“Não vai ser num plano mirabolante desse de golpe que vão me punir”, diz Bolsonaro

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Jair Bolsonaro entrou em campo para articular o PL da Anistia aos envolvidos dos atos do 8 de janeiro. Na última quarta-feira (9) ele conversou longamente com o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, sobre o tema, com confirmou em entrevista exclusiva ao podcast “Direto de Brasília”, do Blog do Magno, em parceria com a Folha de Pernambuco. Para emplacar a urgência da matéria são necessários 257. Nas contas do ex-presidente, o bloco que o apoia na Casa já supera os 230 apoiamentos.

“Ele [Hugo Motta] tem um carinho especial por mim e eu por ele”, disse. “Desde quando em campanha, ele falou que, a maioria dos líderes, querendo priorizar uma pauta, iria atender […] isso está acontecendo”, disse.  A aprovação da matéria beneficia o ex-presidente que é acusado criminalmente por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano ao patrimônio da União e deterioração de bens públicos.

Enquanto tenta afastar o risco de prisão, que ele afirma ser um perigo a sua vida, Bolsonaro olha para 2026. Ao podcast “Direto de Brasília” repetiu mais de uma vez que é candidato, acompanha a construção de chapas majoritárias nos estados e quer ter o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, como aliado de palanque.

– O senhor adotou a tática de que a melhor defesa é o ataque em relação a sua salvação [política]?

Eu tenho falado mais com a imprensa, algumas ditas de esquerda e eles me atacam da maneira como bem entender e eu parto para a defesa e eles para o ataque. Afinal nada devo. O que fazem comigo ao longo de anos não é diferente de agora. Os caras querem minha condenação há muito tempo. Não acham nada e não vai ser num plano mirabolante desse de golpe que vão me punir, a não ser na base da arbitrariedade. Até porque não têm prova de nada porque não houve nada.

– O senhor está se sentindo crucificado?

Não é de hoje. Eu comecei a apanhar muito da imprensa em 2010 quando descobri um decreto do Lula que tinha a ver com Direitos Humanos chamado PNH3, onde tinha 180 itens que destruíam a família brasileira. Entre eles a desconstrução da normatividade e outras coisas. Ali comecei a apanhar e comecei a ser rotulado de homofóbico. Eu não sou homofóbico. Eu não quero que crianças de 6 ou 8 anos de idade aprendam certas coisas na escola. Quem tem seu costume que vá ser feliz e quem acredita em Deus tenha seu comportamento que acha que tem que ter aqui na terra. Fui muito atacado também, chamado de misógino. Quando fui ser candidato a presidente da República outras coisas apareceram, fui chamado de racista, que não gosto de nordestino. Tem que ter muito cuidado com as piadas hoje em dia porque tudo gira em processo. Está chato viver no Brasil. Você não pode contar uma piada mais.

– O senhor passou por esse processo agora no Supremo, por unanimidade virou réu. O senhor tem alguma expectativa de virar este jogo? Tem alguma prova contra o senhor?

Se eu devesse alguma coisa não estaria aqui. No final de 2022 eu fui para os Estados Unidos, podia ter me radicado lá, mas resolvi três meses depois voltar para cá. Não podem me acusar de golpistas do nada. Então como que tudo começou? Eu sempre defendi o voto impresso, desde 2012. Em 2015 eu aprovei uma emenda a um projeto de lei criando o voto impresso junto à urna eletrônica. O relator era o deputado Rodrigo Maia que depois veio a ser presidente da Câmara. A senhora Dilma Rousseff vetou e nós derrubamos o veto. Eu fui ao TSE e eles estavam preparando já as eleições com o voto impresso em 2018 quando eu ia concorrer e foi quando o Supremo Tribunal Federal por 8 x 3 disse que era inconstitucional. Não tem cabimento. E daí eu ganhei a eleição. Realmente foi complicada minha eleição, levei uma facada, tinha um discurso voltado para a verdade, me elegi e fiz um ministério nunca visto no Brasil. Um ministério técnico sem dedo de políticos, bem como quem estava na frente de estatais e bancos. Foi isso o que nos deu musculatura para enfrentarmos a pandemia que foi algo terrível. O Supremo Tribunal Federal tirou das minhas mãos a condução da pandemia e disse que cada governador ou prefeito poderia conduzir. E eu fui o grande gestor no tocante a enviar recursos. Apesar da pandemia nenhum prefeito do Nordeste atrasou pagamento de folha porque eu repassava na época a mais os recursos. Foi quando veio a política de fique em casa. Quem tem um salário, quem é um servidor público civil ou militar, pode até ficar em casa sem problema. Agora tínhamos 38 milhões de pessoas que viviam da informalidade. Então nós criamos o auxilio emergencial de R$ 600 reais. Tanto é verdade que o povo ficando em casa vocês não viram nenhum caso de saque ao supermercado. E o Brasil gastou muito dinheiro com isso. Eram R$ 50 bilhões por mês. Ao término do programa voltou-se o Bolsa Família que era em média R$ 190 reais. Então passamos o Bolsa Família para R$ 600 com responsabilidade fiscal, ou seja, fizemos um acerto junto a Câmara, uma equipe econômica fantástica que eu tinha conduzida pelo Paulo Guedes e implementamos isso aí.

Mais ainda, com o advento da guerra Rússia e Ucrânia o preço dos combustíveis começou a explodir. Nós zeramos os impostos federais do diesel, do etanol, da gasolina, do gás de cozinha, o IPI de 4 mil produtos pelo Brasil. Muita coisa nós importávamos e acharam que eu não devia zerar. Eu zerei o imposto das placas fotovoltaicas para geração de energia solar, pneus de caminhões, jet-ski, veleiros. O pessoal reclamou, mas o jet-ski e o veleiro quem toma conta dele pelo menos dez meses por ano é uma pessoa humilde que trabalha na marina. Então com essa redução da carga tributária nós tivemos três meses de deflação.

– Se o senhor tiver que optar entre uma anistia para o senhor ou para os presos do 8 de janeiro qual seria sua escolha?

O projeto da anistia não é de hoje. Tem aproximadamente oito meses e quando foi rascunhado e apresentado alguns queriam que eu colocasse lá anistia quanto a minha inelegibilidade. Eu disse não, é só para o pessoal de 8 de janeiro. Só que agora não sei porque resolveram me colocar no 8 de janeiro. Um dos tipos penais que eu estou respondendo é por dano do patrimônio. Mas como se eu estava nos Estados Unidos? Você lê o processo todo e não tem uma citação minha por troca de ‘zap’. Por que eu estou lá? Agora a anistia está indo, estamos próximo de conseguir as assinaturas e eu estava trabalhando até agora. A anistia que estamos pedindo agora não tem nenhum crime. Não teve nenhuma pessoa ferida, nenhum tiro, nenhuma arma foi apreendida. Falar que aquilo é golpe de Estado… Vamos supor que o pessoal do 8 de janeiro continuasse dentro dos prédios. No dia seguinte quem seria o presidente da República? A irmã Hilda? Quem seria o presidente da Câmara? O pipoqueiro que foi condenado? O do Senado? O sorveteiro? Quando se planeja um golpe tem que ter um líder e não acharam. Quem colaborou com dinheiro era para comer uma carne na frente do quartel.

– Por que o senhor não mandou emissários ou foi pessoalmente avisar às pessoas que estavam na porta dos quartéis que entregaria o poder ao presidente Lula?

Em algum momento você viu eu convocar o pessoal para participar de algum movimento desde o segundo turno? Não. Foi um movimento voluntário para a região dos quarteis. Quando sai do Brasil dia 30 de dezembro os acampamentos rapidamente se acabaram. Ficou um pouco mais o de Brasília. Na quarta-feira tinha 300 pessoas, na quinta tinha 200. Quem convocou [para a Esplanada]? Quem convocou estava mal intencionado. Acabou chegando vários ônibus aqui, a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] mandou mais de 30 mensagens para o general G. Dias, chefe do GSI, dizendo que poderíamos ter risco de movimentos violentos em Brasília e não tomaram nenhuma providência. Inclusive a facilidade com quem entraram nos prédios, o Lula tem um vídeo dele falando que quer saber quem facilitou a entrada na Presidência porque a porta não foi arrombada. Quando a gente vai atrás das imagens, que o Ministério da Justiça é responsável por filmar toda a Esplanada, são quase 200 câmeras, o Flávio Dino entregou apenas quatro câmeras. Depois chegam imagens solteiras, perdidas e você vê um ou dois caras quebrando coisas lá dentro. Então foi ao meu ver uma armadilha. O golpe deles para tentar me incriminar só não foi perfeito porque eu não estava no Brasil. Se eu estivesse no Brasil, naquele domingo à noite ou na madrugada a segunda-feira eu seria arrancado de casa e estaria preso até hoje.

– A Paraíba tem um cenário interessante. O PL mudou de comando, assumiu o seu ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, que disputou a prefeitura de João Pessoa. Para 2026, qual seu olhar? Qual deve ser o foco do PL e da direita? Eleger governadores ou fortalecer a representação no Congresso Nacional?

Eu recebi uma incumbência do presidente do partido [Valdemar Costa Neto] de dar uma atenção especial para o Senado. Na Paraíba é o Pastor Sérgio o nosso candidato, para governo está pré-acertado Queiroga, o Welligton Roberto continua no partido, mas perdeu a executiva estadual, gosto muito dele e acredito que ele dispute a reeleição. Nós temos a esperança de fazer um senador, que seria uma grande coisa porque o Nordeste é mais voltado para a esquerda. Em Pernambuco nós temos o Gilson [Machado] como nosso pré-candidato ao Senado e estamos negociando quem seria o candidato ao governo. E assim, tentando um nome por estado. Dois é impossível, não vamos chegar. Acredito que com outros partidos aliados a nós, em nove estados, com 18 vagas, pretendemos fazer pelo menos oito aliados a centro-direita.

Tem uns polos no Nordeste de progresso e de desenvolvimento, a gente reconhece isso aí. Agora o Nordeste, porque o povo é o mais pobre das cinco regiões? A esquerda está há mais de 20 anos no Nordeste então há um fluxo migratório muito grande para o Sudeste. Por que? Você pega o melhor estado do Brasil, me desculpe, é Santa Catarina. O PT nunca passou por lá. Então os estados que têm uma economia mais pujante são estados o governo está afastado da esquerda. Não deu certo em lugar nenhum do Brasil. Não tem como dar certo isso aí.

Eu diminuí a carga tributária. O Lula com o Haddad está taxando tudo. Virá a partir do ano que vem as consequências da reforma tributária. Os impostos estão aumentando, os impostos de serviço, o imposto do pecado que foi criado

– Quer dizer que o governo de Lula é um governo perverso?

Na parte da economia, o próprio Haddad falou que não sabe nada de economia, estudou dois meses e colou para passar na prova. Dá para comparar o Haddad com o Paulo Guedes? Não dá. Nós transformamos na área governamental o Brasil no país mais digital do mundo. Nós criamos o Pix. O governo Lula quando viu que o Pix movimenta por dia em torno de R$ 50 bilhões o que devem ter pensado, se é que o petista pensa, se botar metade do que era CPMF, mais ou menos 0,2%, por ano são R$ 72 bilhões.

– A minuta encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres estava circulando há muito tempo. O senhor vê algum valor jurídico nesta minuta? Ela pode servir como prova? Até que ponto a PF deixou de investigar mais a fundo esta minuta para descobrir quem foi o autor e quem colocou no Google a minuta?

Eu tive acesso a minuta e conhecimento que rodava há algum tempo. O primeiro parágrafo falava em intervenção no Tribunal Superior Eleitoral. Os demais eram cópias de dispositivos constitucionais. Ninguém vai dar golpe usando dispositivos constitucionais. E quando se fala em estado de defesa a primeira medida para implantar um estado de defesa é convocar os conselhos da Defesa e da República e isso não foi feito. Nenhuma medida preparatória para um possível golpe houve. A Dilma [Rousseff] cogitou o estado de defesa em 2016. Então você se socorrer de um dispositivo constitucional, nenhum problema nisso. E deixaram o Anderson [Torres] preso por vários meses por conta disso. O objetivo das prisões é tirar uma delação premiada que interesse à Polícia Federal. O próprio [Mauro] Cid quando ele assinou a delação premiada no dia seguinte foi posto em liberdade.

Tem jurisprudência no Supremo, palavra do próprio ministro Gilmar Mendes, que é imoral qualquer delação premiada conseguida de pessoas que estão cumprindo prisão. Então não tem razão nenhuma de se acusar ninguém com essa minuta. 

Os caras foram para cima de umas 40 pessoas do meu lado e vasculharam a vida deles e qualquer historinha que estão achando passa a ser verdade para eles.

– Eu li esta semana uma entrevista do Alexandre de Moraes a uma revista americana e ele diz que o senhor não escapa da ilegibilidade, não recupera seus direitos políticos. Mas em relação ao crime de tentativa de golpe, ele disse que o senhor poderia escapar, mas só recupera seus direitos em 2030?

Ele é vítima deste processo, ele é relator, ele é investigador, ele toma depoimento de delator, ele é tudo. E continua sendo um suspeito. Eu vi essa entrevista. Ora, estão condenando pobres coitados a 17 anos de cadeia. Quinta passada foram condenados um sorveteiro e um pipoqueiro por golpe de estado armado. Lembra do ‘porcorn’ que eu falei em São Paulo? Eu falei que no Brasil pipoqueiro e sorveteiro estão sendo condenados por golpe de estado armado. É um absurdo isso. Não tem cabimento. Esse processo meu sobre golpe não deveria existir.  Como me vinculam ao 8 de janeiro se eu nem estava aqui? 

– Isso tudo não é no sentido de levar o senhor à prisão? Eles querem prender o senhor?

Na verdade, eles querem me matar. Querem um fim em mim. Lógico, coloca na cadeia é fácil eliminar um cara sem deixar provas de nada. Eu sou um paralelepípedo no sapato deles. Eu não fui para o outro lado.

– O senhor teme ser preso?

Ninguém quer ser preso, mas isso pode acontecer. Qual a acusação? Não interessa.

– No que diz respeito as eleições para governador aqui em Pernambuco em 2026 o senhor considera mais viável o PL lançar candidatura própria ou compor com outro partido? E no caso de compor com outro partido a governadora Raquel Lyra seria um bom nome?

Eu converso com o Gilson [Machado] e temos muito mais interesse no Senado. Eu acho que não temos nome para ganhar o governo do estado lá. Não é entregar os pontos, mas se puder compor com um partido de centro será bem-vindo e não vamos lançar a outra vaga para o Senado, vamos deixar para compor também. Essa negociação eu deixo mais a cargo da liderança local.

– O senhor acha que em Pernambuco, um estado radicalizado daquele, os seus eleitores ficaram com Raquel?

Acho que sim. Não tinha alternativa, ela é um pouco mais a direita, então vai compondo. Eu digo que na política tem que jogar com paciência e estratégia. Se a gente puder dar um grande avanço para o Senado, você imagina que a direita faça 40 nomes com mais os que têm lá dentro. A gente toma conta do Brasil. 

– Atualmente o senhor está inelegível até 2030. Por conta disso já tem sido ventilado algum ou alguns nomes para se colocar ao público mais conservador em 2026 e se o senhor pensa em alguma liderança do Nordeste?

Eu vou estar agora no Rio Grande do Norte, ficar integralmente com o senador Rogério Marinho andando integralmente pelo Nordeste. Uma viagem de mais de 700 quilômetros andando pelos municípios. Nós costumamos fazer vídeos desses eventos e jogar nas redes. O tratamento que me dão no Nordeste é excepcional. A questão de política, eu tenho namorado no Nordeste um candidato do Nordeste para ser meu vice. É um senador. Agora você fala que eu estou inelegível. Inelegível por quê? Qual foi meu crime? Reunir com embaixadores? A Dilma foi cassada, fizeram um acordo no Congresso e ela continua elegível, tanto é que ela disputou. A mesma coisa o Lula, tiraram ele da cadeia e anularam as condenações dele. Qual o meu crime? Reunir com embaixadores? Não é uma perseguição? É o ativismo judicial para tirar um politico da cena eleitoral como tiraram a Marine Le Pen, como queriam tirar o Trump. Estão fazendo a mesma coisa comigo. Então continuo candidato até os 48 do segundo tempo. Eu sou candidato para presidente da República. Não tem plano B. O plano B sou eu mesmo e isso está acertado com o partido. E vamos jogar o jogo.

– O prefeito de Maceió, JHC, é do PL e assinou a ficha de filiação ao lado de Bolsonaro. Neste momento é cotado para ser candidato ao governador, mas deve migrar do PL para um partido da base aliada de Lula. O que o senhor acha dessa estratégia e quais serão os candidatos majoritários em Alagoas?

Alagoas é um estado complicado para a gente. O JHC é do PL e ninguém pode negar que está sendo um bom prefeito. A gente gostaria que ele ficasse conosco, mas se ele migrar a gente vê o que faz aí. Eu gosto muito de uma pessoa aí em Alagoas. Não vou negar, foi um grande aliado meu dentro da Câmara, que é o Arthur lira. Graças ao Arthur Lira nós conseguimos via parlamento reduzir os impostos federais dos combustíveis. Graças ao Arthur Lira conseguimos negociar os precatórios e pagar o Bolsa Família de R$ 600 para o povo pobre de todo o Brasil. Então o Lira foi um grande aliado meu. Lógico que quem passa pela presidência da Câmara sofre ataques. Mas o saldo meu com o Lira é excepcional e favorável para o Lira. O Lira é um grande amigo meu, me dou bem com ele, dado em especial o que ele fez no parlamento junto ao governo federal, e eu vou ouvir o Lira sobre o que vai acontecer em Alagoas. Nós sabemos da força da família do Renan [Calheiros] que deve ir para eleição. O Lira tem falado que que deve ir para o Senado também. Gostaria que o JHC continuasse conosco, mas ele tem toda a liberdade e mais tarde teremos um retrato do que fazer neste estado no tocante às eleições.

– O senhor estava com presidente da Câmara, Hugo Motta. O que foi tratar com Hugo Motta? Foi falar sobre anistia?

O Hugo Motta tem exatamente a metade da minha idade. Ele é mais novo do que o terceiro filho meu, o Eduardo, e ele tem um carinho especial por mim e eu por ele, e de vez em quando a gente se encontra por aí e trata de vários assuntos. Desde quando em campanha, ele falou que, a maioria dos líderes, querendo priorizar uma pauta, nós vamos atender a maioria. Agora, não precisa lembrar a ele disso aí. Ele sabe muito bem que isso está acontecendo e se a gente conseguir a assinatura, nós vamos colocar em votação eu tenho certeza disso.

– Mas o [Silas] Malafaia foi duro com ele. Um aliado desses não traz mais malefícios que benefícios?

O Malafaia, ele tem o seu comportamento. Quem diria, eu quando estou com o Malafaia eu sou bombeiro. Ele fica indignado com muita coisa, agora tem que ter paciência. O Malafaia é mais objetivo, está no DNA dele. Agora ele não sabe como funciona o parlamento. Ele é um líder evangélico, psicólogo, um pouquinho só mais novo do que eu, mas não tem a vivência que tive de 28 anos parlamento, dois de vereador e quatro de presidente. Não dá para você fazer as coisas na base da pancada.

– Sergio Moro foi o algoz de Lula. Alexandre de Moraes é o seu algoz?

Eu não devo nada. Não tem crime nenhum da minha parte. Agora comigo parece que é algo pessoal do Alexandre de Moraes. Não consigo entender outra coisa.

Até o momento eu sou candidato. Não reconheço a minha ilegibilidade como um processo justo. Eu não me reuni com líderes comunitários eleitos pelo trafego no morro do alemão. Eu me reuni com embaixadores e a acusação é abuso de poder político para ganhar votos. Que votos eu ganhei? Nenhum.

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Da Agência Brasil

A guerra tarifária criada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, pode gerar oportunidades para o agronegócio brasileiro. Mas o setor industrial precisa de atenção, avaliam especialistas. Pablo Damaceno, integrante do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá, acredita que no momento em que os Estados Unidos se fecham, o Brasil, enquanto exportador de commodities como carne, grãos e minérios, pode ganhar espaço. Na avaliação de Pablo Damaceno, o risco é de inflação interna enquanto as exportações crescem.

“Países do Brics tendem a importar, principalmente a China. De certa forma, o Brasil pode se precaver aplicando políticas públicas como linhas de crédito específicas a esses segmentos que podem ser beneficiados. Ou seja, impulsionando a produção para que o abastecimento interno não seja prejudicado.”

Por outro lado, o professor da Escola de Relações Internacionais da FGV, Pedro Brites, chama a atenção para o setor industrial, que segundo ele pode ter problemas se perder espaço no mercado americano.

“A gente está falando de aço, de metal, de peças e também de aeronaves, por exemplo. Então, dentre os parceiros brasileiros mais relevantes, os Estados Unidos se destacam por absorver esse tipo de produto. Acho que para o Brasil isso também é difícil você reverter, ou seja, conseguir pensar em outros mercados no curto prazo que pudessem absorver esses produtos de forma imediata.”

Alguns especialistas alertam para o risco de uma entrada grande de produtos industrializados e veículos que iriam para os Estados Unidos e acabariam desviados para o Brasil. Pablo Damaceno, no entanto, não acredita nessa hipótese.

“Até porque há uma tendência contrária, vamos dizer assim, à globalização com essas tarifas sendo elevadas. Caso isso venha a ocorrer, que eu não acredito, eu acho muito pouco provável, o Brasil pode, sim, se defender aumentando também tarifas de proteção específicas para esses segmentos aí de indústria automobilística.”

Já Pedro Brites acredita que a entrada de produtos no mercado brasileiro é uma preocupação legítima, mas ele é contra o uso de tarifas. O ideal é buscar acordos.

“Pelo tamanho da população brasileira, ou seja, o peso demográfico do Brasil, então, isso é uma preocupação legítima. Eu acho que o Brasil pode adotar medidas de proteção, como tentar construir acordos comerciais com esses parceiros que eventualmente possam vir a ameaçar as cadeias produtivas brasileiras. Mas eu não acredito muito em medidas protecionistas similares a que o Trump está adotando, porque isso pode gerar um efeito em cadeia em outros setores.”

A China é vista como a principal saída para o Brasil, mas Pedro Brits afirma que é preciso ter cuidado para o país não ficar muito dependente do parceiro asiático. Por isso, o país deve continuar buscando novos mercados como a União Europeia e outros países asiáticos.

Dulino Sistema de ensino

Do Correio Braziliense

Uma marca histórica para a cidade que mudou a história do Brasil. Brasília celebra, na próxima segunda-feira (21), 65 anos de existência. Ao lado da capital e dos moradores, durante esses 23.741 dias, o Correio Braziliense seguiu cada notícia e cada vivência de Brasília desde aquele 21 de abril de 1960. Para celebrar a data especial, o jornal mais tradicional da cidade produziu um minidocumentário em vídeo que celebra o clássico canto de “Olhaê, o Correio!” e as mais de seis décadas da cidade se misturam com a mesma idade do Correio Braziliense.

A música que acordou muitos brasilienses e candangos marcou a história da capital. Não estamos falando de nenhuma balada do Legião Urbana ou do Capital Inicial, mas sim do tradicional “Olha, aê, o Correio!”. A frase cantada por muitos vendedores de jornais ao longo dos 65 anos de Brasília agora é relembrada pela importância histórica e cultural aos brasilienses.

“Andava pelas ruas do Setor P Norte, na Ceilândia com aquele famoso grito: ‘Olhaê, o Correio’. Era a música matinal dos moradores do Distrito Federal no sábado e no domingo, quando os garotos saíam para ir vender os jornais”, relembra o deputado federal Reginaldo Veras (PV). “Eu tinha uma mochila, enchia de jornal e mais duas pacoteiras na mão. Era quase meu peso andando para vender jornal”, conta o parlamentar.

Desde as 6h da manhã nas casas de assinantes e logo depois para lojas e bancas, o rapper Japão Viela 17 também viveu a experiência de vender jornais do Correio. “Eu trabalhava com meu irmão. Alguém comprava o jornal e eu levantava a mão para meu irmão vir cobrar. Era um vendendo e outro cobrando. A gente vendia bastante jornal”, detalha.

Marlene Corrêa, que trabalha no Correio há 51 anos, relembra com carinho a experiência de acompanhar a história de Brasília pelas páginas do jornal. “Foi meu primeiro emprego, entrei como estagiária. Adoro, é como se fosse minha casa e enquanto o Correio me quiser eu estou aqui, porque eu amo isso aqui”.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Recuperando-se de um problema de saúde, o deputado estadual Izaías Régis (PSDB) falou ao Blog do Carlos Eugênio sobre o andamento do projeto do Hospital Mestre Dominguinhos, em Garanhuns. Segundo ele, a construção da unidade foi solicitada ainda durante a campanha de 2022 à governadora Raquel Lyra e reafirmada após sua posse na Assembleia Legislativa. O investimento previsto é de R$ 135 milhões, com cerca de 270 leitos.

De acordo com o deputado, o hospital será uma unidade de alta complexidade com UTI, setor de urgência e emergência, centro cirúrgico, centro de diagnóstico por imagem, hemodinâmica, centro de reabilitação e um ambulatório com 15 consultórios. “O Hospital Mestre Dominguinhos terá mais de 26 mil metros quadrados de área construída, divididos em três pavimentos, e vai atender crianças, adultos e idosos de Garanhuns e do Agreste Meridional, com assistência de alta complexidade e atendimentos cirúrgicos e clínicos, nas especialidades de neurologia, ortopedia, cardiologia, sistema vascular e queimados”, afirmou Régis, destacando um prazo de 18 meses para execução dos serviços, após o início das obras.

Ele também mencionou a licitação para a construção da maternidade de Garanhuns, lançada em março, e afirmou que as duas obras devem ocorrer simultaneamente. O deputado ainda espera que a publicação da licitação do Instituto Médico Legal (IML) ocorra nos próximos dias.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

Por Malu Gaspar e Rafael Moraes Moura

Do jornal O Globo

Lideranças do Congresso que acompanham de perto as discussões sobre a anistia aos réus do 8 de Janeiro avaliam reservadamente que há um ambiente favorável no Supremo Tribunal Federal (STF) para o avanço das discussões de redução das penas.

Essa percepção vem de conversas de deputados e senadores com integrantes do tribunal, além de declarações públicas dos próprios magistrados que têm sido interpretadas nos bastidores como uma disposição da Corte em rever a dosimetria em certos casos – o que serviria como resposta à pressão de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e às críticas de setores da opinião pública.

Esses parlamentares – em especial os do Centrão – têm procurado os ministros um a um nas última semanas, para defender que um sinal nesse sentido vindo do próprio STF ajudaria a esvaziar a ofensiva da tropa de choque bolsonarista na Câmara para aprovar a toque de caixa a anistia, cujo projeto já reuniu assinaturas suficientes para ter a tramitação acelerada.

No mapeamento feito por lideranças do Congresso, pelo menos seis dos onze ministros do STF estariam, hoje, inclinados a rever penas de investigados por envolvimento nos atos golpistas que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos três poderes.

São eles, segundo os próprios parlamentares: os dois ministros indicados por Bolsonaro ao STF, Kassio Nunes Marques e André Mendonça; Gilmar Mendes e Dias Toffoli, integrantes do grupo conhecido como “Centrão do STF”, com bom trânsito no Parlamento; o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin Martins; e o ministro Luiz Fux, que já avisou que vai fazer uma “revisão da dosimetria” no caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que no 8 de Janeiro pichou com batom a frase “Perdeu, mané” na estátua A Justiça, em frente ao prédio do STF.

“Confesso que, em determinadas ocasiões, me deparo com pena exacerbada, e foi por essa razão que eu pedi vista desse caso”, disse Fux no mês passado, ao esclarecer por que interrompeu a análise do caso da cabeleireira após Moraes defender uma pena de 14 anos.

Conforme informou o blog, técnicos do STF já avaliam discretamente os possíveis atalhos jurídicos para reduzir as penas, ainda que nenhuma decisão tenha sido tomada.

Além de usar o caso de Débora para enviar uma mensagem, um dos caminhos seria via pedidos de “revisões criminais” das pessoas que já foram condenadas pelo próprio STF por envolvimento na intentona golpista.

Esses condenados podem acionar a Corte para tentar reabrir o caso, reexaminar a condenação e apresentar novas provas – pelo menos três ações dessa natureza já chegaram ao tribunal, mas ainda não foram apreciadas pelo plenário.

Em julgamentos já concluídos, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, votaram por penas mais baixas nos julgamentos que resultaram na fixação de penas elevadas por Moraes, na faixa de 14 anos de condenação.

Para Mendonça, o crime de abolição violenta do Estado democrático de direito (com pena de 4 a 8 de prisão) já incorpora o golpe de Estado (com pena de 4 a 12 anos de prisão), então os réus devem ser punidos pelo primeiro e não pelo segundo.

Já o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, tem defendido o contrário: que os réus sejam condenados por golpe de Estado (com pena de 4 a 12 anos de prisão), e não por abolição violenta do Estado democrático de direito, por considerar que “as circunstâncias se amoldam unicamente” ao crime de golpe de Estado, e “não aos dois tipos penais concomitantemente”.

As recentes declarações do ministro Gilmar Mendes à imprensa, admitindo a possibilidade de “eventuais reavaliações” sobre o regime de cumprimento de penas de réus do 8 de Janeiro, com a “apreciação caso a caso”, também deixaram mais esperançoso o entorno bolsonarista.

Solução conciliatória

Uma solução para a questão vinda do próprio STF também vem sendo publicamente defendida pelo ex-presidente Michel Temer, responsável pela indicação ao STF do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações dos atos golpistas de 8 de Janeiro.

Em conversa com o blog, Temer afirmou que é legítima a discussão no Congresso de um projeto de anistia aos investigados nos atos golpistas de 8 de janeiro — mas ressaltou que “para não criar nenhum mal-estar, o melhor seria que o próprio STF fizesse uma nova dosagem das penas”.

“É possível fazer uma nova dosimetria. Punição houve, tinha de haver, mas também a pena deve ser de menor tamanho. É uma solução conciliatória”, comentou Temer.

Caruaru - São João na Roça

A Prefeitura do Recife entregou, ontem, a primeira etapa da requalificação do Mercado da Encruzilhada, um dos principais polos de comércio popular da cidade. Com investimento de R$ 6,5 milhões, a intervenção incluiu a criação de uma nova área de pescados e a inauguração da Praça Capiba Gastrô, uma praça de alimentação com estrutura renovada. O prefeito João Campos afirmou que o local ganhou mais integração com a área externa e se tornou “mais um espaço de convivência na cidade”.

As mudanças foram feitas pela Conviva – Mercados e Feiras, órgão responsável pela gestão de equipamentos do tipo. Segundo o diretor-presidente Gabriel Leitão, o objetivo é valorizar a história e a função social do mercado, que completou 101 anos. “Nossa requalificação visa manter toda essa tradição, garantindo melhores condições para quem trabalha e frequenta o local, sem perder o que torna o mercado tão especial para o nosso povo”, disse ele.

Na prática, a reestruturação incluiu reforma do piso, divisórias e revestimento cerâmico nas áreas de pescado, além de melhorias em acessibilidade, elétrica e hidrossanitária. A praça de alimentação recebeu intervenções semelhantes, com direito a escadaria externa e portas de enrolar nos boxes.

As obras continuam em outras áreas do mercado, com promessas de melhorias nas cobertas, sistemas hidráulico e sanitário, além da recuperação da casa de bombas e pintura geral. Ainda não há data para a conclusão da requalificação completa.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Do UOL

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, nem bem começou sua pré-campanha presidencial e já vive o fogo amigo entre correligionários de seu partido, o União Brasil.

O que aconteceu

Caiado lançou sua pré-candidatura na sexta, dia 4, em Salvador (BA). Dois dias depois, fez uma parada em São Paulo, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, num ato convocado por bolsonaristas para defender a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e a participação do ex-presidente no pleito de 2026.

Sem presidente da legenda. Mais de 100 prefeitos e 30 deputados de Goiás seguiram Caiado para a capital baiana. O presidente da legenda, Antônio Rueda, no entanto, não compareceu.

PL de Bolsonaro em embate com Caiado a fim de derrubar sua candidatura. No ano passado, a coligação do PL em torno de Fred Rodrigues, que concorreu à Prefeitura de Goiânia, denunciou o governador por suposto abuso de poder durante as eleições municipais. Caiado recebeu o então candidato a prefeito Sandro Mabel, também do União Brasil, no Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, logo após o primeiro turno. Mabel disputava o segundo turno com Rodrigues.

Condenação e elegibilidade. Em dezembro, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Goiás condenou Caiado a oito anos de inelegibilidade por favorecer seu candidato. O goiano recorreu e a ação foi julgada outra vez pelo TRE-GO na última quarta.

Próximo round dessa ação envolve movimento do PL. Embora a condenação tenha sido mantida, e o governador tenha de pagar multas por abuso de poder, a inelegibilidade foi revertida. No entanto, o UOL apurou que o PL estadual deve recorrer da decisão e insistir em tornar Caiado inelegível.

Caiado se vê isolado contra a união com o PP. Em outra frente, o pré-candidato estaria numa luta isolada contra a união de seu partido com o PP, do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Até mesmo apoiadores de Caiado, como ACM Neto e Bruno Reis, se posicionam favoráveis a essa federação, que garantiria a maior bancada do Congresso.

Ciro colocou panos quentes à época do lançamento da pré-candidatura de Caiado. O senador disse que o objetivo é estar com quem ganhar em 2026 — assim, restaria ao governador conquistar espaço com sua candidatura para tornar-se uma alternativa competitiva, mas lutando contra a maré.

União fica entre o PT e Caiado. O partido está hoje dividido entre os que desejam o apoio ao PT e os que querem a candidatura do governador goiano. O União Brasil ocupa três ministérios do governo petista —recentemente, Juscelino Filho pediu demissão, mas será substituído por Pedro Lucas Fernandes, também do União.

Racha no partido é exposto por ministro. Um dos defensores da aliança com petistas é o ministro do Turismo, Celso Sabino. Em entrevista ao “Roda Viva” na última segunda, ele afirmou que a “ampla maioria” da União Brasil defende uma aliança com PT em 2026.

Querem conservar emprego, diz Caiado. Para o governador, os que defendem aliança com PT formam um grupo dentro da legenda cujas ideias “não têm espaço na vida como ela é”. “Uns vão pela convicção, outros vão pelo emprego”, disse ao UOL. Caiado é um grande crítico dos petistas, antes mesmo de assumirem o governo federal pela primeira vez.

Para-brisa gigante

Caiado precisa tornar-se conhecido, avalia aliado. Em entrevista ao UOL antes do lançamento da pré-candidatura de Caiado, Rueda afirmou que seria tarefa de Caiado aproximar-se dos eleitores de todas as vertentes para tornar-se mais conhecido. Sobre as rusgas recentes entre o governador goiano e bolsonaristas, Rueda disse: “Na política, o retrovisor precisa ser bem pequeno. Mas o para-brisa, gigante”.

Bandeira branca com Bolsonaro. A passagem por São Paulo e a subida no palanque do ex-presidente Bolsonaro no ato pró-anistia foi o gesto encontrado para plantar uma bandeira branca entre ambos, com vistas a colher eventuais eleitores. Na manifestação, o governador abraçou a pauta do ex-presidente. “Eu era deputado e a Casa foi invadida pelo MST várias vezes”, disse. “Eu não admito baderna, mas as pessoas estão presas há dois anos. A força do Estado não é para vingar, é para educar.” O UOL apurou que Caiado encontraria Bolsonaro nesta semana, mas o encontro foi cancelado após a internação do ex-presidente em Natal.

Neste momento, Caiado busca visitar estados que “querem” recebê-lo. “Apesar de ser um candidato menos conhecido, eu vejo que, quando me conhecem, sou bem avaliado”, disse ele, que depois de Salvador e São Paulo, voltou a circular pelas cidades goianas. Caiado também disse ver os estados do Ceará, do Rio Grande do Norte e do Piauí como “futuros destinos”.

Candidato e governador

Passar bastão ao vice. Ocupando seu segundo mandato como governador — ele foi reeleito com 51,8% dos votos no primeiro turno da disputa — Caiado tem de conciliar seu papel de pré-candidato à Presidência com o de chefe do Executivo estadual. Desde que reassumiu a cadeira em janeiro deste ano, ele tem falado sobre passar o posto para o vice Daniel Vilela (MDB).

Renúncia precisa acontecer até abril de 2026. A expectativa é que o governador comece a se distanciar progressivamente até renunciar no ano que vem. Durante sua passagem pela Tecnoshow, Caiado afirmou que ficará no governo até o dia 3 de abril de 2026 — a data limite para a renúncia é dia 4 de abril. Até lá, as ações de pré-campanha, bancadas pelo fundo partidário, estarão mais focadas nos finais de semana, segundo seu entorno.

Novo baiano

Aliança baiana. A pré-campanha de Ronaldo Caiado foi lançada oficialmente no Centro de Convenções de Salvador. Há uma aproximação de Caiado com o grupo baiano da União Brasil. Entre seus aliados mais próximos estão ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, e Bruno Reis, atual prefeito.

Dobradinha com Gusttavo Lima foi desfeita. Em março, Caiado alardeou que ia compor uma chapa com o cantor como vice e que ambos estariam juntos em Salvador. Duas semanas depois, o músico disse ter desistido da ideia de se lançar na política — em janeiro, chegou a afirmar que seria candidato a presidente. Ao mudar de ideia, alegou falta de apoio da família e de parceiros comerciais — mas enfrentou insatisfação de Bolsonaro, que viu traição na movimentação.

Aliança com primeira-dama. Entre fontes mais próximas de Caiado, especula-se que Gusttavo Lima ainda possa sair como candidato ao Senado — como sugeriu publicamente Bolsonaro — em uma chapa com a primeira-dama de Goiás, Gracinha Caiado.

Para ‘endireitar’ o Brasil

Caiado aposta em sua candidatura com o slogan “Coragem para endireitar o Brasil”. Sob essa bandeira, a busca pelo eleitor progressista fica mais distante. Aliados do governador de Goiás acreditam que pautas como ciência, educação e políticas sociais podem ajudá-lo a dialogar com setores além da direita.

“Ele é bem direitão”. Ainda assim, em relação à conquista de votos de eleitores de esquerda, os integrantes da campanha não têm esperança. Historicamente, desde a primeira eleição presidencial após a redemocratização, em 1989, quando Caiado candidatou-se pela primeira vez a presidente — com um forte embate com petistas — ele marcou distância do eleitorado de esquerda. Até mesmo os assessores mais próximos confirmam: “Quem conhece Caiado sabe: ele é bem ‘direitão'”.

Oposição antiga. Naquele momento, em 1989, o jovem Ronaldo Caiado ainda tinha os cabelos negros e a aparência jovial, enquanto liderava a União Democrática Ruralista (UDR), durante o período em que se discutia a reforma agrária no país. Desde então, distanciado do campo progressista, Caiado usou de seu perfil combativo no parlamento para se opor a governos petistas.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Do Poder360

O carro do deputado federal Sargento Portugal (Podemos-RJ) foi alvo de tiros na manhã de ontem, na região de Antares, bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio. O congressista estava em um veículo blindado e não ficou ferido.

Ainda não está claro se Portugal foi o alvo direto do ataque ou se o carro entrou em uma área de tiroteio. Por meio de seu perfil nas redes sociais, o congressista afirmou que o caso foi uma tentativa de “silenciar” sua atuação política.

“Mais uma vez, tentaram tirar minha vida. Esse é o preço que se paga por lutar por vocês. A tentativa de intimidação foi clara. Atacaram meu carro. Quem anda com Deus, não recua”, escreveu.

Sargento Portugal é conhecido por sua atuação em pautas ligadas à segurança pública. À TV Record, afirmou que estava na região para entregar um “projeto” e criticou a situação da segurança no Estado. Disse que o Rio “não é do carioca há muito tempo”. Durante a entrevista, o congressista aparece em frente ao carro com uma marca de tiro.

Ao Poder360, a Polícia Militar afirmou que o comando do 27º batalhão foi acionado e policiais foram verificar a ocorrência. O caso foi registrado na 36ª Delegacia de Polícia.

A presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, classificou o episódio como “ato covarde” e afirmou que reflete uma “escalada da violência que assola o país”. Em nota, o partido cobrou apuração rigorosa das autoridades e punição aos envolvidos.

Leia a íntegra da nota do Podemos Nacional:

“A família Podemos está profundamente preocupada com a escalada da violência que assola o país. Desta vez, o alvo foi o nosso deputado Sargento Portugal, do Podemos do Rio de Janeiro — um dos principais nomes na defesa da segurança pública.

Repudiamos esse ato covarde contra um congressista no exercício do seu mandato e expressamos nossa total solidariedade ao deputado.

Cobramos das autoridades rigor nas investigações e a devida punição aos responsáveis. A democracia não pode conviver com a intimidação violenta de seus representantes.”

Leia a íntegra da nota da PM:

“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Polícia Militar informa que, segundo o comando do 27º BPM (Santa Cruz), policiais militares foram verificar informações de disparos de arma de fogo, na manhã desta quinta-feira, 17/04, em Antares. De acordo com informações colhidas no local, um veículo foi alvo de disparos. O veículo é blindado. Ocorrência registrada na 36ª DP.”

Toritama - FJT 2025

Os empresários pernambucanos Raphael e Taffarel Gadelha, fundadores da startup de educação tecnológica Dulino, estão em missão na China, integrando uma comitiva de empresários brasileiros em busca de referências globais em inovação e impacto social. A viagem tem foco estratégico: trazer soluções que possam impulsionar o novo modelo de educação 7.0, que já começa a transformar a realidade de escolas públicas brasileiras.

Fundada em 2013, a Dulino rompeu com a lógica tradicional de ensino e desenvolveu uma metodologia baseada no “aprender fazendo”, com forte uso de tecnologia e estímulos criativos. “A lógica que nos move é simples, mas provocadora: temos escolas do século 19, professores no século 20 e alunos vivendo no século 21. A conta não fecha. Lápis e papel perderam espaço para tablets, celulares, óculos de realidade virtual e computadores. A tecnologia é aliada da educação, não inimiga”, afirma Raphael Gadelha, CEO da empresa.

O modelo 7.0 incorpora atividades práticas, ferramentas digitais, gamificação e rotinas adaptadas que incluem alunos neurodivergentes, como crianças com TEA e TDAH. As experiências conduzidas por redes parceiras já apresentam resultados significativos na evolução cognitiva, emocional e comportamental dos estudantes.

“Estamos aprendendo com a China, que é uma referência global em soluções educacionais com base tecnológica. Nosso objetivo é tropicalizar essas ideias, sem abrir mão da nossa identidade e da realidade das escolas brasileiras”, explica Taffarel Gadelha.

Com atuação consolidada em Pernambuco e Bahia, a startup agora acelera sua expansão nacional, levando o modelo 7.0 para outras redes públicas e privadas que buscam alinhar seus currículos às competências exigidas pelo século 21. A proposta da Dulino é tornar a escola um espaço dinâmico, inclusivo e conectado à realidade dos estudantes.

Para os irmãos Gadelha, investir em educação pública inovadora é um passo essencial para o crescimento do país. “Quando transformamos a escola, transformamos a economia. Formamos cidadãos mais preparados, mais criativos e mais humanos”, resume Raphael.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prestes a abandonar as tentativas de mediação entre Rússia e Ucrânia caso não haja sinais concretos de avanço nas negociações. O alerta foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, hoje, durante uma coletiva em Paris. “Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio. Então, precisamos determinar muito rapidamente agora — e estou falando de questão de dias — se isso é viável nas próximas semanas”, declarou o secretário, após reuniões com autoridades europeias e ucranianas.

Rubio afirmou ainda que o presidente continua interessado em um possível acordo de paz, mas que os Estados Unidos têm outras prioridades e não pretendem manter o foco indefinidamente em negociações estagnadas. “Se for viável, estamos dentro. Se não, então temos outras prioridades para focar também”, disse ele, reforçando a urgência por respostas concretas. As informações são do g1.

Do outro lado, o Kremlin reagiu às declarações com cautela. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que houve avanços nas conversas até agora, inclusive com o cessar-fogo no Mar Negro, embora haja acusações de violações por ambas as partes. “Os contatos são bastante complicados porque, naturalmente, o tema não é fácil”, disse Peskov, destacando que a Rússia segue comprometida com o processo.

Trump havia prometido durante a campanha eleitoral que encerraria a guerra entre os dois países em até 24 horas após assumir a presidência. A retórica, no entanto, foi suavizada após sua posse, com uma nova previsão de resolução até abril ou maio. À medida que os entraves diplomáticos se multiplicam, a paciência da Casa Branca parece estar se esgotando.

A frustração com a falta de progresso reflete não apenas nas declarações do secretário de Estado, mas também no contexto mais amplo das relações internacionais dos EUA. Segundo Rubio, o cenário atual envolve uma lista crescente de desafios geopolíticos que exigem atenção urgente. A indefinição do conflito no Leste Europeu pressiona Washington a rever suas prioridades.

Além disso, as relações entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se deterioraram nos últimos meses. A tensão aumentou quando os EUA iniciaram conversas com Moscou sem consultar Kiev. O mal-estar se agravou após uma visita oficial à Casa Branca, em que Zelensky e Trump protagonizaram um bate-boca que levou ao encerramento antecipado da reunião.

Tão logo tomou conhecimento, ontem, da decisão da governadora Raquel Lyra (PSD), de transferir o Batalhão da PM de São Lourenço da Mata para Camaragibe, o que pegou até o prefeito Vinícius Labanca (PSB) de surpresa, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) se manifestou contra a medida.

“Sugiro que revogue a decisão”, pediu Da Fonte, em requerimento a governadora. Para ele, fechar a unidade da PM numa cidade como São Lourenço, na Região Metropolitana, só vai aumentar a violência. “O que o Governo deve fazer é criar novos batalhões e não reduzir”, afirmou. Veja abaixo o ofício.

Motta não vai decidir sozinho

No Palácio do Planalto, há uma aposta na capacidade do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de barrar a urgência para o projeto de anistia aos responsáveis pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2022. Do ponto de vista institucional, botar o requerimento de urgência para votar é mais uma afronta ao Supremo do que ao governo, segundo um governista.

Mas qual a saída para Motta sair sem arranhões desta empreitada? Ele já disse que não decide sozinho, que na próxima terça-feira vai colocar o assunto na pauta dos líderes partidários na Casa, colegiado que tem o poder de decisão, pelo qual o presidente da Câmara lava as mãos. Se vier a decisão de colocar em votação, a responsabilidade não será dele, mas dos líderes.

Há quem diga também que Hugo Motta vai tentar, na mesma reunião, substituir a proposta da anistia em discussão por um texto que não beneficie o ex-presidente Bolsonaro e que julgue apenas os personagens que participaram diretamente e não os que estariam por trás, como acusam Bolsonaro. Além disso, envolver o Supremo Tribunal Federal nas negociações.

O governo admite a redução de penas de parte dos réus condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Mais do que isso, não. E redução de penas que não incluam nem os mandantes e nem os financiadores da tentativa de golpe. O governo aposta na habilidade de Hugo Motta para contornar esse imbróglio.

Mas não se descuida: continua pressionando os deputados de partidos da base que assinaram o pedido de urgência para o projeto bolsonarista da anistia. Entre os deputados que assinaram o requerimento, totalizando mais de 260 apoios, 55% são de partidos que estão na base do Governo e ocupam gabinetes na Esplanada dos Ministérios.

POSIÇÃO ANTECIPADA – O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi às suas redes sociais e antecipou sua postura, reafirmando que não tem poderes para decidir com uma canetada um projeto tão polêmico e até inconstitucional, segundo juristas. “Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira”, disse Motta no X (antigo Twitter).

Aval de Bolsonaro O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), que já garantiu sua presença no podcast “Direto de Brasília”, na próxima quarta-feira, antecipou, ontem, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que convalesce de uma cirurgia no abdome, ainda sem previsão de alta, vai dar aval ao novo texto do projeto de lei que anistia presos do 8 de janeiro mesmo internado num hospital em Brasília. “Ele já deixou tudo pavimentado. A palavra final é dele do texto, mas quando estiver pronto, bato com ele. Se não puder visitar no hospital, posso mandar por WhatsApp ou pela Michelle [Bolsonaro]”, afirmou.

Punição para quem assinou – Líder do PT na Câmara dos Deputados, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou os deputados da base aliada do governo Lula (PT) que assinaram a urgência do projeto de lei que concede anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de estado e nos ataques do 8 de janeiro de 2023. A fala foi dada à GloboNews. Segundo Lindbergh, o governo tem que chamar os deputados e cobrá-los. Para o líder petista, o parlamentar que assinou o projeto “está se associando a um projeto criminoso de rasgar a Constituição para tentar uma anistia de toda força para o Bolsonaro”.

A vez dos pets – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou, ontem, o ProPatinhas (Programa Nacional de Proteção e Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos) e o SinPatinhas (Sistema do Cadastro Nacional de Animais Domésticos), ferramenta criada para registrar cães e gatos em um banco de dados nacional, como uma forma de um RG (registro geral) único e intransferível. Os tutores receberão informações sobre campanhas públicas de castração e vacinação, além de terem a localização do pet em caso de desaparecimento. Estava acompanhado de sua mulher, Janja Lula da Silva, e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Lula no congresso da Amupe – É possível que o presidente Lula (PT) abra, oficialmente, o congresso da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) no próximo dia 28, no Centro de Convenções, em Olinda, segundo fui informado por uma fonte, ontem, em Brasília. Paralelo ao evento da Amupe, que vai se estender por três dias, ocorrerá a chamada “Caravana Federativa”, no mesmo local, com representantes de todos os ministérios. Falta só a questão da logística para o chefe da Nação bater o martelo.

CURTAS

IA NO CONGRESSO – Durante o 8º Congresso Pernambucano de Municípios, os especialistas Álvaro Pinheiro e Déborah Arôxa vão fazer uma interessante palestra sobre o tema “Inteligência Artificial na Gestão Pública”. Está marcada para o dia 30, no final da manhã. Uma temática bastante atual.

PROGRAMAÇÃO – A programação do congresso inclui painéis temáticos em áreas estratégicas, como saúde, educação, sustentabilidade, inovação e planejamento urbano. Além disso, haverá uma área de exposições com as mais recentes tecnologias e serviços voltados para a modernização da gestão municipal. O evento ainda contará com sessões interativas e oportunidades de networking, promovendo a troca de experiências e a disseminação de boas práticas entre os municípios pernambucanos.

SUCESSO – Na coordenação direta do evento, o presidente da Amupe, Marcelo Gouveia, aposta no sucesso e na ampla participação dos prefeitos. “Queremos proporcionar aos gestores um ambiente de debate, troca de ideias e capacitação, reforçando o papel das prefeituras na promoção de políticas públicas eficientes e inclusivas”, diz.

Perguntar não ofende: O colegiado de líderes coloca em votação o projeto da anistia?

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (17) que o governo norte-americano está conversando com a China sobre a questão das tarifas. Segundo Trump, o país asiático teria encontrado com os EUA para dialogar.

Em conversa com jornalistas na Casa Branca, o republicano disse acreditar que “nós faremos um acordo com a China”.

Trump se recusou a dizer se falou diretamente com o presidente chinês Xi Jinping, mas disse a repórteres que autoridades governamentais que se reportam a Xi entraram em contato “várias vezes”. As informações são da CNN Brasil.

Questionado sobre um prazo para sair um acordo, Trump disse que os EUA teriam “muito tempo” para discutir, e que pode avançar com algo nas próximas três ou quatro semanas.

O último movimento do governo norte-americano foi sinalizar que a cobrança sobre os produtos chineses pode chegar até 245%.

“Se as tarifas forem altas demais, as pessoas não vão comprar”, disse Trump a jornalistas no Salão Oval.

O presidente dos EUA acrescentou que adiaria um acordo sobre o TikTok até que a questão comercial com a China fosse resolvida.

O presidente dos EUA indicou que não estaria mais inclinado a subir novamente as tarifas. Ademais, apontou que as tarifas americanas sobre produtos chineses podem não aumentar mais e podem até diminuir daqui pra frente.