O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não recebeu bem a informação de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), procurou o encarregado de Negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para discutir a taxa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros.
Aliados do deputado licenciado afirmaram à CNN que o parlamentar não foi informado do movimento considerado delicado por colocar em risco a negociação sobre uma anistia ampla aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro.
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (11), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que “o primeiro passo” para uma negociação sobre as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é pautar o projeto da anistia no Congresso Nacional. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisBolsonaro teve ao menos duas reuniões com Tarcísio após Trump anunciar a sobretaxa para o Brasil. A primeira foi um almoço na quinta-feira (10). A segunda foi já nesta sexta-feira (11), depois da conversa do governador com o representante da embaixada dos EUA.
Em postagem nas redes sociais, Tarcísio reconheceu que o tarifaço terá impacto negativo para a economia de São Paulo.
“O impacto é negativo. O maior destino de exportações industriais do estado de São Paulo é os Estados Unidos. Pega empresas importantes como a Embraer, que fechou grandes contratos recentemente, então é algo que a gente precisa resolver”, declarou.
Eduardo também voltou às redes para repercutir a medida de Trump. Sem citar nomes, criticou quem faz pedidos aos EUA como se o Brasil fosse uma “democracia”.
“Lamento, mas não dá para pedir ao presidente Trump — e nenhuma autoridade internacional minimamente decente — para tratar uma ditadura como se fosse uma democracia. Ou há uma anistia ampla, geral e irrestrita para começar ou bem vindos à ‘Brazuela'”, disse.
Planalto minimiza
Aliados do presidente Lula também observaram os movimentos de Tarcísio. Pelo menos até aqui, o Planalto não vê risco de atropelo ao governo em eventual negociação com o presidente americano.
À CNN, ministros do governo também minimizaram a atuação do governador junto ao encarregado de negócios dos EUA, que chegou a ser chamado duas vezes pelo Itamaraty para prestar esclarecimentos nesta semana.
Dentro do PT, a avaliação é de que qualquer “racha” no bolsonarismo só beneficiará a retórica do governo.
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