Por Bela Megale – O Globo
A abertura de investigação da Polícia Federal sobre emendas devolveu aos holofotes o relatório da Controladoria Geral da União (CGU) que levantou suspeitas na aplicação de uma emenda parlamentar de R$ 9,57 milhões da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). A parlamentar nega irregularidades.
A avaliação é que, se as suspeitas se confirmarem, o caso tem chance de respingar no vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), que é sobrinho de Daniella. Lucas deve concorrer ao governo da Paraíba para suceder João Azevêdo, do PSB, que pretende disputar uma vaga no Senado.
Leia maisAs articulações políticas da Paraíba têm repercutido em Brasília porque o Estado é a terra natal de Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara dos Deputados.
Os principais adversários potenciais de Lucas Ribeiro são o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, também do PP, o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD), o senador Efraim Filho (União Brasil) e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL). Esses políticos contam com a expectativa de se beneficiarem com o aprofundamento das apurações da PF, sobretudo se as apurações demonstrarem a responsabilidade de Daniella Ribeiro.
Com isso, existe a aposta de que Hugo Motta – que pretende caminhar com Lucas Ribeiro no pleito do ano que vem – poderia abraçar outra candidatura.
Os recursos da emenda parlamentar de Daniella Ribeiro tiveram como objetivo realizar eventos juninos, além da reforma do Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB). A organização também nega irregularidades.
Os auditores apontaram ausência de chamamento público para a escolha da destinatária das verbas, conflito de interesses na definição de empresas para executar as propostas, além de incapacidade técnica.
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