O entardecer na belíssima e histórica Juazeiro, na Bahia, cidade-irmã de Petrolina, neste sábado de fim de semana entre terras pernambucanas e baianas. A vida de quem viaja muito é cansativa, mas proporciona momentos inesquecíveis.

O entardecer na belíssima e histórica Juazeiro, na Bahia, cidade-irmã de Petrolina, neste sábado de fim de semana entre terras pernambucanas e baianas. A vida de quem viaja muito é cansativa, mas proporciona momentos inesquecíveis.
Editorial – Gazeta Pernambucana
Nos últimos dias, o Brasil tem assistido a um surto inquietante: bebidas alcoólicas adulteradas com metanol provocaram intoxicações graves, mortes e um estado geral de comoção. As autoridades se mobilizam, fiscais invadem depósitos, bares são interditados, e o noticiário se ocupa, como deve, da tragédia sanitária que se anuncia. Mas é preciso, com serenidade e espírito crítico, perguntar: por que agora?
Não se trata aqui de negar a gravidade do que está diante de nós. Pelo contrário. O que preocupa é justamente a coincidência entre o surgimento repentino do escândalo, sua propagação veloz na opinião pública e o momento político que atravessamos. Com a retórica de antagonismo internacional, que por tanto tempo serviu de moldura para discursos sobre soberania e resistência, perdendo força após encontros simbólicos em tribunas multilaterais, o foco parece ter voltado para dentro. E, como num passe ensaiado, o inimigo muda de endereço: de fora para dentro, da geopolítica para a geografia urbana.
Leia maisÉ o bar da esquina, o comerciante informal, o atravessador sem nota fiscal que agora encarnam o novo perigo. Não há dúvidas de que crimes foram cometidos. Mas a narrativa construída em torno disso, envolta em operações relâmpago, pronunciamentos oficiais e discursos de indignação, pode servir a propósitos que vão além da saúde pública.
Há algo de curioso no sincronismo dos fatos: justo quando os olhos começavam a voltar-se novamente para as contas públicas, os contratos suspeitos, a lentidão nas entregas estruturais e as promessas ainda não cumpridas, uma nuvem densa se instala sobre o debate, e o centro das atenções se desloca.
Não há acusações neste texto. Há perguntas. Estaria o escândalo das bebidas sendo usado, consciente ou não, como instrumento de redirecionamento do olhar coletivo? Estaríamos diante de uma nova forma de distração cuidadosamente construída, onde o temor legítimo da população serve como pano de fundo para o avanço silencioso de interesses mais profundos?
A história brasileira tem larga experiência em fabricar emergências que ofuscam verdades mais incômodas.
Que se apurem os fatos, que se puna com rigor os responsáveis. Mas que também se mantenha aceso o farol da vigilância crítica. Porque, às vezes, o que mais intoxica não está no copo, mas na narrativa.
Leia menosDo UOL
Alguns adultos têm o costume de dormir com pelúcias, outros guardam com cuidado brinquedos que ganharam na infância e há ainda os que assistem a desenhos infantis em momentos de estresse como forma de “conforto”.
Os hábitos são aparentemente comuns, e inofensivos, mas há um grupo de pessoas que os levam a níveis um pouco mais extremos: elas chupam chupeta, mamam na mamadeira e brincam de boneca.
Leia maisEsse fenômeno ganhou notoriedade nos últimos meses após uma onda de adultos ao redor do mundo, principalmente na China, assumir as práticas peculiares nas redes sociais. Apesar da recente exposição, muitos já guardavam esses segredos há tempos em suas privacidades.
Isabella*, 26, começou a usar chupeta por volta dos 18 anos em um processo de se infantilizar logo após ser diagnosticada com transtorno Bipolar e de Borderline. Ela criou coragem para concretizar esse desejo depois que a cantora americana Melanie Martinez apareceu na mídia com trajes infantis a partir de 2016.
“Quando estou lendo, estou usando chupeta. Quando estou assistindo série, estou usando chupeta. Ou então, estou bebendo um leite com Toddy na mamadeira. É tão confortável. Sabe quando você está muito mal e existe somente uma coisa que te deixa mais em paz?”, relata.
A mulher contou ainda ter feito a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2017 usando o objeto. “Falei para a moça que estava orientando a prova ‘olha, eu estou muito nervosa e só consigo me acalmar com a minha chupeta’.” Com estranhamento, a aplicadora aceitou.
“Não me vejo como adulta”
Isabella também passou a usar roupas com personagens, pintou o cabelo colorido e fez uma franjinha. Tudo isso porque ela admite não se sentir uma adulta, mas sim uma adolescente.
A jovem entende que tentar parecer mais nova é uma forma de fugir dos problemas da vida madura. “Isso é uma fuga. O ‘Age Regression’ não é um tratamento, nem uma salvação, é uma fuga como o cigarro, a droga e a bebida alcoólica”, diz.
“É como se você pudesse, dentro da sua cabeça, voltar no tempo. Não de uma forma literal, obviamente, mas esses objetos fazem você se sentir com aquela sensação de colo, de você dormir no sofá e o seu pai te botar na cama. É essa sensação que tenho quando uso a chupeta: de colo, de abraço, de acolhimento, de carinho, de atenção”, completa Isabella.
A atriz e influenciadora Heloisa Berutte Canabarro, 27, mais conhecida como Lolly Vomito na internet, também cita ter um apego por sua coleção de bonecas, com que brinca até hoje. Para ela, no entanto, a relação diz sobre um modo de manter um “universo lúdico” vivo dentro de si.
“Eu tenho várias bonecas, criei vozes e personalidades para elas. Dormir com as minhas bebês me faz sentir aconchegada, amada por mim mesma, abraçada, dentro de um sonho”, explica.
Manter o universo lúdico?
Heloisa argumenta que esse universo infantil costuma escandalizar parte da sociedade porque “o adulto é condicionado a ter uma rotina, a ser responsável, uma máquina do sistema”. “Quem determinou que o adulto não pode ser bobo e ter uma pausa dentro de toda essa rigidez?”, questiona.
A atriz afasta as acusações de “infantilização” e entende que os adultos são chamados constantemente para revisitar suas infâncias. “A única coisa que objetos infantis podem influenciar em um adulto é fazê-lo mais poético, mais artístico e que ele consiga colorir o seu próprio mundo”, acredita.
Ela também vê no comportamento um jeito de cultivar pessoas que sejam mais empáticas e sensíveis com as crianças: ”Se você não sabe se colocar no lugar da criança enquanto adulto, como é que espera que ela tenha acesso ao que precisa para se desenvolver? Qual foi o pai ou a mãe que nunca foi numa loja de brinquedos e pensou mais no presente que gostaria de ter tido na infância?”
Linha entre hábito saudável e adoecedor é tênue, dizem analistas
A psicóloga e psicanalista Raquel Baldo entende que esses pertences podem surgir como uma reação a um meio marcado pelo excesso de trabalho, violências, tabus, padrões e aprisionamentos típicos de existir em sociedade.
Assim, alguns adultos encontram o “brincar” como uma forma de lazer, hobby e até colecionismo em meio às rotinas. Baldo exemplifica com o caso de pessoas que mantêm na parede uma coleção de carrinhos, ou que “brincam” de trocar peças de algum automóvel.
“Inconscientemente, algumas pessoas usam como recurso para voltar a um lugar muito antigo da nossa história, que era onde a gente sentia que estava protegido e livre de imposições.”
Para ela, a relação com esses objetos infantis pode ser uma forma de “acolhimento da criança interior” e de nostalgia, desde que não suscite o desejo de retornar à infância.
Podem ser usados como “muleta emocional”?
O psiquiatra Gabriel Okuda, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, alerta que em situações mais extremas, os itens —principalmente a chupeta— podem se apresentar como um “mecanismo desadaptativo” se utilizados como fuga da realidade.
“Porque não resolvem o problema de fato, não resolvem a frustação, a angústia da vivência do cotidiano, apesar de trazerem algum acalento e alívio imediato”, justifica. Pelo contrário, podem ser reforçadores de sintomas e propulsores de adoecimento, segundo ele.
Os dois especialistas concordam que os hábitos infantis em seus extremos têm um funcionamento semelhante ao cigarro e outros vícios. Okuda fala que todos eles são como “muletas emocionais”. Começam como um mecanismo de alívio, mas trazem dependência a longo prazo.
“O cigarro é tido como objeto de adulto, por isso que ele é ‘aceito’ pela sociedade. Mas é tão prejudicial no psíquico quanto a chupeta. Tão quanto, mas com uma diferença muito importante: ele não repete o lugar declarado de ‘eu quero voltar a ser um bebê’. Ele é uma repetição de uma falta, ele conta questões importantes não amadurecidas.”, explica a psicanalista Raquel Baldo.
O comportamento também pode revelar sobre faltas afetivas na fase inicial da vida, de acordo com a psicanalista. Por isso, Baldo compreende que algumas dessas pessoas podem fantasiar retornar para os primeiros anos de existência como uma possibilidade de ser amado como desejava e precisava.
“Se eu não tive, eu não tenho como ter de novo. Eu posso viver hoje, posso dar isso para alguém. Eu posso me dar enquanto adulto, mas não tenho como voltar lá atrás e tentar fingir que eu ganhei para poder seguir daqui para frente”, continua Baldo. “Estamos falando realmente de sequelas que precisam ser ouvidas, suportadas, acolhidas e ressignificadas em tratamento psíquico, mas não reforçadas”, conclui.
Infância como movimento estético
Ney Branco de Miranda, psicanalista e doutor em filosofia, acrescenta ainda que o movimento ganhou “estilização” ao ser divulgado nas redes sociais. Ele destaca que, em alguns casos, trata-se de um “construto de imagem” para ser apresentado para o outro, e não necessariamente uma conduta que realmente era mantida na privacidade do indivíduo.
Miranda compara com fenômenos do mundo da moda, em que se cria uma estética e a incorpora em sua identidade. O especialista também acredita que o número de adultos que de fato faz uso de objetos infantis são em número menor do que passou a aparecer ao público nos últimos meses.
Leia menosDa Folha de Pernambuco
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou, na manhã deste sábado (4), que aumentou para 12 o número de suspeitas de intoxicação por consumo de bebidas alcoólicas adulteradas por metanol no estado.
Três casos estão sendo investigados em Lajedo, no Agreste, sendo dois óbitos e um paciente com sequelas oculares. Em João Alfredo, também no Agreste, um paciente do sexo masculino, de 30 anos, faleceu no dia 30 de setembro.
Outras suspeitas foram registradas nas cidades de Cedro, Recife, Ipojuca, Lagoa do Ouro, Caruaru e Garanhuns. Em Olinda, a SES-PE confirma apenas um caso em investigação. No entanto, a Secretaria de Saúde do município informou, na manhã deste sábado, mais uma possível paciente intoxicada.
O órgão estadual já descartou um caso. O paciente é um homem, de 30 anos e nome não divulgado, morador de Gravatá. Os laudos dos exames realizados não forneceram alterações compatíveis com “intoxicação exógena”, nome técnico para a ingestão de substâncias por meio de alimentos, bebidas, absorção pela pele ou inalação.
A Câmara Municipal de Cotia decidiu, ontem (3), cassar o mandato de Alexandre Frota (PDT), em decorrência de um processo em que foi condenado por calúnia e difamação contra o então deputado federal Jean Wyllys, em 2023.
Na decisão, o presidente da Casa, vereador Osmar Danilo da Silva (Republicanos), justificou que a cassação se baseia na Constituição Federal e na Lei Orgânica do município. “Em razão da condenação criminal por crime doloso, com sentença definitiva e irrecorrível proferida nos autos do processo da Queixa-Crime”, começa. As informações são da CNN Brasil.
Leia mais“Considerando ser competência do Presidente da Câmara declarar a perda do mandato do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, nos casos previstos em Lei. (…) Fica declarada a perda do mandato de Vereador do Sr. Alexandre Frota de Andrade”, completa no documento.
A partir do ocorrido, Frota foi às redes sociais comentar a decisão da Câmara, ocorrida após o trânsito em julgado do processo. Em um vídeo publicado, ele cita o que chamou de “guerra” e diz que já estavam tentando o calar: “ninguém imaginava que isso pudesse acontecer”.
“É uma guerra e, infelizmente, a Câmara hoje cassou o meu mandato, como vocês todos já devem saber. É óbvio que eu não fiquei feliz, fiquei triste porque eu vinha exercendo um trabalho profissional bacana de muita entrega, de muito amor a esta cidade”, afirmou.
“Ninguém queria e ninguém imaginava que isso pudesse acontecer, mas aconteceu e não é de hoje que tentavam me calar, mas engana-se quem vai me calar. Eu continuo sendo esse cara, eu continuo dedicado à cidade, vou continuar ajudando as pessoas agora livre”, completou.
Leia menosPesquisadores em Campina Grande, na Paraíba, desenvolveram uma forma rápida de identificar a contaminação por metanol. Garantir a qualidade das bebidas destiladas é o foco dos pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba. Eles criaram um método rápido e barato para saber se alguma delas está contaminada com metanol.
O equipamento emite luz infravermelha na garrafa, que pode estar lacrada. A luz provoca uma agitação nas moléculas, e um software recolhe os dados, interpreta as informações e identifica qualquer substância que não faz parte da composição original da bebida, desde o metanol até a adição de água, para fazer o produto render mais. A pesquisa começou analisando cachaça, mas pode ser usada para outros destilados. As informações são do Jornal Nacional
Leia mais“Essa metodologia foi capaz de, além de identificar se a cachaça estava adulterada com compostos que são característicos da própria produção, ou se foi feita alguma alteração fraudulenta como água ou algum outro composto”, afirma David Fernandes, autor do artigo.
O método detecta adulterações em poucos minutos, sem produtos químicos, com até 97% de acerto. A pesquisa começou em 2023 e, em 2025, os pesquisadores publicaram dois artigos sobre o método na revista “Food Chemistry”, uma das principais dedicadas à química e bioquímica dos alimentos.
Além de facilitar as análises em laboratórios, o equipamento pode ser utilizado por órgãos controladores. Mas, para isso, os pesquisadores estão tentando meios de produzir o método em grande escala e já estão desenvolvendo um novo mecanismo de segurança: um canudo que muda de cor ao entrar em contato com o metanol.
“A gente está desenvolvendo uma solução em que vai ter um canudo impregnado com a substância química, que ao contato com o metanol, ela vai mudar de cor. Isso vai fazer com que o usuário também tenha uma segurança de, quando estiver consumindo a bebida, de que a bebida não tem o teor de metanol”, diz Nadja Oliveira, pró-reitora de pós-graduação da UEPB.
Leia menosO prefeito de Timbaúba, Marinaldo Rosendo (PP), anunciou, neste sábado (4), seu apoio ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), em um gesto que reforça a articulação política de Campos para consolidar uma frente ampla no interior do estado. O movimento é visto como mais um passo para fortalecer o projeto político do gestor recifense em direção a disputas estaduais futuras.
Ligado ao Progressistas (PP), Marinaldo tem influência na Mata Norte e no entorno de Timbaúba, onde construiu base eleitoral sólida após mandatos como deputado federal e prefeito. Sua adesão é estratégica para ampliar a presença de João Campos fora da capital, agregando aliados em uma região que tem papel importante no cenário político de Pernambuco.
“João Campos tem mostrado capacidade de diálogo e gestão eficiente, além de olhar para o desenvolvimento de todo o estado, não apenas da capital. Tenho um grande respeito pela família Campos e uma relação pessoal que construí com Eduardo, que sempre foi uma inspiração de liderança para mim. Acredito no projeto que João representa e entendo que ele é um nome preparado para liderar Pernambuco com responsabilidade e visão de futuro”, declarou Marinaldo Rosendo.
Por Estadão Conteúdo
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou na manhã deste sábado, (4), a compra de 2,5 mil unidades de fomepizol, um antídoto para intoxicação por metanol. A aquisição emergencial ocorre em meio à crise do consumo de bebidas adulteradas, que já resultou em 127 casos de intoxicação entre suspeitos e confirmados no Brasil inteiro. Até o momento, o Ministério da Saúde informa que 11 desses casos foram confirmados por meio de exame laboratorial.
O tratamento nesses casos pode ser feito com antídoto, hemodiálise, etanol puro e até vodca, segundo pesquisadores do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O antídoto mais adequado é o fomepizol, mas o Brasil não tem fabricação própria da substância. Por isso, o governo contatou fabricantes ao redor do mundo por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Leia maisDe acordo com Padilha, a pasta acertou a compra com uma produtora do Japão e esses 2,5 mil tratamentos devem chegar ao Brasil ao longo da próxima semana.
A intoxicação por metanol leva à produção de substâncias altamente nocivas para o corpo, como o ácido fórmico. O fomepizol, considerado referência mundial para tratar esse quadro, é da classe de um dos inibidores de álcool presentes no fígado, e tem a capacidade de metabolizar o etanol e o metanol. Ao tomar o fomepizol, então, a formação de ácido fórmico não acontece e o metanol é eliminado do organismo.
Em reportagem recente do Estadão, o médico Fábio Bucaretchi, coordenador associado do Ciatox, explicou que o fomepizol é um antídoto considerado essencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“É muito mais fácil de ser utilizado. Não precisa fazer infusão contínua e o tempo de tratamento é mais curto”, afirmou o especialista.
No anúncio, feito durante coletiva de imprensa em Teresina (PI), Padilha também informou que 12 mil ampolas de etanol farmacêutico foram adquiridas pelo governo e serão distribuídas para os Centros de Referência de Toxicologia espalhados pelo País. “Já tínhamos adquirido 4,3 mil ampolas e agora garantimos mais 12 mil, que serão distribuídas aos centros de toxicologia e hospitais universitários. Essa ampliação assegura que nenhum paciente fique sem acesso ao tratamento adequado”, reforçou o ministro.
Existem 609 farmácias de manipulação cadastradas pela Anvisa e capazes de produzir essa substância no Brasil.
De acordo com comunicado do MS, os dois antídotos (etanol e fomepizol) podem ser utilizados na suspeita de intoxicação e o profissional de saúde não precisa aguardar a confirmação laboratorial. Mas a administração deve ser feita exclusivamente sob prescrição e monitoramento médico em um ambiente de saúde.
Especialistas pontuam, entretanto, que nos casos mais graves, é necessária a realização da hemodiálise. Esse procedimento remove do sangue tanto o metanol como o ácido fórmico.
O metanol
A substância, também conhecida como álcool metílico, é um biocombustível altamente inflamável. Ela pode ser produzida por diferentes processos, como a destilação destrutiva da madeira, o aproveitamento da cana-de-açúcar ou a partir de gases de origem fóssil.
De acordo com Alvaro Pulchinelli Junior, médico toxicologista, patologista clínico e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), a substância é amplamente utilizada na indústria química, atuando como solvente, na fabricação de tintas e vernizes e em processos de refinamento. “É basicamente uma substância de uso industrial, não tem uso caseiro ou não profissional”, destacou, em entrevista ao Estadão.
O metanol, segundo o médico, não deve estar presente em nenhum alimento ou bebida. Em alguns casos, no entanto, o material é utilizado na produção de bebidas falsificadas. “O metanol não tem cheiro nem gosto específico. Ou seja, a pessoa não consegue identificar na bebida adulterada. Ela ingere sem se dar conta”, detalhou Pulchinelli.
Leia menosPresidente municipal do PSD em Trindade, no Sertão do Araripe, Zé Capacete se reuniu no Recife com o prefeito e presidente nacional do PSB, João Campos, para reafirmar o seu apoio à construção de uma aliança em prol de um estado mais justo e desenvolvido. Na ocasião, também estiveram presentes Romerinho Jatobá e Samuel Salazar, vereadores recifenses.
Em pauta, houve espaço para falar sobre projetos e ações da capital pernambucana que podem servir como referência para o povo de Trindade e de todo o Sertão, considerando o papel de articulação que Zé Capacete cumpre na região.
A relação entre João Campos e Zé Capacete vem se consolidando, o que inclui gestos de ambos os lados. Nas eleições de 2024, João anunciou o seu apoio à candidatura a prefeito de Zé Capacete e os dois voltaram a se encontrar recentemente na Missa do Vaqueiro, em Serrita.
A governadora Raquel Lyra (PSD) esteve ontem (3) em Vertentes, onde assinou, ao lado do ex-prefeito e agora pré-candidato a deputado estadual Romero Leal, a ordem de serviço para a restauração da PE-130, no trecho que conecta a PE-090 (Vertentes) à BR-104, em Taquaritinga do Norte.
A obra, inserida no programa PE na Estrada, prevê a requalificação de 19,5 km de rodovia, com investimento de R$ 20,6 milhões. Segundo o governo, a iniciativa é estratégica tanto para garantir mais segurança aos motoristas quanto para fortalecer a economia do Agreste, marcada pelo intenso fluxo de mercadorias e pelo potencial comercial da região.
Após o ato oficial, Raquel Lyra e Romero Leal participaram de um almoço com lideranças locais, onde a governadora aproveitou para reafirmar apoio à pré-candidatura do aliado à Assembleia Legislativa de Pernambuco. O gesto consolida a entrada de Romero na disputa eleitoral com respaldo direto do Palácio do Campo das Princesas.
Por Jorge Quintino*
O Ministério da Saúde deu um passo fundamental rumo ao cuidado mais humanizado e eficiente das nossas crianças: a partir de agora, profissionais da Atenção Primária à Saúde passarão a realizar, como parte da rotina de avaliação do desenvolvimento infantil, testes para identificar sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em todas as crianças com idade entre 16 e 30 meses.
Essa importante medida foi anunciada na última quinta-feira (18), durante o lançamento da nova Linha de Cuidado para o TEA, promovida pelo Governo Federal. O principal objetivo dessa iniciativa é garantir que as intervenções e estímulos às crianças com possíveis sinais de autismo comecem o quanto antes — mesmo antes da confirmação diagnóstica.
Leia maisSegundo o Ministério da Saúde, essa atuação precoce é essencial para o desenvolvimento da autonomia, da comunicação e da interação social das crianças, ampliando significativamente suas chances de inclusão e qualidade de vida no futuro.
Pela primeira vez, o Ministério estabelece uma linha de cuidado para o TEA. O centro dela, a recomendação mais importante, é o esforço do diagnóstico precoce no início dos cuidados e intervenções.
A nova diretriz tem caráter preventivo e orientador, permitindo que as unidades básicas de saúde em todo o Brasil possam atuar de forma coordenada, identificando precocemente os sinais do TEA e promovendo cuidados ainda mais qualificados.
Ainda de acordo com o ministro, o diferencial da proposta está na atuação antes mesmo do diagnóstico ser fechado. Claro: Não precisa fechar o diagnóstico para começar as ações. Tem um impacto muito grande no desenvolvimento dessas crianças.
O Governo Federal estima que cerca de 1% da população brasileira viva com TEA, e, conforme dados do IBGE, 71% dessas pessoas apresentam também outras deficiências. Isso reforça ainda mais a urgência de políticas públicas integradas e acessíveis, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo um cuidado mais amplo, efetivo e inclusivo.
Como vereador da cidade de Caruaru e defensor da inclusão, acolhimento e políticas públicas para pessoas com deficiência, reconheço e parabenizo esta iniciativa do Governo Federal. Precisamos unir forças — municípios, estados e União — para que essa nova diretriz seja efetivamente implementada em todo o território nacional.
Aqui em Caruaru, continuaremos vigilantes e comprometidos com o fortalecimento da Atenção Primária, capacitação de nossos profissionais e sensibilização das famílias. A detecção precoce do TEA é uma porta aberta para um futuro mais justo, acessível e digno para nossas crianças.
Seguimos juntos nessa luta!
*Vereador de Caruaru
Leia menosA Chapa 1 foi declarada vencedora das eleições do Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO-PE) para o biênio 2026-2027. O pleito aconteceu ontem (3) e transcorreu de forma organizada e tranquila, segundo a Comissão Eleitoral. O processo agora será encaminhado ao Conselho Federal de Odontologia (CFO) para homologação.
O presidente do CRO-PE, Eduardo Vasconcelos, destacou a condução serena e transparente do processo eleitoral. “Encerramos mais um processo eleitoral com a sensação de missão cumprida. A eleição transcorreu com total lisura, transparência e tranquilidade, refletindo o comprometimento e o reconhecimento da nossa categoria”, afirmou.
Leia maisCom a vitória, os membros da Chapa 1 assumirão a responsabilidade de liderar o Conselho e representar a classe odontológica no estado durante os próximos dois anos. A chapa é composta por João Godoy, Fabiana Motta, Igor Morais, Renata Pedrosa, Sidney Câmara, Mônica Marques, Danielle Lago, Fabrício Landim, Felipe Bravo e César Durando.
João Godoy, que será nomeado futuro presidente do Conselho, e que foi apoiado por Vasconcelos, comentou sobre os próximos desafios da nova gestão. “Seguiremos trabalhando com ética, compromisso e dedicação à odontologia pernambucana. Temos um time qualificado e preparado para continuar avançando nas pautas da classe do litoral ao sertão”, afirmou.
A eleição teve uma expressiva participação de 96% dos votos válidos, um recorde que reflete o apoio maciço da categoria em todas as regiões do estado, com destaque para a forte mobilização no interior.
Leia menosA Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar o recurso do senador Sergio Moro (União-PR) contra a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele, que é acusado de caluniar o ministro Gilmar Mendes.
O julgamento começou ontem no plenário virtual da Primeira Turma e está previsto para se estender até o dia 10 de outubro. A maioria dos ministros seguiu a relatora, ministra Cármen Lúcia. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisA ação penal foi aberta após o Ministério Público Federal (MPF) apontar que Moro atribuiu falsamente ao ministro a prática de corrupção passiva. O episódio que motivou a denúncia ocorreu em uma festa junina, em 2022, quando o ex-juiz da Lava-Jato aparece em vídeo dizendo que um habeas corpus poderia ser “comprado” de Gilmar Mendes. A gravação foi feita por terceiros e divulgada nas redes sociais.
Na denúncia aceita em junho de 2024, a PGR argumenta que Moro agiu com a intenção de “macular a imagem e a honra objetiva” do magistrado, tentando descredibilizar sua atuação na Corte. Caso seja condenado a mais de quatro anos de prisão, o senador poderá perder o mandato.
Cármen Lúcia foi acompanhada por unanimidade pelos demais integrantes da Primeira Turma ao tornar Moro réu. O colegiado também inclui o ministro Cristiano Zanin, que teve embates com o ex-juiz durante a Operação Lava-Jato, quando atuava como advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A defesa de Moro, conduzida pelo advogado Luís Felipe Cunha, sustenta que o senador não teve intenção de ofender o ministro e que se tratou de uma “piada infeliz” tirada de contexto. Cunha também afirma que o vídeo foi editado de forma “maldosa” por terceiros.
Leia menosO jornalista Carlos Britto, que tem o blog mais lido do Vale do São Francisco e um dos mais acessados do Estado, com forte influência na Bahia também, abriu as portas da sua casa, ontem, num belo condomínio de Petrolina, onde passo o fim de semana, para um jantar super agradável, descontraído e com boa dose de bastidores políticos.
Estive lá com minha Nayla e toda equipe que me acompanha nesta peregrinação de lançamentos no Estado do livro “Os Leões do Norte”. Anfitrião de mão cheia, Britto nos recebeu ao lado da sua simpática Dora.
Entre uma garfada e um bom vinho, o prazer de rever os jornalistas amigos Edenevaldo Alves, com sua Suzana, e Júnior Vilela. Conheci também o radialista Wanderley Alves, agora vereador no município, aliás o segundo mais votado, de relações estreitas com Britto, provável candidato a deputado estadual nas eleições do próximo ano.
Por Marcelo Tognozzi
Colunista do Poder360
Esta semana explodiram protestos no Marrocos contra a Copa do Mundo de 2030 comandados pela geração Z, a mesma que levou à queda do governo do Nepal, depois da tentativa frustrada de controlar as redes sociais. Países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos costumam ter uma população com maioria de pessoas com baixa renda, baixa escolaridade e baixa capacidade cognitiva como no caso dos nepaleses. E, por isso mesmo, viciada em redes sociais.
No caso do Marrocos estamos vendo uma reprise do que aconteceu no Brasil em 2013 e 2014, quando parte da população se revoltou com os bilionários investimentos em estádios e infraestrutura para a Copa do Mundo, quando o básico como saúde, educação e segurança pública eram esquecidos.
Leia maisEn Marruecos se están produciendo las mayores protestas de los últimos años con lemas como “No queremos el Mundial; queremos hospitales” o “Queremos hospitales, no estadios”. pic.twitter.com/tvWFDIHNT6
— Lucio Martínez Pereda (@anluma99) September 29, 2025
O Marrocos sediará a Copa de 2030 juntamente com Espanha e Portugal. Os jogos serão realizados dos dois lados do Mediterrâneo e, no caso dos marroquinos, tem sido enorme o investimento em infraestrutura. O país está ligado por uma linha de trem-bala entre Tanger a Casablanca, mas com previsão de ser ampliada e chegar a Marrakesh e Agadir. O porto de Tanger é hoje o maior e mais moderno do Mediterrâneo e o de Dakhla, no Saara Ocidental, será outro gigante.
Um movimento autodenominado GenZ212 tem assumido a liderança dos protestos. No site do GenZ212 há um único post com críticas ao governo do rei Mohamed 6º e do primeiro-ministro Aziz Akhannouch. O 212 é o DDI do Marrocos e simboliza, de acordo com eles, a unidade e a ação pelo futuro do país. O movimento pede reformas imediatas para a saúde, educação e trabalho.
Cerca de 40% da população do Marrocos tem menos de 25 anos e a taxa de desemprego juvenil (de 15 a 24 anos) chega a 47%. Muitos destes jovens tentam imigrar para a Europa diante da falta de perspectivas, mas com o endurecimento das leis de imigração ficou cada vez mais difícil.
Como se deu no Brasil em 2013, os protestos se espalharam rapidamente pelo país, incluindo a capital Rabat, onde a repressão foi mais forte. Centenas de manifestantes foram presos, mais de 200 feridos e ao menos 4 morreram.
Há algo que precisa ser revisto quando a Fifa decide fazer uma Copa do Mundo em países em desenvolvimento. Como vimos no Brasil, o legado da Copa foram bilhões gastos em estádios. No Maracanã, por exemplo, a reforma expulsou do campo as classes populares com a extinção da geral e os preços mais baratos, nos setores norte e sul, ficam de R$ 100 a R$ 200. Em Brasília, a preços de 2014, foram gastos R$ 1,9 bilhão para reformar o Mané Garrincha, hoje administrado pela iniciativa privada.
A Fifa tem se preocupado mais com os investimentos do que com legado das copas. Por isso, quando se trata de países em desenvolvimento, como Brasil e Marrocos, a população acaba demonstrando enorme antipatia com a entidade, porque os investimentos são altíssimos em detrimento das melhorias dos serviços básicos e da qualidade de vida.
Num mundo cada vez mais conectado, onde um protesto no Nepal acaba tendo desdobramentos em outros países, a Fifa deveria rever sua política para as copas, transformando esse tipo de evento em algo que beneficiasse a população em vez de visar unicamente ao lucro. Parte dos grandes jogadores que atuam na Europa vêm de países africanos e sul-americanos como Brasil, Colômbia, Peru, Argentina, Chile, Uruguai ou México.
Muitos, como Vinicius Junior, Raphinha ou Casemiro vieram de famílias humildes. Seria mais do que justo que uma Copa na América do Sul ou na África deixasse algo de concreto para as futuras gerações de jogadores, como boas escolas, bons centros de saúde, um retorno mais do que justo para as comunidades de onde eles vieram e continuam vindo.
Mas esse tipo de iniciativa não faz parte da agenda da Fifa. Eles são muito bons na hora de fazer exigências para padronizar estádios e controlar a venda de comida e bebida nas arquibancadas, impuseram até uma lei, a Lei Geral da Copa do Mundo de 2014, baseada no protocolo assinado entre o governo brasileiro e a entidade.
Depois das inúmeras acusações de corrupção envolvendo seus dirigentes, o que rendeu até a queda do até então intocável Josef Blatter, o atual presidente Gianni Infantino já foi investigado pelas autoridades suíças.
Os investigadores descobriram que Infantino se reuniu secretamente com o ex-procurador-geral da Suíça Michael Lauber para tratar do Fifagate, caso de corrupção que derrubou seu antecessor Blatter e mandou para a cadeira o brasileiro José Maria Marin. Ele foi acusado de obstrução de justiça, abuso de poder e violação de sigilo funcional. Escapou por pouco de uma condenação.
As pessoas não vão deixar de gostar de futebol, mas é evidente o mau humor com a cartolagem da Fifa por sua arrogância e falta de sensibilidade. E isso não corre o menor risco de melhorar. Nesse quesito, perdem de goleada.
O Marrocos saiu quase ileso da Primavera Árabe (2010-2012), iniciada na Tunísia e que se espalhou por quase todo o mundo muçulmano. Governos foram derrubados e governantes mortos, como Muammar Gaddafi da Líbia. O rei Mohamed 6º conseguiu controlar a situação e promover mudanças e o país superou esse momento. Agora, uma nova onda de revolta começou e exigirá da elite marroquina a mesma criatividade de 13 anos atrás.
Leia menosO vice-prefeito de Belém do São Francisco, Roberval Aguiar (PP), é um político experiente, já foi vereador várias vezes e na minha passagem pela cidade, no início da semana, quando lancei meu livro, fez uma observação interessante, mesmo sendo aliado da governadora Raquel Lyra (PSD).
“Costumo dizer que para ter sucesso, qualquer governo precisa fazer boa gestão e muita política. Mais do que isso, precisa se articular. Sem uma articulação política e uma comunicação eficientes, as ações de governo caem no vazio e no esquecimento. Hoje é uma data simbólica, porque a
eleição será daqui a um ano. A governadora ainda tem tempo para reorganizar a articulação política e a comunicação do seu governo, mas precisa agir rapidamente. Seu maior adversário é o tempo. E o tempo não para, como diz uma canção”.
O prefeito de Petrolina, Simão Durando (UB), avaliou a relação da governadora Raquel Lyra (PSD) com o município e voltou a cobrar ações concretas do governo estadual para a cidade. Em entrevista à Folha de Pernambuco, o gestor destacou que, apesar das promessas, pouco foi entregue até agora. Segundo ele, o maior problema é a Compesa, que arrecada R$ 12 milhões por mês em contas de água e esgoto, mas reinveste apenas uma pequena parte em Petrolina. “Estamos às margens do São Francisco, mas há bairros que ficam até 20 dias sem água. O que a população não aceita é pagar caro e continuar sem o serviço adequado”, afirmou.
Na avaliação do prefeito, falta diálogo do governo estadual com as cidades do interior. Ele lembrou que, desde a gestão de Miguel Coelho, a prefeitura solicita a retomada do controle dos serviços de água e esgoto para poder investir com mais eficiência. Apesar de torcer para que a concessão anunciada pelo governo dê certo, Durando insiste que a prioridade deve ser garantir acesso universal à água tratada e ao saneamento.
Leia maisO cenário político estadual também foi pauta da entrevista. Para Simão, a eleição de 2026 será definida pela avaliação da população sobre a gestão atual. Ele defendeu a pré-candidatura do ex-prefeito Miguel Coelho ao Senado, destacando que o Sertão precisa de um representante que conheça de perto as dificuldades da região. “Miguel já mostrou que está pronto. Pernambuco ganha com um senador que tenha cheiro de povo”, afirmou.
Durando também comentou a disputa entre Raquel Lyra e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que lidera as pesquisas para o governo estadual. Sem avaliar diretamente a gestão de Raquel, disse que o eleitor vai pesar se houve avanço em áreas como educação, saúde e geração de empregos. Ao falar de João Campos, ressaltou o legado político do avô, Miguel Arraes, e do ex-governador Eduardo Campos, lembrados como referências de gestão no estado.
Sobre a economia local, o prefeito destacou o impacto do “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos às exportações de frutas brasileiras. Segundo ele, o aumento das tarifas chegou como “uma bomba” para o Vale do São Francisco, que depende da fruticultura irrigada. A saída encontrada foi negociar com os importadores e buscar apoio do governo federal para prorrogar os prazos de pagamento junto aos bancos. “Um terço da população vive diretamente da fruticultura. Se não tivéssemos conseguido esse acordo, o comércio e a economia local teriam sido gravemente afetados”, explicou.
Mesmo com os desafios, Petrolina segue ampliando sua presença internacional. Apenas para a América do Norte, são exportados anualmente 2.500 contêineres de manga e 800 de uva, além de grandes volumes destinados à Europa. O município aposta em novas áreas irrigadas no Pontal e aguarda a conclusão da Transnordestina para reduzir custos logísticos. “Se a ferrovia chegar até Salgueiro já é um avanço, mas nosso sonho é que venha até Petrolina”, ressaltou o prefeito.
Durando também destacou o esforço para retomar voos cargueiros internacionais a partir do Aeroporto de Petrolina, ampliado recentemente. A medida facilitaria a exportação por via aérea, especialmente para mercados mais distantes como Japão e China, onde a logística por navio torna inviável a chegada da fruta em boas condições.
Ainda durante a entrevista, o prefeito aproveitou o lançamento do meu mais recente livro, “Os Leões do Norte”, em Petrolina, para relembrar a importância histórica do ex-governador Nilo Coelho para o município e para Pernambuco. Citando relatos de seu pai, o ex-prefeito Simão Durando, destacou que Nilo foi responsável por obras estruturantes, como a pavimentação de rodovias e a eletrificação rural, além de apoiar a implantação da irrigação no Sertão. “Ele foi um estadista que sonhava com os pés no chão e deixou um legado que permitiu que Petrolina se tornasse hoje a capital da fruticultura irrigada”, concluiu.
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