O líder sindical dos trabalhadores rurais de Petrolina, Francisco Pascoal Chicô, é o novo presidente da secional pernambucana da Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB). Ele liderou a chapa eleita no VI congresso estadual da Central realizado neste final de semana na sede do Sindicato dos Servidores da UPE, no Recife. Também integram a direção a professora Anna Davi como vice-presidente e o servidor público federal José Luís Simões como secretário-geral.
A CTB é uma das maiores centrais sindicais do Brasil, organizada sob a influência do PCdoB e do PSB. A chapa eleita é formada por militantes dos dois partidos em articulação conduzida pela presidente estadual do PCdoB, Thiara Milhomem, e pelo secretário sindical nacional do PSB, Evaldo Costa.
Os sindicalistas definiram ainda que darão total apoio às iniciativas do governo Lula para que os super-ricos paguem impostos e para a consolidação da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
“Lutaremos nas fazendas, nas fábricas e nas ruas por melhores salários e condições de vida para os trabalhadores, assim lutaremos para eleger representantes e aliados da classe trabalhadores em todos os níveis na próxima eleição”, declarou Chicô em seu discurso de posse.
Também foram eleitos: Helmiton Beserra (secretário de Finanças), Bismarck Saraiva (adjunto), Ilzenaide Mendes (Saúde do trabalhador), João Francisco Ronda (Política agraria), Fábio Couto (formação), Ana Nery (Mulher Trabalhadora), Maria Oliveira (Saúde), Wallace Melo (Comunicação), entre outros.
A direção eleita tem mandato com duração de quatro anos para executar o programa aprovado pelos mais de 250 delegados que participaram do conclave. A luta contra a jornada 6×1 e pelo resgate das conquistas históricas dos trabalhadores, suprimidas pela chamada reforma trabalhista dos governos Temer e Bolsonaro, são os principais pontos.
Há ausências que não chegam com alarde. Elas apenas começam a ocupar o espaço do que antes era presença. É como uma flor que se desprende da varanda e cai, não por desamor, nem por tempestade, mas porque chegou sua hora de ir. A gente não vê quando ela solta o caule. Só nota quando vai regar e o vaso está vazio. E então começa o luto: não daquele que grita, mas daquele que sussurra dentro de nós por muito tempo.
Perder para sempre não é um ato único. É uma sucessão de descobertas do que já não está. É quando, sem querer, você prepara duas xícaras de café. Quando escuta uma música e sorri, para depois chorar. Quando vê um vestido no armário e se pergunta por que ele ainda está ali, como um fantasma de tecido.
Pablo Neruda escreveu: “Posso escrever os versos mais tristes esta noite. Escrever, por exemplo: ‘A noite está estrelada, e tremem, azuis, os astros, ao longe.’”, e há noites em que parece que o mundo inteiro ecoa essa dor. Porque a tristeza das estrelas não é a escuridão, é o brilho que continua mesmo depois que algumas já morreram. Como certas pessoas. Como certos amores. Como certas vozes.
Cecília Meireles dizia que “a vida só é possível reinventada”. E é verdade: perder para sempre exige reinvenção. Não se trata de esquecer, ninguém esquece o que foi raiz. Trata-se de reorganizar o amor dentro da ausência. De fazer dele um altar silencioso no coração. E como dói.
Rainer Maria Rilke nos lembrava: “A única pátria que nos resta é a infância.” Talvez por isso a perda doa tanto, porque ela nos arranca da pátria. Ela nos desterra. Quem perde alguém que amava perde também um pedaço do chão onde firmava os pés. E então a vida passa a ser esse caminhar vacilante, tentando se equilibrar entre lembranças e rotinas, entre lágrimas escondidas e sorrisos fingidos.
Clarice Lispector disse com a coragem dos que sentem: “A saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença.” Mas e quando a presença não vem mais? E quando o outro virou pó, sombra, vento, nome? A fome vira costume. E o costume vira parte de quem somos. Como o braço que já não temos, mas que ainda coça. Como a voz que já não ouvimos, mas que ainda responde quando a chamamos no silêncio.
Drummond, em sua serenidade triste, escreveu: “A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.” Mas há dores que não permitem escolha. Há dores que nos tornam quem somos. Que nos moldam, que nos quebram, que nos ensinam a amar o que resta. E a flor caída da varanda é só uma imagem. A verdade é que todos temos alguém que se foi. Todos carregamos um nome tatuado em silêncio. Todos, mesmo os que sorriem, guardam um pouco da noite dentro de si.
E sim, a vida segue. As luzes continuam acendendo. As estações mudam. Os filhos crescem. Os amigos envelhecem. Os aniversários chegam, mesmo sem bolo, mesmo sem parabéns. E a gente aprende a caminhar com a ausência — não como quem supera, mas como quem aceita. Como quem aprende a amar o que já não está.
A flor que cai da varanda nunca volta ao caule. Mas, um dia, quando você menos esperar, ela nascerá de novo em outro canto, talvez no jardim da memória, talvez no sonho de uma madrugada calma. E você vai reconhecê-la. Não porque é igual, mas porque carrega o mesmo perfume.
Perder para sempre é um ato de amor que continua mesmo sem reciprocidade. É continuar escrevendo cartas que nunca terão resposta. É seguir olhando para o céu e dizendo: “Se estiver me ouvindo, saiba que ainda te amo.” E, no fundo, acreditar que o amor verdadeiro, como a luz das estrelas, chega mesmo quando parece tarde demais.
*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras
O PT e a federação do União Brasil com o PP viraram elementos centrais na disputa polarizada entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), para a eleição de 2026 pelo Governo de Pernambuco.
Juntos, esses partidos teriam, atualmente, parcela expressiva do tempo de propaganda no rádio e na televisão, aferido de acordo com o tamanho das bancadas na Câmara. A federação União-PP tem 111 deputados (21% do total), enquanto a do PT, que também tem PC do B e PV, tem 79 (15%).
O cálculo de que, somadas, as duas federações teriam possivelmente mais de um terço do tempo total já é feito pelos aliados de Raquel e Campos, que querem ter domínio nesse campo a fim de se prevenir de críticas do campo adversário.
A federação União Brasil-PP ainda não foi oficializada pelo Tribunal Superior Eleitoral, enquanto PT, PV e PC do B ainda vão definir se continuam federados por mais quatro anos — o atual vínculo vai até 2026.
O partido do presidente Lula (PT) tem como prioridade em Pernambuco no próximo ano a reeleição do senador Humberto Costa (PT). O petista deverá ser candidato na mesma chapa que João Campos, que não faz mais mistério a aliados de que vai concorrer ao governo no próximo ano.
Porém Humberto não fechou as portas para a governadora, que quer ter o petista como um dos dois candidatos ao Senado da sua chapa. O obstáculo para isso é Lula, que tem uma aliança nacional com o PSB.
A interlocutores Humberto Costa já indicou que é muito difícil o PT apoiar a reeleição de Raquel Lyra, seja pelas distâncias ideológicas, já que a coalizão da governadora também reúne bolsonaristas, como pelo pleito do PSB, que tem Pernambuco como sua prioridade número 1 na eleição do próximo ano.
Em Pernambuco, o comando do União Brasil faz parte da base de apoio ao prefeito do Recife. A sigla quer lançar o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho como candidato ao Senado. Porém o acordo entre União Brasil e PP prevê que a federação da legenda seja presidida no estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP), um dos principais aliados de Raquel.
A federação União Brasil-PP não descarta, inclusive, tentar emplacar dois nomes numa chapa majoritária, seja a de Raquel ou a de João Campos. O cenário no lado do prefeito está mais congestionado, já que, além de Humberto e Miguel, a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), também querem disputar o Senado.
Uma das alterações no radar de João Campos é a possível mudança de lado do PP, o que levaria toda a federação com o União Brasil para junto do PSB. O prefeito acredita que, com a governadora atrás nas pesquisas de intenção de voto, poderá atrair o grupo político de Eduardo da Fonte para seu lado.
Dirigentes nacionais da federação União-PP afirmam que querem emplacar um nome para o Senado e outro para a vice, independente da coligação em que estejam. Uma hipótese seria Eduardo da Fonte para o Senado e Miguel como candidato a vice-governador, ou o ex-prefeito indo para a disputa do Senado e o deputado indicando um candidato a vice.
O presidente do PP em Pernambuco, Eduardo da Fonte, que vai liderar a federação União-PP no estado, tem boa relação com Humberto Costa.
João Campos já declarou publicamente que o PSB apoiará a reeleição de Lula, o que o aproxima do PT no estado. Entretanto, há alas petistas que são próximas à governadora, como a bancada de deputados estaduais e parte dos prefeitos do partido no interior.
O presidente estadual do PT, deputado Doriel Barros, afirma que deseja ter o apoio dos dois palanques para Lula no próximo ano em Pernambuco.
“Sou defensor da ideia de que Raquel apoie Lula. Precisamos reeleger o presidente Lula. Quanto mais apoios tivermos para ele, melhor. E isso seria um reconhecimento ao trabalho do presidente por Pernambuco”, diz.
Ele afirma, porém que “essa decisão só vai ser tomada no próximo ano em sintonia com o projeto de reeleição”.
Uma chapa com Raquel, Humberto e Dudu da Fonte é tida pelo Palácio do Campo das Princesas como um xeque-mate eleitoral sobre o PSB. Mas há reconhecimento das adversidades para efetivá-la.
Em 2022, Raquel Lyra optou pela neutralidade e não declarou voto no segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro.
A avaliação no governo estadual é que dificilmente Raquel terá uma posição sobre apoiar Lula antes de 2026 chegar, até porque o seu próprio partido, o PSD, pode lançar candidato próprio à Presidência da República, como o governador do Paraná, Ratinho Júnior.
Partido do Real e da modernização do Estado brasileiro, o PSDB por duas décadas protagonizou com o PT os rumos da política nacional, vangloriando-se de possuir os mais bem preparados quadros políticos e técnicos do país. Com o mesmo esmero, suas lideranças dedicavam-se nos bastidores a sucessivas traições e sabotagens. Denúncias de corrupção e o surgimento de Bolsonaro acentuaram a crise e rasgaram a superfície de polida competência do partido, que hoje depende de fusão ou federação com outras siglas para sobreviver.
Era uma manhã de março de 2016 quando o destino tocou a campainha do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Aécio Neves, então senador, recém-desembarcado em Congonhas, atravessava a cidade com uma comitiva de repórteres. Não vinha para conversar. Queria arrastar o governador Geraldo Alckmin até a avenida Paulista, onde fervilhava a maior manifestação pró-impeachment de Dilma Rousseff.
“Isso é uma armadilha”, murmurou o governador, seco, a dois assessores. Sabia que, se não fosse, os jornais do dia seguinte o carimbariam como o responsável pelo racha tucano. Suspirou, entrou na van e partiu. No trajeto, os dois homens, que um dia representaram o futuro do país, viajaram lado a lado, calados, como estranhos no mesmo velório.
Na Paulista, antes do cheiro de fritura dos ambulantes, vieram as vaias. Cartazes pediam cadeia. Um manifestante gritou “corrupto” diretamente a Aécio. Para quem conhecia o ninho tucano por dentro, era o início do fim de um projeto que prometera civilizar a política nacional — e acabava linchado no meio da rua.
Alckmin via nas pedaladas fiscais atribuídas ao governo Dilma não um crime, mas uma farsa. Dizia aos próximos que, sob aquele microscópio ideológico, nenhum prefeito passaria sem arranhões. Para ele, o impeachment era juridicamente frágil e politicamente perigoso, um precedente que poderia ser usado contra qualquer governante.
A irritação do governador não era só jurídica. O PSDB começava a flertar com um terreno que jamais fora o seu: polarização sem freios, rua ensandecida, populismo do ódio. “Já não era um movimento que nos cabia bem”, admite hoje Aécio Neves, em entrevista à Folha. “Era uma coisa esquisita, radicalizada.”
Quem também enxergou o erro, tarde demais, foi Aloysio Nunes Ferreira, vice na chapa de Aécio em 2014. “Naquele processo de impeachment, estávamos misturados com gente da extrema direita. Quando surgiu um líder de extrema direita, o eleitorado foi embora.”
Da queda de Fernando Collor (1992) à chegada de Jair Bolsonaro ao Planalto (2019), o Brasil deslizou para a direita nos costumes, mas não gerou um líder conservador à altura do palco nacional. O PSDB ocupou esse vácuo como figurante de luxo. Colheu votos, mas perdeu a alma. Quando Bolsonaro enfim surgiu, o público voltou ao seu “galinheiro ideológico”.
A travessia do impeachment à pandemia foi uma sangria lenta. O partido definhou em discurso, quadros e votos. Alckmin filiou-se ao PSB e virou vice de Lula. Fernando Henrique Cardoso e José Serra recolheram-se. Aloysio saltou do barco, assim como os governadores Eduardo Leite e Raquel Lyra. Sobrou Aécio, condômino solitário de uma legenda vazia.
Entre os líderes que puxaram a fundação do PSDB estão os senadores Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas e Afonso Arino. Foto: Luciano Andrade/Folhapress
O desastre estourou nas urnas: 59 deputados federais eleitos em 2002; 43 em 2006; 53 em 2010; 54 em 2014; 29 em 2018; míseros 13 em 2022. Testemunhei essa derrocada de perto, mais especificamente de 2010 a 2018, nas campanhas presidenciais de Serra em 2010 e de Alckmin em 2018. Entre essas duas datas, fui secretário de comunicação de Alckmin no governo do Estado de São Paulo.
Hoje, o PSDB vaga como um zumbi institucional: respira por aparelhos fornecidos pela cláusula de barreira e só se mantém de pé graças à esperança de uma fusão ou federação que lhe garanta tempo de TV e verba do fundo partidário.
A contradição de origem
O PSDB já foi o partido do Plano Real e dos quadros mais bem preparados da política brasileira. Durante duas décadas, encarnou o espírito do diálogo e do consenso. Entre 1994 e 2014, o Brasil viveu sob um duopólio imperfeito. Os tucanos sustentaram seu lado da equação com técnica, compostura institucional e ambição modernizante.
Esse foi o retrato traçado, com certa nostalgia contida, pelo vice-presidente da República. Fundador do PSDB, Alckmin disse à Folha que o partido foi “promotor de grandes avanços sociais e econômicos”, defensor intransigente da democracia. Falava como quem olha para trás com gratidão. Sem ressentimento, sem deslealdade. Talvez apenas com uma ponta de melancolia.
Atrás da superfície polida da competência, o PSDB carregava, desde a origem, uma contradição estrutural. Nunca foi exatamente um partido. Era mais uma federação de caciques, amarrados por conveniências eleitorais e antipetismo comum. Uma social-democracia sem sindicatos. Um clube de notáveis que confundia excelência técnica com legitimidade popular. Seu maior trunfo, o rigor gerencial, foi também seu limite. Sobraram planilhas, mas faltou povo.
Em 2015, FHC parecia ter compreendido o impasse com a clareza dos que já não disputam o poder. Essa lucidez se manifestava nas sessões de pôquer que promovia em seu apartamento, ou no de João Rodarte, jornalista e parceiro de cartas, das quais eu participava.
O ex-presidente durante entrevista na Fundação Fernando Henrique Cardoso, no centro de São Paulo. Foto: Keiny Andrade/Folhapress
As apostas eram modestas: quem vencia saía, no máximo, com R$ 200. FHC não blefava. Seu hobby era desmascarar os blefadores — como se aquele jogo lhe oferecesse um simulacro controlado da política real, onde tudo era engano, mas ao menos havia regras.
À volta da mesa, copos d’água e silêncios longos acompanhavam alguns dos cérebros mais afiados da vida intelectual brasileira — o sociólogo Leôncio Martins Rodrigues, o historiador Boris Fausto.
Em meio às rodadas, FHC deixava escapar, entre ironias e desabafos, seus diagnósticos sobre o partido que fundara. “A maternidade do PSDB encerrou suas atividades”, dizia, meio rindo, meio resignado. “Não nasce mais ninguém. São os mesmos desde 1994. Vão todos ficando velhos. O único que não envelhece aqui sou eu.”
Em outra conversa, o ex-presidente confessaria: “Se voltasse no tempo, teria me dedicado muito mais ao PSDB”. Soava como um pecado venial, mas ecoava como um epitáfio precoce de um projeto que envelheceu antes de aprender a se renovar.
A ironia era afiada: o sucesso do Plano Real destruiu qualquer senso de urgência pela construção partidária. Com FHC no Planalto e os tucanos distribuídos por governos estaduais e prefeituras, quem precisava de diretórios fortes, convenções vibrantes ou quadros novos? O poder embriagava. A gestão deslumbrava. Mas não deixava descendência.
2004 e 2008: A traição paulistana
A sequência de autossabotagens selou o destino tucano. Das punhaladas internas aos predadores externos, o PSDB construiu sua própria erosão com esmero.
Uma das primeiras emboscadas ocorreu em 2004, com a traição paulistana. Houve um telefonema que poderia ter mudado o rumo da política brasileira.
No apartamento do velejador Lars Grael, filiado ao então PFL, o aparelho tocou. Do outro lado, José Serra fazia um convite improvável: queria o medalhista olímpico como seu vice na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Gestor competente, com passagem pelo Ministério do Esporte no governo FHC, Lars era, para Serra, o tipo ideal de político: alguém que ainda não era político.
A base reagiu com instinto feroz. Tucanos e pefelistas, unificados como raramente se viu, lançaram o ultimato: “Se o vice não for Kassab, a candidatura não vai pra rua”. Serra, pragmático como sempre, cedeu. E Gilberto Kassab, então deputado federal pelo PFL, virou o vice e um dos mais fiéis parceiros do tucano.
Serra foi eleito prefeito naquela eleição de 2004. Quinze meses depois, em março de 2006, quebrou a promessa de cumprir o mandato e renunciou ao cargo para disputar o governo do Estado. Deixou a prefeitura nas mãos de Kassab, que mais tarde construiria o PSD.
José Serra na época em que foi ministro do ex-presidente Michel Temer. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Em 2008, o PSDB expôs à luz do dia sua primeira grande fissura. Serra, governador de São Paulo, jogou todas as fichas na reeleição de Kassab na prefeitura da capital, ignorando sem cerimônia a candidatura de seu correligionário Geraldo Alckmin. Kassab venceu. Alckmin nem chegou ao segundo turno. Mais que uma derrota eleitoral, foi uma humilhação moral para o PSDB.
A ironia histórica foi dessas que a política arquiva com gosto. Se Lars Grael tivesse sido vice de Serra em 2004, Kassab jamais teria herdado a Prefeitura de São Paulo. Sem essa vitrine, talvez não tivesse construído o partido que hoje comanda como uma orquestra regida por pragmatismo implacável: o PSD.
2010: O teatro de Belo Horizonte
A partir de São Paulo, o PSDB se especializou em fazer oposição a si mesmo. Em 2010, foi a vez de Minas Gerais entrar no palco. O teatro da harmonia entre Aécio e Serra encenado em Belo Horizonte escondia, nos bastidores, a disputa mais silenciosa — e mais venenosa — do partido.
Era 4 de março. A inauguração da Cidade Administrativa parecia o que de fato era: o lançamento não declarado de uma candidatura presidencial. Serra, convidado de honra, sorria para as câmeras em sincronia com Aécio, então governador de Minas, como quem sabe que está num jogo, mas finge que não decidiu se quer jogá-lo.
Ambos conheciam o roteiro: 2010 parecia um beco sem saída. Lula, no final de seu segundo mandato, batia recordes de aprovação; Dilma Rousseff carregava o carisma transferido pelo padrinho.
Aécio, favorito natural das prévias tucanas, já havia deixado, discretamente, a disputa. Queria que o provável sacrifício ficasse com Serra, a quem tratava com juras de lealdade, incentivando-o a embarcar na disputa e prometendo o apoio de Minas. O mineiro sabia que a provável derrota do paulista deixaria o campo livre em 2014, quando, calculava, o ciclo do PT no Planalto chegaria ao fim.
Aécio toma posse como governador de Minas Gerais. Foto: Eugenio Savio
O golpe colou, mas Serra e Aécio jamais confiaram um no outro. Viviam mergulhados em clima de paranoia mútua. Aécio suspeitava que Serra espalhava rumores sobre seu suposto uso de drogas. Serra, por sua vez, culpava Aécio por matérias publicadas na imprensa sobre supostos esquemas de corrupção do PSDB paulista.
Na campanha de 2010, levantamentos encomendados sob sigilo por Serra ao cientista político Antônio Lavareda davam sinais dúbios. Apontavam o governador de São Paulo na frente, mas também indicavam que Dilma teria grandes chances de vitória em um eventual segundo turno. Não era o que Serra queria ouvir. O diagnóstico o incomodou tanto que Lavareda foi temporariamente posto na geladeira, sem novas pesquisas encomendadas a ele por um tempo.
Meses depois, Serra voava de Belo Horizonte para São Paulo quando ouviu de um assessor irreverente a pergunta dissonante: “Você já assistiu a ‘O Show de Truman?”. Fazia uma comparação entre o filme de 1998, no qual o ator Jim Carrey é um homem que desconhece que sua vida é uma realidade simulada por um programa de TV, e a campanha presidencial tucana.
Nas imagens, viam-se quarteirões tomados por militantes, bandeiras tremulando, aplausos esfuziantes. Tudo parecia apontar para a vitória. Bastava, contudo, andar dois quarteirões além do palanque para ver o que as lentes não mostravam: ruas desertas, ônibus fretados discretamente estacionados, motoristas confessando que os passageiros haviam vindo em troca de um lanche e algum trocado. Era uma encenação meticulosa. Um “Show de Truman” tucano.
As urnas confirmaram a profecia de Lavareda. Dilma venceu Serra no segundo turno. E pior: mesmo com Aécio oficialmente “ao seu lado”, o tucano foi atropelado pela petista em Minas Gerais: 58,45% contra 41,55%. O estado em que o PSDB dominava o governo tornava-se, ironicamente, seu território mais ingrato.
2014: A última chance
Quatro anos depois, seria a vez de Aécio testar o próprio nome nas urnas. Na noite de 26 de outubro, no início da apuração dos votos, o mineiro estava na frente. O ciclo tucano, adormecido desde FHC, parecia prestes a ser religado.
A reviravolta começou pelo Nordeste. Urna após urna, Dilma virou o jogo e consolidou a vitória apertada, 51,64% contra 48,36%, a menor margem já registrada em uma eleição presidencial brasileira até então. O fantasma de Minas assombrou os tucanos de forma ainda mais intensa: Aécio perdeu em sua própria base eleitoral. Para o PSDB, foi ao mesmo tempo a maior chance de voltar ao Planalto em 12 anos e o último suspiro de relevância nacional.
Quatro dias depois do segundo turno, o partido protocolou no TSE um pedido de auditoria especial nos resultados da votação. Era o início de um novo paradigma: difundiu-se a ideia de que eleições poderiam ser colocadas sob suspeita quando o resultado desagradasse.
Aécio Neves (PSDB) e Dilma Roussef (PT) no último debate das eleições 2014 na TV Globo, no Rio de Janeiro. Foto: Eduardo Knapp/Folhapress
Aécio, até hoje, rejeita essa leitura com veemência. “Essa versão foi espalhada pelo PT, e muita gente comprou”, afirma. “Nunca contestamos o resultado. Às 20h30 do domingo da eleição, liguei para a presidente Dilma e a cumprimentei pela vitória.”
Segundo ele, o pedido de auditoria nasceu de pressões externas. Inundado por mensagens relatando falhas em urnas, o partido se sentiu compelido a dar uma resposta institucional. “Eu, pessoalmente, não duvido do resultado da eleição. Mas acho que uma parcela razoável da população tem dúvidas. E defendo, muito antes de o Bolsonaro existir, um sistema que possa eliminá-las.”
Para Aécio, o problema não está nas urnas eletrônicas, mas na falta de transparência percebida pelo eleitorado. “Isso alimenta o processo contínuo de contestação, principalmente por parte da direita mais radical.”
2016: O usurpador do tucanato
A entrada de João Doria no PSDB foi o atestado de óbito da última tentativa orgânica de reconstrução tucana. Nos bastidores das prévias para a Prefeitura de São Paulo, o governador Alckmin oscilava entre a indecisão e o controle. Andrea Matarazzo era o nome natural do partido, respaldado por FHC, Serra e outras lideranças históricas.
Uma reunião pró-Matarazzo aconteceu na casa de José Gregori, ministro da Justiça no governo tucano. A alta cúpula do partido estava presente, incluindo Serra e FHC.
Alckmin foi convidado por e-mail. Na verdade, ninguém o queria lá, o que o deixou extremamente irritado. Leu a articulação como um ato de traição. O fato é que chamou Doria no dia seguinte e disse: “Agora vá lá e ganhe essa convenção”, contou uma testemunha do episódio.
Uma das leituras é que o apoio de Alckmin a Doria foi também um acerto de contas. Afinal, a lembrança de 2008, quando foi derrotado por um Kassab apoiado por Serra, ainda doía.
Doria, poucos dias antes de deixar o cargo de governador de SP para disputar a Presidência nas eleições de 2022. Foto: Aloisio Mauricio/Agência O Globo
Eleito nas prévias tucanas com gastos próprios até então nunca vistos pelo partido, Doria demoliu nas urnas o petista Fernando Haddad, que buscava a reeleição.
A boa relação de criador e criatura, contudo, durou pouco. Pouco após assumir a Prefeitura de São Paulo, Doria embarcou com Alckmin rumo a Nova York para participar de um roadshow com investidores.
No palco, vendiam o mesmo Estado. O governador fez a defesa burocrática do modelo paulista. O prefeito veio em seguida e apresentou-se como o gestor de que o Brasil precisava. Não fez nenhuma menção a seu padrinho político. Nenhum gesto de deferência.
Na mesa ao lado, o secretário estadual Saulo de Castro cochichou no ouvido do governador: “Viu, Geraldo? Ele acabou de se lançar candidato à Presidência”. No íntimo, Alckmin esperava que Doria o consagrasse como o próximo presidente do Brasil. Começou ali um processo rápido e irreversível de arrependimento e ódio.
Em 2018, Doria repetiu a tática de Serra. Rompeu a promessa feita ao eleitor e candidatou-se ao governo estadual, vencendo no segundo turno. Em 2022, venceu as prévias para concorrer ao Planalto, mas depois desistiu da corrida, alegando sabotagem do partido. Pela primeira vez desde sua fundação, o PSDB ficou sem candidato à Presidência do Brasil.
O ex-deputado tucano José Aníbal assim classifica a introdução de Doria no partido: “Eu disse desde o início. Ele seria o cupim do PSDB”. Aécio Neves concorda: “A entrada do Doria foi o episódio mais trágico da história recente do partido.”
A reportagem procurou João Doria. O ex-governador preferiu não conceder entrevista. Enviou, por escrito, uma mensagem com pedido explícito de publicação na íntegra.
“Venci as três prévias do PSDB que disputei com bons candidatos do partido. Na sequência, venci as eleições para prefeito de São Paulo no primeiro turno, em 2016 — fato único na história política da cidade até hoje. Depois, venci as eleições para governador do Estado, com mais de 11 milhões de votos, em 2018. Já em 2022, venci novamente as prévias do PSDB para presidente da República, disputando com expressivos candidatos do partido. Embora tenha sido vitorioso, o PSDB não honrou o resultado das prévias nem a vontade dos seus filiados. Tomei, então, a decisão de desligar-me do partido. Não tenho mágoas nem ressentimentos de ninguém. E desejo boa sorte ao PSDB.”
2017: A fuga pela garagem
Quando viram que havia imprensa do lado de fora, as pessoas fugiram pela garagem. Era maio de 2017, e a cena, na residência de Aécio Neves em Brasília, tinha todos os elementos de uma tragédia política.
Dias antes, gravações da JBS encaminhadas à Procuradoria-Geral da República, como tentativa de um acordo de delação premiada, mostravam Aécio pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. O diálogo rapidamente se tornou símbolo da degradação política nacional.
Aécio convocou uma reunião de emergência com a cúpula partidária para explicar-se e pedir respaldo. A cena beirava o surreal. Ele disse que pediu o dinheiro como um empréstimo pessoal, e não em um ato de corrupção, para pagar honorários advocatícios decorrentes da eleição de 2014.
Contou que tentou vender seu apartamento no Rio, mas ninguém quis. Estava desesperado. Teria acertado com Joesley Batista a entrega do imóvel como forma de pagamento.
Aécio convocou a imprensa acreditando que, ao fim da reunião, os colegas sairiam em sua defesa. Não saíram. Ou melhor, saíram pela garagem, uma fuga em massa, ao verem jornalistas na porta. Nenhuma palavra foi dada em favor do companheiro em apuros.
“A solidariedade nunca foi mesmo matéria-prima do PSDB”, reconhece Aécio em tom amargo. Acusado de corrupção passiva, ele foi depois absolvido pela Justiça.
2018: o partido nu
O PSDB chegou a 2018 fragilizado, sem o voto antipetista que antes o cobria e com a imagem de lisura arranhada pela Lava Jato. Em acordos de delação premiada firmados com a Procuradoria-Geral da República, executivos da Odebrecht disseram ter repassado milhões de reais em caixa dois para as campanhas eleitorais de Serra, Alckmin e Aécio, entre outros figurões do partido.
Ao longo dos anos também acumularam-se denúncias sobre supostos pagamentos de propina e formação de conluios para a elaboração de projetos e construção das linhas do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nas gestões tucanas em São Paulo.
Em 2018 Alckmin partiu para sua segunda candidatura presidencial. A despeito de tudo, havia algum motivo para confiança, pois sua gestão como governador seguia bem avaliada.
A realidade, contudo, impôs outro roteiro. Em São Paulo, reduto histórico do tucanato, estado no qual foi o político que por mais tempo ocupou o cargo de governador após a ditadura, Alckmin ficou em quarto lugar, atrás de Bolsonaro, Haddad e Ciro Gomes.
Mais que um tropeço, foi uma humilhação histórica. Alckmin, apoiado por oito partidos e dono de 44% do tempo total de TV, terminou o primeiro turno também em quarto lugar no país. Obteve apenas 4,76% dos votos válidos, o pior desempenho presidencial do PSDB desde sua fundação.
A tragédia tucana foi intensificada pelo abandono. Ao perceber o fracasso iminente, João Doria incentivou nos bastidores o voto BolsoDoria, aprofundando a cisão interna.
Naquela eleição as pessoas viraram as costas para a televisão e passaram a ser bombardeadas por WhatsApp e redes sociais. Bolsonaro, com apenas 8 segundos de tempo de TV, soube explorar esse novo ambiente. O PSDB não percebeu que o jogo havia mudado.
Pela primeira vez em quase três décadas, disputou sem contar com o voto antipetista de direita, que passou a ter dono. Ao contrário, fez uma campanha de centro-esquerda, poupando o PT e criticando duramente Bolsonaro. Revelou-se o que era: um partido dúbio, esvaziado, órfão de base social, de narrativa e ambição.
O diagnóstico e o plot twist
O PSDB contratou recentemente o instituto Quaest para avaliar a opinião da população sobre o partido. O diagnóstico foi brutal. O principal problema constatado tem nome e sobrenome: Aécio Neves. A rejeição do mineiro, segundo a pesquisa, contamina toda a legenda.
Numa reviravolta digna da política brasileira, o PSDB negocia hoje a volta de Ciro Gomes depois de 28 anos. Nesse período, Ciro transformou em esporte ataques cruéis a FHC. Desde as eleições de 2018, porém, tem caminhado para a direita, enquanto seu atual partido, o PDT, insiste em participar do governo Lula. Estariam ambos, Ciro e o PSDB, na centro-direita do espectro político.
Desde que deixou os tucanos, Ciro peregrinou por vários partidos: PPS (hoje Cidadania), PSB, PROS e, desde 2015, PDT. Hoje vê na legenda tucana o espaço para reafirmar seu projeto de oposição ao PT.
Ciro Gomes durante debate com os candidatos à Presidência da República nas eleições de 2018. Foto: Bruno Santos/Folha Press
O movimento ganhou força após revelações de fraudes no INSS, descobertas na gestão petista. Apesar de atuar para o desembarque dos pedetistas da base aliada de Lula, Ciro foi voto vencido, e o PDT optou por seguir no governo.
Epitáfio de uma era
Na década de 1990, o PSDB foi o partido da modernização. Nos anos 2000, representou a imagem anti-PT. Em 2010, ainda parecia competitivo. Em 2014, chegou perto com Aécio. Em 2018, tornou-se irrelevante. Em 2022, saiu de cena. Passou da glória do Plano Real ao próprio funeral.
Em São Paulo, berço tucano, está fora do governo estadual, posto que ocupou de 1995 a 2022, e da prefeitura da capital.
Aécio, que restou como guardião das ruínas, ainda cultiva ambições mais nobres. “Nosso objetivo não pode ser só superar a cláusula de desempenho. Queremos dar musculatura a um projeto de centro, mesmo que não seja para vencer as próximas eleições.”
É o que resta: um projeto de centro. Depois do fracasso nas negociações com o Podemos, o partido agora aposta numa federação com MDB e Republicanos. “Há um interesse grande. A questão é que o MDB está muito no governo”, diz Aécio.
Aloysio Nunes observa o esforço de longe, com a lucidez dos que assistem ao próprio epitáfio ainda sendo rabiscado. “Acho que o PSDB está fazendo um movimento correto na luta pela sobrevivência. Só espero que consigam se livrar da hipoteca do bolsonarismo e caminhem para um centro democrático.” E arremata: “Aliás, é onde o Kassab soube perfeitamente posicionar o PSD”.
Com a morte do PSDB, não morre só um partido — morre uma forma de fazer política. A política da expertise, do debate racional, da moderação como princípio. A política que acreditava que bastava estar certo para convencer, ser competente para vencer, ter boas intenções para ser perdoado.
Morre também uma geração. A geração que fez a transição democrática, criou o Plano Real, inseriu o Brasil na modernidade. Homens que, com todos os defeitos, praticavam uma política mais civilizada, mais institucional, mais respeitosa.
Serra, afastado da vida pública devido à doença de Parkinson, recebeu a Folha em sua casa. Disse uma frase que resume mais do que a situação de seu partido. “Tínhamos os melhores administradores e líderes do país. Obviamente, cometemos equívocos, mas isso talvez não tenha mais importância. A política vive hoje tempos de terra arrasada.”
A democracia brasileira ficou mais pobre. Não porque o PSDB seja insubstituível, mas porque a diversidade partidária é um valor democrático. Um país com dois polos — esquerda e direita populista — é um país com menos possibilidades, menos nuances, mais riscos.
*Advogado e jornalista, foi secretário de comunicação do Supremo Tribunal Federal e do Estado de São Paulo (governo Alckmin). Foi também correspondente da Folha de S.Paulo em Tóquio e Washington
O ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro Edinho Silva, 60, deve ser eleito presidente do PT hoje após uma disputa marcada por divergências internas e sob forte intervenção do presidente Lula.
Com um discurso conciliatório e voltado ao diálogo com forças políticas fora da esquerda, Edinho assumirá o comando do partido no momento em que integrantes do governo Lula, do PT e aliados caminham em sentido contrário, com ataques a expoentes do Centrão.
Petistas apostam em Edinho como canal para reaproximação com os partidos aliados, lembrando que ele mantém boa relação com dirigentes de siglas da centro-direita, como os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do PSD, Gilberto Kassab.
A expectativa é que Edinho vença no primeiro turno. Também disputam o comando do partido o deputado federal Rui Falcão (SP) e os dirigentes petistas Romênio Pereira e Valter Pomar.
De acordo com o PT, estão habilitados para votar cerca de 3 milhões de filiados. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informa que há pouco menos de 1,7 milhões de eleitores filiados ao partido, mas a sigla argumenta que os registros da Justiça são defasados e incompletos.
O atual presidente da sigla é o senador Humberto Costa (PE). Ele assumiu o cargo temporariamente depois que a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) deixou o posto em fevereiro para ocupar o cargo de ministra das Relações Institucionais.
Apesar do expressivo favoritismo de Edinho, o discurso que prevalece hoje no PT é mais próximo do que pregam os adversários do ex-prefeito, que fazem parte de setores mais à esquerda da sigla.
Nas últimas semanas, o partido se unificou em torno do discurso de pobres contra ricos e de disputa aberta do debate público com o bolsonarismo e com o Centrão. O próprio Lula instruiu seus aliados a adotar esse tom, como mostrou a Folha.
O movimento do presidente foi motivado pela série de derrotas impostas ao governo pelo Congresso, que barrou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A avaliação na cúpula do Executivo é que forças políticas de centro e direita anteciparam a eleição de 2026, agindo para enfraquecer o governo desde já e reduzir as chances de Lula ser reeleito no ano que vem.
Por essa leitura, segundo petistas, não restaria outra opção ao presidente senão fazer uma disputa direta por eleitores e estimular aliados a propagar ideias que unam ao menos seus apoiadores mais tradicionais. Na prática, o discurso mais moderado de Edinho foi atropelado pelo conflito entre petistas e as forças dominantes do Congresso.
O ex-prefeito diz não haver incoerência. “O governo tem posição, e essa agenda muitas vezes é contraditória com a de boa parte dos líderes do Congresso, mas isso não significa interditar o diálogo e a capacidade de construção de pontos de unidade. Mas o presidente Lula não abre mão de debater com a sociedade brasileira”, afirmou Edinho à Folha.
Lula é o líder inconteste do PT, mas mesmo assim teve dificuldades para unificar seu grupo político dentro do partido – a corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) – em torno do nome do ex-prefeito.
O presidente interveio pessoalmente na disputa, tendo participado de duras reuniões com a ala da CNB que resistia à perda de espaço.
Em março, o chefe do Executivo deixou, contrariado, um encontro que ocorria na casa de Gleisi após desafiar os participantes a apresentar um nome melhor para a função.
A reunião havia sido convocada por uma ala petista para convencer Lula a desistir de seu candidato, mas surtiu efeito contrário. A reação negativa ao que foi considerado uma emboscada ao presidente fortaleceu os apoiadores de Edinho.
Em sua cruzada pela eleição do ex-prefeito, Lula trabalhou para enfraquecer grupos opositores. O presidente convidou a tesoureira do partido, Gleide Andrade, a acompanhá-lo na viagem ao Vaticano para o enterro do papa Francisco. Ali, teria a sondado sobre a possibilidade de desistir da reeleição àquele cargo, uma vez que ela representava um grupo político crítico a Edinho. Não houve sucesso.
Depois, foi a vez de negociar com o prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, que havia se lançado como candidato. Quaquá retirou seu nome após costuras em favor de seu filho no Rio de Janeiro. Quando esse acordo foi selado, em meados de maio, o favoritismo de Edinho aumentou.
As disputas dentro da CNB se proliferaram pelo país, sendo reproduzidas nas brigas pelos comandos dos diretórios estaduais. Uma das primeiras tarefas de Edinho depois de sua provável eleição será reduzir as divisões dentro da corrente, que é majoritária no partido.
Apoiadores dele afirmam que uma rara pacificação interna seria importante para a sigla ter melhores condições de promover a candidatura à reeleição de Lula no ano que vem.
O cargo de presidente do PT deverá colocar o ex-prefeito em uma posição central na eleição de 2026. Se a tradição petista for mantida, o dirigente escolhido no domingo comandará a campanha de reeleição.
A provável vitória de Edinho também pode dar mais tranquilidade ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chefe da equipe econômica está afinado com o PT na defesa de taxação dos setores mais ricos da sociedade, mas suas propostas para a economia enfrentaram resistências do próprio partido em outros momentos.
Edinho, em geral, concorda com as medidas do ministro. Haddad apoiou a candidatura do ex-prefeito desde o início. Lula começou a demonstrar a aliados que queria Edinho Silva como presidente do PT ainda no ano passado. O ex-prefeito de Araraquara estreitou ainda mais seus laços com o presidente da República em 2022, quando foi um dos coordenadores de comunicação da campanha presidencial.
Lula e Edinho Silva, porém, se conhecem há mais tempo. As vitórias do petista nas disputas pela Prefeitura de Araraquara (em 2000, 2004, 2016 e 2020) chamaram a atenção do presidente da República. O interior de São Paulo é uma das regiões onde o PT tem mais dificuldades.
Edinho também foi vereador, deputado estadual e ministro da Secretaria de Comunicação Social no governo de Dilma Rousseff. Além disso, presidiu o diretório estadual do PT em São Paulo.
O PT (Partido dos Trabalhadores) realiza hoje as eleições internas para decidir o novo presidente da sigla. Depois de um hiato de 12 anos, o partido voltou ao formato de escolha direta com votos dos filiados. O 2º turno, se necessário, será em 20 de julho. Além da votação para presidente, a sigla renovará as direções nas esferas municipais e estaduais.
O Diretório Nacional aprovou em 7 de dezembro uma resolução com o calendário do que o partido chama de PED (Processo de Eleição Direta). Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atualizados até 4 de outubro de 2024, o partido tem 1.653.361 filiados.
A sigla utilizará cédulas de papel. O PT chegou a pedir urnas eletrônicas para a Justiça Eleitoral, mas só 16 Estados autorizaram a concessão. Por isso, adotaram um modelo unificado. O resultado, tanto da presidência nacional do partido quanto dos Estados, deve ser divulgado ao longo da semana.
Nos pleitos anteriores, realizados em 2017 e 2019, a atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi eleita e reeleita presidente do PT com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de votação híbrida.
O mandato de presidente do PT é de 4 anos, sendo permitida até uma reeleição. Essa regra vale também para presidentes de diretórios estaduais e municipais. Trata-se de uma regra interna na legenda. Na lei brasileira, nada impede partidos de reelegerem seus dirigentes indefinidamente.
Candidatos
Quatro nomes disputam o cargo. O ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva é considerado favorito. Ele é apoiado pelo presidente Lula e representa a corrente majoritária da legenda, da CNB (Construindo um Novo Brasil).
Caso seja eleito, Edinho, representante da CNB (Construindo um Novo Brasil) terá como uma de suas principais missões ajudar na organização da campanha de Lula à reeleição e na definição das estratégias do PT para o Congresso. O deputado federal Rui Falcão, 81 de anos, é tido como o principal adversário.
Meus avós tiveram forte influência na minha formação. De todos, o que convivi mais de perto foi Severo Martins, pai da minha mãe Margarida Martins. Augusto, pai de meu pai Gastão Cerquinha, não conheci. Morreu antes do meu grito ao mundo, mas vovó Mariinha, sua esposa, me colocou no colo, contou Histórias de Trancoso e povoa a minha mente até hoje com doces recordações.
Foi longeva: morreu com mais de 90 anos num acidente de carro em Cabrobó, vindo de um passeio em São Paulo. Adorava viajar, fumava cachimbo, viciada no jogo do bicho. Todo dia me perguntava se havia sonhado com algum animal para fazer a sua aposta. Vovó Maria Cornélia de Souza, esposa do meu avô Severo, mãe de mamãe, morreu cedo, não a conheci.
Namorador, vovô Severo cuidou de arranjar logo uma companheira, Abigail, que virou nossa avó por extensão. Vindo de Monteiro (PB), vovô era motorista de caminhão e duro no trato. Eu mesmo morria de medo dos seus gritos, da sua cara carrancuda. Ele só dava umas risadinhas quando tomava uma cervejinha antes do almoço. Sua morte foi sem dor: numa cadeira de balanço em meio ao cochilo pós-almoço.
Vez por outra, suas admoestações recheiam minha mente com doces recordações. Avós desempenham papel fundamental na vida familiar, transmitindo valores, sabedoria e amor incondicional. São fontes de histórias, experiências e um porto seguro para netos de todas as idades. A presença deles enriquece a vida familiar, proporcionando memórias preciosas e um senso de continuidade.
Mãe Quitéria (na foto que ilustra a crônica), como tratava minha Nayla a sua avó materna, teve papel preponderante na formação dela, uma raiz que alimenta a sua vida como uma árvore frutífera. Em Sertânia, foi um abrigo de sentimentos bons, um presente de Deus para minha Nayla. A todo instante, abraçava o coração dela, para superar a ausência de Ivete, a mãe, forçada a tentar um novo eldorado em São Paulo para dar uma vida digna à filha.
Na minha convivência diária com minha Nayla fico a matutar com as citações que faz sobre o aprendizado de vida com sua Mãe Quitéria. Diante de uma situação que alguém não consegue lidar com uma tarefa aparentemente mais fácil, recorre a velha máxima aprendida com a avó-mãe: “Quem não pode com o pote, não pega na rodilha”.
Para minha Nayla, Mãe Quitéria transformou o simples em especial com amor, sua ternura fez o mundo dela o lugar mais gentil. Foi a bússola que a guiou com sabedoria, dando muito amor, um amor que nunca envelheceu. Diante de tantas lições que Nayla me passa a cada dia, fico convencido de que avós são depositários dos valores fundamentais da vida.
Criança, ela ouviu muitas histórias de sua Mãe Quitéria que deram o prumo da vida dela. Afinal, ouvir as histórias dos nossos avós é aprender com a sabedoria do tempo. Mãe Quitéria deu duas vezes carinho e duas vezes amor à minha Nayla. Foi, sem dúvida, um anjo abençoado.
Traduzindo para os tempos atuais de globalização, Mãe Quitéria foi o Google da minha Nayla: teve respostas para todas as perguntas e compartilhou histórias incríveis. Foi aquele abraço quentinho em um dia frio, que aquece o coração, um tesouro precioso, guia e protetora, um exemplo de que o amor foi a resposta para todos os problemas e as dificuldades enfrentadas por ela, que, como eu, na infância venceu as adversidades do sertão de vidas secas.
Tem coisa melhor do que casa de avós? Não, porque é abrigo de sentimentos bons, comida quentinha, travessuras e muito amor. Local onde o amor se expande, onde há sorrisos a todos instante, onde Deus se faz Gigante. Orações de avós, dizia minha avó Mariinha, valem mais do que diamante.
Avós criam memórias, eternizam momentos, seus braços abrigam os melhores abraços. Seu amor é gigante que nem dá para medir, somente sentir. São pingos de esperança que Deus deposita nas nossas vidas. Mágicos, em qualquer momento trazem de volta os sabores da infância.
Recorrendo a Rachel de Queiroz, que frequentemente explorava o tema do tempo e da memória em suas obras, os avós, com suas histórias e lembranças, são guardiões dessas memórias familiares, conectando o passado ao presente. São, segundo a autora de O Quinze, a mistura perfeita de risadas, histórias e amor.
Motorista de aplicativo economiza com instalação de painéis solares
Luciana Di Giacomo, moradora de Indaiatuba, no interior de São Paulo, tornou-se motorista de aplicativo recentemente e há sete meses decidiu comprar um carro elétrico. Como já tinha experiência sobre energia solar, quando instalou painéis em sua propriedade em Embu das Artes, teve uma ideia: adquirir um sistema fotovoltaico para gerar a própria energia para seu carro. Foi assim que Luciana colocou um “posto de combustível” em cima do seu telhado e instalou um sistema com 18 painéis solares. Atualmente, a motorista comenta que tem gasto praticamente zero para abastecer o carro e economizou cerca de R$ 3 mil, que era a despesa mensal que ela tinha com combustível.
“Como tenho a energia solar, gero o “combustível” para o carro, pois desde de que instalei os painéis, digamos, pago apenas o mínimo da conta, que é um valor de R$ 130”, comenta. Além da economia, Luciana diz que optou por ter energia solar, um carro elétrico e um carregador por ter mais comodidade. “Meu carregamento total é na minha casa, na minha garagem. Faço com tranquilidade e sem pressa. Na minha rotina, saio bem de manhã para trabalhar e retorno na hora do almoço. É aí que aproveito pra carregar por umas três horas, e saio novamente, voltando apenas a noite”, diz Luciana.
A energia gerada pelo sistema fotovoltaico também alimenta o aquecedor elétrico da piscina e o fogão de indução da sua casa. “Toda a minha casa funciona à base da eletricidade, desde o fogão até a lareira. Tudo mesmo na base de energia. Por esse motivo, optei por adquirir desde o início a energia fotovoltaica. Hoje, posso dizer, que além da economia, estou contribuindo para o meio ambiente, evitando a emissão de gases poluentes, com um trabalho 100% sustentável”, afirma a motorista de aplicativo.
Tendência em alta – O caso de Luciana exemplifica uma tendência que já virou realidade no Brasil: a migração dos motoristas de aplicativo para veículos elétricos. Pesquisa da Uber afirma que o Brasil já apresentou um crescimento de 500% de carros elétricos cadastrados na plataforma no último ano. Já outra empresa de mobilidade urbana, a 99, conta com mais de 10,5 mil eletrificados, o que corresponde a 3% da frota total de 350 mil veículos no Brasil, conforme dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
O modelo de carregador instalado pela Solarprime na casa da Luciana é do modelo mais básico e tem um tempo médio de carregamento de 6h a 10h, dependendo do tipo de bateria de cada veículo. Os carregadores são alimentados pela energia gerada por um sistema fotovoltaico de 10.26 kWp, instalado antes dos carregadores. O diretor comercial da Moby, Lincon Souza explica que essa é uma tendência que veio para ficar, em que os consumidores estão buscando cada vez mais por soluções integradas.
“As soluções energéticas estão ficando cada vez mais integradas e hoje você pode instalar um sistema de energia solar para suprir todas as suas necessidades, que não só de mobilidade. Sem contar que o motorista pode carregar seu veículo em sua casa, sendo que, atualmente, o Brasil não conta com muitos pontos de recarga públicos”, comenta Lincon. Apesar da infraestrutura de recarga ter avançado, o Brasil conta apenas com 25% de cobertura nas cidades. De acordo com Pesquisa da Tupi Mobilidade, realizada em fevereiro deste ano, há um total de 14.827 eletropostos públicos e semi-públicos no Brasil.
Vem aí a Multistrada V4S – A Ducati confirmou o lançamento da nova Multistrada V4S para setembro de 2025. A big trail touring traz atualizações no painel, em conectividade, na motorização, ciclística e sistemas de segurança. O motor não muda: é V4 Granturismo de 1.158 cm³, com potência de 170 cv e torque de 12,7 kgfm. Uma das novidades é a ampliação do sistema de desativação dos cilindros traseiros, que agora atua também durante a condução em baixa carga.
O objetivo é reduzir o consumo de combustível em até 6%. O sistema é automático e adaptado a todos os modos de pilotagem, com calibração específica por marcha. A motocicleta também conta com quick-shifter bidirecional. A motocicleta incorpora ainda o Dispositivo de Rebaixamento Automático, que reduz eletronicamente a pré-carga do amortecedor traseiro em baixas velocidades, facilitando o apoio dos pés ao solo. O sistema Easy Lift atua nas válvulas hidráulicas das suspensões para suavizar o curso por até três minutos após a ignição ser acionada. A Multistrada V4S 2025 é equipada com radar frontal e traseiro, com controle de cruzeiro adaptativo e do detector de ponto cego.
A nova versão também inclui alerta de colisão frontal. Outros sistemas eletrônicos incluem ABS com atuação em curvas, controle de tração, controle de empinadas, freio motor ajustável e freio combinado com estratégias de atuação dianteira-traseira e traseira-dianteira, adaptando-se à carga transportada. A motocicleta oferece cinco modos de pilotagem: Sport, Touring, Urban, Enduro e Wet (para piso molhado). No modo Enduro, a potência é limitada a 114 cv, com ajustes específicos nos sistemas de tração, controle de empinadas e desativação do ABS na roda traseira.
Yamaha lança nova XMAX 300 Connected – A japonesa Yamaha começa a vender em agosto a nova XMAX 300 Connected. A scooter atualizada chega com novo motor, agora com mais potência e torque, novo design do painel duplo, conectado com o aplicativo Garmin StreetCross integrado, e nova bolha com ajuste elétrico. O modelo tem preço sugerido de R$ 38 mil (além de frete e seguro) a partir de agosto, com quatro anos de garantia. A nova Scooter vem carregada de tecnologia de ponta.
O novo motor é um monocilíndrico de 300cc com arrefecimento líquido e controle de tração. Este motor, em conjunto com uma transmissão automática do tipo CVT, entrega 27,9 cv de potência e 2,9kgfm de torque, garantindo retomadas vigorosas na cidade e tranquilidade para viagens mais longas e ultrapassagens. O painel com conectividade da nova XMAX 300 Connected, composto por uma tela de LCD e outra de TFT, apresenta novo design, agora com as telas dispostas lado a lado. Destaque também para a chave presencial e a tomada USB Tipo-C, que oferecem mais praticidade no dia a dia.
Bronco Sport fica mais equipado – O Ford Bronco Sport acaba de ganhar uma reestilização, com a inédita versão Badlands. Ela vem com mais equipamentos – e, acreditem, o mesmo preço cobrado no lançamento do modelo por aqui, em 2021: R$ 260 mil. O SUV médio ganha detalhes sutis: novos alargadores de para-lamas, para-choque frontal reestilizado (com um novo anteparo de metal, incluindo ganchos para reboque), nova grade frontal, frisos laterais redesenhados e barras longitudinais presas ao teto. Na traseira, só um novo spoiler e mínimas mudanças no formato do para-choque.
Por dentro, destaque para a nova central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e o novo quadro de instrumentos digital de 12,3’’. A tela principal ainda incorporou uma nova câmera com visão 360°, que permite ver o trajeto à frente do veículo em trilhas sinuosas. Bem, o modelo leva motor 2.0 turbo com 253 cv e 38 kgfm. O câmbio automático tem oito velocidades e traz paddle-shifters para trocas de marcha atrás do volante, e a tração é integral. Segundo a Ford, o SUV vai de zero a 100 km/h em 8,3 segundos
Bateria com 3.000 km de autonomia? – A Huawei, a gigantesca fabricante de equipamentos de telecomunicações da China, surpreendeu no fim do mês passado o mundo automotivo. Segundo o site InsideEVs, ela mostrou baterias de estado sólido com autonomia de até 3.000 km e capacidade de recarga completa em apenas 5 minutos. A tecnologia usa uma composição química baseada em sulfeto. Segundo os documentos da patente, a densidade energética dessas novas baterias varia entre 400 e 500 Wh/kg — de duas a três vezes superior à das baterias de íons de lítio mais comuns atualmente. Por exemplo: a Blade da BYD tem 160 Wh/kg. Além disso, elas também ofereceriam maior estabilidade eletroquímica, mais segurança e uma vida útil mais longa.
Novo Nissan Leaf – O elétrico Leaf, da Nissan, foi o pioneiro no mercado brasileiro. Era um carro bonito, mas não sofisticado, e caro: em 2019, eram cobrados R$ 178 mil; em 2921, chegava aos R$ 293 mil. Com tantas opções mais completas e mais baratas, ele não resistiu. Agora, chega aos EUA a terceira geração do Leaf – um SUV elétrico com design renovado, nova motorização e promessa de maior eficiência.A Nissan quer reposicionar o Leaf como um SUV familiar de entrada, com apelo mais amplo e conjunto mecânico atualizado. O Leaf será vendido nos EUA em quatro versões, sendo três delas com motor de 214 cv e autonomia de até 488 km.
Modo Abbey Road no EX90 – A Volvo Cars acaba de lançar globalmente o Modo Abbey Road Studios, uma tecnologia de som criada para reproduzir a assinatura acústica do icônico estúdio de gravação britânico. Ele estreia no modelo Volvo EX90 equipado com o sistema de som opcional Bowers & Wilkins High Fidelity Audio. Desenvolvida em parceria com a Bowers & Wilkins e os engenheiros do Abbey Road Studios, a tecnologia foi inspirada nos espaços acústicos característicos do estúdio e na assinatura sonora dos equipamentos usados para criar alguns dos álbuns mais importantes da história da música. O resultado é uma experiência sonora única a bordo do EX90.
O Modo Abbey Road Studios conta com diversas pré-configurações sonoras, otimizadas para diferentes estilos. Para quem deseja explorar novas formas de curtir suas músicas favoritas, o Producer Mode permite personalizar totalmente o som. Entre os ajustes possíveis estão a transição entre uma acústica com estilo retrô e vintage para um som mais profundo e moderno, a expansão ou redução do campo estéreo e o ajuste do ambiente acústico, exatamente como faria um produtor ou engenheiro de som em estúdio. O EX90 tem uma das cabines mais silenciosas já criadas pela Volvo e conta com 25 alto-falantes estrategicamente posicionados. Com o sistema de áudio da Bowers & Wilkins, o carro oferece potência de 1610 watts.
Fake news na CNH Social – E os golpistas não param. Agora, eles estão espalhando mensagens falsas sobre inscrições abertas para o programa CNH Social, prometendo habilitação gratuita. As via WhatsApp e redes sociais, porém, levam o interessado direto para sites fraudulentos. Lá, os bandidos solicitam dados pessoais e, em alguns casos, até pagamentos. Por isso, vale lembrar: a CNH Social é gerenciada exclusivamente pelos Detrans e suas informações oficiais são divulgadas apenas nos sites institucionais. Enfim: desconfie de links suspeitos e de ofertas, principalmente se forem “boas demais para ser verdade”. Verifique sempre se o site possui o domínio oficial do Detran do seu estado, duvide de mensagens que exigem compartilhamento com contatos para concluir inscrições e nunca forneça dados pessoais ou efetue pagamentos em sites não oficiais.
Caminhonetes: recomendação de pneus que trafegam no asfalto e na terra – As picapes são feitas, claro, para trafegar em diferentes terrenos e condições. Por isso, escolher adequadamente os melhores pneus para elas é essencial para garantir um desempenho confiável e seguro – seja em vias pavimentadas quanto em estradas irregulares. A seleção correta dos pneus influencia diretamente a segurança, a eficiência, o conforto na condução e a capacidade de carga e tração da caminhonete. Fatores como o tipo de terreno, condições climáticas e o uso pretendido devem ser considerados. Por isso, é importante seguir todas as especificações do fabricante e consultar um profissional pode ajudar a garantir a melhor escolha para suas necessidades.
Quais os melhores pneus para caminhonete? – Na hora de escolher pneus para picapes que trafegam tanto no asfalto quanto na terra é preciso equilibrar durabilidade, tração e conforto.
Durabilidade – Os melhores pneus para caminhonete devem ser robustos o suficiente para resistir ao desgaste do asfalto e às condições adversas da terra, como pedras e detritos.
Tração – Boa tração é essencial nos pneus para caminhonete, pois garante segurança e desempenho em diferentes superfícies, especialmente em terrenos irregulares e escorregadios.
Conforto – Pneus que oferecem uma condução suave e silenciosa são importantes para o conforto dos ocupantes do veículo, especialmente em estradas pavimentadas e para percorrer longas distâncias.
Pneus preparados para os terrenos mais desafiadores – Escolha um modelo que entregue força e resistência, permitindo à picape explorar os terrenos mais difíceis em diferentes condições, com design pensado para uma direção confortável com tração confiável em terrenos secos e molhados, sem esquecer da alta durabilidade.
Sempre preciso de pneus grandes para a caminhonete? – Muitas pessoas pensam que o uso de pneus grandes é imperativo, mas a escolha do tamanho depende, na verdade, de vários fatores. Entre eles, o uso do veículo e a capacidade de carga. A caminhonete será usada para condução em estradas pavimentadas, off-road ou ainda transporte de carga? Pneus grandes para caminhonete oferecem melhor tração e capacidade em terrenos difíceis, impactando no desempenho. Para as caminhonetes que frequentemente transportam cargas pesadas, os pneus devem ser capazes de suportar o peso adicional sem comprometer a performance e a segurança ao rodar.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, hoje, o que chamou de reglobalização sustentável, “uma nova aposta na globalização, dessa vez baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade como um todo”, disse no discurso de abertura da Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Banco Centrais do Brics.
O ministro também manifestou apoio ao estabelecimento de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária, ou seja, um acordo tributário global mais justo. “Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo – uma condição para que os super-ricos do mundo todo finalmente paguem sua justa contribuição em impostos”, afirmou.
Segundo o ministro, o Brics, tem origem no pleito dos países membros por maior peso no sistema financeiro internacional. Países que, juntos, representam quase a metade de toda a humanidade. “Nenhum outro foro possui hoje maior legitimidade para defender uma nova forma de globalização”, disse Haddad.
Haddad também relembrou o papel do Brasil à frente do G20, quando encabeçou o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e, desde então, manifestou-se “em defesa da tributação progressiva dos super-ricos. Já naquele momento, fizemos da defesa do multilateralismo uma marca da presidência brasileira. De lá para cá, essa defesa se tornou urgente. Não há solução individual para os desafios do mundo contemporâneo”.
De acordo com o ministro, nenhum país isoladamente, por mais poderoso que seja, “pode dar uma resposta efetiva ao aquecimento global, ou atender as legítimas aspirações da maior parte da humanidade por uma vida digna. A perspectiva de criar ilhas excludentes de prosperidade em meio à policrise contemporânea é moralmente inaceitável. Em vez disso, temos que encontrar soluções cooperativas para os nossos desafios comuns”, destacou.
Em relação a crise climática, Haddad ressaltou que os países do Brics estão “desenvolvendo instrumentos inovadores para acelerar a transformação ecológica”. Ele também destacou as discussões sobre a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), com objetivo de movimentar economias de baixo carbono. Países ricos, com histórico poluente muito superior aos demais, teriam de se comprometer a investir mais recursos na manutenção do fundo.
“Nos últimos dias, conversamos muito sobre o Tropical Forest Forever Facility. Estou convencido de que o Brics pode desempenhar um papel decisivo em sua criação, com um anúncio de grande impacto durante a COP 30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima]”, disse. “Em parceria com o Brics, almejamos consolidar-nos como um porto seguro em um mundo cada vez mais instável. Serenidade e ambição, são, portanto, as marcas da nossa presidência”, acrescentou.
Brics
O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também participam os países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão. Sob a presidência do Brasil, a 17ª Reunião de Cúpula do Brics ocorre no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho.
Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.
“Eu ensinei o Pai Nosso a minha filha, de 12 anos, e tive que aprender de novo a rezar com ela”. Após sobreviver a um Acidente Vascular Cerebral (AVC isquêmico), sofrido no dia 24 de fevereiro deste ano, o jornalista Léo Medrado teve que encarar uma nova rotina: a busca para falar outra vez.
Nesses poucos mais de quatro meses, desde aquela fatídica segunda-feira à noite, a eloquente voz tão usada durante 40 anos de profissão acabou com sequelas. Foi um período difícil, mas que vem sendo superado com uma recuperação extraordinária e muito esforço em sessões diárias de fonoaudiologia. Além, claro, de muito carinho e suporte da esposa Patrícia, da família, dos amigos e da corrente de fé dos que admiram o seu trabalho.
Aos poucos, ele começa a retomar as suas atividades profissionais, como vídeos nas redes sociais e comentários na Rádio CBN e no programa no YouTube Léo Medrado & Traíras. Colunista de Esportes do Diario de Pernambuco, Léo também se prepara para voltar a escrever para o jornal mais antigo em circulação da América Latina. Um bom ritmo de recomeço para quem sofreu um grande baque, mas encontrou força para se adaptar ao que lhe acontecera.
Como tudo aconteceu
Léo estava em casa, conversando com a filha Letícia, de 12 anos, quando começou a falar palavras sem nexo e com a voz embolada. Avisados da gravidade do problema por Patrícia, esposa de Léo, os irmãos Bruno e Júnior Medrado o socorreram até o Real Hospital Português. Concluída com êxito a cirurgia de desobstrução de uma importante artéria no cérebro, ele ainda passou por mais um procedimento no coração, que na verdade foi a origem do AVC.
“Naquela segunda-feira (24/02), fiz o Traíras, escrevi a coluna do Diario e estava em casa. De repente, minha filha encostou e começou a dizer ‘Papai está estranho’. A voz sumiu. O que eu mais gosto de fazer, que é falar. É como se o pessoal lá de cima quisesse mexer comigo. Logo agora, aos 60 anos? Mas ao mesmo tempo, Deus é tão maravilhoso que colocou três médicos fantásticos no meu caminho. Bruno Mota, que realizou o primeiro procedimento cirúrgico; Arthur Procópio, que fez a intervenção cardíaca; e Silvana Sobreira, neuro que definiu o procedimento de recuperação clínica”, explicou Léo Medrado.
Após a alta hospitalar, a reabilitação foi cercada de incertezas. Primeiro, Léo tinha que ouvir e entender o que os outros estavam falando. Superado esse processo, a batalha foi para “reaprender” a falar, com muitas sessões de fonoaudiologia e ‘aulas particulares’. “Meu pai (Odonico) sempre foi muito Deus (foi seminarista). E ele sempre dizia que eu tinha que ensinar a minha filha o Pai Nosso. E assim o fiz. E agora tive que aprender de novo a rezar com ela. Letícia me ensina muito. É uma palavrinha que você vai ouvindo e fazendo sentido. Era tudo mundo estranho. Queria falar e não saia”.
Léo Medrado sempre teve a música na veia. Tanto que, ainda quando estava internado, recebeu um violão do irmão Júnior e tocou o instrumento sem errar uma nota, mesmo sem a voz sair. Outra ferramenta que ajudou na recuperação foi o dominó, outra paixão antiga desde os tempos da adolescência. A volta ao grupo de dominó, que ele não frequentava há uns três anos, fez muito bem para a cabeça e serviu como fisioterapia também. O futebol na televisão também foi um grande companheiro.
Medo da morte
Entre a empolgação pelas conquistas diárias, Léo vai refletindo sobre o que passou e não refuta em dizer que teve medo de morrer. “Quando tive o problema, a sensação é que estava morrendo. E depois, já em recuperação em casa, quando tentava falar e a voz não saia, a impressão é que em algum momento alguém falaria que eu tinha morrido. Precisava falar para saber que estava vivo”.
Mensagem positiva
No fim da conversa com o Diario de Pernambuco, Léo procurou passar uma mensagem de otimismo e de valorização da família. “Eu tinha que melhorar. Não podia fazer isso com eles (família). Meus irmãos Júnior, Bruno e Cibele. Patrícia (esposa), Letícia (filha), Luca (enteado) e mamãe (Dejinha). Américo Pereira e Diógenes Luz foram espiritualizados na recuperação. Todos chorando por mim. E todos foram maravilhosos. Cada dia é uma luta, mas procure fazer o bem, sobretudo para as pessoas que estão em sua volta no dia a dia. E vamos em frente”.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), incluiu na pauta de terça-feira (8) do plenário o projeto de lei que libera cassinos, bingos e jogo do bicho, já aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.
Alcolumbre e o relator, senador Irajá Abreu (PSD-TO), tentaram votar o projeto em dezembro, mas precisaram recuar por risco de derrota. Na CCJ, a proposta avançou em junho do ano passado com placar apertado de 14 votos sim e 12 não. As informações são da Folha de S.Paulo.
Se for aprovado pelo plenário do Senado sem mudanças, mantendo o texto de 2022 da Câmara dos Deputados, o projeto vai à sanção presidencial.
A possibilidade de votação foi divulgada ontem, surpreendendo até mesmo parlamentaress. Alcolumbre cancelou a reunião de líderes desta semana —que ocorre normalmente às quintas-feiras. Questionado pela reportagem na última quarta (2), respondeu que o cancelamento era prerrogativa do presidente.
Mesmo diante da discussão em curso nos últimos meses sobre o risco de vício das bets e o impacto no orçamento das famílias brasileiras, senadores contrários ao projeto dos bingos temem haver votos para aprovação.
Em uma demonstração de força, o presidente do Senado articulou a aprovação do projeto de lei que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531, na semana passada. A proposta foi aprovada com 41 votos favoráveis, exatamente o mínimo necessário.
A Prefeitura de Serra Talhada, por meio da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, vai iniciar no dia 9 de julho mais uma edição da Campanha do Agasalho. Sob o lema “Frio passa quando a solidariedade abraça”, a ação visa arrecadar agasalhos, lençóis e cobertores para aquecer a população em situação de rua e as famílias em maior vulnerabilidade social atendidas pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
“A solidariedade transforma vidas. Contamos com o apoio de toda a população para fazer a diferença para quem mais precisa. Nosso objetivo é garantir mais dignidade para quem enfrenta o frio sem proteção. Assim que a coleta e a triagem forem concluídas, vamos realizar a distribuição dos itens arrecadados”, destaca o secretário de Assistência Social e Cidadania, Márcio Oliveira.
Os pontos de coleta estão disponíveis na sede da Prefeitura e na Secretaria de Assistência Social. As doações podem ser feitas até o dia 23 de julho. Para mais informações, a população pode entrar em contato pelo WhatsApp (87) 99633-4242.
Banhistas parisienses deram hoje o primeiro mergulho oficial no Sena, o famoso rio da capital francesa que estava proibido para banho desde 1923.
A reabertura foi aprovada pela prefeitura local nesta semana após um processo de limpeza do rio que começou para que Paris pudesse sediar os Jogos Olimpícos de 2024. As informações são do portal g1.
Na ocasião, atletas competiram em provas aquáticas no rio — e houve denúncias de que as águas estavam impróprias para banho dias antes. Mas apenas agora o Sena também foi aberto para banhistas.
O banho será permitido apenas entre este sábado e 31 de agosto deste ano — na temporada de verão da França — e em três trechos específicos ao longo das margens do Sena: dois perto da Torre Eiffel e um ao redor da Île de Saint-Louis, pequena ilha do rio perto da catedral de Notre-Dame.
Neles, deques foram construídos, e salva-vidas monitoram os banhistas durante o horário permitido para entrar no rio. A prefeitura também instalou bandeiras verdes e vermelhas ao longo das margens do Sena para que banhistas saibam os locais onde o banho é permitido ou proibido.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, participou de uma cerimônia que inaugurou o banho. No ano passado, ela enfrentou críticas diante de estudos indicando que a água do Sena estava imprópria para banho semanas antes do início das Olimpíadas de Paris.
Hidalgo afirmou que as águas ficaram próprias para banho e, cumprindo uma promessa, mergulhou no rio dias antes do início dos Jogos. Após as Olimpíadas, uma nova rodada de limpeza foi feita para a reabertura.
Agora, para garantir a limpeza das águas para o banho, testes diários da qualidade da água serão realizados, disse a prefeitura.
Para limpar o rio, o governo local fez um megapacote de obras que incluíram a conexão de milhares de residências ao sistema de esgoto, a modernização das estações de tratamento de água e a construção de grandes reservatórios de água da chuva para evitar o transbordamento do esgoto durante fortes tempestades.
Além dos três trechos em Paris, a prefeitura local também abrirá outras 14 áreas de banho nos rios Sena e Marne fora dos limites da capital. Duas delas já foram inauguradas no Marne em junho.
Um incêndio atingiu um apartamento no Edifício Alicante, localizado na Avenida Engenheiro Domingos Ferreira, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na tarde de hoje. Os moradores, um casal de idosos, não estavam em casa. Eles almoçavam fora com a filha quando as chamas começaram.
Imagens encaminhadas ao Canal Globo mostram o momento em que o incêndio tomou conta do apartamento. É possível observar um grande volume de fumaça escura saindo pela janela do quarto andar, assim como as chamas. As informações são do portal g1.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Pernambuco, o chamado foi registrado às 14h17. Três viaturas foram enviadas ao local, e as chamas foram controladas, sem registro de vítimas.
Em entrevista ao g1, o porteiro do prédio, Marcos da Silva, contou que o fogo começou em um quarto do apartamento 404, onde mora um casal de idosos.
“Quem percebeu foi a moradora do 203, aí ela ligou para a portaria. Eu daqui não estava sentindo. Quando eu coloquei a cabeça na portaria, vi que tinha fogo e liguei para os bombeiros. Tentei ligar, liguei três vezes, não consegui. Fiquei ligando e subi, tentando avisar os moradores para descer”, relatou.
Ainda segundo ele, o apartamento estava vazio no momento do incêndio.
“O fogo já tinha se alastrado. Subimos eu e o síndico aqui do prédio do lado. A gente arrombou a porta lá porque o morador de lá é idoso. Só que ele não estava lá, a gente achou que ele estava. A gente arrombou a porta, gritou pelo nome dele e desceu, porque a gente não aguentou a fumaça e a quentura”, disse.
As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros e ninguém ficou ferido. Não foram divulgadas informações sobre a causa do incêndio.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), reagiu de forma negativa ontem à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender os atos do governo e do Congresso sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O parlamentar disse que a decisão do ministro “recairá sobre os mais pobres”, pois afetará o Orçamento do governo.
“A suspensão imediata do decreto agrava uma questão fiscal urgente: sem sua vigência, será necessário contingenciar R$ 10 bilhões, afetando diretamente áreas essenciais como saúde e educação. O custo da indefinição recairá sobre os mais pobres”, declarou Lindbergh na rede social X.
O líder do PT usou um artigo da constituição e uma lei para reafirmar que cabe ao presidente da República a competência para fixar alíquotas dentro dos limites legais, com base em objetivos da política econômica, e por isso a decisão de Moraes precisa ser “revista com urgência”.
“Como dispõe o §2º do art. 1º da referida lei: “As alíquotas do IOF serão fixadas pelo Poder Executivo tendo em vista os objetivos da política monetária e fiscal. Por isso, a liminar que suspendeu os efeitos do decreto precisa ser revista com urgência pelo STF”, defendeu.
O parlamentar avalia que o debate agora não é jurídico, mas político, como nos casos da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e na condenação da deputada Carla Zambelli (PL-SP): uma “estratégia política deliberada de confronto com os demais Poderes” vinda da oposição.
“Essa suspensão ‘neutra’ confere, na prática, vigência transversa a um ato legislativo inconstitucional, o que enfraquece o papel contramajoritário do Judiciário em momentos de ataque institucional”, afirmou Lindbergh.
O líder do PT finaliza sua manifestação no X com a expectativa de que o STF retome, ao final das audiência de conciliação, o decreto presidencial.
“Se o STF mantiver a coerência de seu entendimento recente, deverá restabelecer a plena vigência do decreto presidencial que majorou o IOF. Se não houver consenso na audiência de conciliação, caberá ao STF cumprir sua missão fundamental: afirmar os limites entre os Poderes, proteger a legalidade democrática e impedir o desmonte da governança fiscal por interesses de manutenção de privilégios, desigualdades e injustiças”, finalizou o líder do PT.
Na manhã de ontem, Moraes destacou que há fortes argumentos que indicam a razoabilidade na imediata suspensão da eficácia dos atos impugnados em relação ao IOF, por isso, cancelou tanto a decisão do governo Lula de aumentar o IOF quanto a do Congresso Nacional, que havia derrubado o ato.
Mesa de negociação
Moraes ressaltou ainda que o objetivo de realizar audiência de conciliação é “pautar as relações dos Poderes Executivo e Legislativo no binômio independência e harmonia”. O magistrado afirmou que, após a audiência de conciliação, avaliará se mantém a medida cautelar que ele próprio assinou ontem. A reunião está marcada para 15 de julho.
O ministro pontuou que tanto os decretos presidenciais quanto a decisão do Congresso de derrubar a medida “aparentam distanciar-se dos pressupostos constitucionais exigidos para ambos os gêneros normativos”.
Em meio aos ataques que vem sendo alvo nas redes sociais, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, usou o seu perfil no Instagram hoje para fazer um balanço da sua gestão na liderança da Casa.
No vídeo, o congressista afirma que o diálogo está vencendo, apesar das posições políticas distintas entre os parlamentares. “Mesmo com pensamentos diferentes, o diálogo está vencendo”, disse Hugo.
O presidente da Câmara cita a PEC da Segurança Pública, o avanço das discussões sobre a reforma administrativa e a regularização dos trabalhadores por aplicativo.
“Nosso papel é esse: aprovar o que é bom para o país, fiscalizar e combater aquilo que não é. Debater faz parte da democracia. Entregar resultado é nossa obrigação. E você pode continuar me cobrando”, disse.
Desde que o Congresso Nacional decidiu derrubar o decreto presidencial que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), houve uma escalada de tensão entre os Poderes.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já afirmou publicamente que aguarda o retorno de uma ligação feita ao presidente da Câmara. O chefe da pasta econômica diz desconhecer as razões que motivaram o Congresso a derrubar o decreto, mesmo após uma reunião com representantes do Legislativo e do Executivo — considerada pelos participantes como “histórica”.
Em uma tentativa de reverter o cenário, a AGU (Advocacia-Geral da União) acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir a validação do decreto que aumentava a cobrança do IOF.
Na última sexta-feira (4), o ministro do Supremo Alexandre de Moraes determinou a suspensão dos atos do governo federal e do Congresso Nacional sobre o IOF, e convocou uma audiência de conciliação entre os Poderes para debater o tema.
Na última quinta-feira (3), a Polícia Civil deflagrou a operação Ovos de Ouro para desarticular uma quadrilha interestadual que atuava em Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Amazonas.
Entre os investigados está Manoel Vieira, sogro de Guiga, ex-prefeito de Vicência. A operação cumpre mandados de prisão, busca e bloqueio de bens. As investigações começaram em 2023 e apontam um esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico.
A ação envolve 60 policiais e apoio das polícias civis dos quatro estados. Mais detalhes devem ser divulgados em breve pela Polícia Civil de Pernambuco.