Os profanadores do regime democrático e a impossibilidade constitucional de anistiá-los

Por Celso de Mello*

A data de 08 de janeiro de 2023 (“um dia que viverá eternamente em infâmia”, como enfatizou a eminente ministra Rosa Weber, então presidente do STF) representa, por efeito da invasão multitudinária e criminosa nela perpetrada contra os Poderes do Estado, o gesto indigno, desprezível e estigmatizante daqueles que, agindo como delinquentes vulneradores da ordem constitucional, não hesitaram em dessacralizar os símbolos majestosos da República e do Estado democrático de Direito.

Relembrar, sempre, a data de 08/01/2023, para repudiar o ultrajante vilipêndio cometido por mentes autoritárias contra o Estado de Direito – e para jamais esquecê-la –, há de constituir expressão de nosso permanente e incondicional respeito à Lei Fundamental do Brasil e de reafirmação de nossa crença na preservação do regime democrático, na estabilidade das instituições da República e na intangibilidade das liberdades essenciais do Povo de nosso País!

Naquele verdadeiro (e vergonhoso) “dies irae”, a escumalha radical, impulsionada por um inadmissível sentimento de fúria selvagem, invadiu, criminosamente, além das sedes do Congresso Nacional e da Presidência da República, o edifício do Supremo Tribunal Federal, neste provocando atos de vandalismo que SEQUER pouparam o busto de Ruy Barbosa, “Patrono dos Advogados Brasileiros”, contra quem tais delinquentes desferiram golpes que deixaram, em sua fronte, a marca de sua infame agressão!

O Supremo Tribunal Federal, sabiamente, decidiu NÃO restaurar a escultura de RUY, para marcar, para as presentes e futuras gerações – e eterna memória dos fatos (“ad perpetuam rei memoriam”) –, o dia em que a brutalidade vitimou a Justiça e ofendeu o grande patrono dos Advogados brasileiros!!!

Esses gestos de subversão explícita, típicos de uma horda de criminosos cujo primarismo permite reduzi-los ao mais grave nível de irracionalidade e de ausência total de civilidade, deixaram, para eterna e estigmatizante desonra de seus autores, um legado perverso que nos cumpre repudiar e combater: o legado inaceitável da destruição, da mentira, do ódio visceral ao regime democrático, da intolerância, do desapreço pela ideia de liberdade e do culto à barbárie!

A investida criminosa dessa turba insana contra o Supremo Tribunal Federal, ‘sentinela das liberdades’, no dizer de Aliomar Baleeiro, e contra Ruy Barbosa, ‘o construtor da República’, constitui a imagem mais expressiva (e negativa) do espírito destrutivo, pervertido e disruptivo da malta que invadiu (e dessacralizou), no dia 8 de janeiro de 2023, os símbolos augustos (e perenes) do Estado Democrático de Direito!

O grave momento histórico então vivido pelo Brasil revelou-nos que as instituições democráticas de nosso País e as liberdades fundamentais dos cidadãos, porque expostas a ataques dos hunos que as assediaram com o subalterno (e corrosivo) propósito de vulnerá-las, sofreram risco imenso em sua integridade!

Naquele momento delicado vivido pelo Brasil, avizinhou-se, perigosamente, a aproximação de tempos procelosos e nublados, impregnados, por seu efeito desestabilizador, de extrema gravidade e de sérias consequências para o regime democrático!

Tornava-se importante, por tal razão, que aqueles que respeitavam a institucionalidade e que prestavam fiel reverência à nossa Constituição reagissem – e reagissem sempre com apoio e sob o amparo da Lei Fundamental do Brasil — às sórdidas manobras golpistas, às sombrias conspirações autocráticas e às inaceitáveis tentações pretorianas de submeter o nosso País a um novo e ominoso período de supressão das liberdades constitucionais e de degradação e conspurcação do regime democrático!!

A resposta do povo brasileiro às graves (e ameaçadoras) manifestações então promovidas por lideranças golpistas, todas elas indignas da majestosa importância da Lei Fundamental de nosso País, mostrava-se necessária e imprescindível! E essa resposta veio com apoio na “rule of law”, repelindo as tentações autoritárias e as práticas abusivas que degradavam, deformavam e deslegitimavam o sentido democrático das instituições e a sacralidade da própria Constituição!

Superado aquele grave momento em que uma turba insana buscava solapar os alicerces da República e do Estado democrático de Direito, tornava-se imprescindível que a cidadania se pronunciasse, de forma vigorosa e inequívoca, como posteriormente o fez na “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros”, em defesa da intangibilidade do regime democrático e de todos os consectários que lhe são inerentes, repelindo os graves sucessos ocorridos em 08 de janeiro de 2023 e repudiando o comportamento intolerante e audacioso daqueles que insistiram em ignorar o sentido essencial dos valores democráticos e a importância fundamental das instituições da República!

São os períodos de crise que revelam a alma e o caráter das pessoas, como destacava Thomas Paine, no século 18, em seus “The Crisis Papers”!

Foi aquele – como ainda continua a sê-lo – um momento que nos permitiu revelar nosso real compromisso com os valores da República e com os signos legitimadores do Estado democrático de Direito, demonstrando, no que concerne ao Supremo Tribunal Federal, que os seus Juízes, impregnados de autêntico “sentimento constitucional”, agem, como sempre agirão, de modo impessoal, com integridade moral e com inteira autonomia intelectual, fazendo preservar, em momentos nos quais há grave periclitação da estabilidade institucional e de séria lesão à ordem democrática, a supremacia da Constituição e a autoridade das leis do Estado!

Afinal, como assinalava Cícero, já no século 1 a.C., “Somos servos da lei, para que possamos ser livres” (“Servi legum sumus, ut liberi esse possimus”)!!!

Torna-se vital reconhecer que o regime democrático, analisado na perspectiva das delicadas relações entre o Poder e o Direito, não terá condições de subsistir, quando as instituições políticas do Estado falharem em seu dever de respeitar a Constituição e as leis da República, pois, sob esse sistema de governo, não poderá jamais prevalecer a vontade de uma só pessoa, de um só estamento ou de um só grupo!

O sentimento de respeito à Constituição da República, por ser mais intenso, haverá de sobrepujar e neutralizar quaisquer impulsos emanados de mentes autocráticas que se aventurem, criminosamente, lançando-se em ensaios que visem a fragilizar, a desvalorizar e a transgredir a ordem constitucional!

Há que se ter sempre presente a grave advertência do saudoso e eminente ministro Aliomar Baleeiro, do Supremo Tribunal Federal, em manifestação que recordava ao nosso País que, enquanto houver cidadãos dispostos a submeter-se e a curvar-se ao arbítrio e à prepotência do poder, sempre haverá vocação de ditadores.

Daí a significativa e vital importância do Poder Judiciário, cujos magistrados saberão agir com independência e liberdade decisória, dispensando tutela efetiva aos direitos básicos da cidadania e preservando a integridade da ordem constitucional!

Cabe sempre advertir, de outro lado, que o poder militar está sujeito, historicamente, nas democracias constitucionais, ao poder civil, cabendo-lhe, unicamente, as estritas funções institucionais que lhe foram atribuídas pela Constituição!

O poder castrense, que NÃO dispõe de atribuição moderadora nem de função arbitral que lhe permita resolver – como se fosse uma anômala (e estranha) instância de superposição – eventuais conflitos entre as instituições civis do Estado, há de submeter-se, por inteiro e incondicionalmente, à autoridade suprema da Constituição, sob pena de a República democrática – sob cuja égide vivemos – dissolver-se, esmagada pelo peso e deslegitimada pelo estigma de uma estratocracia desestabilizadora da ordem democrática e opressora das liberdades e franquias individuais!

A necessidade do controle civil sobre as Forças Armadas – advertem os estudiosos da matéria (como Eliézer Rizzo de Oliveira, “Democracia e Defesa Nacional: A criação do Ministério de Defesa na Presidência de FHC”, São Paulo, 2005, pág. 84) – busca definir parâmetros e implementar os seguintes objetivos:

“a) O comando inquestionável das Forças Armadas pelo Chefe do Poder Executivo;

b) Garantir a imparcialidade política das Forças Armadas;

c) Estabelecer uma estrutura de ordenamento legal das Forças Armadas que as submeta [aos princípios essenciais do] Estado democrático;

d) Qualquer decisão quanto ao emprego do poder militar deve ter origem exclusiva nas decisões políticas [das autoridades civis]; e

e) Reafirmar o caráter nacional das Forças Armadas.”

Em um contexto de grave crise que afetava e comprometia, de um lado, os próprios fundamentos ético-jurídicos que dão sustentação ao exercício legítimo do poder político e que expunha, de outro, o comportamento anômalo de protagonistas relevantes situados nos diversos escalões do aparelho de Estado, tornava-se perceptível a justa, intensa e profunda indignação e inquietação da sociedade civil perante aquele quadro deplorável de periclitação da ordem democrática e de perversão da ética do poder e do direito!

Em situações tão graves assim, costumam insinuar-se pronunciamentos ou registrar-se movimentos que parecem prenunciar a retomada, de todo inadmissível, de práticas estranhas (e lesivas) à ortodoxia constitucional, típicas de um pretorianismo que cumpre repelir, qualquer que seja a modalidade que assuma: pretorianismo oligárquico, pretorianismo radical ou pretorianismo de massa (SAMUEL P. HUNTINGTON, “Pretorianismo e Decadência Política”, 1969, Yale University Press).

A nossa própria experiência histórica revela-nos – e também nos adverte – que insurgências de natureza pretoriana, à semelhança da ideia metafórica do ovo da serpente (República de Weimar), descaracterizam a legitimidade do poder civil e fragilizam as instituições!

Impunha-se repelir, por isso mesmo, qualquer manifestação de um pretorianismo oligárquico que buscasse sufocar e dominar, com grave lesão à ordem democrática, as instituições da República!

Já se distanciam no tempo histórico os dias sombrios que recaíram sobre o processo democrático em nosso País (1964–1985), em momento declinante das liberdades fundamentais, quando a vontade hegemônica dos curadores militares do regime político então instaurado sufocou, de modo irresistível, o exercício do poder civil.

É preciso ressaltar que a experiência concreta a que se submeteu o Brasil no período de vigência do regime de exceção (1964/1985) constitui, para esta e para as próximas gerações, marcante advertência que não pode ser ignorada: as intervenções pretorianas no domínio político-institucional têm representado momentos de grave inflexão no processo de desenvolvimento e de consolidação das liberdades fundamentais.

Intervenções castrenses, quando efetivadas e tornadas vitoriosas, tendem, na lógica do regime supressor das liberdades que se lhes segue, a diminuir (quando não a eliminar) o espaço institucional reservado ao dissenso, limitando, desse modo, com danos irreversíveis ao sistema democrático, a possibilidade de livre expansão da atividade política e do exercício pleno da cidadania.

Tudo isso é inaceitável porque o respeito indeclinável à Constituição e às leis da República representa, no regime democrático, limite inultrapassável a que se devem submeter os agentes do Estado e as próprias Forças Armadas!

Faça-se também saber, aos que costumam invocar, com certa habitualidade, o valor nobre e elevado do patriotismo, o juízo de reprovação formulado pelo doutor Samuel Johnson (nome expressivo da literatura britânica do século 18), em frase ácida que dirigiu, em veemente tom crítico, a William Pitt, o Velho (“The Elder”), 1º Conde (1st Earl ) de Chatham e Primeiro-Ministro do Reino Unido (“The Patriot Minister”) , em razão do que ele, Johnson, entendia constituir uso abusivo, por esse político britânico, da palavra “patriotismo”!

Por tal razão, vale relembrar, conforme registra James Boswell, biógrafo escocês do doutor Samuel Johnson, a frase célebre por este proferida em 07 de abril de 1775:

“Patriotism is the Last Refuge of a Scoundrel (“O Patriotismo é o último refúgio de um Canalha”).

Não quero nem pretendo atribuir aos que se dizem patriotas, generalizando-o, aquele juízo de desvalor formulado por Samuel Johnson. A menção que fiz busca apenas relembrar que, no curso dos eventos históricos, podem surgir episódios de utilização abusiva da expressão pertinente a quem se atribui, monopolísticamente, com exclusão daqueles que seguem orientação política diversa, a condição privativa de patriota.

A observação que venho de fazer torna pertinente invocar, no sentido por mim exposto, a célebre definição de “Pátria” formulada por Ruy Barbosa em discurso proferido no Colégio Anchieta, em 1903:

“A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade.”

Não podemos nem devemos jamais esquecer que, em 08 de janeiro de 2023, os símbolos da República e do regime democrático foram gravemente profanados por delinquentes movidos por um sentimento desprezível e irracional de ódio e de intolerância e que não hesitaram em dessacralizar, com atos criminosos e atentatórios à integridade do Estado de Direito, o sentido mais elevado da supremacia da Constituição e das leis que regem uma sociedade civilizada!

O que pode explicar o comportamento de pessoas retrógradas e despreparadas que se valem da violência política para impor, de modo ilegítimo e autoritário, a sua distorcida concepção de mundo?

Esses agentes do obscurantismo, que se notabilizaram por seu perfil intolerante e visão hostil às instituições democráticas, beneficiaram-se, paradoxalmente, da tolerância, que constitui um dos signos configuradores do próprio regime democrático!

Torna-se importante não desconhecer, neste ponto, a conhecida advertência de Karl Popper quando, ao examinar o tema da sociedade aberta (e democrática) em face de seus inimigos, responde à seguinte indagação: até que ponto a democracia, para autopreservar-se, deve tolerar os intolerantes?

Para Popper, “A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da própria tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles. (…)!

É inquestionável que uma sociedade fundada em bases democráticas deve ser essencialmente tolerante e, por isso mesmo, cabe-lhe estimular o respeito harmonioso na formulação do dissenso, em respeito aos que divergem de nosso pensamento, de nossas opiniões e de nossas ideias!

Mas não deve nem pode viabilizar a “tolerância ilimitada”, pois esta, se admitida, levará à supressão da própria tolerância, à eliminação dos tolerantes e à aniquilação da própria ideia e sentido de democracia!!!

Neste momento de nosso processo político, revela-se essencial que a cidadania comprometida com o respeito à institucionalidade empenhe-se na defesa incondicional das instituições democráticas de nosso País e na proteção das liberdades fundamentais, para que não voltem a expor-se, como sucedeu em passado recente, a ataques covardes e criminosos dos hunos que as assediaram com o subalterno (e corrosivo) propósito de vulnerá-las e de vilipendiá-las em sua integridade!

Torna-se importante, por tal razão, que aqueles que respeitam a institucionalidade e que prestam fiel reverência à nossa Constituição reajam – e reajam sempre com apoio e sob o amparo da Lei Fundamental do Brasil – às sórdidas manobras golpistas, às sombrias conspirações autocráticas e às inaceitáveis tentações subversivas de submeter o nosso País a um novo e ominoso período de supressão das liberdades constitucionais e de degradação e conspurcação do regime democrático!

Necessário, pois, reagir, com vigor e determinação, sempre sob o império da lei, à ação criminosa de mentes autoritárias e de pessoas infensas ao primado da ideia democrática, que agem movidas por inaceitáveis tentações autoritárias e por práticas abusivas e sediciosas que degradam, deformam e deslegitimam o sentido democrático das instituições e a sacralidade da própria Constituição!

Eis porque a “tolerância ilimitada” (Popper), longe de refletir a essência mesma do espírito democrático, culmina, paradoxalmente, por viabilizar a construção de estruturas autoritárias destinadas, no contexto de um projeto sórdido de poder, ao controle institucional do Estado e ao domínio político da sociedade civil, ensejando frontal transgressão aos postulados éticos e jurídicos que informam e sustentam as bases de uma sociedade livre, aberta, solidária, fraterna e civilizada!

Em uma palavra: são esses os verdadeiros delinquentes da República e marginais da ordem institucional, pessoas desprezíveis sobre quem deve recair, com todo o rigor, a força da lei, respeitando-se, no entanto, quanto a eles, sempre, o postulado inafastável do devido processo legal.

As cenas de selvageria e degradação praticadas por golpistas e radicais imbuídos da vontade (criminosa) e determinação (ilícita) de assaltar as instituições democráticas e de usurpar o poder revelam que os novos bárbaros chegaram, em 08 de janeiro de 2023, à Capital da República, com o objetivo subalterno (e subversivo) de destruir a ordem institucional, de renegar o primado dos mais elevados padrões civilizatórios e de fazer instaurar, contra a vontade majoritária do povo, mediante ações destituídas de qualquer coeficiente de legitimidade, um regime marginal de intolerância, de poder absoluto, de ódio, de violência política e de supressão das liberdades fundamentais!

As instituições democráticas não conseguirão subsistir em um ambiente político e social convulsionado onde a “tranquilitas ordinis” (a que se referia Santo Agostinho) é rompida, a institucionalidade, desrespeitada, as franquias individuais, vilipendiadas, e a autonomia dos poderes do Estado, transgredida!

Sem um Parlamento independente, sem um Poder Judiciário protegido contra indevidas intrusões de outros poderes e sem um Governo capaz de agir, no plano executivo, sem injunções marginais de outros estamentos, instituições e corporações, respeitada, sempre, como expressão própria (e superior) do regime democrático, a primazia do poder civil sobre o poder castrense, não prevalecerá, jamais, uma cidadania livre nem subsistirá, íntegra, a ordem fundada no Estado democrático de Direito.

Esse é o dilema ético e político – civilização ou barbárie – que o assalto brutal, criminoso e inconstitucional aos Poderes da República (Const. Federal, art. 5º., inciso XLIV), verdadeiro “crime contra a nacionalidade”, gerou no espírito dos cidadãos conscientes e responsáveis, comprometidos com a intangibilidade do princípio democrático e com o respeito incondicional à autoridade suprema da Constituição e das leis da República.

Os fatos de 08 de janeiro de 2023, verdadeiro “dies irae”, tornaram necessário proceder-se à escolha consciente e responsável entre civilização e barbárie, entre Eros e Thanatos, entre liberdade e submissão, entre o respeito à ordem jurídica e às instituições democráticas, de um lado, e a desordem generalizada, o caos, a anarquia, a intolerância, o fundamentalismo, o ódio, a violência política e o desapreço total pela democracia constitucional, de outro, provocados pelos novos bárbaros (que transpuseram, então, em gesto atrevido e criminoso, os umbrais da Cidade, conspurcando, com seu gesto indigno, o domínio civilizado do império do Direito e da “rule of law”).

Clezão e a necropolítica bolsonarista 8/1: NÃO ESQUECEREMOS Sobem os créditos, mas ‘Ainda estou aqui’ segue em Brasília

BUSCA-SE, agora, ANISTIAR as lideranças golpistas (civis e militares) e todos aqueles que, direta ou indiretamente, concorreram para a prática criminosa da tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, em concurso material com outros 4 (quatro) delitos: tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado!

Entendo que tal pretensão encontra obstáculo na própria ordem constitucional.

Conceder anistia a quem perverte a democracia e subverte o Estado de Direito traduz ato que afronta e dessacraliza, uma vez mais, a soberana autoridade da Constituição da República!

O Congresso Nacional NÃO pode exercer seu poder de legislar, em matéria de anistia , (1) naquelas hipóteses pré-excluídas pela Constituição do âmbito normativo desse ato de clemência soberana do Estado (tortura, racismo, tráfico de drogas, terrorismo, crimes hediondos e delitos a estes equiparados, CF, art. 5º., n. 43), (2) nos casos em que o Legislativo incidir em desvio de finalidade, distorcendo ou subvertendo a finalidade dessa modalidade do poder de graça, como ocorreria se a concessão de anistia objetivasse atribuir ao Parlamento a condição anômala (e inadmissível) de órgão revisor das decisões judiciais (as do STF, na espécie), como revela a intenção motivadora do projeto de lei (e de seu substitutivo) ora em curso na Câmara dos Deputados, (3) em situação que caracterize ofensa ao princípio da separação de poderes (vício em que também incide a proposição legislativa acima mencionada) e (4) se a medida tiver por finalidade beneficiar qualquer pessoa que haja ofendido ou desrespeitado os cânones inerentes à democracia constitucional.

O Supremo Tribunal Federal, em importante precedente sobre os limites do poder de graça (que NÃO tem caráter absoluto), firmou orientação no sentido (1) de que atos concessivos do benefício da graça são plenamente suscetíveis de controle jurisdicional, circunstância que legitima, plenamente, a atividade fiscalizadora do STF, a quem incumbe, por expressa delegação da Assembleia Constituinte, o “monopólio da última palavra” em matéria constitucional, (2) de que o órgão competente para agraciar não pode transgredir o postulado da separação de poderes, que traduz dogma protegido por cláusula pétrea explícita, (3) de que esse mesmo órgão (o Congresso Nacional, no caso) não pode exercer tal prerrogativa institucional com desvio de finalidade e (4) de que a concessão da graça, como a anistia, não pode beneficiar quem houver atentado contra o Estado Democrático de Direito, regime político amparado por cláusula pétrea implícita (ADPFs ns. 964/DF, 965/DF, 966/DF e 967/DF, Rel. Ministra Rosa Weber).

No caso do projeto de lei concessivo da anistia, ora em tramitação na Câmara dos Deputados, tal proposição legislativa incide, juntamente com seu substitutivo, em algumas transgressões à Constituição, especialmente (1) porque visa beneficiar quem atentou contra o Estado Democrático de Direito e (2) porque, ao incidir em desvio de finalidade, busca converter o Congresso Nacional em anômalo órgão revisional (ou instância de superposição) em face das decisões do Supremo Tribunal Federal, assim transgredindo o princípio da separação de poderes.

Note-se, portanto, que a proposição legislativa em tela ofende postulados constitucionais protegidos por cláusulas pétreas, tanto de natureza explícita quanto de caráter implícito!

CONCLUINDO: Profanadores da República e conspiradores da democracia constitucional, como todos aqueles que se envolveram no planejamento, no financiamento e na execução dos atos criminosos a que se referem o projeto de lei e o seu substitutivo, apoiados por lideranças políticas que buscam conceder-lhes anistia, não são dignos nem passíveis de merecer esse benefício da clemência soberana do Estado, porque a tanto se opõe a autoridade suprema da própria Constituição!

*Ministro aposentado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, biênio 1997–1999.

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A Prefeitura do Recife entregou, ontem, a primeira etapa da requalificação do Mercado da Encruzilhada, um dos principais polos de comércio popular da cidade. Com investimento de R$ 6,5 milhões, a intervenção incluiu a criação de uma nova área de pescados e a inauguração da Praça Capiba Gastrô, uma praça de alimentação com estrutura renovada. O prefeito João Campos afirmou que o local ganhou mais integração com a área externa e se tornou “mais um espaço de convivência na cidade”.

As mudanças foram feitas pela Conviva – Mercados e Feiras, órgão responsável pela gestão de equipamentos do tipo. Segundo o diretor-presidente Gabriel Leitão, o objetivo é valorizar a história e a função social do mercado, que completou 101 anos. “Nossa requalificação visa manter toda essa tradição, garantindo melhores condições para quem trabalha e frequenta o local, sem perder o que torna o mercado tão especial para o nosso povo”, disse ele.

Na prática, a reestruturação incluiu reforma do piso, divisórias e revestimento cerâmico nas áreas de pescado, além de melhorias em acessibilidade, elétrica e hidrossanitária. A praça de alimentação recebeu intervenções semelhantes, com direito a escadaria externa e portas de enrolar nos boxes.

As obras continuam em outras áreas do mercado, com promessas de melhorias nas cobertas, sistemas hidráulico e sanitário, além da recuperação da casa de bombas e pintura geral. Ainda não há data para a conclusão da requalificação completa.

Dulino Sistema de ensino

Do UOL

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, nem bem começou sua pré-campanha presidencial e já vive o fogo amigo entre correligionários de seu partido, o União Brasil.

O que aconteceu

Caiado lançou sua pré-candidatura na sexta, dia 4, em Salvador (BA). Dois dias depois, fez uma parada em São Paulo, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, num ato convocado por bolsonaristas para defender a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e a participação do ex-presidente no pleito de 2026.

Sem presidente da legenda. Mais de 100 prefeitos e 30 deputados de Goiás seguiram Caiado para a capital baiana. O presidente da legenda, Antônio Rueda, no entanto, não compareceu.

PL de Bolsonaro em embate com Caiado a fim de derrubar sua candidatura. No ano passado, a coligação do PL em torno de Fred Rodrigues, que concorreu à Prefeitura de Goiânia, denunciou o governador por suposto abuso de poder durante as eleições municipais. Caiado recebeu o então candidato a prefeito Sandro Mabel, também do União Brasil, no Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, logo após o primeiro turno. Mabel disputava o segundo turno com Rodrigues.

Condenação e elegibilidade. Em dezembro, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Goiás condenou Caiado a oito anos de inelegibilidade por favorecer seu candidato. O goiano recorreu e a ação foi julgada outra vez pelo TRE-GO na última quarta.

Próximo round dessa ação envolve movimento do PL. Embora a condenação tenha sido mantida, e o governador tenha de pagar multas por abuso de poder, a inelegibilidade foi revertida. No entanto, o UOL apurou que o PL estadual deve recorrer da decisão e insistir em tornar Caiado inelegível.

Caiado se vê isolado contra a união com o PP. Em outra frente, o pré-candidato estaria numa luta isolada contra a união de seu partido com o PP, do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Até mesmo apoiadores de Caiado, como ACM Neto e Bruno Reis, se posicionam favoráveis a essa federação, que garantiria a maior bancada do Congresso.

Ciro colocou panos quentes à época do lançamento da pré-candidatura de Caiado. O senador disse que o objetivo é estar com quem ganhar em 2026 — assim, restaria ao governador conquistar espaço com sua candidatura para tornar-se uma alternativa competitiva, mas lutando contra a maré.

União fica entre o PT e Caiado. O partido está hoje dividido entre os que desejam o apoio ao PT e os que querem a candidatura do governador goiano. O União Brasil ocupa três ministérios do governo petista —recentemente, Juscelino Filho pediu demissão, mas será substituído por Pedro Lucas Fernandes, também do União.

Racha no partido é exposto por ministro. Um dos defensores da aliança com petistas é o ministro do Turismo, Celso Sabino. Em entrevista ao “Roda Viva” na última segunda, ele afirmou que a “ampla maioria” da União Brasil defende uma aliança com PT em 2026.

Querem conservar emprego, diz Caiado. Para o governador, os que defendem aliança com PT formam um grupo dentro da legenda cujas ideias “não têm espaço na vida como ela é”. “Uns vão pela convicção, outros vão pelo emprego”, disse ao UOL. Caiado é um grande crítico dos petistas, antes mesmo de assumirem o governo federal pela primeira vez.

Para-brisa gigante

Caiado precisa tornar-se conhecido, avalia aliado. Em entrevista ao UOL antes do lançamento da pré-candidatura de Caiado, Rueda afirmou que seria tarefa de Caiado aproximar-se dos eleitores de todas as vertentes para tornar-se mais conhecido. Sobre as rusgas recentes entre o governador goiano e bolsonaristas, Rueda disse: “Na política, o retrovisor precisa ser bem pequeno. Mas o para-brisa, gigante”.

Bandeira branca com Bolsonaro. A passagem por São Paulo e a subida no palanque do ex-presidente Bolsonaro no ato pró-anistia foi o gesto encontrado para plantar uma bandeira branca entre ambos, com vistas a colher eventuais eleitores. Na manifestação, o governador abraçou a pauta do ex-presidente. “Eu era deputado e a Casa foi invadida pelo MST várias vezes”, disse. “Eu não admito baderna, mas as pessoas estão presas há dois anos. A força do Estado não é para vingar, é para educar.” O UOL apurou que Caiado encontraria Bolsonaro nesta semana, mas o encontro foi cancelado após a internação do ex-presidente em Natal.

Neste momento, Caiado busca visitar estados que “querem” recebê-lo. “Apesar de ser um candidato menos conhecido, eu vejo que, quando me conhecem, sou bem avaliado”, disse ele, que depois de Salvador e São Paulo, voltou a circular pelas cidades goianas. Caiado também disse ver os estados do Ceará, do Rio Grande do Norte e do Piauí como “futuros destinos”.

Candidato e governador

Passar bastão ao vice. Ocupando seu segundo mandato como governador — ele foi reeleito com 51,8% dos votos no primeiro turno da disputa — Caiado tem de conciliar seu papel de pré-candidato à Presidência com o de chefe do Executivo estadual. Desde que reassumiu a cadeira em janeiro deste ano, ele tem falado sobre passar o posto para o vice Daniel Vilela (MDB).

Renúncia precisa acontecer até abril de 2026. A expectativa é que o governador comece a se distanciar progressivamente até renunciar no ano que vem. Durante sua passagem pela Tecnoshow, Caiado afirmou que ficará no governo até o dia 3 de abril de 2026 — a data limite para a renúncia é dia 4 de abril. Até lá, as ações de pré-campanha, bancadas pelo fundo partidário, estarão mais focadas nos finais de semana, segundo seu entorno.

Novo baiano

Aliança baiana. A pré-campanha de Ronaldo Caiado foi lançada oficialmente no Centro de Convenções de Salvador. Há uma aproximação de Caiado com o grupo baiano da União Brasil. Entre seus aliados mais próximos estão ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, e Bruno Reis, atual prefeito.

Dobradinha com Gusttavo Lima foi desfeita. Em março, Caiado alardeou que ia compor uma chapa com o cantor como vice e que ambos estariam juntos em Salvador. Duas semanas depois, o músico disse ter desistido da ideia de se lançar na política — em janeiro, chegou a afirmar que seria candidato a presidente. Ao mudar de ideia, alegou falta de apoio da família e de parceiros comerciais — mas enfrentou insatisfação de Bolsonaro, que viu traição na movimentação.

Aliança com primeira-dama. Entre fontes mais próximas de Caiado, especula-se que Gusttavo Lima ainda possa sair como candidato ao Senado — como sugeriu publicamente Bolsonaro — em uma chapa com a primeira-dama de Goiás, Gracinha Caiado.

Para ‘endireitar’ o Brasil

Caiado aposta em sua candidatura com o slogan “Coragem para endireitar o Brasil”. Sob essa bandeira, a busca pelo eleitor progressista fica mais distante. Aliados do governador de Goiás acreditam que pautas como ciência, educação e políticas sociais podem ajudá-lo a dialogar com setores além da direita.

“Ele é bem direitão”. Ainda assim, em relação à conquista de votos de eleitores de esquerda, os integrantes da campanha não têm esperança. Historicamente, desde a primeira eleição presidencial após a redemocratização, em 1989, quando Caiado candidatou-se pela primeira vez a presidente — com um forte embate com petistas — ele marcou distância do eleitorado de esquerda. Até mesmo os assessores mais próximos confirmam: “Quem conhece Caiado sabe: ele é bem ‘direitão'”.

Oposição antiga. Naquele momento, em 1989, o jovem Ronaldo Caiado ainda tinha os cabelos negros e a aparência jovial, enquanto liderava a União Democrática Ruralista (UDR), durante o período em que se discutia a reforma agrária no país. Desde então, distanciado do campo progressista, Caiado usou de seu perfil combativo no parlamento para se opor a governos petistas.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Do Poder360

O carro do deputado federal Sargento Portugal (Podemos-RJ) foi alvo de tiros na manhã de ontem, na região de Antares, bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio. O congressista estava em um veículo blindado e não ficou ferido.

Ainda não está claro se Portugal foi o alvo direto do ataque ou se o carro entrou em uma área de tiroteio. Por meio de seu perfil nas redes sociais, o congressista afirmou que o caso foi uma tentativa de “silenciar” sua atuação política.

“Mais uma vez, tentaram tirar minha vida. Esse é o preço que se paga por lutar por vocês. A tentativa de intimidação foi clara. Atacaram meu carro. Quem anda com Deus, não recua”, escreveu.

Sargento Portugal é conhecido por sua atuação em pautas ligadas à segurança pública. À TV Record, afirmou que estava na região para entregar um “projeto” e criticou a situação da segurança no Estado. Disse que o Rio “não é do carioca há muito tempo”. Durante a entrevista, o congressista aparece em frente ao carro com uma marca de tiro.

Ao Poder360, a Polícia Militar afirmou que o comando do 27º batalhão foi acionado e policiais foram verificar a ocorrência. O caso foi registrado na 36ª Delegacia de Polícia.

A presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, classificou o episódio como “ato covarde” e afirmou que reflete uma “escalada da violência que assola o país”. Em nota, o partido cobrou apuração rigorosa das autoridades e punição aos envolvidos.

Leia a íntegra da nota do Podemos Nacional:

“A família Podemos está profundamente preocupada com a escalada da violência que assola o país. Desta vez, o alvo foi o nosso deputado Sargento Portugal, do Podemos do Rio de Janeiro — um dos principais nomes na defesa da segurança pública.

Repudiamos esse ato covarde contra um congressista no exercício do seu mandato e expressamos nossa total solidariedade ao deputado.

Cobramos das autoridades rigor nas investigações e a devida punição aos responsáveis. A democracia não pode conviver com a intimidação violenta de seus representantes.”

Leia a íntegra da nota da PM:

“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Polícia Militar informa que, segundo o comando do 27º BPM (Santa Cruz), policiais militares foram verificar informações de disparos de arma de fogo, na manhã desta quinta-feira, 17/04, em Antares. De acordo com informações colhidas no local, um veículo foi alvo de disparos. O veículo é blindado. Ocorrência registrada na 36ª DP.”

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

Os empresários pernambucanos Raphael e Taffarel Gadelha, fundadores da startup de educação tecnológica Dulino, estão em missão na China, integrando uma comitiva de empresários brasileiros em busca de referências globais em inovação e impacto social. A viagem tem foco estratégico: trazer soluções que possam impulsionar o novo modelo de educação 7.0, que já começa a transformar a realidade de escolas públicas brasileiras.

Fundada em 2013, a Dulino rompeu com a lógica tradicional de ensino e desenvolveu uma metodologia baseada no “aprender fazendo”, com forte uso de tecnologia e estímulos criativos. “A lógica que nos move é simples, mas provocadora: temos escolas do século 19, professores no século 20 e alunos vivendo no século 21. A conta não fecha. Lápis e papel perderam espaço para tablets, celulares, óculos de realidade virtual e computadores. A tecnologia é aliada da educação, não inimiga”, afirma Raphael Gadelha, CEO da empresa.

O modelo 7.0 incorpora atividades práticas, ferramentas digitais, gamificação e rotinas adaptadas que incluem alunos neurodivergentes, como crianças com TEA e TDAH. As experiências conduzidas por redes parceiras já apresentam resultados significativos na evolução cognitiva, emocional e comportamental dos estudantes.

“Estamos aprendendo com a China, que é uma referência global em soluções educacionais com base tecnológica. Nosso objetivo é tropicalizar essas ideias, sem abrir mão da nossa identidade e da realidade das escolas brasileiras”, explica Taffarel Gadelha.

Com atuação consolidada em Pernambuco e Bahia, a startup agora acelera sua expansão nacional, levando o modelo 7.0 para outras redes públicas e privadas que buscam alinhar seus currículos às competências exigidas pelo século 21. A proposta da Dulino é tornar a escola um espaço dinâmico, inclusivo e conectado à realidade dos estudantes.

Para os irmãos Gadelha, investir em educação pública inovadora é um passo essencial para o crescimento do país. “Quando transformamos a escola, transformamos a economia. Formamos cidadãos mais preparados, mais criativos e mais humanos”, resume Raphael.

Caruaru - São João na Roça

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prestes a abandonar as tentativas de mediação entre Rússia e Ucrânia caso não haja sinais concretos de avanço nas negociações. O alerta foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, hoje, durante uma coletiva em Paris. “Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio. Então, precisamos determinar muito rapidamente agora — e estou falando de questão de dias — se isso é viável nas próximas semanas”, declarou o secretário, após reuniões com autoridades europeias e ucranianas.

Rubio afirmou ainda que o presidente continua interessado em um possível acordo de paz, mas que os Estados Unidos têm outras prioridades e não pretendem manter o foco indefinidamente em negociações estagnadas. “Se for viável, estamos dentro. Se não, então temos outras prioridades para focar também”, disse ele, reforçando a urgência por respostas concretas. As informações são do g1.

Do outro lado, o Kremlin reagiu às declarações com cautela. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que houve avanços nas conversas até agora, inclusive com o cessar-fogo no Mar Negro, embora haja acusações de violações por ambas as partes. “Os contatos são bastante complicados porque, naturalmente, o tema não é fácil”, disse Peskov, destacando que a Rússia segue comprometida com o processo.

Trump havia prometido durante a campanha eleitoral que encerraria a guerra entre os dois países em até 24 horas após assumir a presidência. A retórica, no entanto, foi suavizada após sua posse, com uma nova previsão de resolução até abril ou maio. À medida que os entraves diplomáticos se multiplicam, a paciência da Casa Branca parece estar se esgotando.

A frustração com a falta de progresso reflete não apenas nas declarações do secretário de Estado, mas também no contexto mais amplo das relações internacionais dos EUA. Segundo Rubio, o cenário atual envolve uma lista crescente de desafios geopolíticos que exigem atenção urgente. A indefinição do conflito no Leste Europeu pressiona Washington a rever suas prioridades.

Além disso, as relações entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se deterioraram nos últimos meses. A tensão aumentou quando os EUA iniciaram conversas com Moscou sem consultar Kiev. O mal-estar se agravou após uma visita oficial à Casa Branca, em que Zelensky e Trump protagonizaram um bate-boca que levou ao encerramento antecipado da reunião.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Tão logo tomou conhecimento, ontem, da decisão da governadora Raquel Lyra (PSD), de transferir o Batalhão da PM de São Lourenço da Mata para Camaragibe, o que pegou até o prefeito Vinícius Labanca (PSB) de surpresa, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) se manifestou contra a medida.

“Sugiro que revogue a decisão”, pediu Da Fonte, em requerimento a governadora. Para ele, fechar a unidade da PM numa cidade como São Lourenço, na Região Metropolitana, só vai aumentar a violência. “O que o Governo deve fazer é criar novos batalhões e não reduzir”, afirmou. Veja abaixo o ofício.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Motta não vai decidir sozinho

No Palácio do Planalto, há uma aposta na capacidade do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de barrar a urgência para o projeto de anistia aos responsáveis pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2022. Do ponto de vista institucional, botar o requerimento de urgência para votar é mais uma afronta ao Supremo do que ao governo, segundo um governista.

Mas qual a saída para Motta sair sem arranhões desta empreitada? Ele já disse que não decide sozinho, que na próxima terça-feira vai colocar o assunto na pauta dos líderes partidários na Casa, colegiado que tem o poder de decisão, pelo qual o presidente da Câmara lava as mãos. Se vier a decisão de colocar em votação, a responsabilidade não será dele, mas dos líderes.

Há quem diga também que Hugo Motta vai tentar, na mesma reunião, substituir a proposta da anistia em discussão por um texto que não beneficie o ex-presidente Bolsonaro e que julgue apenas os personagens que participaram diretamente e não os que estariam por trás, como acusam Bolsonaro. Além disso, envolver o Supremo Tribunal Federal nas negociações.

O governo admite a redução de penas de parte dos réus condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Mais do que isso, não. E redução de penas que não incluam nem os mandantes e nem os financiadores da tentativa de golpe. O governo aposta na habilidade de Hugo Motta para contornar esse imbróglio.

Mas não se descuida: continua pressionando os deputados de partidos da base que assinaram o pedido de urgência para o projeto bolsonarista da anistia. Entre os deputados que assinaram o requerimento, totalizando mais de 260 apoios, 55% são de partidos que estão na base do Governo e ocupam gabinetes na Esplanada dos Ministérios.

POSIÇÃO ANTECIPADA – O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi às suas redes sociais e antecipou sua postura, reafirmando que não tem poderes para decidir com uma canetada um projeto tão polêmico e até inconstitucional, segundo juristas. “Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira”, disse Motta no X (antigo Twitter).

Aval de Bolsonaro O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), que já garantiu sua presença no podcast “Direto de Brasília”, na próxima quarta-feira, antecipou, ontem, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que convalesce de uma cirurgia no abdome, ainda sem previsão de alta, vai dar aval ao novo texto do projeto de lei que anistia presos do 8 de janeiro mesmo internado num hospital em Brasília. “Ele já deixou tudo pavimentado. A palavra final é dele do texto, mas quando estiver pronto, bato com ele. Se não puder visitar no hospital, posso mandar por WhatsApp ou pela Michelle [Bolsonaro]”, afirmou.

Punição para quem assinou – Líder do PT na Câmara dos Deputados, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou os deputados da base aliada do governo Lula (PT) que assinaram a urgência do projeto de lei que concede anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de estado e nos ataques do 8 de janeiro de 2023. A fala foi dada à GloboNews. Segundo Lindbergh, o governo tem que chamar os deputados e cobrá-los. Para o líder petista, o parlamentar que assinou o projeto “está se associando a um projeto criminoso de rasgar a Constituição para tentar uma anistia de toda força para o Bolsonaro”.

A vez dos pets – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou, ontem, o ProPatinhas (Programa Nacional de Proteção e Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos) e o SinPatinhas (Sistema do Cadastro Nacional de Animais Domésticos), ferramenta criada para registrar cães e gatos em um banco de dados nacional, como uma forma de um RG (registro geral) único e intransferível. Os tutores receberão informações sobre campanhas públicas de castração e vacinação, além de terem a localização do pet em caso de desaparecimento. Estava acompanhado de sua mulher, Janja Lula da Silva, e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Lula no congresso da Amupe – É possível que o presidente Lula (PT) abra, oficialmente, o congresso da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) no próximo dia 28, no Centro de Convenções, em Olinda, segundo fui informado por uma fonte, ontem, em Brasília. Paralelo ao evento da Amupe, que vai se estender por três dias, ocorrerá a chamada “Caravana Federativa”, no mesmo local, com representantes de todos os ministérios. Falta só a questão da logística para o chefe da Nação bater o martelo.

CURTAS

IA NO CONGRESSO – Durante o 8º Congresso Pernambucano de Municípios, os especialistas Álvaro Pinheiro e Déborah Arôxa vão fazer uma interessante palestra sobre o tema “Inteligência Artificial na Gestão Pública”. Está marcada para o dia 30, no final da manhã. Uma temática bastante atual.

PROGRAMAÇÃO – A programação do congresso inclui painéis temáticos em áreas estratégicas, como saúde, educação, sustentabilidade, inovação e planejamento urbano. Além disso, haverá uma área de exposições com as mais recentes tecnologias e serviços voltados para a modernização da gestão municipal. O evento ainda contará com sessões interativas e oportunidades de networking, promovendo a troca de experiências e a disseminação de boas práticas entre os municípios pernambucanos.

SUCESSO – Na coordenação direta do evento, o presidente da Amupe, Marcelo Gouveia, aposta no sucesso e na ampla participação dos prefeitos. “Queremos proporcionar aos gestores um ambiente de debate, troca de ideias e capacitação, reforçando o papel das prefeituras na promoção de políticas públicas eficientes e inclusivas”, diz.

Perguntar não ofende: O colegiado de líderes coloca em votação o projeto da anistia?

Toritama - FJT 2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (17) que o governo norte-americano está conversando com a China sobre a questão das tarifas. Segundo Trump, o país asiático teria encontrado com os EUA para dialogar.

Em conversa com jornalistas na Casa Branca, o republicano disse acreditar que “nós faremos um acordo com a China”.

Trump se recusou a dizer se falou diretamente com o presidente chinês Xi Jinping, mas disse a repórteres que autoridades governamentais que se reportam a Xi entraram em contato “várias vezes”. As informações são da CNN Brasil.

Questionado sobre um prazo para sair um acordo, Trump disse que os EUA teriam “muito tempo” para discutir, e que pode avançar com algo nas próximas três ou quatro semanas.

O último movimento do governo norte-americano foi sinalizar que a cobrança sobre os produtos chineses pode chegar até 245%.

“Se as tarifas forem altas demais, as pessoas não vão comprar”, disse Trump a jornalistas no Salão Oval.

O presidente dos EUA acrescentou que adiaria um acordo sobre o TikTok até que a questão comercial com a China fosse resolvida.

O presidente dos EUA indicou que não estaria mais inclinado a subir novamente as tarifas. Ademais, apontou que as tarifas americanas sobre produtos chineses podem não aumentar mais e podem até diminuir daqui pra frente.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

O Governo de Pernambuco publicou, nesta quinta-feira (17), o edital de licitação para contratação da empresa de engenharia para construir o Hospital Mestre Dominguinhos, em Garanhuns. Serão investidos mais de R$ 135 milhões e, quando estiver pronta a unidade terá 269 leitos. O Hospital Mestre Dominguinhos é a segunda grande obra estruturadora anunciada este ano pelo Governo do Estado para Garanhuns. Em março, foram lançadas licitações para a construção de quatro grandes maternidades, das quais uma será construída na cidade do Agreste, com recursos estadual e federal.

Com mais de 26 mil metros quadrados de área construída, o Hospital Mestre Dominguinhos terá perfil assistencial de alta complexidade, com atendimento cirúrgico e clínico, a pacientes adultos e pediátricos, em neurologia, ortopedia, cardiologia, sistema vascular e queimados. O espaço contará com UTI, urgência e emergência, centro cirúrgico, centro de diagnóstico completo, hemodinâmica, centro de reabilitação e ambulatório com 15 consultórios médicos.

“Essa será mais uma ampliação dos serviços de saúde em Pernambuco, aproximando das necessidades da população para que as pessoas possam ser atendidas mais perto de suas casas. Não vamos parar nosso trabalho um minuto para garantir mais dignidade no atendimento aos pacientes e conforto nos ambientes para os profissionais na rede de saúde estadual”, ressaltou a governadora Raquel Lyra. As informações são do Blog Dantas Barreto.

A Compesa divulgou o vídeo do assalto à Estação Elevatória de Bita, em Ipojuca, ocorrido na noite passada (16). Homens armados renderam e amarraram dois funcionários, depredaram a unidade e roubaram toda a fiação e componentes elétricos.

O crime deixou parte do Sistema Suape inoperante, afetando o abastecimento em localidades do Cabo e Ipojuca, como Gaibu, Suape e Porto de Galinhas. A empresa informou que vai trocar a fiação por material sem valor comercial e que registrará boletim de ocorrência. Assista:

A gestão do prefeito interino de Goiana, Eduardo Batista (Avante), recuou e cancelou unilateralmente contratos que somavam mais de R$ 21 milhões para aquisição de materiais didáticos com a empresa Eleva Capacitação e Representação Educacional. A decisão veio após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) abrir investigação sobre possíveis irregularidades e uso indevido de recursos públicos. O cancelamento foi formalizado em ofício assinado no dia 10 de abril pela secretária de Educação, Natália Barbosa dos Santos, que também responde como ordenadora de despesas da pasta.

Os contratos foram celebrados apesar de alertas da própria Diretoria de Ensino do município, que informou à gestão sobre a existência de materiais semelhantes já disponíveis na rede pública, oriundos de outro contrato ainda vigente. Em documento oficial, a área técnica chegou a afirmar que não seria “necessário, nem pouco adequado” realizar nova contratação para os mesmos fins, o que poderia configurar mau uso do dinheiro público. Ainda assim, o parecer da Procuradoria da Prefeitura recomendou a contratação, que foi feita com base em inexigibilidade — dispositivo legal reservado a casos em que não há concorrência possível, o que, segundo os apontamentos, não se aplica ao caso.

A empresa Eleva foi contratada para fornecer livros e outros serviços educacionais. O gabinete do prefeito interino recebeu a notificação dos distratos em 3 de abril, mas até o momento ainda não publicou a anulação no Diário Oficial do município.

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) suspendeu a greve de fome que fazia há nove dias, apenas com a ingestão de líquidos, depois de um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). O Conselho de Ética aprovou a cassação do deputado por quebra de decoro parlamentar, no último dia 9. Glauber chutou um militante do MBL (Movimento Brasil Livre), em abril de 2024, em meio a uma discussão.

— Estou neste momento suspendendo a greve de fome que anunciamos há nove dias. Esse suspensão ocorreu depois de dialogar com os movimentos, e depois de um compromisso assumido pelo presidente da Câmara. Uma articulação que envolveu diversos parlamentares. Motta faz uma publicação que, na prática, suspende a deliberação da cassação neste semestre —disse Glauber em coletiva na saída do anexo 2 da Câmara. As informações são do Jornal O Globo.

Hugo Motta disse que o caso não deve ir para o plenário da Casa neste semestre. Com isso, aliados de Braga afirmam que ganharam tempo para negociação de mudança na pena do deputado, que hoje é de cassação.

Desde que o Conselho de Ética o votou pela perda de mandato, Glauber Braga entrou em greve de fome e permaneceu no anexo 2 da Câmara dos Deputados, dormindo em um colchão. Glauber Braga recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para uma reavaliação do parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que indicou a cassação.

“Em diálogo com a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e o líder Lindbergh Farias (PT-RJ), avançamos para o fim da greve de fome do deputado Glauber Braga. Garanto que, após deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa de seu mandato parlamentar. Após esse período, as deputadas e deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo” , disse o presidente em uma publicação nas redes sociais.

De acordo com a assessoria de Glauber, o deputado terá todo um protocolo de recomendação para transição da greve de fome para a alimentação normal.

Aliados de Glauber, como Lindbergh Farias, afirmam que a decisão de Hugo Motta os fará ganhar tempo para negociação de uma pena menor, que não seja a cassação de mandato. A mudança no parecer de punição pode ocorrer antes da votação do caso no plenário da Casa.

— Ganhamos tempo para negociar, trocar a cassação (por outra pena mais branda). Foi uma vitória importante, dá para construir caminhos — disse Lindbergh.

O presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), explicou que pretende dar sequência ao caso, designando um relator, mas que o mérito do parecer feito no Conselho de Ética não poderá ser modificado. Cabe a comissão analisar os procedimentos que foram adotados ao longo do julgamento no Conselho de Ética.

— A CCJ será obrigada a aceitar. Vou designar um relator, que vai emitir um parecer. Não há hipótese do caso chegar e não ser analisado. O parecer da CCJ não entra na mérito. A comissão analisa se houve vícios no procedimento, atropelo, ou cerceamento da legítima defesa — afirmou Azi.

Como o GLOBO mostrou no último domingo, desde que foi criado, em 2001, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recebeu 234 representações contra deputados acusados de corrupção, agressão verbal ou física, calúnia ou difamação, disseminação de fake news e homicídio. Apesar do alto volume, apenas 8 desses pedidos de punições resultaram em perda de mandato aprovado pelo plenário da Casa, o equivalente a 3%. A maior parte, 203 casos, foram arquivados. O restante acabou em penas mais brandas como censura verbal ou escrita e suspensão temporária de mandato.

Dos 6 casos de agressão física, que se assemelham ao de Glauber Braga, cinco foram arquivados e um acabou em censura escrita. Um deles envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), acusado de ter dado um soco no senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), em 2013, durante visita da Comissão da Verdade ao prédio do antigo DOI-Codi, no Rio de Janeiro. O caso foi arquivado.