A festinha pelos 11 anos de João Pedro foi com seus colegas na escola, mas, há pouco, antes de jantar comigo e seu irmão Magno Filho, ele apagou as velinhas e partiu seu bolo.
A festinha pelos 11 anos de João Pedro foi com seus colegas na escola, mas, há pouco, antes de jantar comigo e seu irmão Magno Filho, ele apagou as velinhas e partiu seu bolo.
Por Betânia Santana – Blog da Folha
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar contratos do governo de Pernambuco será instalada na Assembleia Legislativa de Pernambuco na manhã desta terça-feira (19), às 8h, devendo fazer sua primeira reunião. Vai escolher presidente e relator.
A deputada Dani Portela (Psol), que oficialmente solicitou a formação da CPI, preside a primeira reunião, mas não pode presidir a comissão. Pode ser relatora, mas os nomes só devem ser anunciados na quinta-feira (21).
Leia maisA oposição garantiu a maioria na composição, ficando com cinco parlamentares: Antônio Coelho (UB), Dani Portela (Psol); Diogo Moraes (PSDB); Rodrigo Farias (PSB); e Waldemar Borges (MDB).
Os outros quatro nomes são os governistas Antônio Moraes (PP); João Paulo (PT); Nino de Enoque (PL); e Wanderson Florêncio (Solidariedade).
Leia menosNo programa de hoje, comentei a oficialização da pré-candidatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), à Presidência da República. O lançamento, realizado no último sábado, foi marcado por reação imediata da família Bolsonaro. Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, usou as redes sociais para criticar duramente os governadores de direita que entraram na disputa, chamando-os de “ratos oportunistas”. A declaração foi vista como um ataque direto a Zema, que tenta ocupar espaço no campo conservador diante da indefinição do ex-presidente Jair Bolsonaro. Zema, por sua vez, respondeu de forma branda, afirmando que até “marido e mulher discordam”, numa tentativa de minimizar o embate.
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A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil afirmou nesta segunda-feira que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é tóxico para empresas e indivíduos que queiram fazer negócios com os EUA.
“Alexandre de Moraes é tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados”, afirmou o perfil da embaixada em uma rede social. As informações são do g1.
Leia maisA representação do governo norte-americano republicou um texto publicado pela conta do Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
“Cidadãos americanos estão proibidos de manter qualquer relação comercial com ele. Já cidadãos de outros países devem agir com cautela: quem oferecer apoio material a violadores de direitos humanos também pode ser alvo de sanções”, completou o texto.
EUA contra Moraes
Moraes se tornou alvo do governo Donald Trump num contexto em que é o relator do processo ao qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responde no STF por crimes como tentativa de golpe de estado, abolição violenta do estado democrático de direito e criminosa.
Após uma articulação bolsonarista nos EUA, que levou à abertura de um inquérito no STF para investigar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Trump publicou uma carta endereçada a Jair Bolsonaro na qual disse que o processo contra ele deve acabar imediatamente.
Além disso, numa carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que anunciou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros vendidos no mercado americano, Trump disse que Bolsonaro é alvo de “caça às bruxas”.
Em entrevista ao jornal americano “The Washington Post”, Moraes disse que não vai recuar “nem um milímetro”.
“Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido”, disse o ministro ao jornal.
Nesta segunda, sem citar a Lei Magnitsky, da qual Moraes se tornou alvo nos EUA, o ministro Flávio Dino, também do STF, proibiu restrições “decorrentes de atos unilaterais estrangeiros” por parte de empresas ou outros órgãos que operam no Brasil.
A determinação consta de uma ação movida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) contra ações judiciais movidas por municípios brasileiros na Inglaterra.
O ministro, entretanto, estabeleceu que esse impedimento vale, também, para “leis estrangeiras, atos administrativos, ordens executivas e diplomas similares.”
Brasil alvo de investigação
Em paralelo aos ataques públicos a Moraes, o Brasil responde a uma investigação comercial aberta pelos EUA.
O Ministério das Relações Exteriores informou que o Brasil enviará nesta segunda-feira (18) ao governo de Donald Trump a resposta sobre a investigação comercial aberta pelos Estados Unidos. O documento será protocolado pela Embaixada brasileira em Washington.
Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China.
Conforme o Itamaraty, uma força-tarefa formada por vários órgãos foi criada para elaborar a resposta do governo brasileiro.
Leia a íntegra do post:
“Alexandre de Moraes é tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados. Nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções impostas pelos EUA ou proteger alguém das severas consequências de descumpri-las.
Cidadãos americanos estão proibidos de manter qualquer relação comercial com ele. Já cidadãos de outros países devem agir com cautela: quem oferecer apoio material a violadores de direitos humanos também pode ser alvo de sanções”.
Leia menosO deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo nas redes defendendo Silas Malafaia após a inclusão do pastor pela Polícia Federal em inquérito que apura suposta obstrução relacionada ao processo sobre a tentativa de golpe de Estado. Na gravação, ele faz referências à cultura política dos Estados Unidos e à notoriedade pública de Malafaia, critica o ministro Alexandre de Moraes e conclama o público a “não se dobrar à censura”. Assista.
O ministro Celso Sabino afirmou, durante entrevista à CNN, nesta segunda-feira (18), que existem integrantes do União Brasil que apoiam as ações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, destacando resultados positivos na economia e geração de empregos. A declaração ocorre às vésperas da oficialização da fusão entre União Brasil e PP.
Sabino ressaltou que o partido nunca realizou uma reunião oficial para definir posicionamento contrário ou favorável ao governo. “Nós temos muitas pessoas dentro do nosso partido que defendem as boas causas, que defendem a boa política e que são favoráveis a todos esses grandes números que o governo tem apresentado”, declarou. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisSabino enfatizou indicadores econômicos positivos, como o crescimento da indústria nos últimos 10 anos e a expansão do setor de serviços, com destaque para o turismo. Segundo ele, a taxa de desemprego está abaixo de 6%, representando o melhor índice da história do país.
A fusão entre União Brasil e PP será oficializada nesta terça-feira (19), formando a maior força política do Congresso Nacional. A nova federação contará com 109 deputados federais, 14 senadores e seis governadores.
Sabino destacou que, como qualquer partido democrático, o União Brasil possui também membros que criticam posições econômicas e decisões governamentais. Segundo ele, as decisões partidárias serão tomadas de forma democrática, por meio de reuniões com a executiva, bancadas de senadores e deputados.
Leia menosEm vídeo publicado nas redes, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSB no estado, rebateu a fala do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que afirmou que “o Brasil não aguenta mais o Lula”. França chamou a crítica de “incoerente”, dizendo que Tarcísio ocupou cargos de confiança nos governos Lula e Dilma, e lembrou que ambos foram eleitos em 2022 “pelas mesmas urnas”.
Ao contrapor a gestão paulista, França atribui a Tarcísio aumento de ICMS, anúncio de “mais de 100” novos pedágios e isenções a empresas devedoras “advertidas” pelo Tribunal de Contas. Ele também cita a revelação recente de um esquema de fraudes tributárias na Fazenda paulista, que, segundo diz, teria desviado R$ 2 bilhões, chamando o episódio de “o maior caso de corrupção em São Paulo desde Padre Anchieta”. No fim, manda um recado direto ao oponente: “2026 está logo ali”.
Por Anthony Santana – Blog da Folha
Diante das manobras da oposição para obter maioria na CPI que deve investigar contratos do governo estadual, a bancada governista deve acionar a Justiça para tentar reverter o revés. A líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputada Socorro Pimentel (UB), afirmou que no Legislativo não há espaço para avanço dos governistas e que os governistas ainda vão se reunir para discutir a possibilidade.
“A gente tem que buscar uma alternativa fora desse poder. Já vimos que dentro desse poder não vamos conseguir avançar em nada. Então a gente precisa avançar através da Justiça, sim. Mas isso é uma pauta que a gente ainda vai conversar”, declarou.
Por Ricardo Paes Barreto*
A velocidade da informação, marca dos tempos atuais, é uma força capaz de aproximar pessoas, difundir conhecimento e fortalecer a democracia. No entanto, quando usada de forma irresponsável, essa mesma força pode se tornar arma de desinformação, ódio e ataques contra pessoas e instituições.
Não se pode aceitar que redes sociais se transformem em arenas de agressões pessoais ou campanhas movidas por interesses obscuros. A crítica construtiva é pilar do debate democrático e é sempre bem-vinda, mas é preciso distinguir o diálogo legítimo e transparente das ações que, sustentadas em falsidades e protegidas pelo anonimato, visam apenas corroer reputações e enfraquecer a confiança pública.
Leia maisO cenário atual mostra distorções cada vez mais evidentes: grandes empresas e pessoas mal-intencionadas remunerando conteúdos baseados em postagens, no mínimo, questionáveis; redes sendo usadas para fabricar narrativas e manipular percepções; e denúncias recentes, como a feita pelo youtuber Felca, que reacendem o debate sobre transparência e responsabilidade nas plataformas digitais.
O tema já ocupa espaço central no debate nacional, reforçando a urgência de medidas que coíbam abusos e protejam a integridade do espaço público.
O Estado de Direito oferece instrumentos para coibir excessos, responsabilizar condutas ilícitas e proteger a honra e a credibilidade das instituições. Essa proteção é fundamental não apenas para quem atua no serviço público, mas para toda a sociedade, que depende de instituições fortes e respeitadas para funcionar de forma justa e equilibrada.
No Poder Judiciário de Pernambuco, mais de 500 magistrados e magistradas e quase 8 mil servidores e servidoras trabalham diariamente com um propósito comum: promover a pacificação social, garantir direitos, combater a violência doméstica, realizar ações de cidadania que aproximam a Justiça da população, fomentar soluções consensuais de conflitos e assegurar que cada pessoa tenha voz e vez diante da lei. Esse trabalho
incansável, que, por volumoso e cotidiano, muitas vezes não aparece nas redes, é a base sólida que sustenta o Estado de Direito.
Ainda assim, mesmo atarefados com nossas atribuições, estaremos sempre preparados e preparadas para enfrentar novos desafios, inclusive aqueles que se apresentam no ambiente digital, quando ataques orquestrados buscam minar a credibilidade de pessoas e
instituições. A Justiça está atenta. E pronta para agir.
*Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco
Leia menosA Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) passa a ter Diário Oficial Eletrônico (DOE) próprio a partir desta terça (19). A implantação de uma plataforma própria para veiculação dos atos legislativos e administrativos, conforme estabelece a Resolução nº 2092/2025, visa modernizar e fortalecer a autonomia do Poder Legislativo.
Aprovada pelo plenário na última semana, a medida foi publicada na edição de sábado (16) do Diário Oficial. De acordo com a norma, os atos que saírem no DOE no site da Alepe passam a ter o mesmo efeito de publicidade oficial daqueles veiculados no formato anterior.
Leia maisAté então, a publicação era feita mediante contrato com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), que disponibilizava o material em sua página na Internet. Desde maio de 2015, o Diário Oficial circula apenas no formato virtual.
Economia
Agora, além de um layout mais funcional e integrado aos produtos digitais da Casa, a novidade traz redução de custos, já que o DOE do Legislativo será totalmente gerido por servidores do quadro técnico da instituição. A própria ferramenta para publicação foi desenvolvida pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da Assembleia.
Para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), o novo DOE é um caminho natural do aperfeiçoamento do Legislativo. “A mudança representa praticidade, agilidade e adequação aos novos tempos, uma vez que todo o conteúdo está disponibilizado de forma on-line. A alteração ainda valoriza e reconhece o trabalho do corpo técnico da Casa, além de gerar economia aos cofres públicos”, esclarece.
De acordo com Fábio Vinícius Moreira, chefe do Departamento de Serviços Técnicos Legislativos, um grupo de trabalho da Alepe buscou experiências de outras assembleias estaduais, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para replicar em Pernambuco.
“Esse trabalho identificou que a implementação de Diários Oficiais próprios das casa legislativas tem sido uma tendência, de modo a garantir mais autonomia, transparência e controle social”, explica o servidor.
Evolução
Assim como a Alepe, o Diário Oficial do Legislativo tem muita história e os esforços para a sua modernização não são de hoje. Alécio Nicolak Júnior, diagramador do DO desde 1998, lembra que o processo de informatização começou por volta de 1995, com a aquisição de equipamentos, a contratação de profissionais especializados e a capacitação de servidores.
“A informatização foi uma enorme mudança para a imprensa da Casa. A partir daí, nós podíamos enviar as matérias digitalizadas em um disquete para a Cepe. Apenas as fotos eram enviadas impressas para serem escaneadas por lá. Mas, por volta de 2002, a Alepe conseguiu também digitalizar as fotos, o que foi outro grande passo”, contou o servidor.
Em um segundo momento, os poderes começaram a fazer publicações de forma independente e totalmente digital. “O primeiro deles foi o Tribunal de Justiça, que tem um jornal extenso e obteve grande economia. Em seguida, veio o Ministério Público. Agora nós também seguimos esse caminho”, complementou Júnior.
Mais novidades para o jornal eletrônico estão em andamento. A proposta, segundo Fábio Vinícius Moreira, é “melhorar cada vez mais a publicação”, implantando progressivamente ferramentas de busca no site da Alepe para otimizar a experiência dos usuários.
Leia menosA oposição de Barra de Guabiraba oficializou apoio à reeleição do deputado federal Lula da Fonte (PP-PE), em movimento que reforça as bases do parlamentar no município. Representam o grupo local o ex-prefeito e líder político Bebeto, o candidato a prefeito nas últimas eleições, Valdinho, os vereadores Luiz Eugênio e Jó do Gás, além do suplente Paulo Neto e da apoiadora Ana Oliveira. Para Bebeto, “Lula tem mostrado trabalho, é um deputado que se aproxima das bases e está sempre aberto ao diálogo”, avaliando o alinhamento como passo para “trazer mais desenvolvimento para Barra de Guabiraba”. O deputado agradeceu a confiança e afirmou que a união das lideranças de oposição “reforça o nosso trabalho de fiscalização e de serviços prestados pelo município de Barra de Guabiraba”.
Quase seis meses depois de ser humilhado publicamente no Salão Oval, o presidente Volodimir Zelenski voltou nesta segunda-feira (18) à Casa Branca para ser recebido pelo presidente Donald Trump.
“Nós vamos parar essa guerra. A guerra vai acabar, esse senhor [Zelenski] quer, Vladimir Putin quer”, afirmou o republicano na abertura do encontro, pouco antes das 13h20 (14h20 em Brasília). As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia maisAo menos na sessão aberta a repórteres, no início da conversa, clima era de muita cordialidade, nada parecido com o bate-boca de 28 de fevereiro. “Muito obrigado pelos seus esforços”, disse Zelenski, entre algumas brincadeiras sobre desta vez estar usando um terno, e não a roupa militar criticada antes por Trump.
O ucraniano também agradeceu a primeira-dama Melania Trump por ter entregado uma carta a Putin durante a cúpula realizada na sexta-feira passada (15) no Alasca, no qual ela pedia o fim da guerra em nome das crianças afetadas. E deu ao americano uma mensagem escrita por sua mulher, Olena.
Trump e Zelenski não entraram, em público, nas questões complexas à frente. O ucraniano só disse que precisava acabar com a guerra ao ser questionado sobre o fatiamento de seu país, proposto por Putin e já abraçado por Trump.
O americano, por sua vez, voltou a se defender ter recebido Putin em solo americano, objeto de diversas críticas. Questionado se havia abandonado mesmo a ideia de uma trégua imediata, como ficou evidente em Anchorage com Putin, Trump confirmou.
“Estrategicamente pode não ser bom para os dois lados. Eu não acho que seja necessário um cessar-fogo”, disse, repetindo a retórica de Putin —até aqui, Zelenski defendia a trégua para depois conversar.
No Salão Oval estavam presentes os mesmos personagens de 172 dias atrás: o vice-presidente J.D. Vance, que foi ainda mais incisivo com Zelenski na outra ocasião, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o negociador Steve Witkoff. Todos, exceto o vice, estiveram com Putin na sexta.
REUNIÃO FOI PRECEDIDA POR TENSÃO
O encontro foi precedido de grande apreensão por parte dos ucranianos e seus aliados europeus, cientes de que Trump voltou a alinhar-se a Putin acerca do conflito.
Na sequência da reunião, os dois receberão os líderes da Alemanha, França, Itália e Finlândia, além dos chefes da Otan e da Comissão Europeia, que já estavam na Casa Branca quando Zelenski chegou. O ucraniano queria que eles estivessem juntos desde o começo, para reforçar sua posição de tentar evitar ver seu país rifado pelo republicano, mas o americano rejeitou a ideia.
Antes da reunião, os alertas foram acesos a partir de uma postagem de Trump na rede Truth Social. “O presidente Zelenski pode acabar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se ele quiser, ou pode continuar a lutar. Lembre como ela começou. Não ganhará de volta a Crimeia dada por Obama (12 anos atrás, sem um tiro dado!), e SEM ENTRADA NA OTAN DA UCRÂNIA”, escreveu.
A postagem trouxe à tona a memória de quando Trump recebeu Zelenski na Casa Branca pela primeira vez, em fevereiro. Ao lado de auxiliares e do vice J.D. Vance, ele armou uma armadilha para o ucraniano, acusando-o de ter causado a invasão russa de 2022 e de não querer acabar com a guerra.
O bate-boca público, um desastre para Kiev, foi depois remendado aos poucos, com o americano adotando uma crescente posição de neutralidade e passando a pressionar Putin, com o paroxismo de um ultimato que venceu no dia 8 passado.
Só que, a julgar pelas entrevistas posteriores de Trump, era tudo teatro. Ele disse no fim de semana que não pretendia implementar as sanções que havia ameaçado se o russo não parasse a guerra até aquela data, porque isso determinaria seu fracasso em lograr uma trégua.
Em vez de punições aos parceiros comerciais da Rússia, como China e Brasil, Trump promoveu a cúpula no Alasca. Não houve menção à trégua, mas tudo o que transpareceu do encontro sugere um encaminhamento novo para um cenário em que os termos de Putin prevalecem.
O russo fez uma concessão conhecida até aqui, segundo o negociador Steve Witkoff: aceitou pela primeira vez que os EUA deem algum tipo de garantia de segurança para a Ucrânia após o fatiamento do país, talvez de forma análoga ao artigo 5 da carta da Otan, que prevê defesa mútua em caso de ataque a qualquer 1 dos 32 membros da aliança militar.
Nada de força de paz em solo, como querem Kiev e os europeus, contudo. E Putin sugeriu que aceitaria trocar o congelamento das linhas de batalha nas duas regiões dos sul ucraniano nas quais controla 70% do território, Kherson e Zaporíjia, em troca da entrega definitiva de Donetsk (leste), onde também tem 70% de domínio e está em ofensiva.
A quarta região anexada ilegalmente e que faz parte do pacote colocado por escrito pelo Kremlin, Lugansk (leste), já está totalmente controlada por Moscou. Pela proposta de Putin, ele ganharia 6.600 km2 remanescentes no leste em troca de desocupar 440 km2 que tomou das regiões de Sumi e Kharkiv, no norte, que não estão na sua lista de desejos.
É um bom negócio para o russo, ainda que não seja o domínio sobre o vizinho que planejava ao invadi-lo. As áreas remanescentes de Zaporíjia e Kherson são de difícil acesso pela barreira natural do rio Dniepr, e o que Putin tem lá já é suficiente para manter sua ponte terrestre entre a Crimeia e a Rússia.
No domingo, Zelenski admitiu discutir a situação a partir das linhas atuais da frente de batalha, que tem mais de 1.000 km. Mas voltou a dizer que não poderia ceder território constitucionalmente, o que joga dúvidas sobre o destino da negociação.
A neutralidade militar da Ucrânia e o destino da península russófona da Crimeia, que Putin anexou na verdade há 11 anos após ver seu aliado derrubado da Presidência em Kiev, pelas palavras de Trump, já são um fato consumado na proposta à mesa.
Leia menosPor Verones Carvalho*
Nos últimos dias, Recife foi palco de um debate que expõe de forma nítida as contradições sociais e políticas da nossa Capital.
A construção de um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida no bairro de Boa Viagem, tradicionalmente considerado uma área “nobre”, revelou uma celeuma desnecessária e profundamente marcada por preconceitos.
De um lado, o governo federal, através do presidente Lula, em parceria com a Prefeitura do Recife, busca garantir dignidade e moradia digna para centenas de famílias que já residem na localidade em condições precárias. Do outro, parte de moradores de classe média e alta se manifesta contra a obra, utilizando o discurso da “defesa ambiental” como argumento central. Mas o que realmente está em jogo?
Leia maisO uso seletivo da questão ambiental
É curioso notar que a preocupação ambiental, levantada por alguns opositores da obra, raramente aparece quando o assunto envolve a construção de prédios de luxo, condomínios fechados ou empreendimentos empresariais que avançam sobre áreas sensíveis do litoral pernambucano. Não se vê a Secretaria Estadual de Meio Ambiente realizando o mesmo nível de fiscalização ou resistência quando esses empreendimentos são erguidos. Tampouco há registros de audiências públicas para ouvir a população nesses casos.
Quando a construção atende a famílias pobres, no entanto, levanta-se uma onda de indignação seletiva, que, na prática, mais parece preconceito disfarçado de preocupação ambiental.
O direito à cidade e o combate à segregação
O urbanista francês Henri Lefebvre já defendia, há décadas, o conceito do “direito à cidade” — isto é, a possibilidade de todos, independentemente de classe social, usufruírem dos espaços urbanos de forma justa e igualitária. O que estamos vendo em Boa Viagem é justamente o oposto: setores que acreditam que morar em determinada área da cidade é um privilégio, e não um direito.
Essa resistência à construção de mais de quinhentas unidades habitacionais não é apenas um atraso social, mas uma tentativa de segregar ainda mais os pobres, relegando-os a espaços periféricos, longe das oportunidades, do acesso a serviços públicos de qualidade e da integração social.
Política rasteira e interesses individuais
É impossível ignorar também que essa polêmica tem sido instrumentalizada por setores políticos que enxergam na disputa uma oportunidade de desgastar o governo. Usam a população como marionetes em um teatro político raso, onde os interesses individuais se sobrepõem ao interesse coletivo.
A dignidade como prioridade
O programa Minha Casa Minha Vida foi e continua sendo um dos maiores instrumentos de inclusão social do Brasil. Garante não apenas um teto, mas a dignidade de uma vida melhor, o acesso a serviços públicos próximos e a possibilidade de ascensão social.
Tentar impedir ou postergar a obra em Boa Viagem é, acima de tudo, desumano. É negar a essas famílias o direito de viver com dignidade, em moradias adequadas e devidamente planejadas.
A luta pela moradia digna não pode ser contaminada por preconceitos e privilégios de classe. O Recife precisa ser uma cidade para todos, e não para poucos. A defesa do meio ambiente é legítima e necessária, mas ela deve ser coerente, sem seletividade ou manipulação política.
No fim das contas, a construção do conjunto habitacional em Boa Viagem é um passo importante rumo à inclusão social e ao combate à segregação urbana. O governo federal e a prefeitura cumprem seu papel: colocar a dignidade das pessoas em primeiro lugar.
*Cientista político
Leia menos