Por Aloisio Sotero
Quando pensamos em conservadorismo, muitos recorrem ao senso comum: manter o que existe, resistir à mudança ou preservar tradições apenas por preservá-las.
Mas há um olhar muito mais profundo sobre o ato de conservar – um olhar que vai além das ideias pré-concebidas. Conservar é saber fazer o melhor, cada vez melhor.
Leia maisOs potes de conservas uma metáfora perfeita
Assim como as frutas são selecionadas, preparadas e cuidadas para preservar seus melhores sabores, também nós podemos escolher o que vale a pena guardar, proteger e carregar ao longo da vida.
Ser conservador, nesse sentido mais amplo, é um compromisso com o essencial. É a habilidade de preservar o que tem valor, transformar o que precisa evoluir e trazer à existência aquilo que ainda não existe.
As dez dimensões desse novo olhar:
1. Nas finanças, conservar é uma virtude
Ser conservador é proteger o valor real do capital investido. É garantir que o capital, tudo que pode produzir renda, conserve sua força e cumpra seu propósito ao longo do tempo.
2. No varejo: o exemplo de Jeff Bezos
A Amazon é conservadora para com seus clientes: menor preço, grande variedade e entrega rápida. E os clientes, por sua vez, também são conservadores – querem conservar esses benefícios sempre.
3. Nas empresas, conservar a essência e inovar no método
Toda organização bem-sucedida conserva sua identidade – propósito, valores e forma de servir –, mas inova continuamente nos processos. É o equilíbrio entre preservar o “por quê” e aprimorar o “como”. Negócios duradouros são aqueles que não traem sua essência, mesmo quando o mundo muda.
4. Conservar a Fé em si mesmo. É dizer ao coração, eu sigo
Como afirmou o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, terminei a carreira, conservei a fé”. A fé significa conservar a certeza e convicção de algo que ainda não se vê completamente, algo que se espera e que ainda não está plenamente manifestado.
5. Ser conservador é saber o momento certo de mudar
Recordo aqui a Oração da Serenidade, de Reinhold Niebuhr: “Concedei-nos, Senhor, serenidade para aceitar as coisas que não podemos mudar, coragem para mudar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir uma da outra.” Conservar não é resistir à mudança – é discernir qual mudança vale a pena.
6. Conservar os amigos
Manter perto aqueles que caminharam conosco – e valorizar novas amizades sinceras
7. Conservar o amor e a compaixão
Em tempos de pressa e distração, conservar o amor e a capacidade de se importar é um gesto profundo de integridade. Conservar o nosso amor a todos que amados
8. Conservar a certeza de que tudo passa
Como canta Lulu Santos: “Nada do que foi será do jeito que já foi um dia; tudo passa, tudo passará – como uma onda no mar.” A consciência da transitoriedade nos ensina leveza.
9. Conservar os valores que sustentam a sociedade
Justiça, liberdade, responsabilidade, respeito e prosperidade. Sem esses pilares, nenhum projeto de futuro se sustenta.
10. Conservar a saúde física e mental
Conservar a nossa boa saúde física e mental para viver cada dia cada vez melhor. Assim, sou um Conservador.
*Conselheiro Estratégico, membro do Conselho Editorial da Revista Brasileira do Comércio Exterior (Funcex), CFO sob Demanda.
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