Por Vitória Floro
Do Blog da Folha
Mesmo que faltem mais de 290 dias para o começo de 2026 e, mais ainda para o período eleitoral do próximo ano, as movimentações políticas para as vagas do Senado já se estruturam em volta dos possíveis nomes.
Uma das peças-chave neste jogo é o presidente estadual do União Brasil em Pernambuco, Miguel Coelho, que almeja uma das vagas na Frente Popular, atualmente pertencentes a Humberto Costa (PT) e Fernando Dueire (MDB).
Nesta sexta-feira (14), Miguel esteve na sede da Folha de Pernambuco e foi recebido pela Vice-Presidente, Mariana Costa; o Diretor Operacional, José Américo e a Editora-Chefe, Leusa Santos.
Leia maisMiguel comentou o cenário eleitoral de Pernambuco para 2026, destacou seu compromisso com o fim da polarização política e teceu comentários sobre seus possíveis adversários no futuro pleito.
Polarização
Em uma eleição que, antes mesmo de começar, já esboça prelúdios da repetição de um cenário político polarizado, Miguel deixou claro que pretende centralizar a sua posição e fugir dos extremismos.
“Quando me perguntam se sou de esquerda ou direita, respondo: resultado. O povo está cansado de esperar e quer ver ações concretas dos governos estaduais. Respeito a esquerda e a direita, mas respeito ainda mais as pessoas que elegeram seus líderes e exigem resultados”, destacou.
Ao considerar qual espectro ideológico melhor contempla seus ideais atuais, o presidente se autointitulou como um “político de centro”, que tenta fugir ao máximo das narrativas polarizadas.
“Me considero um político de centro, mas, acima de tudo, alguém que está cansado da polarização. Quem tenta se refugiar ou se esconder entre Bolsonaro e Lula foge do ponto principal, que é a qualidade de vida das pessoas”.
Ainda que tenha apoiado a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a disputa de 2022 contra Lula (PT), o ex-prefeito de Petrolina deixou claro que o foco de seus planos políticos para 2026 envolvem, prioritariamente, a entrega de resultados e a elaboração de uma liderança que agregue todos os cidadãos, independente de suas escolhas partidárias.
“Eu me considero um político de resultado: se a ideia da esquerda for boa, vamos fazer; se a ideia da direita for boa, vamos fazer. O que precisamos, acima de tudo, é parar de enrolar e evitar narrativas que desviam o foco dos problemas reais. O povo está cansado de esperar e quer ver ações concretas dos governos estaduais, municipais e federais, assim como de seus representantes no Legislativo”, afirmou em alusão às cobranças que tem feito ao senador Humberto Costa.
Senado
Chamado de “Bolsonarista que, depois da eleição, mudou de posição”, por Humberto Costa, Miguel Coelho destacou não ter levado a provocação para o lado pessoal, mas afirmou que não deixará de fazer as cobranças necessárias. A fala do senador aconteceu em reação ao questionamento feito por Miguel sobre a aplicação dos recursos das emendas parlamentares do senador petista em Pernambuco.
“Não considero essa discussão uma antecipação da campanha para 2026 nem uma troca de farpas. Minha pergunta é simples e legítima: qual é o papel de um senador? Quem ocupa um cargo público deve ser cobrado, pois o mandato não pertence a um partido, mas ao estado. Questionei o uso das emendas de Humberto e Dueire, cujos mandatos terminam em breve, e é natural perguntar quais foram suas ações nos últimos oito anos. Tenho respeito por ambos, mas é preciso abrir esse debate para que a sociedade avalie seu trabalho e entenda como o Senado pode servir melhor a Pernambuco”, avaliou.
Quanto aos nomes que estão sendo cogitados para a futura disputa do Senado, Miguel reconheceu a legitimidade das candidaturas que deverão surgir e ressaltou a necessidade de uma escolha que renove os métodos do fazer político no estado.
“É legítimo que todo partido defenda seus quadros. No União Brasil, além de mim, há nomes como Mendonça Filho e Fernando Filho, que também poderiam disputar cargos majoritários. Além disso, existem ainda as outras personalidades que estão na disputa. No momento certo, caberá ao candidato ao governo avaliar quem mais contribui, se diferencia e tem conexão com o eleitorado. Mas é preciso mais do que nomes — há décadas falamos do Arco Metropolitano, do metrô, dos hospitais públicos. Se as soluções antigas funcionassem, esses problemas já estariam resolvidos. É hora de renovar ideias, ter coragem para enfrentar debates e virar a página”.
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