A caminho de Belo Jardim, onde apresento ao vivo, hoje, o Frente a Frente, dos estúdios da Itacaité FM 88,1, nossa nova parceira no município, em substituição a Bitury, fui checar na livraria Leitura, no Shopping Caruaru, se havia vendido algum exemplar do meu livro ‘Os Leões do Norte’ e, para minha surpresa, o estoque zerou.
“Vendemos tudo rapidamente”, disse o gerente da livraria, Cláudio Batista. Com ele, deixei mais uma penca de exemplares. E fica aqui a dica para os que foram na Leitura e não em encontraram o livro.
‘Os Leões do Norte’ é resultado de uma extensa pesquisa jornalística e historiográfica, envolvendo 22 minibiografias de ex-governadores de Pernambuco, que exerceram mandatos entre 1930 e 2022. Trata-se de uma contribuição essencial para a preservação da memória política e institucional do Estado, destacando o papel de Pernambuco como berço de lideranças que marcaram a história nacional.
O livro ainda conta com design gráfico, capa e caricaturas de Samuca Andrade, além de ilustrações de Greg. ‘Os Leões do Norte’ homenageia os líderes que ocuparam o Palácio do Campo das Princesas e também promove o debate sobre seus legados, suas contradições e o impacto de suas gestões.
A Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde (AESA) enfrenta uma grave crise de credibilidade e gestão após a divulgação de uma nota institucional que tenta justificar o convênio com o Programa Universidade para Todos em Pernambuco (PROUPE). A nota, que afirma a manutenção dos convênios e bolsas, gerou revolta entre os estudantes, que alegam estarem sendo prejudicados por cortes indevidos e falta de transparência no Governo Zeca Cavalcanti.
De acordo com relatos, os alunos estão recebendo apenas metade do valor da bolsa, que deveria ser de R$ 500,00, valor essencial para custear transporte, alimentação, taxas de matrícula e materiais escolares. A denúncia mais grave é de que a AESA estaria informando ao programa PROUPE valores reduzidos da mensalidade, o que limita o repasse e obriga os estudantes a arcarem com valores que deveriam ser cobertos integralmente pela bolsa.
A estudante Hellen Cardoso relatou, nas redes sociais, que a instituição declarou uma mensalidade inferior a real. “Minha mensalidade custa R$ 413,00, e eu tenho direito à bolsa de R$ 500,00. Mesmo assim, a AESA declarou ao PROUPE que minha mensalidade era de apenas R$ 206,00, e agora preciso pagar a diferença do próprio bolso. Estamos sendo prejudicados, sem explicações, sem clareza, no escuro”, disse.
Outro estudante, Anderson Tavares, afirmou que o problema não é apenas a retirada do auxílio do município, mas a falta de comunicação e o impacto direto na vida dos alunos. “Inventaram de retirar o desconto de última hora, faltando dias para a rematrícula, e sequer avisaram ao PROUPE. A irresponsabilidade com os estudantes é absurda.”
Diante da indignação coletiva, os estudantes divulgaram uma Nota de Repúdio, assinada por representantes da AESA, exigindo providências imediatas. No texto, acusam a atual gestão da autarquia de ser omissa, sem diálogo, e afirmam que a situação está “desmoralizando a instituição e colocando em risco a permanência de uma geração inteira no ensino superior”.
A nota também faz apelos à governadora Raquel Lyra e ao prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti, para que intervenham e garantam a integralidade do pagamento da bolsa, fiscalizem os repasses e responsabilizem a administração da AESA.
“Não aceitaremos justificativas vazias, nem promessas não cumpridas. Exigimos respeito, justiça e ação concreta. Nossa luta é por dignidade, por permanência e por um futuro em que a educação pública seja tratada com a seriedade que merece”, finaliza a carta dos estudantes.
A crise no repasse do PROUPE em Arcoverde se tornou símbolo de um problema maior: a desconexão entre a gestão educacional e as necessidades reais dos estudantes. O silêncio da administração Zeca diante das denúncias só aumenta a pressão social por respostas e soluções urgentes.
No dia 26 de julho de 2025, imagens de um espancamento dentro de um elevador em Natal (RN) chocaram o país. A vítima, Juliana Garcia dos Santos, de 35 anos, foi brutalmente agredida com mais de 60 socos pelo então namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, ex-jogador de basquete. O episódio, filmado pelas câmeras de segurança do prédio, escancarou não apenas a ferocidade da violência doméstica no Brasil, mas também a urgência de uma resposta articulada – política, institucional e educacional – frente ao feminicídio e às violências de gênero.
Juliana sofreu múltiplas fraturas no rosto e no maxilar, permanecendo internada e necessitando de cirurgia reconstrutiva. O agressor foi contido por moradores após a intervenção do segurança do prédio, que acompanhava as imagens em tempo real. Preso em flagrante, teve a prisão preventiva decretada e responde por tentativa de feminicídio. A justificativa do agressor, que alegou “surto claustrofóbico”, não convenceu as autoridades, e o caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).
A violência sofrida por Juliana mobilizou parlamentares do Rio Grande do Norte e figuras públicas, mas a indignação social, por mais necessária, não é suficiente. O caso de Natal é mais do que um evento isolado: ele é a face visível de uma estrutura de violência profundamente enraizada na cultura brasileira, onde o machismo, o racismo e o patriarcado se entrelaçam para manter mulheres, sobretudo as negras, em situação de vulnerabilidade extrema.
A violência contra a mulher no Brasil é uma epidemia. Em 2023, mais de 3.900 mulheres foram assassinadas, sendo cerca de 70% delas negras. A maioria dos casos ocorre dentro de casa e é praticada por pessoas conhecidas ou íntimas da vítima. A tragédia se repete, muitas vezes silenciosamente, até que imagens chocantes ou mortes irreversíveis levem o tema ao debate público.
No entanto, o que choca nas câmeras de segurança é apenas o desfecho brutal de violências que se manifestam, todos os dias, em pequenas práticas do cotidiano: na naturalização do controle sobre o corpo feminino, na romantização dos ciúmes, na desigualdade de gênero nas tarefas domésticas desde a infância, nas agressões verbais disfarçadas de “brincadeira” ou de “piada inofensiva”. É nesse terreno fértil que florescem as violências mais graves, que se tornam feminicídios anunciados.
Diante desse contexto, qual é o papel da escola diante da violência contra a mulher?
A escola não pode continuar se omitindo. Em nome de uma suposta neutralidade, muitas instituições de ensino ainda silenciam diante da violência de gênero, evitando tratar temas como feminicídio, estupro, violência doméstica, racismo estrutural e cultura do estupro. Essa omissão, no entanto, tem consequências. Ela contribui para perpetuar um ciclo de violência ao não formar sujeitos capazes de questionar as estruturas opressoras.
A escola é um espaço estratégico de prevenção. Para muitas meninas, é o único lugar onde elas podem ser vistas, ouvidas e protegidas. Isso só é possível se os profissionais da educação estiverem preparados para reconhecer sinais de violência, escutar sem julgamento e encaminhar os casos com responsabilidade. Não se trata de transformar o ambiente escolar em um espaço policialesco, mas de construir um território de cuidado, consciência e justiça.
É urgente capacitar docentes para lidar com os diferentes tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha, discutir sexualidade, relações de gênero, racismo estrutural e direitos humanos. Não se trata de doutrinação, como argumentam setores conservadores, mas de compromisso com a vida e com os direitos básicos das crianças, jovens e mulheres.
Projetos interdisciplinares, rodas de conversa, produções artísticas, campanhas educativas, exibição de documentários e construção de protocolos de acolhimento são caminhos concretos. A equidade de gênero deve ser um eixo transversal do currículo e da prática pedagógica. É por meio de uma educação crítica que se formam sujeitos capazes de romper com ciclos de opressão e construir relações mais justas.
Escolher um lado: o silêncio que mata ou a palavra que liberta
Enquanto a escola silenciar, muitas meninas continuarão sendo violentadas no fim de semana e voltarão à sala de aula com um sorriso forçado. Muitos meninos continuarão reproduzindo o machismo que aprenderam em casa. Muitas professoras continuarão sendo assediadas ou agredidas sem o devido apoio institucional. O silêncio educacional é também uma forma de violência.
A educação tem o poder de salvar vidas, mas apenas se for politizada, sensível às questões de gênero e comprometida com a justiça social. Não é mais possível dizer que esse tema “não é da conta da escola”. É sim. Porque toda vez que uma mulher é violentada, o Estado falhou. E a escola, como parte desse Estado, precisa decidir de que lado está.
O caso do elevador em Natal não é uma exceção, é mais um alerta. Um espelho do que acontece diariamente em tantos lares brasileiros. Ele nos convoca a romper com a normalização da violência e exige das instituições, especialmente da escola, um posicionamento claro.
É preciso ir além da indignação momentânea. É hora de responsabilização, formação docente, proteção real e enfrentamento contínuo. A educação não pode ser cúmplice do silêncio. Ela deve ser aliada da transformação, ou continuará sendo, tragicamente, cúmplice da violência.
No dia seguinte da publicação do decreto do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, hoje, que o Brasil não existiria se não fosse soberano. A publicação foi acompanhada de uma imagem com o primeiro artigo da Constituição, que aponta a soberania como um dos fundamentos do Estado brasileiro.
Ontem, o Planalto já havia se manifestado por nota afirmando que o Brasil é um país soberano e democrático, logo após o anúncio das tarifas anunciado pela Casa Branca. Pelas redes sociais, Lula afirmou que foi a soberania quem “trouxe liberdade e independência para o país”. As informações são do portal G1.
“Soberania é a autoridade que um povo tem sobre seu próprio destino. É a capacidade de um país decidir seus rumos, proteger seus recursos, cuidar de seu território e defender seus interesses diante do mundo”, prosseguiu, no post.
Lula não citou diretamente a questão com os Estados Unidos, mas ressaltou a importância da “cooperação internacional” e disse que o Brasil aposta no fortalecimento do multilateralismo.
“A soberania deve ser acompanhada pela cooperação internacional. O mundo enfrenta desafios que nenhuma nação vencerá sozinha, como a fome e a mudança do clima. Desafios comuns exigem ações compartilhadas. Por isso, atuamos para fortalecer o multilateralismo”, disse.
O Vale do São Francisco será o grande protagonista do Wine Day Experience, que desembarca na capital pernambucana com o objetivo de valorizar a produção vinícola do Sertão, especialmente a de Lagoa Grande, reconhecida como capital pernambucana e segunda maior produtora de uva e vinho do Brasil. Recebi o convite para o evento das mãos do secretário especial de Lagoa Grande, Silvio Cézar.
No início de janeiro deste ano, a cidade de Lagoa Grande recebeu o evento Viva Lagoa Grande, que marcou a primeira rodada de negócios do setor vinícola local e reuniu uma comitiva expressiva de representantes e investidores. Agora, o sucesso dessa movimentação ganha uma nova vitrine com o evento, que levará toda a imersão na cultura e nos sabores do Vale do São Francisco para o Cais do Sertão, no Recife.
A programação tem início em 4 de agosto, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), com uma cerimônia institucional que reunirá autoridades e convidados especiais. Na ocasião, Jorge Garziera, pioneiro e um dos maiores protagonistas do plantio de uva no Vale do São Francisco, receberá o título de Cidadão Pernambucano, em proposta apresentada pelo deputado estadual Jarbas Filho (MDB). O momento será marcado ainda por um brinde oficial, abrindo as festividades do Wine Day, e pela apresentação do festival gastronômico, que contará com mais de 20 restaurantes participantes em todo o Recife, oferecendo menus harmonizados com vinhos do Vale do São Francisco.
No dia 5 de agosto, das 16h às 20h30, o evento segue para o Centro Cultural Cais do Sertão, no Recife Antigo, com uma imersão nos sabores e na cultura do Vale, promovendo o selo de origem dos vinhos do São Francisco. A experiência inclui rótulos premiados, harmonizações especiais, lançamentos exclusivos e passeios de catamarã regados a vinho e frutas típicas da região, com saída às 16h20, proporcionando uma vivência única aos visitantes.
Um dos momentos mais esperados será a Cozinha Show, às 17h30, comandada pelo chef Rapha Vasconcelos, do Restaurante Moendo na Laje, que irá preparar ao vivo uma paella de caprinos para o público. Mais tarde, às 19h, o evento será embalado pelo show do cantor e sanfoneiro Cezzinha, que levará muito forró e ritmos nordestinos ao palco, celebrando a riqueza cultural do Sertão.
O Wine Day Experience marca a abertura oficial do calendário do Vinhuuva Fest 2025, que será realizado em outubro, na cidade de Lagoa Grande, fortalecendo o vínculo entre o Sertão e a capital pernambucana. A programação ainda conta com ilhas enogastronômicas, apresentações culturais, rodada de negócios, exposições e uma palestra com enólogo convidado, abordando as múltiplas possibilidades de harmonização dos vinhos regionais com a gastronomia local. Na ocasião, será lançado o bolo de rolo de geleia de uva malbec de Lagoa Grande, que promete ser um dos grandes atrativos gastronômicos do evento.
O público também poderá degustar vinhos diretamente com os produtores do Vale do São Francisco e conhecer frutas típicas da região, que fazem parte da experiência do festival, proporcionando uma verdadeira imersão nos sabores e na cultura do Sertão. Restaurantes parceiros do Festival Viva Lagoa Grande integrarão a experiência com menus especiais harmonizados com vinhos do Vale, tanto em seus estabelecimentos quanto na programação oficial do evento.
O Wine Day Experience é uma realização da Gouveia S44 Eventos, com curadoria de Dani Gouvêia, promovido pelo Instituto do Vinho de Pernambuco, e conta com o apoio de iniciativas como Restaurant Week, App Duo Gourmet e Wine Time (Novotel).
Serviço
Wine Day Experience – Recife
Onde: Centro Cultural Cais do Sertão – Av. Alfredo Lisboa, s/n – Bairro do Recife – Recife/PE
Qual a semelhança entre Dom Hélder Câmara e o deputado Eduardo Bolsonaro? Na verdade, é uma ação política similar. Um, ícone da esquerda brasileira, outro, filho da maior liderança da direita no País, Jair Bolsonaro. Ambos, diante de tempos difíceis no Brasil, procuraram igualmente ajuda no estrangeiro para conter o ímpeto autoritário do governante de plantão. A busca do apoio de países democráticos contra os avanços ditatoriais se tornou quase uma tradição brasileira em momentos de impasses institucionais do passado e do presente.
Durante o regime militar (1964-1985), o ex-arcebispo de Olinda e Recife viajou constantemente à Europa para denunciar violação dos direitos humanos e perseguição à oposição esquerdista, buscando apoio internacional para a luta pela democracia e justiça social. “Suas viagens e discursos tiveram grande impacto na imprensa internacional, que passou a reconhecê-lo como uma voz importante na resistência contra a ditadura”, de acordo com os registros do Google.
A ação de Dom Hélder contra o autoritarismo não ficou barata. Ele foi retaliado pelo governo militar. Censurado na imprensa, que não podia publicar qualquer nota a seu respeito, teve sua casa metralhada por paramilitares e encarou com coragem o assassinato de um auxiliar, o Padre Henrique, morto por essas figuras execráveis.
A Europa foi o grande palco para as denúncias de Dom Hélder. O religioso manteve contato com exilados, deu entrevistas à imprensa, inclusive o jornal britânico The Guardian o chamou de “o mais turbulento dos padres”. Já o The London Times registrou a defesa pelo arcebispo de mudanças imediatas na política para evitar uma “revolução violenta”.
Chegou a ser indicado para o Prêmio Nobel da Paz, mas a pressão dos militares brasileiros fez a comissão sueca do prêmio desistir de nomeá-lo. Pelos mesmos dados históricos disponíveis, Dom Hélder via a “mobilização popular como única saída para a situação do Brasil, defendendo a necessidade de ensinar o povo a lutar por sua liberdade”.
A história se repete. As vítimas daquele período são as mesmas que agora condenam – por falta de conhecimento ou má fé – a iniciativa do deputado paulista Eduardo Bolsonaro de procurar nos Estados Unidos ajuda para pôr fim às injustiças e ilegalidades cometidas contra o ex-presidente, seu pai, e milhares de brasileiros que sofrem perseguição política e têm seus direitos violados apenas por serem da direita, alvo da destruição promovida pelo Supremo Tribunal Federal e pelo governo de Lula (PT).
No entanto, agora está sendo exposta a conspiração armada pelos ministros da corte suprema, o governo petista e a velha mídia para pressionar apoiadores de Bolsonaro e até prendê-los, mesmo ilegalmente. Incrivelmente, este conluio só tem sido combatido nas redes sociais – outro alvo não alcançado de censura por parte da esquerda – e por jornalistas na esfera digital que botam fé nos princípios democráticos. Noutra frente em defesa da democracia estão jornalistas exilados, que analisam de fora do país o que acontece aqui sem ódio e sem medo.
E novamente a história política se repete. Nos anos 1800, as notícias verdadeiras sobre o Brasil Colônia vinham de fora, como hoje ocorre com boa parte das informações de qualidade. As autoridades da Coroa Portuguesa no Brasil implantaram antes da imprensa a censura nas terras brasileiras, não permitindo a publicação de jornais por aqui.
Quem quebrou o bloqueio da época foi o brasileiro exilado em Londres, Hipólito José da Costa, que passou a publicar em 1808 o mensário “Correio Braziliense”, tido como o primeiro periódico brasileiro, apesar de editado no estrangeiro e enviado para cá. O jornal defendia a liberdade de imprensa, a abolição da escravatura, direitos individuais e até a transferência da Capital, Rio de Janeiro, para o interior do País. Os governantes da época reagiram criando um jornal subsidiado para os press-releases oficiais, “O investigador Portuguez”, que não teve qualquer repercussão, como muitos da velha imprensa são vistos hoje pela população.
Ontem, como hoje, permanecem na história do Brasil situações antidemocráticas e análogas. E como sugeria Dom Hélder no regime militar e defende agora Eduardo Bolsonaro na ditadura togada é preciso a população brasileira se mobilizar para ter seu destino nas mãos, retirando dos autoritários a condução do futuro da Nação. A ação dos dois teve consequência, tanto nos anos passados como agora, punindo violadores de direitos humanos, como a Lei Magnitsky dos Estados Unidos que enquadrou nesta quarta-feira (30/07) o ministro do STF Alexandre de Moraes. É isso.
A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre frutas brasileiras exportadas causou apreensão entre produtores do Vale do São Francisco. A medida, que atinge em cheio as exportações de mangas e uvas, pode gerar prejuízos milionários à região, que vive essencialmente do agronegócio.
As embalagens que já deveriam estar cheias seguem vazias. Máquinas paradas e trabalhadores com pouca atividade. Trabalhando há sete anos na mesma fazenda, Jaciene da Silva teme ser demitida. “Estou um pouco preocupada porque eu dependo, né? Eu fico preocupada porque se a empresa não tem como se manter, então eu vou ter que sair, né?”, diz.
As fazendas estão com a produção no ponto certo para exportar. No entanto, com a indefinição, as contratações temporárias ainda não começaram. Só uma propriedade costuma contratar 700 pessoas por safra. Se nada mudar, esse número será bem menor.
O Vale do São Francisco produz 1,25 milhão de toneladas de manga por ano. Destas, 253 mil toneladas são exportadas, gerando US$ 348 milhões. Só para os EUA são 50 mil toneladas. Com a nova tarifa, a previsão é de queda de até 70% no volume exportado.
“A previsão era enviar 48 mil toneladas. Com a tarifa, isso pode cair para 13 mil. A maior parte vai para o mercado americano, que consome a variedade Tommy Atkins. A Europa não absorve esse tipo e o mercado interno não tem capacidade para tanto volume”, explica Tássio Lustosa, gerente da Valexport.
O tempo também é inimigo. As mangas levam até 30 dias para chegar aos EUA e precisam estar em ponto específico de maturação. “Se a gente esperar, a fruta passa do ponto e perde tempo de prateleira. Já está no limite”, afirma o agrônomo Emerson Costa.
Em uma fazenda em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a estimativa é de que 700 mil frutas fiquem sem destino externo e precisem ser vendidas no mercado interno. Quem planta uva vive situação parecida. Em 2023, o Vale exportou 13.800 toneladas da fruta para os Estados Unidos. Agora, há risco de superoferta no mercado nacional.
“Redirecionar tudo pressiona os preços aqui dentro. Pode não cobrir nem o custo de produção”, alerta Jailson Lira, presidente da COOPEXVALE.
A tendência é que exportadores de uva também atrasem os envios, como já acontece com a manga. “Se a situação continuar, os produtores não vão arriscar exportar no mesmo período do ano passado. Devem analisar semana a semana e enviar volumes menores”, afirma João Ricardo Lima, pesquisador da Embrapa.
A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) defende que frutas sejam retiradas da lista de produtos afetados pela tarifa. Para a associação, exportar para a Europa ou manter as frutas no mercado interno não será viável.
“Pegar essa fruta e mandar para a Europa vai derrubar o preço na Europa, vai ser ruim também. Se deixar no mercado interno, também vai ser ruim. Então, isso nós precisamos resolver à base do diálogo, da prudência, do bom senso, da flexibilidade”, afirma Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas.
Exceções da taxa de 50%
Alguns setores brasileiros conseguiram escapar da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, enquanto outros foram diretamente atingidos pela medida.
O decreto assinado nesta quarta-feira (30) pelo presidente Donald Trump elevou em 40 pontos percentuais a alíquota sobre produtos brasileiros, mas também trouxe uma lista de 700 exceções que beneficiam segmentos estratégicos como o aeronáutico, o energético e parte do agronegócio.
Em Belo Jardim, no Agreste, o Frente a Frente, programa que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, muda de sintonia hoje: sai da Bitury e passa a ser transmitido pela Itacaité FM 88,1, do Grupo Cintra Galvão, líder disparada em audiência no município e na região.
A estreia será com minha presença ao vivo nos estúdios da emissora, das 18 às 19 horas. Há muito, projetava em levar o Frente a Frente para a Itacaité, primeiro pela qualidade da grade, segundo pela liderança incontestável na região.
“Estamos trazendo para a nossa emissora o programa político campeão de audiência no Nordeste”, comemorou o empresário Vicente Galvão, que toca a líder em audiência de Belo Jardim e região ao lado do irmão Cecílio Galvão.
A recente medida tarifária imposta pelos Estados Unidos acendeu um sinal de alerta no Governo de Pernambuco, que já avalia possíveis impactos sobre a economia local. A preocupação central é com os setores produtivos diretamente afetados e os milhares de empregos que podem ser comprometidos no estado.
Pensando nisso o Governo do Estado solicitou apoio ao Governo Federal em três áreas: linhas emergenciais de crédito para os setores diretamente afetados, adoção de medidas compensatórias e proteção e promoção dos interesses dos setores produtivos do Nordeste. Confira abaixo a íntegra do comunicado enviado pelo Governo de Pernambuco.
A recente medida tarifária decretada pelos Estados Unidos gera instabilidade e pode afetar as relações comerciais com Pernambuco. Desde o primeiro momento, o Governo, sob a liderança da governadora Raquel Lyra, tem acompanhado a situação e vem dialogando, junto à Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), com os setores produtivos que serão afetados.
A prioridade máxima do Governo de Pernambuco é proteger os milhares de empregos que dependem do dinamismo da economia do Estado, atuando ao lado do setor produtivo.
Diante das consequências do decreto divulgado pelos Estados Unidos ontem, quarta-feira (30), o Governo de Pernambuco solicitou o apoio do Governo Federal em três frentes principais.
A primeira é a disponibilização, via Banco do Nordeste do Brasil (BNB), de linhas emergenciais de crédito para os setores diretamente afetados, com condições especiais de carência, prazos e taxas.
A segunda é a adoção de medidas compensatórias, como o incentivo à diversificação de mercados internacionais, a facilitação de acesso a países parceiros e políticas de apoio à exportação.
E, por último, a terceira é a proteção e promoção dos interesses dos setores produtivos do Nordeste brasileiro na interlocução com os Estados Unidos.
Na próxima terça-feira, 05 de agosto, a governadora Raquel Lyra estará em Brasília, juntamente com todos os governadores do Nordeste, para uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin para tratar desse assunto.
O Governo de Pernambuco não medirá esforços para assegurar que os interesses de Pernambuco sejam defendidos.
Raquel Lyra (PSD) – governadora do Estado de Pernambuco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal para um encontro do Palácio da Alvorada, hoje, às 19h. A reunião foi articulada entre o petista e o presidente do STF, Roberto Barroso. Os dois estiveram juntos, ontem, para analisar a conjuntura depois de medidas adotadas pelos Estados Unidos contra o Brasil.
Barroso convidou todos os colegas na noite de ontem. Ainda não recebeu a confirmação de todos. Alguns estão fora de Brasília. A ideia do encontro é fazer uma foto de todos demonstrando unidade e reforçando o discurso da soberania do país diante de sanções externas. Essa estratégia tem ajudado o Planalto a melhorar um pouco a taxa de aprovação do governo. As informações são do portal Poder360.
O encontro será uma resposta direta dos Poderes Executivo e Judiciário para as medidas baixadas ontem pelos Estados Unidos:
Tarifaço – o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), formalizou a taxa de 50% sobre mais da metade de tudo o que o Brasil exporta para os Estados Unidos a partir de 6 de agosto;
Lei Magnitsky – o Departamento do Tesouro (equivalente ao Ministério da Fazenda) aplicou sanções dessa lei contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, que passa a ter veto completo para atividades econômicas e financeiras com empresas e bancos que tenham alguma relação com os Estados Unidos.
Lula e Barroso querem demonstrar mais uma vez que o Brasil não vai ceder à pressão política de Trump. O norte-americano deseja que o Brasil interrompa o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é acusado de ter tentado dar um golpe de Estado em 2022 para impedir a posse de Lula em 2023. Trump também acusa o Judiciário do Brasil (sobretudo Alexandre de Moraes) de atuar cerceando a liberdade de expressão ao vetar por completo perfis em redes sociais.
Os Estados Unidos declararam guerra ao Brasil. No mesmo dia em que o presidente Donald Trump confirmou que a partir do próximo dia 6 entra em vigor o tarifaço de 50% aos produtos brasileiros exportados aos americanos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sofreu uma pena de morte financeira, enquadrado na Lei Magnitsky.
O que acontece agora efetivamente com Moraes? De acordo com comunicado emitido pelo Tesouro dos EUA, tudo que estiver no nome do ministro e que esteja nos Estados Unidos ou sob controle de pessoas dos EUA será bloqueado e deve ser reportados ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), inclusive empresas com 50% ou mais de participação de Moraes.
Ele fica também impedido de fazer qualquer tipo de transação financeira, exceto com autorização específica do OFAC. Na prática, cidadãos americanos estão proibidos de realizar qualquer transação que envolva bens ou interesses em propriedade de Moraes, seja nos EUA ou em trânsito, incluindo fornecer ou receber fundos, bens ou serviços. Caso a ordem seja desrespeitada, essas pessoas ou instituições financeiras podem ser sancionadas também.
Caso as sanções não sejam respeitadas, o ministro pode receber penalidades civis ou criminais, mesmo que elas ocorram sem a intenção (strict liability), se assim determinar o OFAC. Ainda segundo o documento, o “objetivo principal das sanções não é punir, mas sim provocar uma mudança positiva de comportamento”.
Nos argumentos que justificam a aplicação das sanções, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, mencionou diretamente a suposta “caça às bruxas”, como classificou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Alexandre de Moraes assumiu para si o papel de juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas dos Estados Unidos e do Brasil”, diz Bessent.
E acrescenta: “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos judicializados com motivação política — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará responsabilizando aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos”.
TUDO PARA SALVAR BOLSONARO – No último dia 18, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, já havia anunciado a revogação de vistos americanos de ministros do STF e seus parentes, citando Moraes nominalmente. Para justificar a medida, o secretário americano também citou o processo que corre no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado após perder as eleições para Lula (PT) em 2022. Nunca na história republicana na relação bilateral Brasil x EUA se viu algo nem parecido!
Lula reprovado por 53% – No mesmo dia da declaração de guerra dos Estados Unidos ao Brasil, o PoderData trouxe uma pesquisa mostrando que as taxas de aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, tiveram uma leve melhora. De maio a julho, os percentuais oscilaram favoravelmente ao petista, que surfa no discurso da soberania depois do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), sobre os produtos brasileiros. A pesquisa do PoderData feita de 26 a 28 de julho mostra que o governo é hoje desaprovado por 53% dos eleitores. A taxa oscilou 3 pontos porcentuais para baixo em 2 meses. No mesmo período, a aprovação foi de 39% para 42%. A distância entre as taxas positiva e negativa caiu de 17 pontos percentuais para 11 pontos percentuais.
Ceará, o mais prejudicado – Pela ordem, o Ceará é o Estado brasileiro com maior dependência do mercado norte-americano. Dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostram que 44,9% das exportações cearenses em 2024 tiveram como destino os Estados Unidos. Em seguida, vêm Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%) e Sergipe (17,1%). A confederação afirma que a forte presença norte-americana na pauta dá a dimensão da importância de mercados como os EUA para o comércio exterior regional. Segundo a CNI, o aumento de tarifas imposto pelo presidente Donald Trump deve provocar perdas de mais de R$ 19 bilhões no Brasil.
Impactos danosos – A CNI afirma que o tarifaço prejudica setores estratégicos e pode causar perda de competitividade, corte de pedidos e empregos, além de alta de preços no mercado interno. De acordo com a confederação, a tarifa extra de 50% vai atingir principalmente bens industrializados, que representam 78,2% das exportações brasileiras para os EUA. Entre eles: café não torrado; carnes congeladas; açúcar; soja; produtos siderúrgicos. “Os impactos são muito preocupantes”, afirma Ricardo Alban, presidente da CNI. Para ele, o aumento das tarifas compromete a competitividade do Brasil no comércio global.
PCdoB vai de Alckmin na vice – No podcast Direto de Brasília desta semana, parceria deste blog com a Folha de Pernambuco, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, não mostrou apenas alinhamento e boa relação com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Na condição de presidente nacional do PCdoB, se mostrou disposta a abrir uma frente na base do presidente Lula para Alckmin ser mantido na chapa de reeleição do petista. “Não tenho a menor dúvida que é o nome que mais soma, que teve papel fundamental já lá atrás, na eleição de Lula 2022”, disse.
CURTAS
NA ITACAETÉ – Líder em audiência em Belo Jardim e região, a rádio Itacaeté FM 88,1, do Grupo Cintra, passa a ser, a partir de hoje, o canal oficial do Frente a Frente, que sai da Bitury FM. Meu programa de estreia na emissora será ao vivo, das 18 às 19 horas, para mais 48 emissoras no Nordeste.
MANGAS PODRES – O São Francisco, leia-se o polo de produção de frutas irrigadas entre Petrolina e Juazeiro, está numa apreensão terrível. Diante do tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros pelo presidente Trump, as mangas e uvas para o mercado americano tendem a apodrecer nas fazendas, causando um prejuízo incalculável aos produtores.
CAPPELLI NO PODCAST – O jornalista Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, autor do livro “O 8 de janeiro que o Brasil não viu”, é o entrevistado do meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, da próxima terça-feira. Capelli foi uma espécie de interventor do Governo do Distrito Federal pós atos de 8 de janeiro e é pré-candidato a governador do DF.
Perguntar não ofende: O que vai ser do nosso coitado brasilzinho depois desta guerra com os EUA?
O presidente da Compesa, Alex Campos, e o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, vistoriaram nesta quarta-feira (30) a segunda etapa do projeto de ampliação do sistema de esgotamento sanitário nos bairros de Candeias e Cajueiro Seco. Com investimentos de R$ 200 milhões já aplicados na primeira e segunda fases, a conclusão prevista para dezembro elevará a cobertura de esgoto no município de 31% para 41%, beneficiando mais de 200 mil moradores de Cajueiro Seco, Prazeres, Barra de Jangada, Candeias e Piedade.
“Essa etapa que estamos executando representa um marco na história do saneamento do município de Jaboatão dos Guararapes e, consequentemente, da região, uma vez que estamos diante do maior investimento da Compesa na RMR. Trata-se de uma ampliação de mais de 10% na cobertura de esgotamento sanitário, um avanço importante dentro do objetivo que vem sendo perseguido pela Compesa, que é o desenvolvimento sustentável das cidades pernambucanas”, afirmou Alex Campos, que durante a visita anunciou mais R$ 200 milhões para a terceira fase do projeto, com início previsto para o próximo ano.
Até o momento, já foram implantados 140,1 quilômetros de redes coletoras — restando apenas 2 km a concluir — e a estação elevatória alcançou 52% de execução, com a instalação de uma torre de carga de 20 m no bairro de Candeias para equilibrar o sistema hidráulico. Paralelamente, a Estação de Tratamento de Esgoto passa por obras de ampliação que dobrarão sua vazão de 112 l/s para 224 l/s, garantindo capacidade para atender à demanda adicional gerada pela expansão da rede.
A Justiça Militar determinou a expedição de um pedido de extradição do ex-sargento Manoel Silva Rodrigues, atualmente em liberdade condicional na Espanha, para que ele cumpra no Brasil a pena de 17 anos de prisão a que foi condenado por tráfico internacional de drogas.
O ex-militar foi sentenciado a 17 anos e 5 dias de reclusão em regime fechado, além de 1.362 dias-multa, por envolvimento no transporte de entorpecentes. A condenação transitou em julgado em setembro de 2024, dando início à execução definitiva da pena. A decisão sobre a extradição foi assinada na semana passada por Alexandre Augusto Quintas, magistrado substituto da Justiça Militar.
O caso foi remetido à Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, já que, após deixar a carreira militar, Silva Rodrigues passou a ser considerado civil para efeitos de cumprimento de pena. As informações são da Carta Capital.
Entretanto, o juiz responsável avaliou que a liberdade concedida ao condenado na Espanha não condiz com a gravidade da sentença brasileira, determinando a solicitação formal de extradição.
O pedido seguirá os trâmites de cooperação internacional previstos na Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017) e no Decreto nº 99.340.
A decisão ordena que o requerimento seja encaminhado ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça, que deverá analisar o caso antes de submetê-lo ao Ministério das Relações Exteriores. A pasta, por sua vez, será responsável por enviar a solicitação às autoridades espanholas.
Se confirmada, a extradição permitirá que o ex-sargento retorne ao Brasil para cumprir integralmente a pena imposta pela Justiça.
O caso
Em 25 de junho, a Justiça Militar decretou uma nova prisão preventiva contra o ex-sargento, que ganhou notoriedade em 2019, quando foi detido na Espanha com 37 quilos de cocaína escondidos na bagagem de um avião da Força Aérea Brasileira. A aeronave integrava a missão de apoio à comitiva do então presidente Jair Bolsonaro (PL) — que não estava no voo em que a droga foi encontrada.
Preso em flagrante, Silva Rodrigues foi condenado pela Justiça espanhola a seis anos de prisão, pena que ainda cumpre no país. No Brasil, além da sentença de 17 anos, ele responde a outro processo, por associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A Mesa da Câmara dos Deputados declarou, nessa terça-feira (29), a perda do mandato de sete parlamentares. A determinação é decorrente de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que alterou a regra sobre a distribuição das chamadas sobras eleitorais.
Com a determinação, perdem os mandatos:
Gilvan Máximo (Republicanos-DF);
Augusto Puppio (MDB-AP);
Lebrão (União-RO);
Lázaro Botelho (PP-TO);
Professora Goreth (PDT-AP);
Silvia Waiãpi (PL-AP);
Sonize Barbosa (PL-AP).
Com a saída dos parlamentares, outros candidatos que disputaram as eleições de 2022 assumirão os mandatos, após a alteração do critério para a definição dos eleitos, dentre eles, o ex-governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
O ato da Câmara dos Deputados considera a decisão do STF e as posteriores retotalizações dos resultados das eleições encaminhadas ao órgão pelos tribunais eleitorais do Amapá, Distrito Federal, Tocantins e Rondônia.
Gilvan Máximo (Republicanos-DF) disse que os deputados afetados com a medida farão greve de fome em protesto. O agora ex-parlamentar disse que os deputados foram eleitos de acordo com as regras vigentes e não foram julgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme prevê a Constituição Federal.
“Os deputados estão convocando greve de fome no Congresso. Não fomos julgados pelo TSE – a Constituição diz que os deputados, para serem cassados, devem ser julgados no TSE. Não tivemos ampla defesa no Supremo. Todos os deputados cassados estão decretando uma greve de fome dentro da Câmara dos Deputados”, afirmou.
“Hugo Motta apequena o parlamento com decisão dessa. Temos o direito de fazer greve de fome e de recorrer a quem tiver que recorrer. Fomos eleitos dentro das normas vigentes, dentro da lei que foi estabelecida pelo TSE. É uma aberração. Nunca na história da democracia aconteceu isso de sete deputados eleitos serem cassados dessa maneira”, declarou Gilvan Máximo.
O plenário do STF formou maioria para invalidar legislação que fixou entendimento que só poderia concorrer às sobras os partidos que obtivessem ao menos 80% do quociente eleitoral – divisão dos votos válidos recebidos pela quantidade de vagas. Além disso, os candidatos deveriam somar votos em número igual ou superior a 20% do quociente.
Também, por maioria, foi declarada a inconstitucionalidade de regra do Código Eleitoral com a previsão de que, caso nenhum partido alcançasse o quociente eleitoral, as vagas seriam preenchidas pelos candidatos mais votados.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), se posicionou nesta quarta-feira (30) contra o aumento de tarifas imposto pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros. Em publicação nas redes sociais, o gestor classificou como “inaceitável” a decisão da Casa Branca, que prevê a aplicação de 50% de taxação a diversas mercadorias brasileiras exportadas para o mercado norte-americano.
“Taxar o Brasil em 50% por motivações políticas e, ainda impor novas sanções à Suprema Corte, é inaceitável. Mesmo sabendo que parte dos produtos foram isentos das tarifas, como resultado da negociação do Governo Lula/Alckmin, ainda temos muito a avançar. O diálogo sensato, em defesa da nossa soberania, será sempre o melhor caminho”, afirmou o socialista.
O comentário foi feito após a publicação oficial do decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estabelece a nova alíquota tarifária e impõe restrições a setores estratégicos da economia brasileira. Embora parte dos produtos tenha sido isentada após tratativas diplomáticas, outros segmentos seguem sob impacto direto da medida.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que poderá elevar ainda mais as tarifas impostas aos produtos brasileiros caso o Brasil adote medidas de retaliação.
A ameaça está registrada no decreto assinado pelo norte-americano, que confirma a aplicação de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras para o país.
“Caso o Governo do Brasil tome medidas de retaliação contra os Estados Unidos em resposta a esta ação, modificarei esta ordem para garantir a eficácia das medidas aqui ordenadas”, diz o texto. As informações são da CNN Brasil.
O decreto menciona, por exemplo, que um eventual aumento das tarifas brasileiras sobre exportações americanas poderá ser respondido com a elevação da alíquota ad valorem aplicada aos produtos do Brasil.
Por outro lado, o documento abre espaço para uma flexibilização, caso haja aproximação política entre os dois países.
“Caso o Governo do Brasil tome medidas significativas para lidar com a emergência nacional declarada nesta ordem e se alinhe suficientemente com os Estados Unidos em questões de segurança nacional, economia e política externa descritas, poderei modificar ainda mais esta ordem”, afirma o texto.
Pelo texto, a medida entra em vigor sete dias após a assinatura do decreto, ou seja, em 6 de agosto.
No documento, Trump cita que a ordem é justificada por uma “emergência nacional” em razão das políticas e ações “incomuns” e “extraordinárias” do governo brasileiro que, segundo o republicano, prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA e a política externa e a economia do país, de modo geral.
Trump também cita como justificativa para a medida o que considera como “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Brejo da Madre de Deus será a anfitriã do 1º Encontro Pernambucano de Governos Locais pela Sustentabilidade, promovido pelo ICLEI Brasil, entre os dias 12 e 14 de agosto, no distrito Fazenda Nova. “Vamos reunir representantes de governos locais, especialistas e organizações parceiras em torno de um objetivo comum: fortalecer políticas públicas voltadas ao desenvolvimento urbano sustentável e à ação climática”, explica a organização do evento.
O encontro integra a série de diálogos preparatórios para a COP30, marcada para 2025 em Belém (PA), e terá como tema central “Economia Circular e Biodiversidade”. A programação inclui painéis, oficinas e mesas de debate para promover cooperação entre municípios, troca de experiências exitosas e incentivar soluções inovadoras aos desafios ambientais.