Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
Faltando menos de 15 dias para encerrar a primeira gestão do prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), a situação dos servidores cedidos pelo Estado à prefeitura da capital foi comentada pelo gestor, ontem (16). Campos afirmou que “isso não é um problema em nenhuma cidade brasileira”.
“Em nenhum dos 27 estados brasileiros vocês, que acompanham política, veem isso como uma pauta política. Isso não é pauta política”, destacou o socialista. O prefeito foi questionado sobre o assunto durante a confraternização do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB).
Caso a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), exija de volta ao Estado todos os servidores cedidos ao Recife, a medida fará João Campos deixar de contar com vários nomes que hoje integram o primeiro escalão da equipe municipal e que talvez continuassem secretários no segundo mandato.
Leia maisEspírito público
O prefeito, no entanto, disse que não vê a questão como um desafio, mas como “parte do espírito público de cada um que é eleito”. Cada pessoa foi eleita, afirmou, “com missão, com elevado espírito e altivez pública”.
“Não imagino que esse primeiro escalão da prefeitura vai deixar de contar com um quadro ou com outro porque tem vínculo (com o Estado). Não imagino que isso vai acontecer”, declarou João Campos.
Serviço público como missão
O secretariado do prefeito reeleito ainda está sendo montado. Segundo ele, é natural que ao final da composição de uma equipe seja encaminhado um ofício com pedido de cessão para outros órgãos, mas não disse se já enviou esse pedido para o Estado ou quando vai enviar. João Campos ainda comentou sobre os funcionários que atuam no atual Governo de Pernambuco, mas têm outros vínculos.
“Hoje, eu acho que 12 secretários e presidentes de órgãos do Estado, por exemplo, são servidores federais, municipais, de diversos órgãos. Isso não é uma questão para o governo estadual. São pessoas que escolheram o serviço público como missão de vida. Tenho todo respeito por essas pessoas e jamais terei uma atitude de desprezo ou de querer negar a cessão, se é do interesse público”, ressaltou.
Cautelar do TCE
A medida cautelar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o assunto, aprovada no dia 7 de fevereiro deste ano, determinou que os servidores que estivessem em secretarias e secretarias executivas da prefeitura permanecessem até o final deste ano.
Atualmente, os secretários de João Campos que podem precisar voltar ao Estado são Fred Amâncio, que comanda a Educação, mas é auditor da Secretaria da Fazenda (Sefaz); A secretária de Finanças, Maíra Fischer, que pertence à Secretaria de Planejamento do Estado (Seplag); Ermes Costa, da Habitação e servidor da Compesa; e o secretário de Ciência e Tecnologia, Rafael Figueiredo, que é procurador do Estado.
Além deles, o presidente da Emprel (Empresa Municipal de Informática), Bernardo Almeida, também é fazendário. Outros servidores cedidos, do segundo e terceiro escalões, também podem deixar a gestão de João Campos e Victor Marques, a partir de 2025.
Túlio Vilaça
Também presente na confraternização de Álvaro Porto, o secretário da Casa Civil da gestão Raquel Lyra, Túlio Vilaça, afirmou que o Estado tem dificuldade de pagar altos salários e precisa contar com os quadros próprios. Segundo ele, Pernambuco está com dinheiro em caixa, várias obras planejadas e precisa de pessoal para fazer a máquina andar. “Não se trata de picuinha, mas da necessidade de o Estado contar com seu pessoal qualificado”, comentou.
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