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Na próxima quarta-feira (10), Petrolina recebe o lançamento do livro “Manual de Engenharia de Irrigação”, de Urbano Lins. O livro, de caráter técnico e formativo, reúne décadas de experiência de Urbano Lins na área de irrigação. A obra percorre desde os primórdios do desenvolvimento dos sistemas irrigados até a consolidação dos perímetros irrigados aqui na região do Vale do São Francisco. As informações são do blog de Carlos Britto.
O autor aborda conceitos essenciais de hidráulica aplicada à agricultura, elementos de dimensionamento de projetos e uma síntese robusta dos pilares da engenharia voltada para o uso racional da água. Segundo Lins, o objetivo é oferecer um material acessível, completo e didático para estudantes, profissionais, gestores públicos e demais interessados no setor. O manual funciona como um guia de compreensão e prática, traduzindo para a linguagem técnica e, ao mesmo tempo, pedagógica, a vivência acumulada ao longo de sua trajetória profissional.
Ao escolher Petrolina para o lançamento, Urbano Lins reforça a importância da cidade como referência nacional em irrigação, inovação agrícola e desenvolvimento produtivo. “É uma forma de retribuir o carinho que sempre recebi e homenagear a região onde construí parte significativa da minha história”, destacou o autor.
O evento promete reunir pesquisadores, produtores, engenheiros, estudantes e autoridades do setor, marcando um momento significativo para a engenharia de irrigação e para o Vale do São Francisco.
A vereadora de Arcoverde Célia Galindo divulgou uma nota de pesar pela morte de Felícia Moneta (foto acima), ex-servidora do Tribunal de Contas de Pernambuco, destacando seu legado de ética, dedicação e humanidade, além da forte ligação pessoal que mantinham.
NOTA DE PESAR
Hoje o coração pesa mais. A notícia da partida de Felícia Moneta cai sobre todos nós como um silêncio que machuca, daqueles que só a ausência de alguém verdadeiramente especial é capaz de provocar.
Leia maisFelícia foi muito mais do que uma amiga. Foi uma irmã de coração e de alma, dessas raras presenças que iluminam a vida da gente com força, inteligência e uma coragem que parecia não ter fim. No Tribunal de Contas de Pernambuco, onde atuou com dedicação exemplar, deixou muito mais que um histórico profissional: deixou um legado de ética, determinação e humanidade. Como presidente da Câmara, tive a alegria e poder contar com sua experiência e dedicação. Felícia transformava o trabalho em propósito e o propósito em exemplo. Era, de fato, uma guerreira — dessas que enfrentam tudo com firmeza, mas que sempre tinham um abraço acolhedor para oferecer.
Perder Felícia é perder um pedaço bonito da vida. É o tipo de dor que não se explica, apenas se sente profundamente. Mas, ao mesmo tempo, é impossível não lembrar de sua alegria, de sua força, de sua capacidade única de estar presente e de cuidar de todos ao redor. Ela deixa saudades que não cabem em palavras, mas deixa também uma história que continuará viva em cada memória compartilhada.
Aos familiares, amigos e a todos que tiveram o privilégio de caminhar ao lado dela, deixo meus mais sinceros sentimentos. Que Deus conforte cada coração e que a lembrança do que Felícia foi — e sempre será — traga a paz necessária para atravessar este momento tão difícil.
Descanse em luz, minha querida amiga. Sua falta será imensa, mas seu exemplo será eterno.
Vereadora Célia Galindo
Arcoverde – PE
Por Marcondes Brito
Do O Norte Online
Um comunicado interno distribuído nesta semana à redação do jornal O Estado de S. Paulo acabou ganhando um peso que vai muito além do seu valor nominal. A direção anunciou a concessão de um bônus de R$ 40 aos profissionais, destinado exclusivamente à compra de alimentos no supermercado Carrefour. Há uma unidade da rede exatamente em frente ao prédio do jornal, do outro lado da Avenida Professor Celestino Bourroul, na zona norte de São Paulo. Basta atravessar a faixa de pedestres.
A informação rapidamente saiu da redação e correu pelas redes sociais, especialmente no Twitter-X. A reação de parte dos próprios jornalistas foi transformar o episódio em humor crítico. Memes começaram a circular fazendo uma releitura direta de um editorial histórico publicado pelo próprio Estadão na véspera das eleições de 2018, quando o jornal estampou o título “Uma escolha muito difícil”, ao se referir à disputa entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.
Agora, a “escolha difícil” passou a ser outra: o que comprar com R$ 40. Além das imagens, também circularam pelo WhatsApp músicas criadas por inteligência artificial ironizando a situação.

O episódio, no entanto, diz menos sobre um jornal específico e muito mais sobre a transformação estrutural da indústria da notícia. O jornalismo que durante décadas operou com previsibilidade de receita, publicidade forte, tiragens robustas e orçamentos largos hoje convive com um ambiente de competição global, pulverização da audiência, plataformas digitais dominando o tráfego e uma permanente pressão por reinvenção.
O próprio Grupo Estado vive esse momento de transição de forma organizada, mudando o comando executivo. Erick Bretas assumiu como CEO da S/A O Estado de S. Paulo, enquanto Francisco de Mesquita Neto passou à presidência do Conselho de Administração. Os movimentos fazem parte da estratégia de reposicionamento num mercado que já não se comporta como o do século passado.
Nada disso aponta para crise, muito menos para um colapso financeiro. O que se vê é um setor inteiro passando por ajustes finos, redefinindo custos, testando modelos e tentando equilibrar tradição com sobrevivência no ambiente digital. O tal bônus virou símbolo não por ser decisivo, mas por ser didático.
É aí que o jornalismo encontra um de seus paradoxos mais curiosos. Nunca se produziu tanta informação. Nunca se consumiu tanto conteúdo. E, ao mesmo tempo, nunca foi tão difícil fechar essa conta.
Ah, aqueles tempos…
Para entender a dimensão dessa mudança, basta ouvir quem viveu dois tempos completamente diferentes nesse universo da mídia. O jornalista Evaldo Costa, que foi correspondente do Estadão em Pernambuco durante anos, viveu uma época em que dinheiro simplesmente não era pauta dentro da rotina da redação.
Ele recorda um episódio de 1986, em que recebeu autorização para realizar uma cobertura em Fernando de Noronha que, em valores atualizados, teria custado o equivalente a cerca de R$ 150 mil. Um único assunto. Um único deslocamento. Uma decisão imediata. Todos os detalhes dessa cobertura, com nomes (tem até um paraibano na história), bastidores e o contexto da época, estão no depoimento exclusivo que Evaldo concedeu a O Norte Online, logo abaixo, acompanhado do print da edição do Estadão em que a matéria foi publicada.
O salto entre aquele jornalismo de recursos quase ilimitados e o bônus de R$ 40 que hoje atravessa a faixa de pedestres em frente à redação não fala apenas de dinheiro. Fala de época, de modelo de negócio, de cultura empresarial e, sobretudo, de como a indústria da notícia precisou se redesenhar em poucos anos.
Nada disso diminui o peso histórico do Estadão, fundado em 1875 e uma das instituições mais sólidas da imprensa latino-americana. Pelo contrário. Se até os gigantes passaram a medir cada movimento, é porque o jogo mudou para todo mundo.
Entre memes, músicas de inteligência artificial, bônus simbólicos e decisões estratégicas de milhões, o episódio acabou se transformando num retrato fiel de uma transição que não é de um jornal, mas de todo o jornalismo brasileiro. Um retrato que, como no futebol, não admite mais jogar com o regulamento antigo quando o campeonato já é outro.
Quando era permitido gastar muito
[Por Evaldo Costa]
Quando caiu a ditadura haitiana liderada pelo Duvivier Jr, conhecido como “Baby Doc”, o governo brasileiro — leia-se Sarney — deu asilo a um ex-chefe de polícia ou coisa assim.
O problema é que mandou o cara ficar em Fernando de Noronha, que era um destino turístico muito mais exclusivo que é hoje, mas, ao mesmo tempo, um lugar um tanto ou quanto isolado: bom pra ir passar um fim de semana, mas péssimo pra morar.
Na noite que isso foi decidido, eu estava de plantão na sucursal do Recife do Estadão e recebi um telefonema de São Paulo. Um sub qualquer lá determinava que eu fretasse um avião para estar 7h00 da manhã do dia seguinte em Fernando de Noronha para cobrir a chegada do tal asilado político (Albert Pierre).
Era numa sexta-feira, fim de expediente. Estava com tudo armado para cair na boemia recifense. Meu chefe imediato — o grande Carlos Garcia — estava viajando, de férias, pelo que lembro.
O que eu fiz? Liguei para as companhias de táxi aéreo atuantes, pedi orçamentos, que deveriam ser enviados por telex.
Recebi logo dois ou três, analisei rapidamente e aprovei o melhor. No dia seguinte, às 7h00 da manhã, eu e o repórter fotográfico paraibano Josenildo Tenorio, o popular Zé Preá, estávamos tomando café da manhã em Noronha.
A matéria que foi publicada mostra a revolta dos moradores e turistas com o “privilégio” concedido a ditadores.
A preço de hoje essa brincadeirinha deve ter custado uns R$ 150 mil, mas creio que valeu cada centavo. Afinal, o jornal trouxe uma notícia que nenhum outro tinha. E, na época, isso era tudo o que se queria.
Em tempo: os haitianos ficaram pouco tempo no “paraíso” tropical. Eles pediram e a França os abrigou.

O Hospital Regional Ruy de Barros Correia (HRRBC), que integra a rede estadual de saúde em Arcoverde, está participando de um projeto PROADI SUS – Reestruturação de Hospitais Públicos (RHP), por indicação do Ministério da Saúde. O projeto RHP foi criado em 2009 para garantir a qualidade, a eficiência e a segurança dos serviços oferecidos aos pacientes de mais de 140 instituições que fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com nota enviada pela assessoria de comunicação do HRRBC, serão realizados vários encontros entre os profissionais do Regional e a equipe do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, entidade que vai conduzir o projeto, com término previsto para dezembro de 2026. O projeto RHP acontece em três módulos: planejamento, implementação e monitoramento. As informações são do portal Arcoverde Agora.
Leia maisNo dia 26 de novembro, houve treinamento presencial com a equipe de gestores do HRRBC. “Estamos agora na fase do módulo de planejamento, que é a organização, construção do plano de ação e capacitações presenciais. Temos também tele monitoramentos, acompanhamentos online que são sessões de aprendizagem virtuais com capacitação e formação das equipes dentro da instituição”, diz a nota.
O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) tem como objetivo apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde.
“O objetivo é padronizar processos assistenciais ao implantar rotinas e protocolos médicos baseados em portarias e boas práticas, aprimorando o que já temos aqui no Regional e a implantação de novos protocolos,” explicou a diretora geral do HRRBC, Ana Kelly Araújo.
A nota finaliza explicando que entre os principais benefícios do Programa destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; e, ainda, a gestão do cuidado, apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil.
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O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é o convidado do meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, da próxima terça-feira. Na pauta, a política nacional da saúde, a prisão de Bolsonaro e a decisão do ex-presidente de lançar o filho Flávio, senador pelo PL do Rio, candidato à Presidência da República nas eleições do ano que vem.
Natural de João Pessoa, Queiroga é médico cardiologista formado pela UFPB. Filiado ao PL, foi ministro da Saúde do Brasil de 23 de março de 2021 a 1 de janeiro de 2023, durante o governo Jair Bolsonaro. Foi também presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, de 2020 a 2021, e conselheiro titular do Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba, além de ter sido indicado por Jair Bolsonaro para um cargo na direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Nas eleições de 2024, foi candidato a prefeito de João Pessoa, sendo derrotado no segundo turno por Cícero Lucena (PP).
O ‘Direto de Brasília’ vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão pelo YouTube da Folha de Pernambuco e do meu blog, e também em cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste. Retransmitem ainda o programa a Gazeta News (Grupo Collor) em Alagoas; a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras na Paraíba; a Mais-TV, sob o comando do jornalista Heron Cid; e ainda a Rede ANC, no Ceará, com mais de 50 emissoras, além TV LW, de Arcoverde.
Entram como parceiros na mídia institucional o Grupo Ferreira, de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana, a Faculdade Vale do Pajeú e o grupo Grau Técnico.
O cantor e compositor Josildo Sá convoca toda a nação forrozeira do Estado para participar do Festival Forró de Tacaratu. O evento acontece hoje, véspera de feriado, a partir das 16h, na Sala de Reboco, no bairro do Cordeiro, no Recife, e reúne alguns dos principais nomes do gênero em uma celebração cultural.
O evento, promovido em parceria com o município de Tacaratu, contará com apresentações de Irah Caldeira, Cezzinha, Cristina Amaral, Silvinho Cavalcanti, Beto Hórtis, Simone Arantes, Josildo Sá e o Quinteto Sala de Reboco. A abertura ficará por conta do grupo Xamegões do Forró.
Com caráter solidário, a iniciativa terá renda destinada à construção do Centro Oftalmológico Nossa Senhora da Saúde, reforçando o compromisso social do festival. Os ingressos custam R$ 30, com valor promocional de R$ 20 para mulheres até às 18h.
A governadora Raquel Lyra (PSD) continua fazendo política com seu estilo e viés próprios: o fígado. Quer mais uma prova disso? Está no blog do radialista Nill Júnior. Vem de Carnaíba, no Sertão do Pajeú, manifestada pelo prefeito Berg Gomes (PSB), que, diga-se de passagem, apoiou a candidatura dela no segundo turno em 2022.
Se trata dessa maneira quem a ajudou a chegar ao poder, imagine os verdadeiros prefeitos que já estão do outro lado do balcão?
Por Inácio Feitosa*
Na última sexta-feira estive em Teresina acompanhando a formação de mais uma turma de guardas civis municipais. Essa capacitação, conduzida pela Academia de Polícia Civil do Estado do Piauí (Acadepol), segue integralmente a matriz curricular prevista no Estatuto Geral das Guardas Municipais (Lei nº 13.022/2014) e nas diretrizes do Sistema Único de Segurança Pública, o SUSP (Lei nº 13.675/2018). O que presenciei foi a execução disciplinada de um modelo institucional que grande parte do país ainda não implementou: supervisão técnica estadual, formação padronizada, protocolos operacionais unificados, integração a sistemas de informação e preparo completo para o exercício legal do porte institucional. O Piauí transformou aquilo que está previsto em lei em política pública contínua e funcional.
O Estatuto das Guardas Municipais definiu a natureza civil dessas corporações, seu papel preventivo e a possibilidade de porte institucional dentro de requisitos legais específicos. O SUSP complementou ao estabelecer que municípios e estados precisam operar integrados, com intercâmbio de dados, interoperabilidade tecnológica e formação permanente. Nada disso depende de mudanças legislativas: depende exclusivamente de estruturação administrativa, decisão política e continuidade de gestão.
Leia maisO Piauí incorporou esse marco legal com método. A supervisão técnica da Polícia Civil garantiu uniformidade curricular e procedimentos padronizados, permitindo que as guardas fossem integradas a sistemas de inteligência e construíssem ações preventivas robustas. Um exemplo emblemático é o programa de combate ao roubo e revenda de celulares, sustentado por rastreamento de IMEI, análise de dados e atuação conjunta com as forças estaduais.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí, mais de 13 mil aparelhos foram recuperados e houve redução próxima de 50% nos roubos de celulares em Teresina. Resultados como esses mostram que o Estado está, na prática, inaugurando um padrão nacional para a formação e atuação das guardas municipais.
Esse avanço evidencia o contraste com diversos municípios do Nordeste, onde a formação ainda é irregular, as guardas atuam sem protocolos, o porte institucional não é regulamentado e a integração ao SUSP não é implementada. Há municípios com orçamento suficiente, estrutura administrativa e base legal definida, mas que permanecem inertes por ausência de decisão. A legislação não é o obstáculo; o obstáculo é a falta de iniciativa administrativa.
A comparação com São Paulo reforça o valor da integração sistêmica. O programa Smart Sampa articula videomonitoramento inteligente, leitura automática de placas, câmeras corporais, análise de dados georreferenciados e comunicação unificada. A Guarda Civil Metropolitana opera inserida nesse ecossistema, demonstrando que tecnologia só produz resultados quando se alinha a protocolos, formação e planejamento, justamente a lógica adotada pelo Piauí e ainda distante da realidade de grande parte do Nordeste.
Há ainda outro ponto que precisa ser enfrentado: a ausência de uma política estadual de formação e padronização em grande parte da região. Sem coordenação do Estado, cada município cria sua própria versão de guarda municipal, com cargas horárias distintas, abordagens díspares e níveis desiguais de capacitação, o que compromete a integração e reduz a eficiência das ações preventivas. O Piauí, ao centralizar a formação na Acadepol, instituiu um padrão único e garantiu que todos os municípios, independentemente de porte ou capacidade administrativa, recebessem guardas tecnicamente preparados.
Pernambuco, por sua vez, não possui um modelo semelhante, o que dificulta a interoperabilidade, aumenta o risco jurídico das corporações e impede a consolidação de uma doutrina estadual de segurança municipal. A inexistência desse padrão tem custo operacional, institucional e social e precisa ser corrigida.
Esse cenário também reacende a discussão nacional sobre a possível mudança da nomenclatura de Guarda Civil Municipal para Polícia Municipal. Embora a alteração nominal não expanda automaticamente competências, ela reconhece o papel que guardas bem estruturadas já exercem ao atuar armadas dentro da legalidade, integradas ao SUSP, com protocolos padronizados e presença territorial contínua. No entanto, essa discussão só é adequada onde a profissionalização já existe. Em municípios que não estruturaram formação nem integração, discutir nomenclatura é deslocar o foco do essencial.
Enquanto isso, Pernambuco enfrenta um quadro crítico. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social, divulgados pela imprensa, o estado registrou 3.531 homicídios dolosos em 2023, mantendo-se entre os mais violentos do país. Apesar disso, mais de 130 municípios pernambucanos poderiam possuir guardas civis municipais estruturadas, com formação adequada e integração ao SUSP, mas não avançaram de maneira efetiva. Sem padronização, sem formação e sem integração, a prevenção se torna frágil e a responsabilidade recai inteiramente sobre as forças estaduais.
Nesse contexto, é necessária uma crítica objetiva: quem pretende defender a bandeira da segurança pública precisa necessariamente observar e replicar o modelo adotado pelo Piauí. Não é possível reivindicar protagonismo no tema sem estruturar as guardas municipais conforme determina a legislação federal e sem implementar as medidas que já demonstraram resultados concretos. Ignorar esse caminho é optar por uma política de segurança pública incompleta, que desconsidera a participação municipal prevista no SUSP. A segurança municipal é uma política de Estado e está claramente definida no marco legal vigente; a omissão é administrativa, não normativa.
Com a proximidade das eleições de 2026, a avaliação da sociedade será cada vez mais técnica. Os dados são públicos, o marco legal é claro e os exemplos funcionais estão disponíveis. O desafio agora é transformar essas diretrizes em política pública permanente, com planejamento, formação e integração. A decisão entre avançar ou permanecer na estagnação caberá à gestão estadual, e os resultados serão observados e comparados.
*Advogado, escritor e fundador do Instituto IGEDUC (projetos@igeduc.org.br)
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Ex-presidente da Câmara, ex-esquerdista e ex-ministro de quatro pastas em governos de Lula e Dilma Rousseff, Aldo Rebelo será candidato a presidente da República pelo Democracia Cristã. A informação foi confirmada pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Rebelo participou do Direto de Brasília, meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, em outubro deste ano. Filiado ao MDB desde 2024, ele assumiu o protagonismo na reorganização nacional do partido. Recentemente, recebeu a missão de coordenar encontros temáticos e preparar o Congresso Nacional da sigla.
Nos últimos meses, ganhou destaque em episódios polêmicos: em maio de 2025, foi convocado como testemunha de defesa no inquérito que investiga o almirante Almir Garnier. Durante depoimento no STF, o ministro Alexandre de Moraes chegou a ameaçá-lo de prisão por suposto desacato quando ele fez observações sobre “força de expressão” presentes no discurso de Garnier.
Em um domingo (7) marcado pela fé, pela tradição e também pela força política, o prefeito do Recife, João Campos, chegou ao Morro da Conceição acompanhado de uma ampla frente de lideranças políticas de Pernambuco. A presença conjunta de pré-candidatos ao Senado, Miguel Coelho e Silvio Costa Filho; do deputado federal e presidente do PT, Carlos Veras; e de nomes de diferentes partidos, reforçando a capacidade de articulação e união em torno de um projeto comum para o estado.
Também estiveram presentes os deputados federais Pedro Campos, Maria Arraes e Eriberto Medeiros. Ainda, participaram da caminhada deputados estaduais, vereadores e lideranças locais de diversas regiões do estado.
“Subir o Morro da Conceição é mais que tradição. É reafirmar a nossa fé, a nossa história e o compromisso com o Recife que a gente quer: um Recife de oportunidades, de respeito e de justiça social. Estar aqui, junto do povo, com fé renovada e vontade de trabalhar, me dá a certeza de que Pernambuco pode seguir unido, com pluralidade, diálogo e esperança de futuro”, declarou João Campos.
A nova rodada do Datafolha divulgada ontem sobre a sucessão presidencial de 2026 expõe a fragmentação da direita e o desafio da família Bolsonaro para reorganizar seu espaço político após a inelegibilidade do ex-presidente. No levantamento, apenas 8% dos eleitores afirmam que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) seria o nome ideal para receber a indicação do pai — proporção bem inferior à de Michelle Bolsonaro, citada por 22%, e à do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lembrado por 20% dos entrevistados. Os números foram colhidos antes do anúncio de Flávio, na sexta-feira (5), de que disputará a Presidência.
O quadro indica estabilidade em relação à pesquisa anterior. Em julho, Michelle tinha 23% das menções e agora aparece com 22%, diferença que está dentro da margem de erro. Tarcísio oscilou de 21% para 20%. Já Ratinho Jr. (PSD-PR) subiu de 10% para 12%, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive no exterior, caiu de 11% para 9%. Flávio, por sua vez, variou de 9% para 8%. Também ficaram próximos dos índices anteriores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), com 6%, e Romeu Zema (Novo-MG), que recuou de 5% para 4%. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisO levantamento confirma que o selo de Bolsonaro perdeu força como ativo eleitoral. Segundo o Datafolha, 50% dos eleitores dizem que jamais votariam em um candidato indicado pelo ex-presidente. Outros 26% afirmam que certamente apoiariam um nome ungido por ele, e 21% consideram essa possibilidade. A rejeição majoritária ajuda a explicar a dificuldade em construir um consenso interno na direita, enquanto o campo da esquerda segue concentrado na figura do presidente Lula (PT).
A pesquisa espontânea também evidencia o peso residual de Bolsonaro no imaginário político: mesmo inelegível até 2060 por condenação a 27 anos e 3 meses no processo sobre tentativa de golpe, ele aparece com 7% das citações para a Presidência, atrás apenas de Lula, que lidera com 24%. Tarcísio (2%) e Ratinho Jr. (1%) completam o grupo mais lembrado.
Entre os eleitores identificados pelo instituto como núcleo duro do bolsonarismo — perfil majoritariamente masculino, branco, mais evangélico e de renda média a alta —, Michelle é ainda mais forte: 35% a apontam como sucessora natural, enquanto 30% preferem Tarcísio. Eduardo Bolsonaro tem 14%, e Flávio fica em apenas 9%, mesmo após sua movimentação pública para assumir a liderança do grupo político do pai.
A pesquisa Datafolha ouviu 2.002 pessoas, em entrevistas presenciais, realizadas entre 2 e 4 de dezembro, em 147 municípios do país. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95% — o que significa que, se fossem repetidas diversas vezes, as estimativas tenderiam a se repetir em 95% das ocasiões dentro da variação prevista.
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O presidente da Argentina, Javier Milei, compartilhou nas redes sociais uma publicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre a candidatura do irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), à Presidência.
A publicação traz uma foto do filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro com a legenda “Bolsonaro diz que Flávio será seu candidato à Presidência da República”. Milei compartilhou o post no X (antigo Twitter). As informações são da CNN Brasil.

Alinhado a Jair Bolsonaro, Milei convidou o ex-presidente brasileiro ao assumir a Casa Rosada — o presidente Lula não compareceu à cerimônia de posse. No ano passado, Milei se encontrou com Bolsonaro ao visitar o Brasil para a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), mas não se reuniu com Lula.
Mais recentemente, no entanto, Milei tem evitado comentários sobre o que acontece no Brasil. Os países mantém uma relação institucional.
