Kicks Platinum muda de patamar sem sair da categoria

O SUV compacto Nissan Kicks chegou ao mercado há 10 anos e logo foi bem aceito. Somente em 2024, emplacou 60 mil unidades — sendo o quarto utilitário-esportivo mais popular do país. No entanto, a configuração mecânica estava dando sinais de cansaço. O motor 1.6 aspirado, entregando no máximo 113cv, estava sendo engolido pela concorrência, que se valia de 1.0 turbos ágeis e econômicos. A Nissan entendeu o “recado” e reagiu bem: trocou o motor, o fez crescer, o encheu de equipamentos de conforto e segurança e o deixou mais bonito — e, certamente, mais caro. Valeu a pena? Este colunista avaliou por uma semana a versão topo de linha, a Platinum. E chegou à conclusão de que sim, valeu. É um outro carro. Com um porém: o motor 1.0 turbo, emprestado do Renault Kardian é superior ao 1.6 antigo, mas poderia ser melhor. Exige atenção do motorista em retomadas e acelerações, por exemplo (leia mais sobre ele abaixo).
Dito isso, vamos destacar, então, o que esta versão tem de bom — e se realmente vale os R$ 199 mil (ou R$ 202.150, com a cor vermelha de lançamento e o texto preto) exigidos por ela. Vamos começar por um item adorado por brasileiros que, muitas vezes, não é dado o devido valor pelos fabricantes e montadoras: o som. Vide as customizações e tunagens, exageradas quase sempre com caixas até no porta-malas, que se vê por aí (e playlist muito ruim, por sinal). A versão Platinum oferece o melhor sistema de som de todos os carros que este colunista testou nos últimos anos: o Bose, que no modelo ganhou o sobrenome de Personal Plus.
O som que sai de oito alto-falantes de alta performance (dois deles são tweeters) e um amplificador digital é potente e, ao mesmo tempo, equilibrado. Também, pudera: dois alto-falantes Bose de 2,5 polegadas estão localizados dentro do encosto de cabeça do banco do motorista. É uma experiência imersiva, daquelas que a gente só consegue em bons cinemas. O sistema pode ser controlado na tela do multimídia, criando desde um efeito restrito somente à frente até um totalmente envolvente, por todo o interior do habitáculo. Enfim: com redução nas distorções e potência equilibrada nos graves, o Bose entrega um som, enfim, de primeira linha. E, para completar as boas sensações, a cabine é bem silenciosa, com acústica aprimorada.
Leia maisComandos intuitivos – O painel de instrumentos e a tela multimídia (ambas de 12,3″) são eficientes. A segunda é sensível ao toque, com comandos intuitivos. Vem com Android Auto e Apple CarPlay e assistência de voz para ler mensagens, além de aplicativos de streaming de áudio. E permite conectar simultaneamente dois equipamentos via Bluetooth. Um para o uso de um deles para a condução com as mãos livres e outro para ouvir o aplicativo de música, por exemplo. São duas entradas USB, uma tipo USB Type-C,mais rápidas para recarregar. O seletor de marchas é eletrônico e diferente, que permite a troca apenas pressionando um botão. Há um modo Sport para uma condução esportiva (a ECO é para economizar combustível).
Dimensões – O Kicks é um SUV compacto, mas tem porte médio, com 4,37m de comprimento entre-eixos de 2,66m (6cm mais longo ou 13cm maior que o do Fiat Fastback. É uma boa estratégia de posicionamento, de argumento de venda. Afinal, há um movimento de tornar os compactos tanto maiores quanto mais equipados – algo que o novo Kicks também o fez. Com os bancos dianteiros em posição padrão, alguém de 1,80m não sofrerá nos traseiros. O porta-malas é um dos maiores desse segmento específico: são 470 litros.
Equipamentos – Os R$ 200 mil são melhor compreendidos quando se avalia a oferta de equipamentos da versão – tanto em termos de segurança quanto em conforto. Por exemplo: nela, há um pacote avançado de assistência à condução chamado de Pró Pilot. Ele combina câmeras e sensores para manter o veículo centralizado na faixa, ajustar automaticamente a velocidade e a distância para o carro da frente, e auxiliar na frenagem e aceleração.
Para ativar, basta pressionar um botão no volante, definir a velocidade e a distância desejadas, e o sistema opera com mínima intervenção do motorista. São seis airbags disponíveis. Tem, ainda, teto solar panorâmico, carregador por indução, full LED nos faróis e DRLs e por aí vai. O freio de estacionamento sempre é eletrônico, com auto-hold. O ar-condicionado, automático, poderia ser dual zone – e falta saída traseira. As rodas de 19’’ são bem bonitas.
Motor – O Nissan Kicks foi testado em vias urbanas engarrafadas e em trechos de asfalto e terra. Ele não deixa o condutor enraivecido, mas não o empolga. Afinal, são apenas 22,4kgfm de torque – força abaixo dos 27,5kgfm oferecidos por um Jeep Renegade. Embora o consumo esteja muito relacionado ao comportamento do motorista, ele pareceu bom. Tipo 12 km/l na cidade e de 14km/l na cidade.

Começa a pré-venda dos SQ5 e SQ5 Sportback – Você tem até R$ 640 mil disponíveis aí? Então, fique de olho: a Audi acaba de iniciar a pré-venda dos novos SQ5 e SQ5 Sportback. O lote inicial terá preços de R$ 624.990 (SQ5) e R$ 639.990 (SQ5 Sportback). Os veículos encerram a série de 13 lançamentos propostos para 2025 e o retorno do esportivo. O modelo está mais tecnológico e eficiente — e com a nova linguagem visual da marca — e é o terceiro a usar a plataforma premium para veículos a combustão, chamada PPC. Os SUVS de luxo só estarão disponíveis a partir de novembro na rede de 40 concessionárias.
O modelo vem com o poderoso 3.0 V6 TFSI com 367 cavalos e 56kgfm de torque. O conjunto mecânico também conta com a transmissão S Tronic de sete velocidades e a tração integral quattro com tecnologia ultra – que possui embreagem multidisco com desacoplador integrado e distribuição de torque majoritariamente dianteira, podendo transferir até 50% do torque para o eixo traseiro. O desempenho é impressionante: o carro acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos, o melhor tempo da categoria, e a velocidade máxima é de 250 km/h.

Haval H9, da GWM: 600 unidades em sete horas – A GWM brasileira lançou seu primeiro modelo a diesel, o Haval H9, dando um desconto de R$ 20 mil. Resultado: o SUV de 7 lugares e projetado para todos os terrenos, superou a meta de vendas do mês inteiro em apenas 7 horas. Foram 600 unidades previstas para atender 30 dias. Agora, ele passa a custar R$ 319 mil . Tem como diferencial um pacote completo de itens de segurança (que incluem controle de cruzeiro adaptativo com Stop & Go, alerta de ponto cego, assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma de emergência e monitoramento de tráfego cruzado traseiro).
Mercado em setembro – Os emplacamentos superaram 103 mil unidades nos primeiros quinze dias de setembro – um crescimento de 3% diante de agosto e 7% acima da primeira quinzena de setembro de 2024. Ao longo de 2025, foram vendidos 1.67 milhão de automóveis e comerciais leves – ou 3,3% a mais do que no mesmo período do ano passado. A consultoria Bright também levantou que a média diária de vendas (11 dias úteis em setembro) saiu de 9.071 em agosto para 9.339 unidades. A modalidade de vendas diretas respondeu por 46,3% dos negócios, contra 44,8% um mês antes. Em 2025, as negociações diretas entre montadoras e clientes finais cresceram 8,2%, para 771,1 mil veículos. A Fiat manteve a ponta no ranking de marcas, com 20% do total de licenciamentos, à frente da Volkswagen, 17,1%; da GM, 11,5%; Hyundai, 10,1%; e Toyota, 7,4%.
Kwid: mais rentável em agosto – Após um domínio absoluto da Toyota no ranking de veículos mais rentáveis no mercado de usados, o Renault Kwid se tornou o melhor negócio durante o mês de agosto. É o que revelou o Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados powered by Auto Avaliar (PVU), divulgado nesta semana. O modelo da montadora francesa apresentou o maior retorno sobre investimentos, chamado de ROI, com preço médio de R$ 55 mil – ou 11,5% de margem bruta de lucro e uma média de 27 dias de giro de estoque. Apesar de perder o topo da lista, a Toyota se manteve na segunda e na terceira posição, com o Corolla Cross (preço médio em R$ 156 mil; margem bruta de 9,5% e giro de estoque em 22 dias) e o Yaris Hatch (preço médio em R$ 92 mil, margem bruta de 11,3% e giro de estoque em 32 dias), respectivamente.
Modelos 0km têm redução de preços – Os veículos 0km apresentaram redução de preços em agosto pelo terceiro mês consecutivo. É o que apontam os dados do Índice Webmotors, que calcula todos os meses as variações percentuais dos valores dos carros anunciados na plataforma. Segundo o levantamento, o preço médio dos veículos novos apresentou redução de -0,117%, o que representa uma variação de -0,047 ponto percentual com relação a julho, quando o índice apresentou -0,070%. Desta forma, agosto dá sequência à tendência de redução nos preços dos 0km iniciada em junho.

O sucesso do Dolphin – O BYD Dolphin emplacou 4.611 unidades em agosto, sendo 3.300 do Mini e 1.311 do “normal”, segundo a Fenabrave. Com isso, chinês supera hatches tradicionais como o Honda City (1.357) e os franceses Citroën C3 (852) e Peugeot 208 (749). No ranking da categoria, se destacam o VW, com 12.908; Fiat Argo, com 10.097; e o Hyundai HB20, com 7.590. Outros elétricos bem emplacados foram o BYD Yuan Pro, com 651; GWM Ora 03, com 320; e BYD Seal, com 257.
O sucesso do Dolphin 2 – A atenta à boa aceitação do BYD Dolphin Mini no mercado brasileiro, a Mobiauto — segundo maior marketplace de veículos do Brasil — verificou em sua base de dados a variação do preço médio do modelo no último ano. Entre agosto de 2024 e agosto de 2025, o elétrico apresentou uma desvalorização média de -7,85%. O carro importado da China, que há um ano custava R$ 115.800, atualmente vale R$ 106.715. Para efeito de comparação, o Volkswagen Polo Track — versão de entrada do automóvel mais vendido do Brasil em 2024, com mais de 140 mil emplacamentos — desvalorizou -17% no período analisado. O hatch foi vendido por R$89.990 em agosto de 2024 como 0km; como seminovo, é avaliado em R$ 74 mil. O BYD Dolphin Mini soma mais de 39 mil emplacamentos no acumulado de 2025, enquanto o Volkswagen Polo já vendeu mais de 83 mil unidades nos primeiros oito meses do ano.

Direção defensiva: você sabe praticá-la? – O ato de conduzir um veículo de modo a impedir a ocorrência de acidentes, independentemente das ocorrências impróprias realizadas por terceiros ou das condições inseguras encontradas nas vias de tráfego, é o que chamamos de direção defensiva. Portanto, elementos da direção defensiva permitem conduzir um carro a fim de assegurar uma maior proteção ao dirigir, diminuindo a probabilidade de se envolver em um acidente e encorajando a condução consciente.
Importância e benefícios – A direção defensiva envolve um conjunto de técnicas e comportamentos que permitem ao motorista antecipar e responder a possíveis incidentes e perigos no trânsito, independentemente das condições de tráfego ou do comportamento de outros condutores. Dirigir defensivamente pode trazer uma série de benefícios para o motorista. Além de diminuir significativamente a probabilidade de se envolver em acidentes, conduzir de maneira mais segura e eficiente pode resultar em economia de combustível e menor desgaste do veículo, além de proporcionar uma experiência de condução mais tranquila, com menos estresse e preocupação.
Princípios – Existem 5 elementos básicos da direção defensiva que são como pilares para a boa prática de condução.
1. Conhecimento e prevenção – Um motorista defensivo deve estar atualizado sobre as leis e regras de trânsito e deve ter conhecimento dos procedimentos e problemas com o veículo que podem ser considerados infrações ou podem oferecer algum risco. Ele também precisa agir de forma preventiva, garantindo que seu veículo está em boas condições e que possui o conhecimento e recursos necessários para agir no caso de algum imprevisto.
2. Habilidade – Assim como em todas as atividades na vida, quanto mais você pratica algo, mais você treina e desenvolve sua competência. É essencial desenvolver suas habilidades no volante de forma segura e gradual. Pratique rodando por vias mais calmas em dias menos movimentados antes de pegar um trânsito na estrada.
3. Atenção – Uma direção defensiva exige estar sempre preparado para agir. Para isso, é preciso estar em boas condições físicas e mentais para dirigir, conhecer bem o veículo que está conduzindo e estar pronto para tomar medidas evasivas, se necessário. Evite distrações durante a condução, observe se o volume do rádio ou a conversa com o carona não atrapalham a sua percepção do trânsito ao redor.
4. Previsão – Não podemos prever o futuro, mas precisamos treinar nossa habilidade de antecipar situações de risco. Isso significa estar atento ao comportamento de outros motoristas, pedestres e ciclistas, bem como às mudanças nas condições da via, como obras ou acidentes. Manter uma distância segura dos outros veículos, observar sempre os retrovisores e mais à frente do caminho e prestar atenção aos sinais de trânsito com o máximo de antecedência são atitudes cruciais para uma condução defensiva.
5. Ação – Um motorista defensivo utiliza todo o conhecimento e habilidade que adquiriu para tomar as decisões corretas e no momento certo. Ele precisa ser capaz de executar ações de maneira segura e eficaz. Isso pode incluir uma frenagem de emergência, o desvio de obstáculos ou a comunicação com outros motoristas através de sinais.
Práticas de direção defensiva
Existem alguns procedimentos que fazem parte do que chamamos de direção defensiva:
- Faça manutenção preventiva: manter a manutenção do seu veículo em dia é uma das melhores maneiras de mantê-lo seguro. Não se esqueça dos pneus também.
- Mantenha distância: sempre mantenha uma distância segura entre seu veículo e o da frente, permitindo tempo para reação em caso de frenagem brusca.
- Conheça os pontos cegos: uma dica importante para todos os motoristas é avaliar os pontos cegos da direção antes de dirigir; dessa forma, você pode se atentar a eles antes de mudar de faixa ou fazer uma curva.
- Observe as condições da via e do clima: fique atento ao caminho, reduza a velocidade em estradas esburacadas e ajuste os recursos do veículo de acordo com as condições climáticas, como chuva e neblina. Tenha certeza de escolher um pneu adequado para o seu veículo e para as vias em que costuma trafegar.
Ser um motorista defensivo é ser um motorista consciente e responsável. A direção defensiva é essencial para garantir a segurança no trânsito. Adotar essas práticas não só protege você, mas também os outros usuários da via, contribuindo para um trânsito mais seguro e harmonioso.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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