O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende anunciar ainda este mês o nome de quem apoiará para sucedê-lo no cargo. O plano do deputado é que o escolhido seja ungido ao posto com uma grande votação, exatamente como ocorreu com o próprio Lira ao ser reeleito para chefiar a Casa, e só enfrente a concorrência de postulantes sem chance e que participam apenas para marcar posição.
O favorito de Lira é o líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), que enfrenta a concorrência, na disputa pela preferência do alagoano, do líder do PSD, Antonio Brito, e do presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP). Até agora, nenhum dos três deu sinais de que pode abandonar o páreo em benefício do consenso. Pelo contrário, todos sugerem que não desistirão de suas candidaturas.
Leia maisDiante desse cenário, ministros próximos ao presidente Lula dizem que haverá uma eleição disputada para a presidência da Câmara em fevereiro do ano que vem. Essa previsão também leva em conta o fato de que possíveis alternativas aos concorrentes hoje postos — alternativas que poderiam unir a Casa — também não decolaram, como os deputados Hugo Motta (Republicanos-PB) e Luizinho (PP-RJ).
“A sucessão na Câmara está cada vez mais embolada, mas o governo não tem nada com isso. Acho que o Lira não conseguirá costurar um nome de consenso e os candidatos disputarão no voto”, diz um ministro de Lula.
Contenção de danos
Por enquanto, o governo planeja apoiar para a presidência da Câmara o candidato escolhido por Lira, que tem muito mais influência sobre o plenário da Casa do que o presidente Lula. Conversas nesse sentido são mantidas há meses, mas não dissipam a desconfiança de lado a lado. Como mostra uma reportagem da nova edição de VEJA, o deputado identifica a digital do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o pagamento de emendas parlamentares, que são combustíveis do poder e da influência do alagoano.
Para aliados de Lira, a iniciativa do STF também foi pensada para fragilizar a posição dele na sucessão da Câmara, o que, garantem, não ocorreu. À VEJA, um ministro rechaçou a tentativa de desgastar o parlamentar: “Não há qualquer intenção do governo de confrontar o Lira na sucessão da Câmara”.
Da Veja
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