Passeando com meus filhos no shopping Riomar, dei uma passadinha na livraria Leitura para checar a vendagem do meu livro “Os Leões do Norte”. No estoque, só havia um exemplar, adquirido imediatamente quando ainda estava nas suas dependências pelo plantador de cana Pedro Coutinho Guerra, que havia me reconhecido no local. Acabei, claro, dando um autógrafo especial. A editora Eu Escrevo, prontamente, já assumiu o compromisso de reabastecer a livraria amanhã.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) protocolou, na última quarta-feira (23), as alegações finais na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura supostas irregularidades praticadas pelo prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela de Oliveira, e seu vice, José Lopes Silveira, ambos candidatos à reeleição nas eleições municipais de 2024. A Promotoria pede a cassação da chapa por abuso de poder político e econômico, com base em um conjunto robusto de provas que indicam uso indevido da estrutura da administração pública em favor da campanha dos representados.
Segundo o MPE, ficou comprovado durante a instrução do processo que bens públicos, como veículos oficiais e o gabinete da Prefeitura, foram utilizados para atividades eleitorais. Além disso, servidores comissionados e contratados teriam sido desviados de suas funções para atuar em ações de campanha durante o expediente, em clara violação às normas eleitorais. O Ministério Público também denuncia o uso das redes sociais institucionais da Prefeitura para promover pessoalmente os candidatos, com recursos públicos.
Dentre as provas apresentadas constam portarias de nomeações, requerimentos de férias, contratos de veículos, vídeos de atos políticos, comprovantes de despesas da Prefeitura e depoimentos colhidos em juízo. Para o Promotor Eleitoral, os elementos demonstram, de forma clara, a existência de um esquema organizado para beneficiar a candidatura à reeleição dos atuais gestores, com desvio de finalidade e afronta à lisura do pleito.
Depoimentos prestados por integrantes da própria administração reforçaram a tese acusatória. Paulo Victor Fernandes, diretor de comunicação do município, admitiu em juízo ter atuado diretamente na campanha e ter tido acesso às redes sociais eleitorais a partir do gabinete do prefeito, apesar de tentar justificar que tal atuação se deu fora do horário de trabalho. Já os servidores Maria Eduarda Vilar e Tiago Manso apresentaram versões consideradas frágeis pela Promotoria quanto à regularidade de sua participação nas ações de campanha.
O Ministério Público ainda chamou atenção para possíveis fraudes documentais e crimes de falso testemunho. A Promotoria apontou indícios de que alguns requerimentos de férias apresentados por servidores foram forjados para encobrir suas ausências durante o horário de expediente, quando na realidade estavam envolvidos em atividades eleitorais. O caso de Thiago Manso Holanda da Silva foi especialmente mencionado: sua versão em juízo contradiz documentos e registros audiovisuais presentes nos autos. Por essa razão, o promotor solicitou o envio de cópia dos autos ao Ministério Público com atribuição criminal, para apuração dos crimes previstos nos artigos 299 e 342 do Código Penal.
O caso agora aguarda julgamento pelo Juízo da 45ª Zona Eleitoral de Belo Jardim. Se as alegações do Ministério Público forem acolhidas, a chapa Gilvandro–Zé Lopes poderá ter seus diplomas cassados, além de serem declarados inelegíveis por oito anos e responderem criminalmente pelas condutas apontadas. O episódio reforça os debates sobre o uso indevido da máquina pública em campanhas e pode representar um importante precedente no cenário político municipal.
As informações são oriundas do Processo nº 0600476-31.2024.6.17.0045, que tramita na Justiça Eleitoral de Pernambuco.
Passageiros de um voo da American Airlines precisaram evacuar a aeronave no Aeroporto Internacional de Denver (EUA) na tarde de ontem, após falha mecânica e princípio de incêndio durante a decolagem.
A Administração Federal de Aviação (FAA), órgão equivalente à Anac nos EUA, informou que o voo 3023 sofreu um incidente no Aeroporto Internacional de Denver por volta das 14h45 (horário local), devido a uma possível falha no trem de pouso. O avião tinha Miami como destino final. As informações são do portal g1.
O Departamento de Bombeiros de Denver (Denver Fire Department) também confirmou que houve um princípio de incêndio, que foi rapidamente controlado pela equipe de resposta.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra passageiros evacuando a aeronave pelo escorregador de emergência. Também é possível ver fumaça saindo de baixo do avião, além de algumas chamas.
Autoridades locais informaram que todos os 173 passageiros e os seis tripulantes foram resgatados em segurança, segundo o canal norte-americano CBN News, que também confirmou que a aeronave envolvida é um Boeing 737 MAX 8.
O Aeroporto Internacional de Denver (DEN) informou na rede social X que cinco pessoas receberam atendimento no local e não precisaram ser levadas ao hospital, enquanto uma pessoa foi avaliada em um dos portões de embarque e acabou sendo transportada para atendimento médico.
Ainda segundo a CBS News, a American Airlines informou em comunicado que a aeronave apresentou um problema de manutenção antes da decolagem, afetando um dos pneus, e estava sendo recolhida para inspeção.
“Vou casar com você”, repetia o então deputado federal Jair Bolsonaro sempre que cruzava os corredores do Anexo 3 da Câmara dos Deputados, onde Michelle de Paula trabalhava como secretária parlamentar. O flerte insistente virou convite para um jantar e, em apenas seis meses, os dois estavam casados. Passadas duas décadas, a ex-primeira-dama emerge como peça-chave no xadrez bolsonarista, impulsionada pelas restrições judiciais que hoje limitam a atuação de seu marido.
Impedido de deixar Brasília por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro vê a mulher ganhar protagonismo ao intensificar conversas de bastidores para fortalecer seu grupo político. Sem alarde, ela passou a ocupar espaços, discursar em nome do ex-presidente e comandar a interlocução com lideranças partidárias, religiosas e conservadoras. Procurada, Michelle não comentou.
Na sexta-feira, por exemplo, enquanto Bolsonaro se mantinha recluso em casa para evitar descumprir as ordens de Moraes, Michelle esteve na Paraíba.
— Todos nós, sob a liderança do presidente Bolsonaro, que está parcialmente impedido de exercer sua liderança em toda sua plenitude, iremos nos guiar por Michelle Bolsonaro, que é uma figura excepcional — disse o ex-ministro Marcelo Queiroga, presidente estadual do PL.
Desde que Bolsonaro foi proibido de deixar Brasília, Michelle passou a assumir viagens que seriam dele, como a prevista para Rondônia em agosto, e intensificou postagens nas redes sociais em nome do casal. O resultado foi imediato: após a operação da Polícia Federal na sede do PL e na casa de Bolsonaro, em 18 de julho, ela ganhou 138 mil seguidores no Instagram.
Engajamento
Além da exposição pública, Michelle reforçou a segurança ao redor do ex-presidente. Seu irmão de criação, Eduardo Torres, tem acompanhado Bolsonaro em todas as saídas. Interlocutores próximos dizem que a escolha tem como motivação manter uma pessoa de confiança por perto.
Embora evite citar seu futuro político em discursos públicos, Michelle tem adotado um tom messiânico nos bastidores. Em reuniões fechadas com aliados, ela se coloca como “voz profética” de um novo tempo. Afirma que “a batalha é contra o sistema” e que “Deus a levantou para essa hora”.
A atuação ativa dos últimos meses contrasta com a postura que a ex-primeira-dama teve até então. Na campanha de 2018, exerceu um papel discreto, focado em pautas como inclusão de pessoas com deficiência e doenças raras. Mesmo no governo, mantinha-se fora do foco, limitando suas aparições a eventos religiosos e institucionais.
O ponto de virada veio em julho de 2022, quando discursou na convenção do PL no Rio de Janeiro. A performance empolgou a militância e fez acender, dentro da legenda, a percepção de que ali havia um ativo eleitoral em potencial.
Após a derrota de Bolsonaro em 2022, esse capital político foi aproveitado. Na presidência do PL Mulher, Michelle percorreu o país e ajudou a sigla a ampliar sua base, especialmente entre candidatas evangélicas. Ao mesmo tempo, intensificou a articulação com pastores, cantoras gospel e influenciadoras cristãs. Na semana passada, esteve em reunião reservada com Valdemar Costa Neto na sede do PL, um gesto que, para aliados, simboliza sua ascensão à cúpula partidária.
— Eu vou conversar com ela. A gente não vinha discutindo política por aí, mas é uma pessoa séria e de confiança — declarou Bolsonaro recentemente, ao ser questionado sobre o protagonismo da esposa.
Resistências em casa
Embora esteja consolidando apoio interno no partido, Michelle ainda enfrenta resistências dentro da própria casa. A relação com dois dos quatro filhos do ex-presidente — Carlos Bolsonaro e Jair Renan — sempre foi marcada por tensão. Por anos, Carlos a chamava de Xuxa, em tom pejorativo, nos bastidores, insinuando que ela buscava os holofotes.
Segundo aliados, no entanto, o distanciamento entre os dois começou a diminuir neste ano, durante uma internação de Bolsonaro. Michelle assumiu os cuidados do marido, o que teria comovido Carlos. Ainda assim, há incômodo no clã sobre o espaço que ela vem conquistando.
O pastor Silas Malafaia, aliado histórico da família, vocaliza parte dessa resistência:
— Tem várias vozes que falam por ele, mas não uma única pessoa. Ele não está preso, não está mudo. Uma pessoa só vai representar o quê?
Para integrantes do PL, contudo, Michelle é hoje o elo mais eficaz com dois pilares centrais do bolsonarismo: o eleitorado evangélico e o público feminino conservador. Nos bastidores, cresce a avaliação que, caso Bolsonaro permaneça inelegível, ela deva ser considerada para integrar uma chapa majoritária em 2026.
— Jair Bolsonaro é único. Ninguém vai substituí-lo, mas com as restrições a ele, a possibilidade de lançar Michelle vai amadurecendo mais e mais — resume o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
O governo do Distrito Federal planeja uma reabertura gradual da praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). O local foi cercado e é patrulhado pela polícia militar desde a última sexta-feira (25), quando parlamentares do PL começaram um acampamento no local em protesto às restrições impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A intenção é que, hoje, o local tenha pelo menos um acesso liberado, apurou a CNN. Policiais ainda devem permanecer para revistar quem acessar a praça. Assim, turistas poderão ver os atrativos do local, como a Casa do Chá.
A reabertura completa depende de avaliação dos setores de inteligência. Um dos fatores avaliados para manutenção do aumento da segurança na praça é se possíveis convocações ao local estão sendo feitas pelas redes sociais.
A praça foi fechada depois que parlamentares do PL (Partido Liberal) passaram a montar acampamento no local. Ainda na sexta-feira, o Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a desocupação da praça.
Na determinação, o ministro apontou como exemplo da mobilização uma publicação em redes sociais em que um perfil diz que o acampamento em frente ao STF “está pegando tração”.
“No dia 25/07/2025, às 19h35, o perfil @VoxLiberdade realizou uma postagem na rede social X, intitulada “ESTA PEGANDO TRAÇÃO NA PRAÇA DOS 3 PODERES. MAIS BARRACAS CHEGANDO”, traz a determinação.
Em uma decisão complementar, Moraes ainda determinou a proibição de acampamentos no raio de um quilômetro da praça dos Três Poderes, bem como de quartéis generais.
O prazo final de 1º de agosto estabelecido pelos Estados Unidos para a imposição de novas tarifas a seus parceiros comerciais está mantido, afirmou hoje o secretário de Comércio, Howard Lutnick. A declaração, dada durante entrevista à emissora americana Fox News, também foi divulgada pelo perfil oficial da Casa Branca.
“Não haverá prorrogações nem mais períodos de carência. Em 1º de agosto, as tarifas serão fixadas. Entrarão em vigor. As alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro, e pronto”, declarou Lutnick à Fox News.
“No extensions, no more grace periods — August 1st, the tariffs are set. They’ll go into place. Customs will start collecting the money,” says Secretary @howardlutnick.
“The President’s definitely willing to negotiate and talk to the big economies.” pic.twitter.com/e0UnzoZr9N
— Rapid Response 47 (@RapidResponse47) July 27, 2025
Embora as tarifas entrem em vigor, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manterá abertas as portas para alcançar acordos com seus parceiros, explicou Lutnick.
Sobre a União Europeia, com quem Trump negocia hoje na Escócia, o secretário de Comércio disse: “Eles esperam chegar a um acordo, e isso depende do presidente Trump, que lidera esta mesa de negociações. Nós apenas preparamos a mesa”.
Apenas cinco países chegaram a acordos comerciais com a administração Trump: Grã-Bretanha, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão.
As tarifas acordadas com esses países superam a taxa de 10% que os Estados Unidos aplicam desde abril à grande maioria dos países, mas ainda estão muito abaixo dos níveis com os quais Trump ameaçou caso os governos não chegassem a um acordo com Washington para pôr fim ao que o presidente norte-americano considera práticas desleais.
Nova base legal para tarifa contra o Brasil
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está preparando uma nova declaração de emergência como base para tarifas sobre o Brasil, dizem pessoas familiarizadas com o assunto. A medida, que ainda não é definitiva, seria necessária para impor a taxa de 50%, anunciada por Trump, já que a balança comercial dos EUA com o Brasil é superavitária para os americanos.
Os demais países a que foram aplicadas as sobretaxas anunciadas por Trump exportavam mais para os EUA do que importavam. Ou seja, os EUA compravam mais do que vendiam, o que caracteriza déficit nas relações comerciais para os americanos. Por isso, a base legal para as tarifas que foi usada nesses casos não é adequada para o Brasil.
O movimento é um sinal de como o governo busca uma base legal para impor as ameaças tarifárias cada vez mais abrangentes de Trump. O republicano anunciou a potencial taxa de 50% sobre o Brasil, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, em uma demonstração de apoio ao aliado Jair Bolsonaro.
Trump tentou pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pôr fim ao que ele chama de “caça às bruxas” contra o ex-presidente, que será julgado em breve pelo suposto envolvimento em tentativa de golpe de Estado. Na carta enviada ao Brasil com a ameaça do tarifaço, o governo americano também cita “censura a redes sociais dos EUA”.
Trump fez a ameaça de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros no início deste mês. Em paralelo, o governo americano abriu uma investigação contra o Brasil, acusando-o de práticas desleais. No documento em que justifica a investigação, Washigton diz que as big techs poderiam ser prejudicadas com o crescimento do Pix. Também são pontos de preocupação o mercado popular da Rua 25 de Março e o mercado de etanol.
A democracia brasileira percorre, há décadas, um caminho sinuoso entre avanços institucionais e retrocessos disfarçados de legalidade. No centro desse percurso está uma tensão permanente: como equilibrar o respeito à soberania popular com a atuação de instituições que, embora legitimadas pelo sistema constitucional, não se submetem ao crivo direto do eleitorado?
Entre os pilares do Estado Democrático de Direito estão a separação dos poderes, a soberania do voto popular e o princípio da legalidade. No entanto, não raras vezes, vemos esses fundamentos sendo distorcidos por interpretações expansivas, personalistas e muitas vezes não uniformes, emanadas de membros de cortes superiores. E a questão que inquieta: como pode um ministro do Supremo Tribunal Federal (ou do Tribunal Superior Eleitoral), nomeado por ato unilateral do chefe do Executivo, sem jamais ter recebido um voto sequer, cassar o mandato de um parlamentar eleito por milhares — às vezes milhões — de brasileiros?
A resposta formal é simples: o ministro integra um tribunal competente e age com base no ordenamento jurídico. Mas a resposta substancial é complexa e inquietante. Quando decisões judiciais se sobrepõem de forma recorrente à vontade majoritária das urnas, algo se desalinha no tecido democrático.
É evidente que todo mandato eletivo está sujeito à legalidade. Cassações por abuso de poder econômico, compra de votos ou crimes eleitorais são instrumentos legítimos de proteção da democracia. O problema surge quando esses instrumentos passam a ser utilizados sob critérios de oportunidade, conveniência ou seletividade, afastando-se da impessoalidade exigida pela função jurisdicional.
Nos últimos anos, o Brasil presenciou uma série de episódios que colocam à prova a resiliência de sua democracia. Parlamentares cassados por manifestações políticas; redes sociais suspensas por ordem judicial sem contraditório; candidatos inelegíveis por supostos atos de “desinformação”. Estamos criando uma jurisprudência da exceção, onde princípios constitucionais são relativizados em nome da “defesa da democracia”.
Paradoxalmente, esse modelo pode se converter em um novo autoritarismo: um autoritarismo togado, onde o intérprete da norma passa a ocupar o centro da cena política. E, nesse ambiente, a insegurança jurídica se instala, o debate público se acirra, e o cidadão comum se distancia dos centros decisórios. Nesse ambiente, o subversivo punido pelo poder Executivo na época da Ditadura Militar passa a ser agora o punido pelo Império da toga.
A democracia é, por essência, plural. Não comporta unanimidades impostas, nem verdades únicas decretadas. Quando o Judiciário substitui o embate político pelo punitivismo moral, transforma adversários em inimigos, e o voto em papel secundário.
É necessário, portanto, repensar os limites dos poderes. O controle judicial não pode ser confundido com tutela permanente da democracia. O guardião da Constituição não pode se tornar seu intérprete exclusivo e irrecorrível, sob pena de corroer os próprios fundamentos que jurou defender.
Neste momento histórico, em que o Brasil enfrenta polarizações intensas, desafios sociais urgentes e crises institucionais recorrentes, é preciso reafirmar o compromisso com a democracia como prática e não como discurso. E isso exige coragem: a coragem de limitar o poder, inclusive o poder de quem julga.
A uma semana para as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarem em vigor, o governo brasileiro não se mostrou disposto a negociar e, segundo o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, está seguindo um caminho “suicida” ao considerar possíveis taxas retaliatórias. O consultor tributário, em entrevista ao Podcast do Correio, defendeu que “só tem uma forma” de lidar com essa questão: “negociar”.
Maciel explicou aos jornalistas Mariana Niederauer e Roberto Fonseca que a diplomacia comercial deve ser tratada com “paciência, profissionalismo, pragmatismo e emoção zero”. Ele ressaltou, ainda, que o interesse nacional deve ser colocado acima de qualquer interesse passional ou disputa ideológica, algo que, na visão do especialista, não está sendo feito. Confira, a seguir, trechos da entrevista com Everardo Maciel:
Estamos a alguns dias do início das tarifas dos Estados Unidos. Quais são as perspectivas, na sua avaliação?
Bom, primeiro, dizer o seguinte: por um problema de tradução, às vezes somos confundidos com alguns conceitos. A expressão tariff em inglês não é adequadamente traduzida por “tarifa”, mas por imposto de importação. Essa é a palavra que nós utilizamos. Eu digo isso para dizer o seguinte: quando o governo americano resolve estabelecer um imposto de importação, incorretamente traduzido por “tarifa”, de 50% sobre os produtos brasileiros, a primeira coisa a ter em conta é que esse imposto incide sobre os americanos e não sobre os brasileiros. É evidente que isto repercute no comércio externo brasileiro e é por isso que é um problema. Mas é preciso deixar muito claro, primeiro, que ele pode fazer isso. Alguém poderia dizer: “Mas ele está, com isso, violando os acordos de comércio internacionais que resultaram na Organização Mundial do Comércio”. Esses acordos são letra morta, não existem mais há muito tempo. Então, esqueça isso. O fato concreto é que isso não foi específico para o Brasil, mas para inúmeros países do mundo. Então, pode fazer isso? Pode. Como lidar com essa questão? Só tem uma forma: negociar. Não estou contando nenhuma novidade, porque é isso que têm feito 40 países do mundo. O único que não está efetivamente negociando é o Brasil.
Quais foram os principais erros do Brasil com o governo Trump em termos comerciais? Onde falhou?
Quando foram obstruídos os canais diplomáticos entre o Brasil e os Estados Unidos, desde a administração de Trump, era previsível que aconteceriam coisas dessa natureza. Quer dizer, o fato de um país, na pessoa dos seus governantes, não ter o mesmo tipo de pensamento de um outro país, não significa encerrar canais de negociação, canais diplomáticos. O fato de os Estados Unidos negociarem com a China não implica acolher a ideologia chinesa. E vice-versa: não significa dizer que a China vai acolher a ideologia norte-americana. Quer dizer, são negócios entre países que devem ser tratados profissionalmente, sem nenhum tipo de conotação ideológica ou emocional.
Paralelamente a essas negociações, alguns países têm feito acordos bilaterais. Esse também é um caminho?
De fato, isso sempre existiu e existe. Não significa dizer que o único país com o qual nós temos relações comerciais sejam os Estados Unidos. Longe disso. O país que tem o maior volume de negócios com o Brasil é a China. Quer dizer, negócios bilaterais ou multilaterais por meio de organizações como Mercosul, tudo isso é possível. O fato de negociar com os Estados Unidos não deve impedir que se negocie com a União Europeia, com a China, com o Vietnã, com a Índia, etc.
O senhor citou que os acordos comerciais se tornaram letra morta. Na prática, isso não é jogar para a plateia?
Sim, só jogar para a plateia. A Organização Mundial do Comércio, que resulta dos chamados acordos do GATT, estabeleceu algumas regras comerciais para o mundo inteiro. E, para isso, tem inclusive instâncias de julgamento para verificar se houve violação desses acordos. O julgamento na OMC têm duas instâncias: a primeira instância continua existindo, não serve para nada, e a segunda não existe. Então, não existe nada.
A presença na imprensa, visibilidade do tema, pode servir como uma forma de pressionar os EUA ou mostrar para o mundo a posição brasileira?
Ninguém dá mais importância para isso, não. Isso tinha importância há 15, 20 anos. Por exemplo, nós conseguimos, por uma iniciativa brilhante, com enorme capacidade negocial, assumir a direção da OMC, na pessoa do embaixador Roberto Azevêdo. Inclusive, enfrentando um candidato que era apoiado pelos EUA. Foi uma tarefa brilhante. Conseguiu se reeleger novamente, agora, duas vezes brilhante, mas no curso do seu segundo mandato, ele renunciou. Ele, como é uma pessoa preparada, qualificada, percebeu que aquilo perdeu qualquer sentido, não tem nenhuma importância.
Ainda há tempo para o Brasil negociar e reverter esse quadro?
Sempre há tempo para negociar. Agora, como se perdeu tempo, o poder de barganha fica muito reduzido. Porque, nesse momento, você vai para a mesa com um poder de fogo reduzido. O que está em jogo não é só o aço e o alumínio. O que está em jogo é a posição do Brasil no comércio mundial. Isso é muito mais grave. E eu não vejo esse tipo de discussão, infelizmente.
Na carta original, que começou tudo isso, Trump cita nominalmente a questão política do Brasil. A partir daí, não seria natural o Brasil dizer que isso é um assunto interno, que envolve a soberania nacional?
Esse assunto terá a importância que for dada a ele. Por exemplo, o Brasil, na pessoa do seu presidente, faz críticas procedentes ou não. A crítica faz defesa de pessoas, de políticos na Argentina, faz críticas a políticos do país inteiro, que aquele está exercendo algo que é, está exercendo uma prerrogativa dele, mas isso não tem relevância nenhuma. Quer dizer, o fato de dizer que eu discordo de tal país que fez isso, vai mudar alguma coisa? Nada. Simplesmente o seguinte: a soberania só é afetada com medidas concretas. Quer dizer, o mundo já teria explodido há alguns séculos se isso tivesse algum tipo de importância
Entre os pontos que foram citados pelo governo norte-americano que estão em investigação no Brasil, aparecem temas que fazem parte do dia a dia da população. Por exemplo, Pix e o comércio na Rua 25 de Março. O senhor acredita que essas discussões precisam estar por trás de um imposto de importação?
Isso é tática diversionista. Não tem relevância em nada. O Pix é uma solução brilhante, uma solução produzida por técnicos brasileiros que está à frente de inúmeras outras soluções do mundo, é um exemplo para o mundo e isso simplesmente não tem que ser discutido. A rua 25 de Março é um problema brasileiro para ser resolvido no Brasil. Simplesmente, não ponha isso na mesa de negociação. Centre naquilo que é objetivo. É preciso segregar os problemas. Isso é uma coisa elementar em negociação. Se você acumula problemas, você não resolve.
O que pode ocorrer a partir do mês que vem, quando os impostos começarem a ser cumpridos nos EUA?
Teremos problema. Sem a menor sombra de dúvida, porque muitos produtos brasileiros têm um mercado preferencial majoritário nos EUA. Ora, se eles vão perder competitividade, que é algo também que não é necessariamente verdadeiro, ele pode aumentar o preço, mas não necessariamente perder a competitividade.
Por ser o único país que exporta esse tipo de insumo para aquele país, não é?
É, pode ter repercussões nos EUA. Mas, provavelmente, isso que eu estou dizendo é uma visão muito generosa e muito otimista. Existirão problemas. E esses problemas têm que ser enfrentados como problemas. E pior ainda, se partirmos para medidas de natureza retaliatória, poderemos agravar o problema, tornar o problema ainda maior. Portanto, requer agir com muita prudência, com muita habilidade, com muito senso pragmático, com muito profissionalismo para resolver um problema real. E esse problema real está para acontecer dentro de alguns dias.
O senhor citou que a adoção de práticas retaliatórias é a pior opção. O senhor pode dar exemplos práticos de como pode ser muito ruim essa retaliação?
A retaliação pode se dar de várias maneiras. Não existe uma forma retaliatória única. Eu vou começar pela trivial. Eu posso retaliar estabelecendo tarifas, imposto de importação, portanto, para produtos norte-americanos. Quem vai pagar isso é o brasileiro, é o consumidor brasileiro. Vamos tomar, por exemplo, o que foi mencionado pelo presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Raul Jungmann, quando mencionou que, do ponto de vista da exportação de minérios do Brasil, os Estados Unidos não são um mercado relevante. O mercado relevante é a Ásia. O Brasil exporta para os EUA de 1% a 2%. Então, portanto, essa dita tarifa, esse imposto de importação, não teria repercussão significativa na atividade mineral brasileira. Porém, se eu vou retaliar estabelecendo, por exemplo, imposto de importação para produtos americanos, eu devo lembrar que 20% dos insumos utilizados na indústria de mineração brasileira vêm dos EUA. Portanto, eu vou aumentar o preço do produto no Brasil e vou inviabilizar a exportação brasileira para a Ásia, ou seja, o tiro sai por outro lado. Eu não vi ninguém entre empresários ou quem estuda esse assunto, a defender essa tese, porque é uma tese suicida. O que eu quero dizer em outras palavras: só tem um caminho, que é o da negociação. E a negociação requer paciência, profissionalismo, pragmatismo e emoção zero.
E silêncio?
Silêncio e não avisar. Quer dizer, você fica o tempo inteiro, uma coisa que parece assim, quase infantil: fica avisando o que vai fazer. Tem que ser silencioso, você tem que ter estratégias para enfrentamento do assunto que são desenvolvidas de forma silenciosa, cautelosa, de forma ponderada. É assim que funciona. Porém, nas circunstâncias que eu estou vendo, eu sou muito pouco otimista em relação a um desfecho favorável.
Quem entrou nessas negociações foi o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços. O senhor acha que devem ficar mais assim, em conversas restritas?
Isso é uma atitude correta. Mas eu faço uma pergunta: quantas vezes o ministro das Relações Exteriores do Brasil conversou com o seu homólogo nos Estados Unidos? Ao que eu saiba, nenhuma. Quantas vezes o ministro da Fazenda do Brasil conversou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos? Ao que eu saiba, nenhuma. Quantas vezes o presidente da República do Brasil conversou com o presidente dos Estados Unidos? Nenhuma. Então, portanto, é uma iniciativa que, se procedente, como eu creio que seja, é correta, mas muito pequena.
Como lidar, hoje, nesse cenário político em que as redes sociais estão fazendo essa pressão e onde as fake news acabam correndo soltas também?
Isso é um problema contemporâneo que existe. Isso apenas dificulta, torna, ou seja, requer mais habilidade, mais humildade, mais pragmatismo de tudo que eu falei. Isso é apenas um elemento que joga contra, porque o espaço, portanto, para veiculação de notícias falsas e de todos os gêneros é muito grande. Mas isso é o mundo contemporâneo, você não tem como mudar.
O governo tem enfrentado dificuldades na comunicação de uma maneira geral…
A comunicação que o governo deveria fazer é com os Estados Unidos. Agora, se tentar todas as vezes que você for acrescentar uma variável nova, vai tornar mais difícil. Ou seja, às vezes, não creio exatamente que seja assim, mas às vezes eu sou tentado a imaginar que parece que não quer resolver o problema. Parece que tem a intenção de não resolver, porque não é possível que quando se vai tentar resolver o problema, inventa um novo problema para evitar que o problema se resolva. É um pouco absurda a minha conclusão. Eu reconheço que é um pouco absurda, mas eu estou tentado a imaginar que só pode ser isso.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que uma das medidas que o Brasil pode adotar é dar crédito para os setores mais afetados, mas isso não seria admitir que as negociações não vão avançar?
Não só ele. Também alguns governadores fizeram menção à adoção de medidas do mesmo gênero. Talvez seja necessário, sem a menor sombra de dúvidas. Agora, é preciso lembrar o seguinte: a despeito de ser necessário, o que se disse, também é que isso seria feito como despesa fora do arcabouço, como despesa, portanto, não primária. Aí é um outro problema. Nós estamos numa caminhada contínua de aumento da relação dívida pública/PIB. Acredito sempre na capacidade de, em algum momento, alguém encontrar uma solução que consiga evitar isso. Mas nós estamos acumulando problemas de uma maneira muito séria.
Existe uma dificuldade para começar a ser resolvido, uma vez que ano que vem já é ano eleitoral?
O Brasil tem essa história de ano eleitoral e um ano eleitoral é um ano em quem se permite tudo, em que se tem licença para qualquer coisa, inclusive, sobretudo, para todo tipo de irresponsabilidade. E é isso que faz com que o Brasil, há muito tempo, fique patinando como país que não consegue decolar.
O primeiro semáforo inteligente do Cabo de Santo Agostinho foi instalado na Avenida Historiador Pereira da Costa, em frente à estação ferroviária. A tecnologia está em fase de testes e será implantada em outros pontos da cidade nos próximos dias. Além de sensores de fluxo e câmeras, o sistema permite ajustes automáticos nos tempos dos sinais, melhorando a fluidez no trânsito e aumentando a segurança viária.
As faixas de pedestres também passaram a contar com iluminação especial, reforçando a visibilidade e a segurança durante as travessias, especialmente em horários de pouca luz.
De acordo com o prefeito Lula Cabral, a iniciativa representa um avanço na modernização urbana do município. “Estamos investindo em soluções tecnológicas que trazem mais segurança e organização para o trânsito. Esse é apenas o começo de um projeto que vai beneficiar toda a cidade”, afirmou.
Uma análise de meio milhão de publicações de pessoas de 16 a 30 anos em redes sociais feita ao longo de 12 meses mostra que os jovens brasileiros deixam a esquerda ao ficarem mais velhos. Eles tendem a ir para o centro ou ficar mais céticos ou desiludidos.
Segundo a pesquisa, a esquerda é mais popular na faixa etária dos 16 aos 18 anos: 44,5% dos adolescentes se identificam com esse espectro político. O levantamento “O que pensam os jovens brasileiros”, antecipado ao Poder360, foi encomendado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) à consultoria AP Exata. Leia a íntegra.
Além do espectro político, o levantamento analisou os humores coletivos, as fases da juventude, os temas centrais discutidos e as diferenças regionais. O diretor-geral da FAP, Marcelo Aguiar, afirma que a análise é “bem ampla para entender o que o jovem está pensando”.
Para o diretor, o levantamento faz uma “fotografia” do atual cenário do país. Aguiar não considera a redução na quantidade de pessoas que se consideram de esquerda à medida que envelhecem como um fenômeno exclusivamente brasileiro. Para ele, isso é um “reflexo histórico do que passa a humanidade”.
Entre os jovens brasileiros de 19 a 24 anos, a esquerda ainda lidera, com 33,7%, mas começa a perder força. Já entre os de 25 a 30 anos, o índice cai para 18,9%, especialmente entre os que “passaram a priorizar trabalho, família e objetivos pessoais“. A direita mantém patamar semelhante nas duas faixas: 21,8% entre os de 19 a 24 e 17,6% entre os de 25 a 30, sustentada por discursos de mérito e valores conservadores.
O centro ganha força com o avanço da idade: sobe de 17,6% para 27,4% e passa a liderar entre os mais velhos, refletindo a busca por moderação e estabilidade. O ceticismo também cresce, de 19,5% para 25,2%. Já a apatia, que era de 7,4% entre os mais jovens, sobe para 10,9%, indicando um afastamento gradual do debate político.
O diretor da FAP acredita que este movimento pode estar ligado à “perda de utopias [de esquerda] e de identidade”. Mesmo com os números desfavoráveis, ele afirma que este não é um sinal de que a esquerda vai acabar, mas sim um momento de “reestruturação”.
Um outro dado analisado pela pesquisa são os temas mais discutidos pelos brasileiros de 16 a 30 anos nas redes sociais. A política é mais relevante para as pessoas de 25 a 30 anos (24,6%), enquanto os temas “futuro” e “estudos” são mais caros aos adolescentes (32,5%).
“Os dados revelam uma mudança progressiva de interesses conforme os jovens avançam na idade. As menções a temas como estudos, saúde mental, política e trabalho acompanham o ciclo de vida e o amadurecimento das responsabilidades”, diz o levantamento.
Metodologia
A pesquisa foi feita com o uso da plataforma Horus, uma tecnologia da AP Exata que monitora publicações feitas em redes sociais. A análise foi realizada a partir de 500.000 postagens no X (antigo-Twiter), YouTube, Threads, Instagram e Facebook por usuários localizados em 145 cidades em todos os Estados brasileiros.
O Discord também foi utilizado para a parte qualitativa do levantamento, em que a netnografia foi aplicada. Neste tipo de metodologia, os estudos dos fenômenos culturais são aplicados à internet.
Considerando que a pesquisa foi conduzida no ambiente on-line, é importante levar em consideração que este é um campo que a direita tem dominado. Para Aguiar “a esquerda ficou atrás neste processo no mundo digital”.
O diretor da FAP ressaltou que, agora, a esquerda tem reagido. Para ele, um dos exemplos foi o fato de ter “rivalizado” com a direita depois do anúncio das taxas de 50% aos produtos brasileiros determinadas pelo governo dos EUA.
O governo brasileiro, por exemplo, criou campanhas digitais em que ressaltavam a soberania nacional frente à decisão do presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano).
A FAP, fundada em 2000, é o braço de estudos do partido Cidadania, ex-PPS (Partido Popular Socialista).
Donald Trump mandou avisar: está de olho nos minerais estratégicos do Brasil. O recado foi dado pelo encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar. Ele expôs a cobiça a nove dias do 1º de agosto, data marcada para o início do tarifaço contra produtos brasileiros.
O presidente dos Estados Unidos não é dado a sutilezas. Em fevereiro, ameaçou suspender o apoio militar à Ucrânia e submeteu Volodymyr Zelensky a uma humilhação pública na Casa Branca. Tudo para arrancar um acordo de exploração de terras-raras, descritas como o petróleo do século 21. O solo ucraniano é rico em minerais críticos como urânio, titânio, lítio, ferro e manganês. Para não serem abandonados à própria sorte, os donos da terra se viram forçados a entregá-la ao Tio Sam.
Em outro lance que lembrou o colonialismo do século 19, Trump ameaçou tomar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca. O republicano alegou fins de segurança nacional, mas um de seus conselheiros econômicos admitiu que a cobiça se deve à presença de “muitos metais valiosos”. A União Europeia protestou, e o assunto foi deixado de lado até segunda ordem.
Trump quer reduzir a dependência americana de minerais estratégicos exportados pela China. O desejo de encontrar novos fornecedores é legítimo. O problema é querer obtê-los mediante chantagem e extorsão, levando a faca ao pescoço alheio.
O Brasil detém 23% das reservas mundiais de terras-raras, além de 92% das reservas de nióbio, matéria-prima para a indústria aeroespacial. O país também é rico em recursos como lítio e silício, usados na produção de baterias e semicondutores.
Na quarta-feira, Escobar expôs o apetite americano em reunião a portas fechadas com a cúpula do Ibram. A entidade tem nome de órgão público, mas representa os interesses das mineradoras brasileiras. É chefiada por Raul Jungmann, ministro dos governos FH e Temer, e pelo general Fernando Azevedo e Silva, ministro de Bolsonaro.
Jungmann também preside o Lide Mineração, braço do grupo de lobby de João Doria. Depois que a conversa veio à tona, o ex-ministro disse ter informado o representante de Trump que a discussão precisaria envolver o governo — uma obviedade, já que as riquezas do subsolo só podem ser extraídas com permissão da União. Ele acrescentou que os minerais poderiam se tornar uma “carta na manga” para o Brasil na negociação das tarifas.
Se a ideia era entregar o mapa da mina, parece não ter funcionado. Na quinta, Lula aproveitou uma solenidade para reforçar o discurso da soberania nacional e rechaçar a cobiça americana. “Temos todos os minerais ricos que vocês querem”, disse. “Aqui ninguém põe a mão”, completou.
Nem sempre foi assim. Em janeiro de 2019, um recém-empossado Jair Bolsonaro cruzou com Al Gore no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O ex-vice-presidente americano, vencedor do Nobel da Paz, manifestou preocupação com a Amazônia. Deu-se um diálogo espantoso, filmado pelo documentarista alemão Marcus Vetter. “Temos muitas riquezas e gostaria muito de explorá-las junto com os Estados Unidos”, ofertou o capitão. “Não entendi bem o que isso quer dizer”, respondeu um constrangido Gore.
Aproximadamente 200 carros foram destruídos durante um incêndio no pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), no Bairro Parque das Aroeiras, em Uberaba, na tarde de ontem. As chamas se concentram em um lote de veículos apreendidos e rapidamente se espalharam.
Conforme informações do Corpo de Bombeiros, havia no local outros 800 automóveis, entre carros, motos e caminhões, e a atuação dos militares impediu que o fogo tomasse proporções ainda maiores. As informações são do portal g1.
Cinco viaturas e 13 militares foram acionados para o combate às chamas, que durou cerca de três horas. Ao todo, foram utilizados 40 mil litros de água, e um caminhão-pipa da Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) também auxiliou na ocorrência
Conforme os bombeiros, o pátio tem câmeras de segurança, mas não foi possível verificar a origem do incêndio, já que a energia foi desligada por conta do rompimento de fiações causado pelo calor. O local é completamente murado, fazendo divisa com a linha férrea.
Os responsáveis pelo pátio foram orientados a reorganizar o espaço, aumentando o distanciamento entre os lotes de veículos para evitar novas ocorrências e facilitar o acesso de viaturas.
Ninguém se feriu, e as causas do fogo serão apuradas pela Polícia Civil.
Em março, um incêndio semelhante consumiu 80 veículos no mesmo pátio. À época, câmeras de segurança mostraram suspeitos pulando o muro e ateando fogo nos veículos.
Hoje e amanhã devem ser de chuvas moderadas em parte de Pernambuco. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu um alerta amarelo. O comunicado de acumulado de chuva, de “perigo potencial”, prevê precipitações na Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata pernambucana.
Publicado na última sexta-feira (25), o aviso tem início às 16h de hoje e vai até as 10h de amanhã, e também é válido para a Mata paraibana, além dos Lestes potiguar e alagoano. O comunicado aponta chuvas de até 50 milímetros, com “baixo risco de alagamentos e pequenos deslizamentos”.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês), uma organização internacional criada para o combate ao antissemitismo e memória do massacre dos judeus.
A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel na última quinta-feira (24), e confirmada por fontes do Itamaraty. O entendimento do governo é que a adesão à IHRA em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, foi feito de modo displicente.
Fontes do Itamaraty informaram que entre os motivos da saída, que ainda não foi formalizada (o Brasil aparece no site da IHRA como membro observador), estão obrigações que o País deveria ter com a aliança, que envolveria recursos financeiros.
No dia 23, o governo brasileiro formalizou a entrada na ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça que acusa Israel de cometer genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza. O Itamaraty nega que a saída da aliança tenha uma relação direta com a adesão à ação.
O Itamaraty criticou Israel pela campanha militar na Faixa de Gaza, que dura quase dois anos apesar da devastação do território palestino e da morte dos principais líderes do Hamas, na nota em que informou a adesão ao processo da África do Sul. As ações na Cisjordânia, território palestino onde Israel também atua militarmente com frequência e que tem ocupação de colonos judeus, também foram criticadas.
“O Brasil considera que já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política. A impunidade mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral”, diz a nota do Itamaraty.
As ações do governo brasileiro foram chamadas por Israel de “uma demonstração de profunda falha moral”. Desde o início da guerra em Gaza em 2023, a relação entre o Estado judaico e o País tem se deteriorado. Em fevereiro do ano passado, Lula afirmou que as ações do Exército israelense em Gaza era comparado ao Holocausto de judeus e foi considerado persona non grata em Israel.
O episódio provocou a retirada do embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, em maio. O cargo segue vago, e as relações diplomáticas entre os dois países correm o risco de ficarem ainda menores nos próximos meses, já que o Itamaraty segue sem consentir que o diplomata Gali Dagan assuma o cargo de embaixador de Israel em Brasília. O cargo atualmente é ocupado por Daniel Zonshine.
A saída da IHRA e a adesão à ação da África do Sul esta semana, no entanto, coincidem com o aumento da pressão da comunidade internacional sobre Israel, que contou com o anúncio do presidente francês Emmanuel Macron sobre o reconhecimento do Estado da Palestina e com a denúncia de organizações humanitárias sobre fome generalizada entre os palestinos.
O Itamaraty saudou na quinta a decisão de Macron de reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro – ato que também foi criticado por Israel.
Críticas a IHRA
A Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) se define como uma união de governos e especialistas para “fortalecer, avançar e promover a educação, a memória e a pesquisa sobre o Holocausto”. Criada na década de 90, o grupo tem 35 membros e 8 observadores (incluindo o Brasil, que, até então, segue como observador no site).
Segundo a organização, os membros da aliança precisam reconhecer que “a coordenação política internacional é essencial para combater a crescente distorção do holocausto e do antissemitismo”.
A IHRA é criticada por setores do judaísmo e grupos em defesa dos direitos humanos, que acusam a organização de instrumentalizar a memória do Holocausto para blindar o Estado de Israel em casos de violência. A definição de antissemitismo da organização, adotada por países europeus e pelos Estados Unidos, dizem os críticos, considera que posições contrárias à Israel podem ser consideradas antissemita.
Em 2023, um grupo composto por mais de 100 organizações de direitos humanos, entre elas a B’TSelem, maior organização de direitos humanos de Israel, Humans Right Watch, Anistia Internacional e União Americana pelas Liberdades, solicitou à ONU a rejeição do conceito de antissemitismo do IHRA.
A crítica também é feita por um dos principais formuladores da definição, Kenneth Stern, advogado especialista em direitos humanos.
“A adoção da definição por governos e instituições é frequentemente enquadrada como um passo essencial nos esforços para combater o antissemitismo. Na prática, porém, a definição da IHRA tem sido frequentemente usada para rotular erroneamente as críticas a Israel como antissemitas e, assim, coibir e, às vezes, suprimir protestos não violentos, ativismo e discursos críticos a Israel e/ou ao sionismo, inclusive nos EUA e na Europa”, afirmava a carta do grupo.
Os maiores problemas, diz o grupo, residem nos 7 dos 11 “exemplos contemporâneos de antissemitismo” informado pela IHRA, anexados à definição para orientar a aplicação. Os exemplos incluem “a alegação de que a existência de um Estado de Israel é um esforço racista” e “a aplicação de dois pesos e duas medidas ao exigir de [Israel] um comportamento não esperado ou exigido de nenhuma outra nação democrática”.
Na volta, ontem, de Serra Talhada, onde lancei sexta-feira passada meu livro “Os Leões do Norte”, atendendo a um convite do meu curioso amigo Cid Severo, de Sertânia, dei uma passadinha no memorial da chamada “Batalha de Custódia”, que se deu no dia 14 de fevereiro de 1926, em pleno domingo de carnaval, nos arredores de Custódia, no Sertão do Moxotó.
Foi um dos maiores rastros sangrentos da Coluna Prestes em Pernambuco. Na verdade, uma armadilha arquitetada pelos insurgentes da Coluna Prestes, que resultou na morte de oito soldados, quatro policiais militares e quatro bombeiros militares. No local, entre os militares aparecem estampados no painel os nomes dos que tombaram sem vida: Isídio José de Oliveira, do 2º Batalhão, Castor Pereira da Costa, Ercias Petronilo Fonseca e Manoel Bernardino Fonseca, do Regimento da Cavalaria.
Também os bombeiros militares José Sebastião Bezerra, Pedro Cosme Alexandrino, Antônio Cassemiro Ferreira e Luiz José Lima Mendes. Saíram ainda feridos os soldados Amaro do Espírito Santo, Benevenuto Cardoso da Silva e Severino Lino dos Santos, do 2º Batalhão. No boletim, o comandante João Nunes enalteceu suas bravuras e sacrifícios no campo da luta em defesa da legalidade.
Os soldados mortos estão sepultados no local em cova única. O monumento, escondido por trás dos matos na estrada que liga Custódia a Serra Talhada, está quase invisível, o que é lamentável pela sua importância histórica. Foi erguido durante o comando geral do Coronel Manoel Expedito Sampaio, em 1961. Da coluna Prestes, se envolveram no embate os tenentes-coronéis Djalma Dutra e João Alberto.
Segundo levantamento histórico, os rebeldes da Coluna estavam em Custódia esperando uma ligação com o tenente Cleto Campelo, que acabou falecendo em Gravatá. Eles haviam interceptado nos fios do telégrafo uma mensagem sobre o deslocamento de Custódia para Vila Bela (Serra Talhada) de uma tropa da Força Pública de Pernambuco, de 137 homens, transportada em cinco caminhões dos efetivos dos 1º, 2º, 3º Batalhões, Regimento da Cavalaria e Companhia de Bombeiros, (Boletim Geral da Força Pública, de 12 de fevereiro de 1926), sob o comando do coronel João Nunes, comandante Geral.
No terceiro caminhão, vinham o tenente da PM José Coutinho da Costa Pereira, e no quinto o tenente da PM Olímpio Augusto de Oliveira e o capitão Luiz Sabino de Azevedo. Na retaguarda, o comandante João Nunes, em automóvel. Na localidade Umburanas, ou Pitombeiras, os rebeldes arquitetaram uma emboscada, colocando na estrada um chapéu de tipo engenheiro, de cortiça, como isca.
Por volta das 9h de 14/02/1926, (domingo de Carnaval), um soldado mandou parar o veículo para apanhá-lo. Em seguida, todo o comboio parou. O coronel João Nunes, vinha à retaguarda, em companhia do seu secretário, o tenente Sidrak de Oliveira Correia, e outros oficiais. Imediatamente, dos serrotes laterais surgiram os fogos cruzados das metralhadoras inimigas, ceifando a vida dos soldados.
Após seis horas de combate, o coronel João Nunes, ao escurecer, conseguiu romper o cerco dos rebeldes, (em número quase cinco vezes superior, e entocados) rumo à Custódia, perdendo quatro dos cinco caminhões, que foram queimados. No dia seguinte, em Custódia, a tropa reorganizou-se e partiu ao encalço da força rebelde. A munição que se achava no quinto caminhão, que regressou à Custódia com o capitão Luís Sabino de Azevedo, não foi perdida.
Conforme o Boletim Geral da Força Pública, de 12 de março daquele ano, os soldados foram sepultados no local, numa cova única, à beira da estrada, de acordo com o major da PM João Rodrigues da Silva, em artigo publicado na Revista Guararapes, em janeiro de 1950. Os mortos do Riacho do Mulungu, cenário da batalha, passaram de 40, segundo historiadores.
“Na fria placa de mármore ficou o registro da reação daqueles heróis, que precisam ser lembrados e nominados todos os anos, àquele 14 de fevereiro de 1926, pois transpuseram os umbrais da glória e precisam ser inseridos nos anais da grande história da PM e de Pernambuco”, diz um registro histórico que consultei na internet.
A Coluna Prestes começou a marchar pelo interior do Brasil em 25 de abril de 1925. Por dois anos, seus membros atravessaram mais de 25 mil quilômetros, passando pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Minas Gerais. Por onde chegavam, eram recebidos com frieza, medo ou alegria, pois eram vistos por muitos como heróis.
Ao atravessar os locais mais distantes do Brasil, os integrantes da Coluna esperavam receber o apoio da população para as causas defendidas por eles. Porém, isso não aconteceu. Os mais de dois anos de marcha fizeram com que seus membros abandonassem a Coluna, alegando desgastes e por causa do fim do governo Artur Bernardes.
Em fevereiro de 1927, os integrantes depuseram suas armas e partiram para o exílio, na Bolívia. Luís Carlos Prestes reforçou sua liderança nacional e, logo após o fim da Coluna, foi chamado de “cavaleiro da esperança”. Em seu exílio, ele teve contato com o pensamento comunista e, ao voltar para o Brasil em 1930, se tornaria o principal nome do comunismo em solo brasileiro.
Vem aí o novo Boreal, o sofisticado e seguro SUV da Renault
A francesa Renault apresentou a jornalistas o SUV médio Boreal, um modelo recheado de tecnologias (e visual muito interessante) para concorrer com os já estabelecidos Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. Ele já começou a ser produzido em São José dos Pinhais, no Paraná, mede 4,56m de comprimento, com entre-eixos de 2,70 metros — e é mais largo, mais alto e até mais imponente do que os citados acima. Deve custar (versão topo de linha) em torno dos R$ 240 mil. Mas só chega às lojas no fim do ano.
O modelo tem vários pontos fortes — é uma aposta para o mundo emergente, como a América Latina, Oriente Médio e África árabe. No Brasil, serão três versões. Há vários bons requisitos para vendas. Do porta-malas, que garante 586 litros, às gigantes rodas de liga leve de 19 polegadas. E, claro, o belo visual — marcado pela nova identidade da Renault e sua grade frontal na cor da carroceria com a logo “Nouvel’R” (em relevo) e faróis de LED alongados invadindo os para-lamas.
Mas o que chama a atenção é o acabamento interior de alta qualidade — de nível, aliás, de modelos mais premium (e mais caros). Nele, a marca também abusa (ainda bem) da tecnologia. Desde o painel de duas telas de 10’’ integradas, com quadro de instrumentos digital personalizável, a central multimídia com um serviço do Google (inédito em carro fabricado aqui) com sistema de conectividade incluindo Google Maps, assistente por voz, loja de aplicativos e atualização remota.
O processamento dos sistemas (incluindo o de segurança ativa) é feito pelo chip Snapdragon Chassi, da Qualcomm. O sistema de som é premium — da Harman Kardon — e foi desenvolvido com ajuda de instrumento (francês, claro) Jean-Michel Jarre, filho do também compositor de trilhas sonoras Maurice Jarre. Tem até cinco perfis acústicos diferentes. A iluminação ambiente é personalizável — e em 48 cores! Os bancos dianteiros têm ajustes elétricos e massagem para o motorista. E por aí vai.
O console é uma mini geladeira, por exemplo. O pacote de segurança é para lá de caprichado. São 24 sistemas de assistência ao condutor: piloto automático adaptativo com função para e anda, centralização ativa de faixa, alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência, leitor de placas, câmeras 360°, assistente para detectar veículos e ciclistas ao abrir portas etc. São cinco modos de condução: Eco, Comfort, Sport, Perso e o inédito Smart, que se adapta automaticamente ao estilo de direção do motorista com o tipo de trajeto encontrado. O Boreal também traz como novidade o motor 1.3 turbo (flex) de 163cv e torque de 27,5kgfm. O câmbio é automático de dupla embreagem de seis marchas.
Mobi linha 2026 – A Fiat atualizou o Mobi para a linha 2026. Do ponto de vista estético, pouca coisa — como novas calotas e roda de liga leve com nova cor e maçanetas e retrovisores pintados de preto brilhante. Já o quadro de instrumentos e o volante são novos — e os porta-objetos foram reorganizados. A Fiat também fez os tradicionais ajustes de versões — e seus pacotes de customização. Por exemplo: as Like e Trekking, que têm motor 1.0 Firefly de 75cv, vêm com controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, sensor de pressão dos pneus, direção elétrica, regulagem da altura do farol e do volante, ar-condicionado e acionamento elétrico dos vidros dianteiros elétricos e da trava.
São equipamentos que inexistem até em modelos superiores de outras marcas – e até da própria Fiat e de outras congêneres da Stellantis. O Pack Essential adiciona à versão Like farol de neblina, comandos de abertura das tampas de porta-malas e tanque de combustível e regulagem de altura dos cintos de segurança dianteiros. Na Trekking, o Pack Top inclui sensor de estacionamento traseiro e espelhos retrovisores externos elétricos. O Mobi faz parte do Carro Sustentável, programa do governo federal que isenta do IPI alguns modelos. A Like custa R$ 79.060 e Trekking e R$ 80.990.
JCW Countryman ALL4 Exclusive – Uma nova versão do tradicional Mini está à venda por R$ 371 mil. Ela é cara, certamente, mas tem um motor de 317cv – que acelera de 0 a 100 km/h em apenas 5,6 segundos e é (com máxima de 250 km/h) o modelo é o mais veloz da marca no Brasil. Ele tem transmissão automática esportiva de dupla embreagem de sete velocidades (com paddle shifts no volante) e tração integral.
Visualmente, a Exclusive se diferencia pelas rodas de 19 polegadas pretas com design exclusivo e pela carroceria sem faixas. Por dentro, o esquema de cores vermelho e preto no painel, ao longo dos painéis das portas e nos bancos esportivos JCW com ajustes elétricos é uma homenagem à herança de corrida da Mini. No centro do painel, com revestimento em 2 tons, o moderno display redondo com tecnologia Oled de altíssima resolução e 240mm de diâmetro faz o papel de painel de instrumentos e central multimídia. O sistema de som é um Harman Kardon com 12 alto-falantes e 365 watts de potência.
BMW Série 3: 45 mil brasileiros – Líder entre os sedãs premium no país, o BMW Série 3 alcança um marco importante em sua trajetória no Brasil: 45 mil unidades produzidas na fábrica do BMW Group em Araquari (SC). O modelo é fabricado lá desde 2014 e tem um papel simbólico para a marca: foi o primeiro veículo a sair da linha de montagem da planta catarinense. Aliás, a fábrica é responsável pelos modelos BMW X1, BMW X4 e BMW X5 PHEV, o primeiro híbrido plug-in produzido na América do Sul. O BMW 320i é produzido em três versões (320i GP, 320i Sport GP e 320i M Sport), todas equipadas com o motor TwinPower turbo 2.0 de 184cv e 30,5kgfm de torque. A tração segue a tradição de ser traseira e o câmbio é automático de oito marchas. Com esse conjunto, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 7,1 s e atinge a velocidade máxima de 235 km/h.
Fiat Toro: 600 mil no Brasil – E por falar em marca, a picape Toro – produzida no Polo Automotivo Stellantis de Goiana (PE) – criou uma tendência entre as picapes quando foi lançada, em 2016. A ideia, que colou, por sinal, era unir a performance de uma picape com o conforto de um SUV. Agora, a Toro alcançou 600 mil unidades produzidas no Brasil. Ela é oferecida nas versões Endurance, Freedom, Volcano, Volcano Diesel, Ultra e Rach, tem sistema de iluminação full LED, rodas de liga leve de até 18” e bancos de couro com ajuste elétrico. A versão Ranch, topo de gama, conta com uma grade exclusiva com moldura cromada e identidade premium brown no friso decorativo, que proporciona uma aparência única e refinada, além de inserções volumétricas que garantem mais robustez e estilo.
Recentemente, a picape ganhou nova motorização nas versões Ranch e Volcano, ficando ainda mais potente e econômica. Com o motor MultiJet 2.2 turbodiesel, o modelo passou a entregar 200 cv de potência e 45,9kgfm de torque, o que representa + 18% de potência e + 29% de torque em relação ao motor anterior. O 0 a 100 km/h agora é feito em apenas 9,6 segundos na Volcano e 9,8 segundos na versão Ranch. Já as retomadas de 60 a 100km/h e 80 a 120 km/h, são realizadas em impressionantes 6,0 segundos e 7,8 segundos (Volcano) e 6,1 e 7,9 (Ranch), resultando em mais segurança nas ultrapassagens e desempenho em todos os tipos de terrenos.
Onix e Tracker ganham edição 100 Anos – As concessionárias da Chevrolet começaram a receber as edições limitadas do Onix e Tracker 100 anos, além de um novo lote da mesma série da S10. A marca completa um século no Brasil. As versões especiais se tratam, na verdade, de visual exclusivo e com itens presentes nas topos de linha regulares. Por exemplo: o Onix, pela primeira vez, combina motor 1.0 aspirado com acabamento de configuração topo de linha. Ambas as edições serão limitadas a mil unidades.
Interesse por motocicleta – A procura do brasileiro por motocicletas 0km cresceu 35% em 2025, segundo aponta levantamento do Webmotors Autoinsights, ferramenta que fornece dados e informações sobre o mercado automotivo brasileiro. O estudo tem como base a quantidade de visitas às motocicletas anunciadas na plataforma entre janeiro e maio de 2025 com relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre os modelos 0KM que mais receberam visitas nos cinco primeiros meses de 2025, destaque para a Honda CG 160 Fan na liderança, com 16% de participação. Na sequência, as Honda CB 300F Twister (15%), Yamaha R15 (14%), Honda CG 160 Titan (12%), Honda CG 160 Start (8%), Honda Pop 110i (8%), Honda Adv (8%), Yamaha Fazer FZ25 Connected (7%), Shineray SHI 175 (7%) e Yamaha Fazer FZ25 ABS (6%). Já o mercado de usadas observou um acréscimo de 14% no período. Neste caso, lidera o interesse a Yamaha MT 03 ABS, com 12% de participação.
Kardian para venda direta – Pouco mais de um ano após chegar às revendas, o SUV compacto Renault Kardian ganha uma quinta versão — a quarta com câmbio automático. A Authentic, com motor 1.0 turbo de 125 cavalos, começou a ser oferecida por R$ 120 mil – mas apenas para vendas diretas, inclusive com as vantagens do programa para Pessoas com Deficiência (PCD). Ela custa R$ 4,2 mil a menos do que a intermediária Evolution EDC e tem de série seis airbags, controlador e limitador de velocidade e sensores de estacionamento traseiro.
Ford Territory é renovado – O Ford Territory ganhou uma geração totalmente nova há dois anos – e isso quadruplicou as vendas. Agora, o SUV médio passa por algumas modificações na linha 2026 no Brasil. No geral, ele ganha mais conteúdo – e sem aumento de preço. Destaque para a parte tecnológica. Tanto o painel digital como a central multimídia, ambos de 12,3”, ganharam novos softwares. Além de conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay e um novo sistema de áudio com efeito 3D, há carregador por indução, três portas USB-C, uma porta USB-A e tomada de 12 V.
O SUV também é 100% conectado, com todas as funcionalidades do aplicativo FordPass, como partida remota e agendada, travamento e abertura de portas, alertas e status do veículo (odômetro, nível de combustível, pressão dos pneus, carga da bateria e localização) e alarme perimétrico. O design traz mudanças apenas pontuais – principalmente na nova frente, com faróis full-LED em L, grade preta com detalhes cromados, para-choque e logo Ford redesenhados. O modelo é equipado com motor 1.5 turbo, de potência de 169cv e torque de 250Nm. O preço da versão única Titanium é o mesmo da anterior: R$ 215 mil.
Financiamento de veículos tem redução – As vendas financiadas de veículos no Brasil totalizaram 3,4 milhões de unidades no primeiro semestre de 2025, entre novos e usados, de acordo com dados da B3. O número, que inclui autos leves, pesados e motos em todo o país, representa uma redução de 0,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em valor absoluto, foram 24 mil unidades financiadas a menos. No segmento de autos leves, houve uma diminuição de 2,6% em relação aos seis primeiros meses de 2024. A quantidade de financiamento de veículos pesados caiu 4,6%.
Já o financiamento de motos cresceu 4,4%. “Os resultados mostram que, diante de um cenário macroeconômico mais adverso, o mercado de financiamento de veículos continua enfrentando dificuldades para retomar o ritmo. Principalmente o segmento de automóveis e comerciais leves usados”, afirma Daniel Takatohi, superintendente de Produtos de Financiamento na B3. Em junho de 2025, o financiamento de veículos totais apresentou uma redução de 7% na comparação com o mês de maio. A maior retração neste período ocorreu na venda financiadas de motos, com 6,1% a menos no número de vendas. As negociações financiadas de automóveis leves caíram 4,7%, enquanto a de veículos pesados subiram 5,8%.
Adesões a consórcio – Um balanço de desempenho do sistema de consórcio no primeiro semestre de 2025 consolidado pela associação que representa as administradoras, a Abac, apontou um crescimento de 8,8% nos planos de aquisição de autos leves, motocicletas e pesados. As vendas de novas cotas somaram 1,75 milhão ante 1,61 milhão registrado no mesmo período do ano passado. O volume de crédito negociado alcançou R$ 103,0 bilhões, valor 12,4% maior, enquanto os recursos provenientes de 752,4 mil contemplações chegaram a R$ 43,1 bilhões, alta de 13,9%.
No setor de automotores, o segmento de veículos leves (automóveis e comerciais leves) se destacou no período com o aumento de 12,5% em novos negócios, para 955,4 mil cotas. O segmento de pesados se destacou no sistema de consórcio no setor de automotores com a maior alta de crédito concedido pelas contemplações, de 42,4% para R$ 10,7 bilhões. E embora o balanço da Abac aponte baixa de 15% nas vendas de contas, com 99,6 mil, o volume de crédito negociado nos seis primeiros meses cresceu 8,2%, para R$ 22,6 bilhões.
Volta das férias? Fique de olho nos pneus – Julho é tradicionalmente um dos meses mais movimentados nas estradas. Se você é um desses motoristas voltando de férias com a família, fique atento aos itens que merecem cuidado especial – como os pneus. Eles são o único ponto de contato entre o veículo e o solo, influenciando diretamente em aspectos como frenagem, estabilidade, consumo de combustível e conforto durante a condução. A pequena, mas relevante cartilha, foi bolada pela Bridgestone, líder global em pneus premium:
1. Calibre-os regularmente – Faça a calibragem a cada 15 dias ou a cada 500km, sempre com os pneus frios (até 3 km após deixar a garagem) e de acordo com as orientações do manual do veículo.
2. Realize o rodízio – Em geral, a cada 8 mil quilômetros, ou conforme a recomendação do fabricante. Isso ajuda a manter o desgaste uniforme.
3. Evite sobrecarga – Excesso de peso pode comprometer a estrutura dos pneus e aumentar o risco de falhas. Verifique o limite permitido antes de carregar o porta-malas. Lembre-se de considerar o peso extra ao calibrar os pneus também.
4. Faça a manutenção preventiva do veículo – Componentes como amortecedores, molas, freios e rodas atuam diretamente sobre os pneus e devem estar em bom estado.
5. Use pneus e rodas nas medidas indicadas – Respeitar as especificações do fabricante é essencial para manter o equilíbrio e a performance do veículo.
6. Alinhe e balanceie os pneus – Esses ajustes são recomendados sempre que houver impactos fortes, desgaste irregular ou troca de componentes da suspensão.
7. Escolha o pneu ideal para o terreno – Pneus de uso urbano e off-road têm funções diferentes. Usar o tipo inadequado reduz a eficiência e a durabilidade.
8. Fique atento ao desgaste – Um indicador chamado TWI mostra o limite de segurança para o uso dos pneus. Se a profundidade do sulco for inferior a 1,6mm, a substituição deve ser feita imediatamente.
9. Evite contato com produtos químicos – Solventes e derivados de petróleo deterioram a borracha, reduzindo a vida útil dos pneus.
10. Adote uma direção preventiva – Evite freadas bruscas, curvas acentuadas e impactos com lombadas ou buracos. Uma condução suave ajuda a preservar os pneus e outros sistemas do veículo.
Segundo Roberto Ayala, gerente de Engenharia de Vendas da Bridgestone, os pneus em bom estado são apenas uma parte do que garante a segurança da viagem. “É fundamental que todos os sistemas do veículo estejam revisados antes de pegar a estrada. A suspensão, os freios e até a forma de dirigir influenciam na durabilidade dos pneus e na proteção dos passageiros. Direção cuidadosa e manutenção em dia são os melhores aliados para uma viagem tranquila”, reforça.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
A informação de que a Venezuela teria passado a cobrar uma taxa de 15% a 77% sobre produtos brasileiros “pegou de surpresa” o Brasil, que diz não ter sido informado sobre a medida. Fontes diplomáticas próximas ao tema consultadas pelo Brasil de Fato tentam remediar a situação com a diplomacia venezuelana e até cogitam um “erro no sistema aduaneiro” do país vizinho.
Isso porque a medida siginficaria o rompimento de um acordo que Caracas e Brasília assinaram em 2012, o Acordo de Complementação Econômica 69 (ACE 69). O documento derrubava justamente o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e outras taxas sobre produtos brasileiros mediante a apresentação dos certificados do país de origem.
A imposição das novas taxas foi denunciada ontem por empresários de Roraima ao governo brasileiro. O estado é o principal exportador de produtos para a Venezuela. Segundo eles, caminhões estão parados na fronteira entre os países esperando a resolução do impasse.
O governo brasileiro, por sua vez, alega que não foi avisado da decisão e entende que o ACE 69 segue em vigor.
Segundo apurou o Brasil de Fato, a diplomacia brasileira tentou contato com o Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária da Venezuela (Seniat), o órgão responsável pela cobrança das tarifas, mas não teve resposta.
Há, no entanto, um decreto de número 5.145, assinado pelo governo da Venezuela e publicado em Diário Oficial em 30 de junho, que derruba a isenção do IVA e de outros impostos para produtos importados. O texto cita o fim da isenção sobre uma série de produtos industrializados e agrícolas, incluindo a soja e o açúcar, principais produtos exportados pelo Brasil à Venezuela.
A expectativa de diplomatas brasileiros ouvidos pela reportagem é de que a medida possa ser um “erro no sistema aduaneiro” e que o país tenha “cobrado de maneira equivocada” o imposto sobre os produtos.
Em nota, o governo de Roraima afirmou que está em contato com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil para resolver o impasse.
De acordo com a plataforma da ONU para comércio global, em 2023, o Brasil exportou cerca de US$ 1,15 bilhão para a Venezuela e registrou uma balança comercial favorável com o país vizinho, que vendeu apenas US$ 468 milhões no mesmo período para os brasileiros.
A Venezuela é o principal destino das exportações de Roraima. Nos últimos 5 anos, o estado vendeu US$ 937 milhões para o país vizinho. Para efeito de comparação, o segundo lugar nesse período foi a China, que importou US$ 100 milhões do estado brsaileiro.