, afirmou o deputado federal Eduardo da Fonte.
Embora fria, Brasília já está muito seca, mas dá para correr numa boa, como cumpri minha meta diária, há pouco, na Asa Norte. A temperatura média pela manhã varia entre 16 e 17 graus, mesmo assim a umidade relativa do ar já está baixa, em torno de 35%, beirando a clima de deserto.
Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu a costa da Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, na manhã de hoje, no horário local. O tremor é o mais forte registrado no planeta desde o sismo de Tōhoku, que devastou o nordeste do Japão em 2011, provocando um tsunami e o acidente nuclear em Fukushima.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o epicentro do terremoto foi localizado no mar, a cerca de 320 km da costa russa, a uma profundidade de 36 km. O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico chegou a emitir alertas para Japão, Alasca, Havaí, partes do Canadá e da costa oeste dos Estados Unidos.
Ondas de até 4 metros atingiram áreas costeiras desabitadas da Rússia e, até o momento, não há registro de mortes, mas ao menos 12 cidades da região de Kamchatka relataram danos estruturais e falta de energia elétrica.
Segundo autoridades japonesas, ondas de até 1,2 metro chegaram à costa de Hokkaido e Aomori. Escolas foram fechadas e cerca de 20 mil pessoas foram evacuadas. Nos EUA, praias foram interditadas no Havaí e na Califórnia como medida de precaução.
Maior terremoto global desde Fukushima
Com magnitude estimada em 8,8, o tremor desta quarta-feira é o sexto mais forte já registrado desde o início das medições modernas, superando eventos recentes de grande impacto, como o da Turquia e Síria em 2023 (7,8) e o do Alasca em 2021 (8,2). É também o maior desde o terremoto de 9,1 graus que atingiu o Japão em 11 de março de 2011.
Na ocasião, mais de 18 mil pessoas morreram e o país enfrentou uma das piores catástrofes nucleares da história, com o colapso da usina de Fukushima. Desde então, o Japão passou por dezenas de tremores, mas nenhum com a mesma intensidade — o mais recente, em janeiro de 2024, matou mais de 600 pessoas na península de Noto, com magnitude 7,6.
Outro evento de grande escala ocorreu em 2015, no Nepal, quando um terremoto de 7,8 graus matou cerca de 9 mil pessoas e destruiu parte de Katmandu, capital do país. Em 2012, a região de Sumatra, na Indonésia, também foi atingida por um forte sismo de magnitude 8,6, sem vítimas fatais, mas com alerta global de tsunami.
Tremores são frequentes na região
A Península de Kamchatka está situada no chamado “Círculo de Fogo do Pacífico”, uma área de intensa atividade sísmica e vulcânica que se estende por países como Japão, Indonésia, Chile, México e Nova Zelândia. A região já havia registrado, em 1952, um terremoto de magnitude 9,0, um dos mais intensos do século 20.
Desde 2011, o planeta enfrentou ao menos dez terremotos de magnitude superior a 8,0, mas nenhum havia ultrapassado os 8,6 registrados em Sumatra — até agora.
Tsunami perde força, mas risco persiste
De acordo com o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico, as ondas geradas pelo tremor já perderam intensidade, mas ainda há risco de correntes marítimas anormais e maré alta em várias regiões do Pacífico. Autoridades costeiras continuam monitorando o deslocamento das ondas, e alertam para que a população evite áreas de risco nas próximas 24 horas.
Brasil volta a investir em tecnologia para superar dependência de outros países
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
Embora seja um dos países mais ricos do mundo, repleto de riquezas naturais, o Brasil enfrenta problemas sérios relacionados à tecnologia, que passam pela infraestrutura, acesso digital, qualificação profissional, segurança e questões éticas, com o advento da inteligência artificial.
Os desafios são históricos, segundo a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, a pernambucana Luciana Santos (PCdoB), entrevistada de ontem (29) do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog. De acordo com a ministra, o Brasil sofre com a instabilidade no financiamento da política pública relacionada à tecnologia, algo estruturante para qualquer projeto de nação.
“Ninguém, hoje, pode falar numa agenda de desenvolvimento sem domínio tecnológico. Aliás, essa é uma das variáveis da grande disputa da geopolítica mundial, a superação da dependência. Sentimos isso na pele no tempo da Covid‑19, em que, apesar de a gente dominar a tecnologia de vacinas, com o Instituto Butantan e a Fiocruz, não tínhamos insumos farmacêuticos ativos (IFAs), muito concentrados na China e na Índia”, comentou Luciana Santos.
Além de superar a dependência, segundo a ministra, existe a necessidade de formar profissionais, porque no meio tecnológico, explicou, é preciso haver brasileiros e brasileiras com capacidade de dominar as chamadas “tecnologias disruptivas contemporâneas” porque o mundo atual tem a agenda da transição energética, da transformação digital e da luta contra o aquecimento global.
O Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia tem como base de arrecadação a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Cerca de 74% desse fundo é proveniente da CIDE. De acordo com os dados apresentados pela ministra, o governo anterior, do ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL), contingenciou os recursos, o que provocou atrasos nas políticas.
Na gestão atual, com o fundo totalmente recomposto, o ministério tem investido em formação, entre outros projetos. “Já formamos 20 mil doutores. Nós precisamos formar mais gente nas áreas da engenharia, das ciências exatas e da ciência da computação. Esse é um gargalo no Brasil e estamos atentos, incentivando projetos nessa área. Também formamos, em dois anos e meio, 35 mil hackers, especialistas em segurança cibernética, o que é estratégico para o País”, destacou a ministra.
Ainda de acordo com Luciana Santos, em dois anos e meio, o Governo Federal investiu seis vezes mais do que nos quatro anos do governo anterior. Foram R$ 10 bilhões no primeiro ano, R$ 12,7 bilhões no segundo e, agora, R$ 14,7 bilhões, o que vem aquecendo todo o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, desde as universidades e instituições públicas até os parques e empresas de base tecnológica.
Lançamento em Pernambuco – A ministra Luciana Santos anunciou que pretende lançar no Estado o Bolsa Futuro Digital, que tem o objetivo de, em seis meses, formar pessoas de diversas profissões na área de TI. “Elas vão ter desafios de nível técnico. Ao iniciar o programa, os integrantes passarão três meses em aula teórica e três meses em empresas, que receberão ajuda para os salários. O objetivo é criar desenvolvedores de software”, afirmou.
Melhorando a imagem – O presidente Lula (PT) subiu duas posições e é o segundo mais popular da América do Sul em julho, segundo monitoramento atualizado mensalmente pela CB Consultoria Opinión Pública, da Argentina. Ele marca 49,8% de imagem positiva e 47,1% de negativa — em junho, os índices eram, respectivamente, de 46,3% e 51%. A pesquisa da CB está em linha com levantamentos de institutos brasileiros, como Quaest e Ipespe. O movimento ocorre em meio à reação às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As informações são da Carta Capital.
Notícia boa para o Recife – A governadora Raquel Lyra (PSD) anunciou, ontem (29), investimento de mais de R$ 300 milhões para o embutimento da fiação elétrica no Bairro do Recife. A obra será em parceria com a Neoenergia e obrigará R$ 185 milhões na primeira etapa, contemplando 46% da rede elétrica da Ilha do Recife, com o embutimento de 43 km de cabos, cinco câmaras de manobra e modernização da rede que atende cerca de 1.150 unidades consumidoras. O projeto inicial abrangerá o Marco Zero, o Cais da Alfândega e a Praça do Arsenal.
Sobrou para Moraes, como sempre – O Brasil vive um momento curioso. Há quem cometa crimes contra a democracia e, quando a conta chega, chame os operadores do direito de ditadores. Quem tem coragem de atentar contra o Estado Democrático deveria mostrar a mesma disposição na hora em que a casa cai. A deputada federal Carla Zambelli, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disse, ontem, depois de ser presa na Itália, que naquele país não há “a autoridade ditatorial de Alexandre de Moraes e de seus comparsas da Suprema Corte”, por isso estava tranquila quanto à prisão.
Comemorou – O deputado e líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), celebrou a prisão de Carla Zambelli (PL‑SP). “Zambelli presa. Já já é o Jair. Cuidado, Eduardo!”, disse no X, em referência ao ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL‑SP). “Todos os que tramaram golpe contra a democracia terão um só destino. Não tem chantagem alguma que vá mudar isso. Grande dia”, afirmou.
CURTAS
Antecipação prejudicial – Em entrevista à Rádio Folha 96,7, o deputado estadual Mário Ricardo (RP) avaliou como prejudicial a antecipação do debate eleitoral em Pernambuco, com foco na disputa entre João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSD) para 2026. “Acabamos de sair da eleição municipal. Os prefeitos assumiram há seis meses e já estamos discutindo a estadual. Quando termina a estadual, você já começa a discutir a municipal. Isso não contribui”, disse.
Oposição cobra autonomia de Mirella – Na reabertura dos trabalhos na Câmara de Olinda, a vereadora Eugênia Lima (PT) cobrou autonomia política da prefeita Mirella Almeida (PSD) em relação ao antecessor Professor Lupércio, a quem classificou de “pior prefeito da história” da cidade. “Gratidão não pode se confundir com submissão”, declarou.
Saúde em Itacuruba – Em Itacuruba, Sertão do Itaparica, o prefeito Juninho Cantarelli (PSB) segue comemorando avanços na gestão municipal. Após anunciar a maior edição da Missa do Vaqueiro, realizou nesta semana o Giro pela Saúde, visitando Unidades Básicas de Saúde com atendimento noturno e serviços estendidos para a população.
Perguntar não ofende: A Itália vai mandar Carla Zambelli de volta ao Brasil em quanto tempo?
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (29), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, independente das medidas tomadas pelo governo federal em meio ao embate econômico com o governo dos Estados Unidos, os trabalhadores brasileiros serão “protegidos.”
“Queremos proteger as conquistas dos trabalhadores brasileiros, e vamos continuar fazendo isso independente da medida que vai ser tomada”, disse o ministro durante o CNN 360º.
A fala do ministro acontece em um momento de tensão com os Estados Unidos. O governo americano anunciou uma investigação sobre as práticas comerciais do Brasil, além de uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos oriundos do Brasil que entra em vigor a partir de 1º de agosto. As informações são da CNN Brasil.
Sem “privatização” do Pix Também à CNN, Haddad disse que o governo não considera “privatizar” o método de pagamento criado pelo BC (Banco Central) e que começou a ser utilizado em 2020 pelos brasileiros.
“Não está concorrendo com quem quer que seja, ele é a forma que o Brasil encontrou de criar uma moeda digital”, acrescenta.
O sistema de pagamentos brasileiro é citado como exemplo de como o governo brasileiro supostamente favorece o país em detrimentos das empresas norte-americanas.
“O Brasil também parece se engajar em uma série de práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, cita o documento do Escritório da Representação Comercial dos EUA, o USTR.
Pais e mães de alunos da rede municipal de ensino de Arcoverde enfrentaram cenas de desrespeito e humilhação durante a entrega dos fardamentos escolares promovida pela gestão do prefeito Zeca Cavalcanti. Sob o sol forte, centenas de pessoas se aglomeraram em filas desorganizadas na tentativa de garantir o direito básico de seus filhos: o uniforme escolar. A situação gerou revolta, críticas nas redes sociais e o sentimento de indignação por parte da população.
A entrega do material, que deveria ocorrer de forma planejada e humanizada, nas próprias escolas, acabou se tornando palco de tumulto e descaso. Crianças foram vistas no meio da multidão, espremidas entre adultos, em um ambiente sem estrutura adequada, sem sombra e sem respeito à dignidade dos presentes. “É desumano ver uma mãe com uma criança no colo debaixo daquele sol, disputando espaço para conseguir o uniforme. Isso é um absurdo”, comentou uma moradora em rede social.
Segundo informações, mais de R$ 5 milhões foram investidos pela Prefeitura para a aquisição dos kits escolares, mas a entrega só ocorreu sete meses após o início do ano letivo, o que gerou ainda mais críticas à gestão municipal. “Depois de tanto tempo de espera, ainda temos que passar por essa vergonha? Isso é brincar com a cara da gente”, desabafou um pai.
Nas redes sociais, os comentários se multiplicaram, evidenciando a insatisfação geral. “Nem para organizar por escola ou por turno… parecia distribuição de comida em tempos de guerra”, disse outra internauta, referindo-se ao caos instalado durante a ação.
Desabafos nas redes sociais
A internauta Gennyffer Lima relatou o sofrimento enfrentado ao participar da entrega: “Uma palhaçada totalmente sem necessidade. Cheguei doente em casa esperando lá de 4 horas da tarde no sol numa fila, ainda tendo que esperar o prefeito e toda sua equipe de vereadores chegar, subir no palanque e dar seu discurso. Quando vieram entregar os kits já era quase 18:00. Isso é um absurdo! Gente que saiu de longe da Ipojuca, das Caraíbas… Mais de 7 mil pessoas num espaço pequeno tendo que rodar tenda por tenda procurando a da escola do seu filho. Fora as mães que têm mais de um filho, cada um em escola diferente. Minha gente, Zeca, meu prefeito, gosto muito de você, votei em você, mas não precisava essa encenação. Você já é querido pelo povo sem precisar de tanta mídia”.
Já a usuária Juliana Souza fez críticas ao uso político da ação: “Elegemos o prefeito justamente para fazer o seu papel, e estar exercendo sua função. Poderia ter feito essa entrega nas escolas, na sala do aluno. Mas o prefeito tem que aproveitar, né? Fazer do direito do cidadão um Carnaval pra ele. Não é sobre as entregas, é sobre ele ganhar a mídia por politicagem para ganhar o povo novamente. Estava tudo um caos lá, desorganização total, mas temos que agradecer né? Obrigado, prefeito”.
A indignação também foi expressa por Kari Cavalcante, que passou mais de uma hora no local sem sequer ser atendida: “Uma palhaçada essa entrega de fardamento! Desorganização total, tumulto, aos pais que trabalham foi perda de tempo! Pessoas gestantes, crianças pequenas, idosos… Cheguei 3:15, saí agora às 4:30 e nem as entregas foram iniciadas. Falaram que os pais que não pegassem hoje poderiam pegar na escola. Por que não foi dito isso antes? Larguei meu expediente de trabalho, passei mal e ainda voltei de mãos vazias. Se isso foi tudo por mídia, parabéns aos envolvidos. Foi um horror”.
Para a usuária Michela Araujo, o evento foi ainda mais traumático: “Saí de lá com meu filho chorando por conta do barulho e dos empurrões. Ele tem transtorno e não tinha uma fila para pessoas especiais. Tava de bolo. Se não tem como fazer um evento organizado e que dê condições humanizadas para atender, é melhor não inventar”.
A gestão, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre a desorganização. Para muitos, o episódio simboliza o despreparo da administração municipal em lidar com demandas básicas da educação e com o respeito que deve ser dado às famílias arcoverdenses.
O sentimento geral é de revolta. O que deveria ser motivo de orgulho — o direito ao fardamento escolar — acabou se tornando uma cena lamentável, marcada pelo improviso, pelo calor e pela vergonha. Um retrato claro de que investimentos não garantem dignidade quando faltam planejamento e respeito.