O Uso das Redes Sociais na Propaganda Eleitoral

Renato Hayashi*

As redes sociais revolucionaram a forma como as campanhas eleitorais são conduzidas. Elas proporcionam uma plataforma poderosa para a disseminação de mensagens políticas, permitindo que candidatos alcancem eleitores em uma escala sem precedentes. No entanto, o uso dessas plataformas na propaganda eleitoral está sujeito a um conjunto de regras e limites estabelecidos pela legislação eleitoral, que visam garantir a equidade e a transparência do processo eleitoral. 

Além disso, a integração da inteligência artificial (IA) na propaganda eleitoral está mudando o cenário, trazendo tanto oportunidades quanto desafios.

A legislação eleitoral brasileira estabelece diretrizes claras para o uso das redes sociais na propaganda eleitoral. Essas regras são elaboradas com o objetivo de garantir a igualdade de oportunidades entre os candidatos e proteger os eleitores contra a desinformação e outros abusos. As principais regras incluem:

1. Período de Propaganda: A propaganda eleitoral só pode ser realizada após o início oficial do período eleitoral, conforme determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Qualquer propaganda realizada antes desse período é considerada antecipada e pode resultar em sanções.

2. Publicidade Paga: Nas redes sociais, é proibido o impulsionamento de conteúdo por candidatos ou partidos, exceto se for realizado diretamente por eles. Empresas ou terceiros não podem promover conteúdo eleitoral em nome de candidatos. Além disso, o uso de recursos financeiros para impulsionar publicações deve ser devidamente registrado na prestação de contas.

3. Transparência: As publicações patrocinadas devem conter a identificação do responsável pelo conteúdo, garantindo transparência sobre quem está financiando a propaganda.

4. Fake News e Desinformação: A disseminação de notícias falsas ou distorcidas com o intuito de prejudicar adversários ou influenciar eleitores é proibida. O TSE tem tomado medidas para combater a desinformação, incluindo parcerias com redes sociais para monitorar e remover conteúdo falso.

5. Respeito aos Direitos Individuais: A propaganda eleitoral nas redes sociais deve respeitar os direitos individuais, não sendo permitido o uso de ataques pessoais, discurso de ódio ou a violação da privacidade.

Com o avanço da tecnologia, a inteligência artificial começou a desempenhar um papel significativo nas campanhas eleitorais. A IA pode ser utilizada de várias maneiras, incluindo:

1. Segmentação de Eleitores: Através da análise de grandes volumes de dados, a IA pode identificar perfis de eleitores e segmentar campanhas com mensagens personalizadas para diferentes grupos. Isso permite que os candidatos adaptem suas estratégias de acordo com o comportamento e as preferências dos eleitores.

2. Chatbots e Assistentes Virtuais: Candidatos podem utilizar chatbots para interagir com eleitores em tempo real, respondendo a perguntas, fornecendo informações sobre propostas e até mesmo mobilizando a base de apoio.

3. Criação de Conteúdo Automatizado: A IA pode gerar textos, vídeos e imagens, auxiliando na produção em larga escala de conteúdo para as redes sociais. No entanto, o uso de IA para criar deepfakes ou outros conteúdos manipulados é eticamente questionável e pode violar as regras eleitorais.

4. Análise de Sentimento: Ferramentas de IA podem monitorar e analisar o sentimento do eleitorado em relação a determinados temas ou candidatos, permitindo ajustes rápidos na estratégia de comunicação.

O uso da inteligência artificial na propaganda eleitoral levanta questões éticas importantes. A segmentação personalizada pode, por exemplo, criar bolhas de informação, onde eleitores recebem apenas conteúdo que reforça suas opiniões pré-existentes, limitando o debate democrático. Além disso, a criação de conteúdo automatizado pode ser usada para disseminar desinformação de forma mais eficaz e em grande escala.

A legislação brasileira ainda está se adaptando para lidar com esses novos desafios. É essencial que o uso de IA na propaganda eleitoral seja regulado de maneira a proteger a integridade do processo eleitoral e garantir que os princípios de igualdade, transparência e respeito à verdade sejam mantidos.

As redes sociais e a inteligência artificial estão transformando a propaganda eleitoral, trazendo novas oportunidades para o engajamento dos eleitores, mas também novos desafios regulatórios e éticos. É fundamental que candidatos, partidos e eleitores estejam cientes das regras que regem o uso dessas tecnologias, e que as autoridades eleitorais continuem a evoluir suas estratégias para garantir um processo eleitoral justo e transparente. O futuro das campanhas políticas será cada vez mais digital, e o equilíbrio entre inovação e ética será crucial para o fortalecimento da democracia.

*Renato Hayashi é Advogado e Cientista Político. Mestre em Políticas Públicas pela UFPE, Pós-graduado em Direito Eleitoral, Direito Político, Direito Civil, Direito do Trabalho, Comunicação e Marketing.

Veja outras postagens

O vice-prefeito de Passira, Ernandinho (PSB), publicou um vídeo nas redes sociais criticando a governadora Raquel Lyra após ser impedido de participar da inauguração da requalificação da PE-95. Segundo Ernandinho, a chefe de cerimonial do Estado, Ana Isabel, teria bloqueado seu acesso ao palco por ele ser filiado ao PSB, apesar de estar representando o prefeito, que integra a base da governadora. “Esse dinheiro não é seu, é dos nossos impostos. Passira contribuiu para que essa estrada saísse”, afirmou o vice-prefeito, classificando o episódio como falta de “delicadeza” e “grandeza” por parte do governo estadual. Assista:

Jaboatão - Combate Dengue

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Se a governadora Raquel Lyra, que agora integra o PSD, for reeleita em 2026, poderá ser uma opção para a Presidência da República. Essa é a opinião do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab.

Na coletiva de imprensa sobre a filiação de Raquel ao PSD, Kassab reforçou essa ideia.

“Raquel, mantendo o crescimento que hoje vivemos, caminha para ter, muito possivelmente, uma recondução à frente do Estado de Pernambuco. Eu tenho experiência, quase 40 anos de vida pública. Desde 1986, participo de eleições. Estive, dois anos atrás, coordenando a campanha do Tarcísio de Freitas, em São Paulo, como governador. Raquel se reelegendo governadora, vai trazer muito orgulho para Pernambuco, porque, no dia seguinte, o Brasil vai começar a sonhar com a hipótese de Raquel ser presidente da República”, enfatizou.

Conheça Petrolina

A Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Transformação Digital, Ciência e Tecnologia, abriu nesta segunda-feira (10) as inscrições para novas turmas do curso gratuito que ensina idosos a utilizar o celular. O objetivo é desenvolver habilidades digitais essenciais, promovendo autonomia, cidadania e segurança no ambiente virtual. As inscrições seguem até a próxima sexta-feira (14) e podem ser feitas pelo link https://www.even3.com.br/uso-do-celular-para-maiores-de-60-anos-526758/ ou presencialmente nos Compaz Eduardo Campos, Atriz Leda Alves, Ariano Suassuna, Dom Hélder Câmara e no Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida. Ao todo, são 160 vagas distribuídas em oito turmas.

O curso, com duração de 20 horas ao longo de quatro semanas, será dividido em três eixos principais: identidade digital, produtos e serviços com foco em cibersegurança, e Governo Digital, abordando plataformas como o Conecta Recife e o gov.br. A iniciativa integra o projeto Viva Mais Cidadania, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e a Universidade de Pernambuco (UPE), responsável pelas aulas. “Nosso intuito é treinar esse público para utilizar o celular com segurança e confiança, facilitando a comunicação e o acesso a serviços”, destacou Rafael Cunha, secretário de Transformação Digital.

Dulino Sistema de ensino

Por Maysa Sena
Do Blog da Folha

A nova presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE), Ingrid Zanella, assumiu a entidade com um discurso voltado para a inclusão, inovação e fortalecimento do diálogo institucional nesta segunda-feira (10), no Teatro Guararapes, em Olinda. Primeira mulher a ocupar o cargo em 93 anos, a advogada destacou sua trajetória e os desafios enfrentados até chegar à presidência.

“Eu quero que a OAB Pernambuco seja a casa da advocacia, que consiga representar advogados e advogadas, desde os jovens até os veteranos, do cais ao Sertão. Sei como é difícil iniciar na carreira e sou grata a todas aquelas que abriram caminhos. Nossa gestão tem o compromisso de tornar a OAB uma entidade cada vez mais representativa”, afirmou Ingrid.

Anuidade

Entre as primeiras medidas da nova gestão, Ingrid reforçou sobre a redução histórica na anuidade para a jovem advocacia já aplicada a partir de 2025. Os advogados em início de carreira pagarão R$ 200 nos primeiros cinco anos de inscrição na OAB-PE. “Essa será a menor anuidade do país, um compromisso que reforça nosso apoio à nova geração da advocacia”, destacou.

Além disso, a presidente planeja o lançamento de um aplicativo para combater a morosidade do Judiciário. “Vamos trazer inteligência artificial e o Conecta (Recife) para dentro da OAB. Essa tecnologia será essencial para agilizar processos e proporcionar maior celeridade à advocacia”, explicou.

Parcerias institucionais

Outro ponto central da gestão será o fortalecimento do diálogo com órgãos públicos. Ingrid já iniciou tratativas com a governadora Raquel Lyra e a vice-governadora Priscila Krause para avançar em pautas essenciais da categoria. “Estamos trabalhando em um projeto de lei para garantir a retenção dos honorários advocatícios no processo administrativo estadual e na regulamentação da advocacia dativa, uma demanda histórica em Pernambuco”, afirmou.

A OAB-PE também busca parcerias com prefeituras para expandir o apoio à classe. “Queremos atuar de forma integrada com o governo do estado, a Prefeitura do Recife, Olinda, Jaboatão e a Assembleia Legislativa. Nossa única causa é a valorização da advocacia”, reforçou Ingrid Zanella.

Ipojuca No Grau

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, anunciou, na noite desta segunda-feira (10), que, a partir desta terça-feira (11), a governadora Raquel Lyra, que ingressou no partido hoje, irá comandar a legenda em Pernambuco.

O atual presidente estadual da legenda é o ministro da Pesca, André de Paula, e, segundo informou Kassab, a troca na liderança foi construída pelo próprio ministro.

A informação foi dada durante a entrevista coletiva de Raquel Lyra e Gilberto Kassab, no Recife Expo Center, no Cais de Santa Rita, onde ocorre o evento de filiação de Raquel Lyra ao PSD.

Ainda durante a coletiva, Kassab convidou o ex-governador João Lyra Neto, pai de Raquel, para também se filiar ao PSD. O ex-governador aceitou no mesmo momento.

Caruaru -IPTU 2025 - 20%

Por Ricco Viana
Do Blog da Folha

A governadora Raquel Lyra se filiou oficialmente ao PSD nesta segunda-feira (10), em cerimônia realizada no Recife Expocenter, ao lado do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e do ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. Durante o evento, João Lyra, pai de Raquel, também foi convidado publicamente a se filiar ao partido e aceitou o convite.

Camaragibe Cidade do Trabalho

A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes realizou, nesta segunda-feira (10), a posse de 169 aprovados no maior concurso público já promovido pelo município. A cerimônia aconteceu no Centro de Formação de Profissionais da Educação, em Candeias, e contou com a presença do prefeito Mano Medeiros e da vice-prefeita Irmã Babate. Foram empossados profissionais para diversas áreas, incluindo Saúde (30), Educação (42), Secretaria da Fazenda (20), Procuradoria (5), Defesa Civil (10), Administração (52) e Procon (10). Na ocasião, o prefeito anunciou que mais 343 aprovados serão convocados, com a lista publicada no Diário Oficial do município nesta terça-feira (11).

Durante seu discurso, Mano Medeiros destacou a importância do serviço público e incentivou os novos servidores a atuarem com compromisso e eficiência. “A gestão municipal ganha um importante reforço com o ingresso de vocês. O lema é servir ao povo do município com empenho, eficiência e qualidade”, afirmou o prefeito. A vice-prefeita Irmã Babate também ressaltou o valor da carreira pública. “Ser servidor público é se doar com amor e servir à população”, declarou. O concurso, organizado pela Fundação Carlos Chagas, ofereceu 1.592 vagas para 63 cargos, sendo 48 para nível superior e 15 para médio e técnico.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

É grande a concentração de pessoas, neste momento, no Recife Expo Center (no Cais de Santa Rita), local onde será realizada, na noite desta segunda-feira (10), a filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, ao PSD.

A gestora deixou o PSDB e vai ingressar formalmente na legenda, comandada por Gilberto Kassab, que já chegou ao evento.

Kassab está acompanhado do ministro de Portos e Aeroportos, André de Paula, atual presidente do PSD no Estado.

A governadora ainda não chegou ao Recife Expo Center. No local, também estão outras lideranças do partido, como a prefeita de Olinda, Mirella Almeida.

Na área externa do espaço, logo na chegada, Kassab falou rapidamente à imprensa e elogiou Raquel Lyra.

“A governadora vem fazendo entregas. Todos sabem que ela encontrou o Estado em situação difícil e agora 51% dos pernambucanos aprovam a gestão de Raquel”, afirmou Kassab.

Toritama - Prefeitura que faz

A Prefeitura de Lagoa Grande, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (Seduc), deu início ao primeiro ano letivo do ensino de tempo integral na rede municipal com uma aula inaugural na Escola Professora Palmira de Souza, localizada no bairro Agrovila. A unidade, que agora passa a funcionar das 7h30 às 16h30, receberá cerca de 600 estudantes. A secretária de Educação, Joseildo Paulino, destacou a importância do novo formato para o aprendizado dos alunos. “É um avanço grande para a educação de Lagoa Grande, especialmente no que diz respeito ao tempo dos nossos alunos em sala de aula”, afirmou. A escola também passará a oferecer atividades como judô, ballet, canto, dança, prática de esportes e aulas de inglês.

Além da Escola Palmira de Souza, outras três unidades da rede municipal começarão a adotar o ensino integral: as Escolas Tarcila de Araújo e Juarezita, no distrito de Jutaí, e Hermenegilda Maria Carvalho, em Açude Saco II. Nesses locais, as aulas ocorrerão das 7h30 às 14h30.

Belo Jarfim - Cidade Limpa

Em sua despedida do Ministério da Saúde, Nísia Trindade reclamou de ter sido alvo de uma “campanha sistemática e misógina” durante o período em que chefiou a pasta. A declaração foi dada nesta segunda-feira (10/3), em discurso na cerimônia de posse de Alexandre Padilha, que a substituirá.

“Ainda que o sentimento predominante em mim seja satisfação por ter feito parte da equipe do presidente Lula e ter servido ao meu país, não posso esquecer que durante os 25 meses em que fui ministra uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade”, criticou a ministra. As informações são do Metrópoles.

Ainda segundo Nísia, que não nomeou quem teria feito essa campanha, “não é possível e acho que não devemos aceitar como natural o comportamento político dessa natureza”.

A atuação de Nísia foi marcada por crises e críticas que culminaram em sua demissão, a exemplo da epidemia de dengue e falhas na distribuição de vacinas para estados e municípios. O cargo dela também foi muito cobiçado por partidos do Centrão, mas, nesta troca, Lula optou por manter a pasta com um petista.

Ao longo da fala, Nísia defendeu sua gestão e comentou a situação em que encontrou o Ministério da Saúde ao assumir a pasta, em 2023. Segundo ela, o órgão foi “desmontado e desacreditado” no governo de Jair Bolsonaro (PL).

A ministra destacou avanços na reconstrução da saúde nos últimos dois anos, citou a recuperação de índices de vacinação e de programas como o Farmácia Popular.

“Reconstruímos o Ministério da Saúde, reconstruímos programas que foram marcas fortes nas suas gestões anteriores [Lula] e da presidente Dilma. Além disso, inovamos”, destacou Nísia. “Tenho orgulho de afirmar que fui ministra do SUS”.

A cerimônia conta com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e parlamentares. Além de Padilha, toma posse nesta segunda a nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Palmares - Outlet

A deputada licenciada Gleisi Hoffmann (PT) assumiu nesta segunda-feira, 10, como ministra da Secretaria de Relações Institucionais. Em seu discurso de posse no Palácio do Planalto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi disse que chegou no governo para “somar”. A ministra, que era presidente do PT e é conhecida por seu perfil combativo e fidelidade ao presidente Lula, garantiu, em tom conciliador, que vai dialogar “com as forças políticas do Congresso e com as expressões da sociedade, suas organizações e movimento”.

“Chego para colaborar com todos os ministros e ministras que coordenam suas respectivas áreas, respeitando os espaços e competências de cada um e cada uma, sob a liderança do presidente Lula. Tenho plena consciência do meu papel, que é da articulação política”, disse a ministra. As informações são do Estadão.

Gleisi, que tinha divergências com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando estava na direção do PT, elogiou as propostas defendidas pelo colega na área econômica. “Estarei aqui, ministro Fernando Haddad, para ajudar na consolidação das pautas econômicas desse governo. As pautas que você conduz e que estão colocando novamente o Brasil na rota do emprego, do crescimento e da renda”, declarou. Os presentes aplaudiram a declaração da ministra.

A nova chefe da Secretaria de Relações Institucionais afirmou, ainda, que terá como objetivo nas primeiras semanas de trabalho trabalhar pela “consolidação de uma base de apoio estável (ao governo no Congresso), já a partir da votação do Orçamento de 2025, para avançarmos na agenda legislativa, essencial e urgente este ano para o povo brasileiro”.

“Dessa agenda, eu quero destacar, por seu sentido transformador, a isenção do imposto de renda para os que recebem até R$ 5 mil por mês. Uma questão de justiça. Hoje, presidente, uma professora que ganha R$ 5 mil paga 27,5% de imposto de renda, enquanto cerca de 150 mil pessoas que ganham muito pagam menos de 10% de imposto”, afirmou.

Ela ainda ressaltou que a política deve ser feita para “para somar, reconhecendo as diferenças, respeitando adversários, construindo alianças, cumprindo acordos legitimados no interesse maior do País e da população”.

“Ninguém faz nada sozinho. Esta é uma das distinções fundamentais entre o exercício democrático da política e os projetos autoritários de poder”, disse Gleisi. A nova ministra agradeceu aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pela presença na cerimônia de sua posse e disse que quer manter uma “relação respeitosa, franca, solidária e direta” com os dois. “Nós vamos ter uma atuação conjunta em defesa do povo e do País”, disse a ministra, que era presidente do PT e é conhecida por sua postura combativa.

“Não tenham dúvidas, estarei sempre aqui para conversar, ouvir críticas e apoiar sugestões”, disse Gleisi. A ministra se dirigiu às lideranças dos partidos que integram a base do governo no Congresso e disse que vai “ser companheira para a gente resolver problemas e construir soluções”.

Ela entra no lugar de Alexandre Padilha, que nesta segunda-feira, assumiu o Ministério da Saúde. A mudança faz parte da reforma ministerial que o chefe do Executivo realiza com foco em frear sua queda de popularidade e preparar a gestão para a reeleição petista em 2026.

Integrantes do governo avaliam que a nova ministra adotará uma postura de governo mais combativa e defensiva em relação à gestão federal, que será caminho considerado essencial para o governo trilhar para 2026. Outro ponto que seu perfil agregará, segundo aliados petistas, é em relação à negociação das emendas parlamentares, pivô da atual crise política entre os Poderes. O impasse das emendas é avaliado como o principal tópico que o ministério terá que enfrentar neste ano.

A ida de Gleisi para a SRI enfrentou resistências tanto da oposição como de integrantes da base do governo. Para parlamentares, a postura aguerrida da deputada pode ser um empecilho para o governo ampliar sua base e conquistar votos no Congresso. Na opinião de deputados do Centrão, o ministério das Relações Institucionais deveria ser ocupado por um nome com mais trânsito entre as diferentes forças políticas, o que já não era visto com Padilha, muito menos se daria com Gleisi.

Porém, para interlocutores do Palácio do Planalto, Gleisi deverá amenizar seu perfil, uma vez que estará submetida agora ao chefe do Executivo, e não mais será a presidente do PT. A expectativa de aliados é que a parlamentar passe a evitar críticas que possam prejudicar o governo, mas não deve abandonar sua atividade nas redes sociais em defesa da gestão federal.

Uma das principais preocupações com sua nomeação foi a situação do ministro da Fazenda. A nova titular da articulação política é crítica da agenda econômica liderada pelo ministro. Sob o comando da deputada, o PT aprovou em dezembro de 2023 uma resolução que chamou a proposta de contenção de gastos do ministro de “austericídio fiscal”. O documento representou a posição institucional do partido, mas teve o conteúdo endossado por Gleisi.

Apesar disso, integrantes da gestão afirmam que Haddad não está enfraquecido nos olhos de Lula, mas que permanece com força na gestão federal. Com as rusgas entre os dois, interlocutores acreditam que Gleisi deverá obediência ao presidente e, por conta disso, evitará críticas ao ministro. Para o governo, isso seria visto como uma deslealdade.

Natural de Curitiba, Paraná, Gleisi é formada em Direito e iniciou sua trajetória política como militante no movimento estudantil. Em 1989, filiou-se ao PT. Foi eleita senadora em 2010 pelo Paraná e foi ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff. De 2017 a 2025, foi presidente nacional do PT e consolidou-se como uma das figuras mais influentes da legenda.

Antes de presidir o partido, atuou como secretária nos governos petistas de Zeca (PT), no Mato Grosso do Sul, e de Nedson Micheleti (PT), em Londrina. Também integrou a equipe de transição do primeiro governo Lula e assumiu uma diretoria da Itaipu Binacional.

O médico e deputado federal Alexandre Padilha (PT) disse nesta segunda-feira (10), ao tomar posse no cargo de ministro da Saúde, que a obsessão de sua gestão será reduzir o tempo de espera para atendimentos especializados.

“Volto com mais energia, com uma obsessão. Reduzir o tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado no nosso país”, disse Padilha em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

O petista afirmou que irá envolver o setor privado, universidades, estados e municípios nos debates sobre a redução da espera por consultas e procedimentos de média e alta complexidade. As informações são da Folha de São Paulo.

O petista foi escolhido em 25 de fevereiro para substituir a socióloga Nísia Trindade na chefia do Ministério da Saúde. Antes, Padilha atuava como ministro da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), pasta que passa a ser chefiada por Gleisi Hoffmann (PT).

O discurso de posse sinaliza que Padilha deseja reforçar a aposta no Mais Acesso a Especialistas. O programa, que ainda ganha tração, promete encurtar o tempo para a realização de consultas e exames especializados nas áreas de oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia.

Lula tem cobrado que o Ministério da Saúde emplaque uma ação de maior visibilidade.

Padilha ainda afirmou que o governo deseja “enterrar” a tabela SUS e apresentar um modelo que pague mais a estados, municípios e prestadores de serviços da rede pública que ofereçam atendimentos em tempo mais curto.

A posse dos ministros formaliza as primeiras trocas da reforma ministerial que está sendo negociada por Lula. O presidente mexe na cúpula do seu governo no momento em que tenta reverter a queda de popularidade de sua gestão.

Padilha foi ministro da Saúde entre 2011 e 2014, durante o governo Dilma Rousseff (PT).

Nísia foi demitida por Lula após a Folha revelar que o presidente havia decidido trocar a chefia do ministério. No discurso de despedida, a sociólogo disse que atuou para “reconstruir o SUS e a capacidade de gestão do ministério”.

Nísia ainda destacou que foi a primeira mulher a comandar a Fiocruz e ocupar o cargo de ministra da Saúde. Ela afirmou que, à frente do ministério, foi alvo de uma “campanha sistemática e misógina” de desvalorização do seu trabalho e idoneidade.

À frente da Saúde, Padilha ainda terá de lidar com crises sanitárias, como a da dengue, além da cobiça do Congresso sobre o orçamento da Saúde.