Por Osvaldo Matos*
A Região Metropolitana do Recife está mergulhada em um estado de guerra não declarado. Não é exagero, é constatação. Latrocínios, assassinatos, invasões de residências e comércios, tiroteios, sequestros, pistolagem, acertos de contas, crimes de encomenda, facções dominando bairros inteiros, toques de recolher, furtos e golpes. Organizações criminosas operam livremente, espalhando medo e sangue.
A situação já passou do limite. Nossas casas, transformadas em bunkers, não oferecem mais segurança. Sair para comprar pão ou ir à igreja pode custar a vida. E não se trata apenas de falta de efetivo policial – mesmo com um agente em cada esquina, o crime continuaria, porque o problema central é a certeza da impunidade.
Leia maisA justiça frouxa se tornou o maior aliado da criminalidade. Bandidos acumulam dezenas de crimes, são presos e, em poucos dias, voltam às ruas para delinquir. A sensação de insegurança é total. Uma discussão banal se transforma em execução sumária. Dívidas de drogas são cobradas com métodos dignos das máfias mais violentas do mundo.
O pior é saber que não adianta cobrar apenas dos governantes de hoje. Esse caos é fruto de décadas de omissão, de políticas equivocadas e de uma inversão completa de prioridades, onde o cidadão de bem é abandonado e o criminoso é protegido por um sistema que deveria puni-lo.
Estamos diante de uma convulsão social sem precedentes. A paz virou luxo. A liberdade, uma lembrança. O medo, nosso companheiro diário. Não é mais apenas sobre segurança pública – é sobre sobrevivência.
*Empresário de Comex, cientista social e político, publicitário, especialista em Comércio Exterior, Gestão Pública, Turismo, Inteligência Competitiva, Marketing e Comunicação.
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