Por Vianney Mesquita*
Em verdade te digo que não sairás de lá, até não pagares o último ceitil. (Bíblia: MATEUS, 5-26).
Já na saída desta despresumida nótula, escuso-me junto aos componentes e membras desta Academia (ACLP) pela maneira desmoderada como aludi à posição contrária em relação à exigência, por parte do Silogeu, de retribuição financeira quando da edição de artigos e quaisquer peças na revista Vernáculo, da mencionada Arcádia coestaduana.
A denominação do periódico – seja manifesto – conforma uma denominação inteligente e caprichada, no ensejo da mudança de título deste magazine lítero científico, operada pelo preclaro confrade, ex-presidente e amigo verdadeiro, Prof. Valdemir Mourão. A semiaridez das minhas palavras exprimidas no Grupo de WA da Academia, em 14.08.2025, não condiz com meu jeito de ser… Desculpas. Aconteceu um resvalo.
Leia maisAté agora, não atinei porque, entretanto, nenhum (a) dos (das) acadêmicos (as) se pronunciou, prosperum vel contrarium, a respeito do posicionamento do ex-presidente do Sodalício, autor destes comentários. Parece, todavia, me cumprir entender, por enquanto, que tal sucedeu em razão tanto da secura de minhas palavras como em decorrência da cautela preservada pela posição elevadamente urbana de cada qual, jamais em se tratando de componentes da Academia Cearense da Língua Portuguesa, na sua totalidade, pajens de tal civilidade. De toda sorte, a mim me compete, por oportuno, explicar o comentado procedimento, coincidente ou não com as razões conduzidas e sustentadas, individualmente.
O fato é que se afigura não haver dúvidas de que os escritos sob comento, com esteio em produtores (as) de bens de alçado patim linguístico e científico, por si, já representam colaboração de monta aos (às) leitores (as) demandantes de saberes que tais, pois ditos conhecimentos foram sorvidos, à extensão temporal e sob os cuidados exigidos, em compridos trajetos acadêmicos, nas universidades, instituições de pesquisa e outras searas de prova, havidos como de certificação válida e inconteste.
Mencionados haveres, conquistados e fortalecidos à medida de seu emprego nos locis de suas ocorrências, constituem um conjunto de produtos prontos, aparelhados a servir de aditamento valioso às necessidades demandadas pelos consulentes, os quais neles se vão louvar, com o mais elevado grau de certeza e máxima segurança, com vistas a prosseguir no seu desiderato de ensinar, instruir, adestrar seus circunstantes e prosseguir dessedentando a sempre ressequida garganta da ciência, em sua sede repetida e perene, consoante sucede com certas particularidades da Língua Portuguesa.
Com suporte no discernimento assim operado, para que não se dissolvam à medida do tempo, contrastando o conteúdo transitório da fala, são registadas as palavras, intenções, teorias, razões e provas por intermédio dos meios de propagação coletiva escritos, conforme o são os livros, revistas científicas e assemelhados, pois, de acordo com o explícito no rifão latino, Verba volant, scripta manent, isto é, as palavras voam e o que está escrito permanece.
Em expressa conjunção, encontram-se, exempli gratia, no nosso caso, as obras de escritores e autoras de grande porte, constituintes desta Arcádia – complexo de trinta e nove intelectuais de alevantado nível, sem exceção – como os (as) docentes Myrson Melo Lima, Ítalo Gurgel, Sousa Nunes, Ana Paula Medeiros, Sebastião Valdemir Mourão, Giselda Medeiros, Tarcísio Cavalcante, Maria Elias Soares e os demais, que mourejaram, e ainda o fazem, longamente nos seus modi operandi de docentes e, hoje, espalham farto e fértil verbo em livros e revistas, jamais na Vernáculo, veículo a conter, com raro prestígio, as compreensões de tão erguidos teores.
Com efeito, estimados (as) acadêmicos (as), por qual razão, além de não receberem pelo que oferecem de instrução e preceito magnificente, ainda hão de pagar para editar?
Meu posicionamento, pois, é totalmente opósito à obrigação de, além de oferecerem matérias corretas, com a devida acreditação, tomadas com esforço e didáticas por excelência, ainda têm de desembolsar para as ver publicadas.
Deveriam era receber…
Com a palavra, o Presidente – Prof. Sousa Nunes.
*Escritor, professor e membro da Academia Cearense de Língua Portuguesa (ACLP)
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