Por Denise Martins*
Há pessoas que chegam ao mundo como que predestinadas a serem agentes de transformação. Fazem da vida um reinado de alegria, de entendimento divino, de conexão com a natureza e de uma impermeabilidade diante das adversidades. Pessoas que, até astrologicamente, já trazem um símbolo de força, de brado firme e de coragem. Nascem sob a regência do Sol e do signo de Leão.
Vivem com esse impulso, de pegada e voz firmes, de emanar proteção e liderança. Assim foi em vida a nossa cunhada Socorro Martins: uma valente com maestria. Alguém que teve a firmeza como aliada, a fortaleza para abrigar a família e os amigos, e um sorriso que ecoava aos quatro cantos.
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Hoje, seu corpo deixa o Sertão. As ruas e espaços de Afogados da Ingazeira já não ouvirão seus passos firmes, mas guardarão suas pegadas e seu exemplo de determinação.
Seus braços queriam abraçar o mundo e ela não perdia um minuto em procrastinação. Quem sabe sua intuição já a alertasse para o breve tempo de sua missão – breve para as horas humanas, mas não para o tempo de Deus. Agora, seu espírito fará morada no mundo celeste, mas as sementes que deixou precisam seguir firmes e fortes: os filhos Olga e Luiz Augusto.
O abismo da dor dilacera a todos, especialmente seu companheiro de jornada, nosso irmão Augusto Martins. Essa é uma hora que chega para todos, mas, por mais espiritualizados que sejamos, ninguém está verdadeiramente preparado para essas despedidas. No caso dela, a viagem veio ainda mais de forma inesperada. Nossa limitação humana não nos permite entender o motivo, a forma e o dia. Também não nos compete conhecer os desígnios de Deus.
Hoje, um município inteiro se levantou para prestar-lhe uma homenagem que encheu as ruas, mostrando o reflexo de alguém que não veio a passeio e que, para Deus, cumpriu sua missão.
Agradecemos por sua presença em nossa família, pelas brincadeiras que animavam os encontros. Agradecemos por todo o cuidado com sua família, por toda a contribuição à sua cidade e à sua gente.
Parabéns por sua vida. Nosso pedido ao Pai Maior é que restaure a esperança, amenize esta dor e conceda a força necessária para que sua família possa continuar as jornadas que também lhes foram confiadas.
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar”. (Eclesiastes 3:1–4)
*Jornalista e cunhada de Socorro Martins
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