Miguel Coelho refuta narrativa de polarização: “Me considero um político de centro”

Por Vitória Floro
Do Blog da Folha

Mesmo que faltem mais de 290 dias para o começo de 2026 e, mais ainda para o período eleitoral do próximo ano, as movimentações políticas para as vagas do Senado já se estruturam em volta dos possíveis nomes.

Uma das peças-chave neste jogo é o presidente estadual do União Brasil em Pernambuco, Miguel Coelho, que almeja uma das vagas na Frente Popular, atualmente pertencentes a Humberto Costa (PT) e Fernando Dueire (MDB).

Nesta sexta-feira (14), Miguel esteve na sede da Folha de Pernambuco e foi recebido pela Vice-Presidente, Mariana Costa; o Diretor Operacional, José Américo e a Editora-Chefe, Leusa Santos.

Miguel comentou o cenário eleitoral de Pernambuco para 2026, destacou seu compromisso com o fim da polarização política e teceu comentários sobre seus possíveis adversários no futuro pleito.

Polarização

Em uma eleição que, antes mesmo de começar, já esboça prelúdios da repetição de um cenário político polarizado, Miguel deixou claro que pretende centralizar a sua posição e fugir dos extremismos.

“Quando me perguntam se sou de esquerda ou direita, respondo: resultado. O povo está cansado de esperar e quer ver ações concretas dos governos estaduais. Respeito a esquerda e a direita, mas respeito ainda mais as pessoas que elegeram seus líderes e exigem resultados”, destacou.

Ao considerar qual espectro ideológico melhor contempla seus ideais atuais, o presidente se autointitulou como um “político de centro”, que tenta fugir ao máximo das narrativas polarizadas.

“Me considero um político de centro, mas, acima de tudo, alguém que está cansado da polarização. Quem tenta se refugiar ou se esconder entre Bolsonaro e Lula foge do ponto principal, que é a qualidade de vida das pessoas”.

Ainda que tenha apoiado a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a disputa de 2022 contra Lula (PT), o ex-prefeito de Petrolina deixou claro que o foco de seus planos políticos para 2026 envolvem, prioritariamente, a entrega de resultados e a elaboração de uma liderança que agregue todos os cidadãos, independente de suas escolhas partidárias.

“Eu me considero um político de resultado: se a ideia da esquerda for boa, vamos fazer; se a ideia da direita for boa, vamos fazer. O que precisamos, acima de tudo, é parar de enrolar e evitar narrativas que desviam o foco dos problemas reais. O povo está cansado de esperar e quer ver ações concretas dos governos estaduais, municipais e federais, assim como de seus representantes no Legislativo”, afirmou em alusão às cobranças que tem feito ao senador Humberto Costa.

Senado

Chamado de “Bolsonarista que, depois da eleição, mudou de posição”, por Humberto Costa, Miguel Coelho destacou não ter levado a provocação para o lado pessoal, mas afirmou que não deixará de fazer as cobranças necessárias. A fala do senador aconteceu em reação ao questionamento feito por Miguel sobre a aplicação dos recursos das emendas parlamentares do senador petista em Pernambuco.

“Não considero essa discussão uma antecipação da campanha para 2026 nem uma troca de farpas. Minha pergunta é simples e legítima: qual é o papel de um senador? Quem ocupa um cargo público deve ser cobrado, pois o mandato não pertence a um partido, mas ao estado. Questionei o uso das emendas de Humberto e Dueire, cujos mandatos terminam em breve, e é natural perguntar quais foram suas ações nos últimos oito anos. Tenho respeito por ambos, mas é preciso abrir esse debate para que a sociedade avalie seu trabalho e entenda como o Senado pode servir melhor a Pernambuco”, avaliou.

Quanto aos nomes que estão sendo cogitados para a futura disputa do Senado, Miguel reconheceu a legitimidade das candidaturas que deverão surgir e ressaltou a necessidade de uma escolha que renove os métodos do fazer político no estado.

“É legítimo que todo partido defenda seus quadros. No União Brasil, além de mim, há nomes como Mendonça Filho e Fernando Filho, que também poderiam disputar cargos majoritários. Além disso, existem ainda as outras personalidades que estão na disputa. No momento certo, caberá ao candidato ao governo avaliar quem mais contribui, se diferencia e tem conexão com o eleitorado. Mas é preciso mais do que nomes — há décadas falamos do Arco Metropolitano, do metrô, dos hospitais públicos. Se as soluções antigas funcionassem, esses problemas já estariam resolvidos. É hora de renovar ideias, ter coragem para enfrentar debates e virar a página”.

Veja outras postagens

Quest e Paraná confirmam números do Opinião    

Em parceria com o instituto Opinião, este blog trouxe, em novembro passado, a primeira pesquisa de intenção de voto para governador de Pernambuco. Apontou uma frente ampla para o prefeito do Recife, João Campos (PSB), mais de 40 pontos de vantagem no confronto com a governadora Raquel Lyra (PSD), candidata à reeleição.

Os aliados de Raquel e a imprensa chapa branca ignoraram. E até zombaram. No mês passado, o Opinião foi a campo, aplicou dois mil questionários em 80 municípios e constatou, mais uma vez, o favoritismo do pré-candidato socialista. Novamente, os raquelzistas e a mídia que bate continência para o poder tentaram vender a ideia de que estávamos – o Opinião e este blog – maquiando um cenário improvável.

Na última sexta-feira, o Paraná Pesquisas, que está levantando cenários eleitorais em todos os Estados, divulgou seu primeiro retrato de 2026 em Pernambuco. Os números? Exatamente os mesmos encontrados pelo Opinião: 62% para João e 22% para Raquel, ou seja, 40 pontos de vantagem para o prefeito, enquanto o nome bolsonarista, seja Gilson Machado ou Anderson Ferreira, não passa da casa dos 5%.

Para descredenciar o Opinião e este blog, que está fora da espiral chapa branca, os que vivem à sombra do poder fazem de tudo. Para azar deles, não foi apenas o Paraná Pesquisas que trouxe números credenciando ainda mais o Opinião. Há 30 dias, o Quest, um dos mais credenciados do País, divulgou o ranking de avaliação dos governadores que administram Estados mais importantes e Raquel só não ficou no rabo de gata, porque o governador do Rio, Cláudio Castro, consegue ser pior do que ela.

Ainda em relação aos números do Paraná Pesquisas, o que se conclui é que, apesar de torrar uma montanha de dinheiro com propaganda – e haja publicidade nas TVs, nas emissoras de rádio e na internet – a governadora não reage. Se as eleições fossem hoje, ela seria massacrada nas urnas por João. Não ganharia em nenhum município da Região Metropolitana nem das demais regiões.

Na sua Caruaru, também perderia, embora por um placar mais apertado. E a mais que repetida pergunta que se faz: a governadora vai se recuperar? Ainda há tempo, é verdade. Pela frente, um ano e meio. Até lá, entretanto, ela terá que andar na velocidade de jato para entregar obras, que não são tantas. E que andam como tartaruga, devagar, quase parando.

ASSOMBRAÇÃO PARA HUMBERTO – Nos números para o Senado, o Paraná Pesquisas também confirmou que o senador Humberto Costa (PT), que uma hora flerta com João e outra com Raquel, só tem salvação na chapa do candidato da oposição. E que se não abrir o olho pode até perder a vaga para o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, com quem antecipou pela mídia a briga por uma das vagas na chapa do pré-candidato do PSB ao Palácio do Campo das Princesas, João Campos. Miguel aparece empatado, tecnicamente, com o senador petista.

PSDB deve ficar com Porto – Na sua passagem por Brasília na semana passada, o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, recebeu da cúpula do PSDB nacional uma boa notícia: o controle da legenda tucana não será entregue a governadora Raquel Lyra, que, espertamente, tirou a vice-governadora Priscila Krause do Cidadania e a filiou no PSDB apenas com a intenção de continuar dando as cartas no partido. Ninguém do comando nacional, do presidente Marconi Perillo ao ex-presidente Bruno Araújo, vai entrar no jogo da governadora, segundo Porto ouviu da tucanada em Brasília.

O capitão está de volta – O ex-ministro José Dirceu diz que foi “convocado” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para “duas tarefas “: participar do processo de eleição interna para o comando do PT, marcada para julho, e lançar-se como candidato à Câmara dos Deputados em 2026. Segundo Dirceu, a conversa com Lula em que recebeu as tarefas ocorreu em 2024. Ele afirmou que vai decidir pela candidatura a deputado “no final do ano “. “Agora temos que governar o Brasil “, disse o ex-ministro, ao chegar à comemoração de seus 79 anos no centro de São Paulo, sábado passado.

Paraíba desbanca 1 – Durante muito tempo, João Pessoa foi uma espécie de patinho feio do litoral nordestino. Agora, a capital paraibana exibe plumagem renovada como um polo de crescimento econômico, atraindo empresas e pessoas em busca de novas oportunidades. O turismo aquecido atrai grandes empreendimentos no setor que estimulam outros investimentos, como os do mercado imobiliário e em outras regiões do Estado. O Banco do Brasil estimou crescimento para o PIB da Paraíba de 6,9% no ano passado, bem acima da média nacional de 3,4% apurada pelo IBGE.

Paraíba desbanca 2 – Além dos negócios, a cidade atrai cada vez mais gente como uma alternativa às metrópoles mais caras. Segundo o Censo 2022, do IBGE, João Pessoa foi a cidade que mais cresceu em número de habitantes entre as 20 mais populosas do país: 15,26% em pouco mais de uma década. A nova realidade econômica do Estado da Paraíba foi objeto de uma reportagem especial, ontem, no jornal O Estado de São Paulo. Entre os novos investimentos citados, o resort do Tauá abre em março de 2026 com 500 quartos e pretende dobrar a capacidade até 2027. O empreendimento deve gerar mil empregos diretos até 2028, com aporte de R$ 650 milhões.

CURTAS

AVANTE – O deputado federal Valdemar de Oliveira, o Dema, irmão do ex-deputado Sebastião Oliveira, confirmou ao blog que tem conversado com a governadora sobre o ingresso do Avante no Governo. Segundo ele, o partido pode abocanhar Fernando de Noronha e uma secretaria estadual.

SEBÁ NO JOGO – Dema disse, ainda, que o seu irmão Sebastião Oliveira, mais conhecido como Sebá, não está alheio aos entendimentos abertos com Raquel. “Ele está participando de tudo, até porque não tenho autonomia para tomar uma decisão dessa magnitude”, afirmou.

RECORDAR É VIVER – Em tempo: nas eleições passadas, o Avante esteve no palanque de Marília Arraes, derrotada por Raquel. Sebá foi o candidato a vice-governador e de lá para cá se entendeu com João Campos, ocupando o Procon na gestão socialista.

Perguntar não ofende: Pelo andar da carruagem, o turismo paraibano vai dar de goleada no pernambucano?

Jaboatão - Combate Dengue

Da CNN Brasil

O Diretório Nacional do Cidadania decidiu não renovar a federação com o PSDB, que estava válida desde as eleições de 2022. O martelo foi batido de forma unânime em reunião na manhã deste domingo (16), em Brasília.

O partido alega que a parceria gerou desvantagem ao Cidadania, como a redução de sua representação nas prefeituras, câmaras municipais e estaduais, além da diminuição do número de cadeiras no Congresso Nacional.

A própria legenda divulgou que representantes dos estados relataram uma “convivência difícil e desvantajosa” para o Cidadania. Agora, a intenção é recuperar a identidade e definir os novos rumos, pensando nas eleições de 2026.

De acordo com o presidente do partido, Comte Bittencourt, o Cidadania ainda não decidiu se vai disputar o próximo pleito sozinho ou se vai realizar outra federação.

A legenda precisa esperar até o ano que vem para oficializar a separação com PSDB, já que a legislação determina que uma federação precisa vigorar por, no mínimo, quatro anos.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se o partido decidir sair da federação antes do prazo, ela não poderá ingressar em outra ou entrar em uma coligação nas duas eleições seguintes, além de perder acesso ao fundo partidário até o prazo acabar.

A decisão segue a Executiva Nacional do partido, que também foi unânime na votação para o fim da aliança no mês passado.

Renovação

No pleito de 2022, o Cidadania elegeu cinco deputados federais. No mesmo ano, perdeu para o PSDB o único senador que tinha, Alessandro Vieira (SE) — que hoje está no MDB. Recentemente, a sigla deixou de ter uma deputada, Carmen Zanotto (SC), que se elegeu prefeita em Lajes.

O Cidadania passa por um processo de renovação desde 2019, quando adotou o novo nome e abandonou a nomenclatura Partido Popular Socialista (PPS). A legenda surgiu nos anos 1990, após romper com o antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Federações partidárias

A união de partidos em federações foi instituída pelo Congresso Nacional na Reforma Eleitoral de 2021 e funciona como um teste para eventual fusão. Elas são diferentes das coligações, que são uniões entre siglas apenas para uma disputa eleitoral.

A diferença básica entre as duas é o tempo de compromisso. Na coligação, os partidos se unem apenas durante a eleição e funcionam como um só perante a Justiça Eleitoral. Enquanto que, na federação, as siglas mantém suas identidades, mas atuam de forma conjunta pelo período mínimo de quatro anos.

Atualmente, existem três federações no Brasil:

  • Federação Brasil da Esperança, com PT, PCdoB e PV.
  • Federação PSOL-Rede, com PSOL e Rede.
  • Federação PSDB-Cidadania, com PSDB e Cidadania.
Conheça Petrolina

O voo da GOL 1745 de Recife com destino a Brasília teve que pousar de emergência em Salvador, após uma passageira perder a consciência por uma parada cardiorrespiratória.

Três médicos estavam no voo, entre eles o cardiologista cabroboense Dr. Lucas Novaes, o qual nos informou que a paciente sofreu uma parada cardíaca em assistolia/atividade elétrica sem pulso, secundária a uma hipoglicemia severa. Os médicos iniciaram protocolo de ressuscitação cardio-pulmonar com equipamentos de suporte da aeronave e, após as medidas associadas à administração de glicose endovenosa, a paciente voltou a circulação espontânea e pôde ser transferida para o Hospital Edgar Santos em Salvador-BA.

O cardiologista estava no voo rumo a Rio Branco, onde está atuando mensalmente como médico hemodinamicista e cardiologista, e relatou que a intervenção rápida e a presença do grupo de médicos foram essenciais para evitar o óbito da paciente. Ele também alertou sobre os riscos para pacientes idosos e diabéticos de hipoglicemia como causa de parada cardiorrespiratória e consequentemente óbito.

Dulino Sistema de ensino

Por Tavares Neto

Do blog do Tavares Neto

O dramaturgo e jornalista pernambucano Nelson Rodrigues fez duras críticas ao arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara. Em entrevista concedida à revista Veja, publicada em 1º de junho de 1969, Nelson afirmou que Dom Hélder representava um cristianismo sem transcendência:

“Ele é um cristão sem vida eterna. É o cristão marxista. É o cristão sem o sobrenatural. Esqueceu tanto a letra do Hino Nacional como o Pai-Nosso e a Ave-Maria. É, portanto, um falsário.”

O escritor também ironizou o fato de Dom Hélder manter o uso da batina, sugerindo que sua escolha não era motivada pela fé, mas por conveniência:

“Ele não abandona a batina, não por motivos de fé, não por nenhum arroubo místico, não porque isso lhe seja vocacional. Ele não abandona a batina porque não pode usar terno, não pode ser almofadinha, não pode ser um janota, porque nenhum cachorro vira-lata o acompanhará. Dom Hélder de terno será líder de coisa nenhuma.”

A entrevista gerou grande repercussão na época, refletindo o clima de polarização política e ideológica do Brasil durante a ditadura militar. Dom Hélder Câmara, conhecido por sua atuação em defesa dos mais pobres e por seu posicionamento contra o regime, era frequentemente alvo de críticas por parte de setores mais conservadores.

Ipojuca No Grau

Do g1

O presidente dos EUA, Donald Trump disse ter ordenado, no último sábado (15), ataques aéreos contra rebeldes Houthis, grupo apoiado pelo Irã no Iêmen e mandou um aviso a Teerã (veja mapa mais abaixo).

Pelo menos 31 pessoas morreram e 101 ficaram feridas nos ataques americanos, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelos rebeldes.

Ameaça ao transporte marítimo global

Em outubro de 2023, após o início da guerra entre o Hamas e Israel, o grupo rebelde começou a atacar navios militares e comerciais em um dos corredores de navegação mais movimentados do mundo. Os alvos eram embarcações de Israel e de seus aliados — em especial os Estados Unidos e o Reino Unido —, alegando solidariedade aos palestinos.

Desde então, mais de 100 ataques foram realizados contra navios mercantes e militares. Dois deles afundaram, e quatro marinheiros foram mortos. As ofensivas foram interrompidas com o atual cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor em janeiro.

Mas, na quarta-feira (12), os Houthis anunciaram que voltariam a abrir fogo, depois de Israel interromper a ajuda humanitária a Gaza para pressionar o Hamas durante as negociações do cessar-fogo.

A ofensiva focaria nos mares Vermelho e Arábico, pelo Estreito de Bab al-Mandab e pelo Golfo de Áden, rotas que vão da Índia até o Egito e ligam a Ásia à África.

“Esses ataques incessantes custaram aos EUA e à economia mundial bilhões de dólares enquanto, ao mesmo tempo, colocavam vidas inocentes em risco”, disse Trump no sábado ao anunciar os ataques aéreos em uma postagem nas redes sociais.

O avanço dos Houthis contra navios americanos tem provocado os combates mais intensos da marinha americana desde a Segunda Guerra Mundial.

Os Estados Unidos, sob a administração de Joe Biden, assim como Israel e o Reino Unido, já haviam atacado áreas controladas pelos Houthis no Iêmen em ocasiões anteriores. Mas um oficial dos EUA afirmou que a operação mais recente foi conduzida exclusivamente pelos EUA.

Trump afirmou que os ataques visavam “proteger o transporte marítimo americano, os ativos aéreos e navais, e restaurar a liberdade de navegação”.

O foco de Trump nos Houthis e em seus ataques sucessivos chamou a atenção para o grupo, que enfrenta pressões econômicas e políticas em meio à guerra no Iêmen, estagnada há mais de uma década e que devastou a nação árabe mais pobre do mundo.

Pressão contra os iranianos

Com esse contra-ataque aos Houthis, Trump também tem o objetivo de pressionar o Irã, que é um dos principais financiadores e apoiadores dos rebeldes, assim como faz com o Hamas e outros aliados no Oriente Médio.

Trump prometeu responsabilizar o Irã “totalmente” pelas ações dos Houthis.

O Departamento de Estado americano, no início de março, reinstaurou a designação de “organização terrorista estrangeira” para os Houthis, que traz sanções e penalidades para quem fornecer “apoio material” ao grupo.

Essas medidas ocorrem em meio à tentativa de Trump de negociar um acordo sobre o programa nuclear iraniano. Segundo o presidente americano, uma carta foi enviada ao presidente do irã, Masoud Pezeshkian, sobre o tema.

Na terça-feira, Pezeshkian disse que não negociaria com os Estados Unidos enquanto estivesse sendo ameaçado ou forçado a isso, segundo a mídia estatal do país. Posição reforçada pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

O programa nuclear do Irã é motivo de preocupação de países do Ocidente, como os EUA e Israel. O país do Khamenei vem enriquecendo urânio ao longo dos últimos anos e aumentando a capacidade do país para produzir armas nucleares. O Irã insiste que seu programa nuclear é pacífico.

Em 2018, Trump retirou de forma unilateral os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. Agora, voltou a dizer que não permitirá que o programa iraniano continue operando.

O presidente dos EUA também impôs novas sanções ao Irã como parte de sua campanha de “pressão máxima”, enfatizando que ainda acredita na possibilidade de um novo acordo nuclear entre as partes.

Quem são os Houthis?

Os Houthis pertencem ao chamado “Eixo de Resistência”, uma rede de organizações simpáticas ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al Assad.

A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.

Os Houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como “Morte aos Estados Unidos”, “Morte a Israel”, “Maldição sobre os judeus” e “Vitória ao Islã”, o grupo não demorou para se declarar parte do “eixo da resistência” liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.

Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito

  • A guerra do Iêmen começou em 2014, quando os Houthis saíram do norte do país e tomaram a capital, Sanaa, forçando o governo reconhecido internacionalmente a fugir para o sul e depois para o exílio.
  • A Arábia Saudita entrou na guerra em 2015, liderando uma coalizão militar com os Emirados Árabes Unidos e outras nações árabes. O grupo, apoiado pelos Estados Unidos, realizou uma campanha de bombardeios destrutivos e apoia as forças governamentais e as milícias no sul do território iemenita.
  • Com o passar do tempo, o conflito se tornou uma guerra indireta entre Arábia Saudita e Irã e seus respectivos apoiadores. Por exemplo, de acordo com um relatório publicado em janeiro de 2023, armas fornecidas pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos e usadas pela coalizão mataram dezenas de pessoas no conflito.
  • Há anos, nenhum dos lados obtém ganhos territoriais: enquanto os Houthis mantêm seu controle sobre o norte, Sanaa, e grande parte do oeste densamente povoado, o governo e as milícias controlam o sul e o leste, incluindo as principais áreas centrais, onde estão a maior parte das reservas de petróleo iemenitas.
  • A guerra no Iêmen foi classificada pela ONU como o mais grave desastre humanitário da atualidade, com deslocamento interno de mais de 4,5 milhões de pessoas e 80% da população vivendo na pobreza. As mais afetadas são as crianças: cerca de 11 milhões delas vivem em situação desesperadora e precisam de ajuda, segundo as Nações Unidas.
Caruaru - IPTU 2025

Por Bela Magale

Do jornal O Globo

Um dos principais defensores da anistia aos condenados no 8 de janeiro no Congresso Nacional, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) não compareceu hoje ao ato com Jair Bolsonaro em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Gayer chegou a ter o nome incluído na lista de autoridades com presença confirmada no evento, na sexta-feira. Ao longo da semana ele também se reuniu com colegas parlamentares para tratar do ato e confirmou que compareceria.

Questionado pelo motivo de sua ausência no ato da anistia, Gayer não respondeu à coluna. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o deputado não foi por causa do falecimento de uma pessoa próxima. Gayer afirmou a aliados que está de luto porque a mãe de uma assessora e amiga morreu na quinta-feira passada.

Gayer passou a enfrentar uma crise no Congresso Nacional nos últimos dias, após fazer postagens com ataques à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O deputado usou a fala misógina do presidente Lula de que teria escolhido uma “mulher bonita” para melhorar a articulação do governo com o Congresso para atacar a petista. Em uma de suas postagens, que depois foi apagada, ele disse imaginar um possível “trisal” entre Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e o presidente do senado, Davi Alcolumbre.

Alcolumbre afirmou que irá acioná-lo na Justiça e no Conselho de Ética da Câmara e o presidente da Casa, Hugo Motta, ligou para Gayer para lhe passar uma reprimenda.

Camaragibe Cidade do Trabalho

Do Estadão Conteúdo

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou neste domingo (16) durante ato pela anistia aos bolsonaristas presos e condenados pelo 8 de Janeiro, que pedirá urgência na tramitação da proposta que perdoa os crimes pelos quais respondem no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Estou assumindo compromisso com vocês. Nesta semana, na reunião de colégio de líderes, vamos dar entrada com 92 deputados do PL e de outros partidos, para podermos pedir urgência do projeto da anistia para entrar na pauta na semana que vem”, afirmou.

A bancada do PL é composta, segundo informação da Poder Legislativo, por 92 deputados. Os bolsonaristas presos foram condenados por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Os manifestantes pró-anistia estão reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, desde a manhã deste domingo. Participam do ato o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro), senadores e deputados.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) puxou coro de “Lula, ladrão” contra o atual presidente da República. Para o parlamentar, a anistia será aprovada. “Vamos aprovar a anistia muito em breve”, afirmou.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025

O deputado estadual de Pernambuco, Júnior Tércio (PP), se envolveu em uma confusão no início do ato pró-anistia promovido neste domingo (16), em Copacabana, no Rio de Janeiro. No vídeo gravado pela equipe do portal Metrópoles, o parlamentar tenta dar um soco na mão de um dos seguranças que o contém e logo em seguida avança com o dedo em riste. “Eu sou deputado, rapaz! Eu sou deputado!”, gritou Tércio. A discussão aconteceu durante a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são do Blog Cenário.

É possível perceber que o deputado estadual e a esposa, a deputada federal Clarissa Tércio (PP), são impedidos de seguir para a área onde Bolsonaro estava. O vídeo acaba mostrando Clarissa ao lado do marido, tentando conversar com outros seguranças que buscaram acalmar Júnior Tércio.

Sobre o ocorrido, o Blog Cenário entrou em contato com a assessoria do parlamentar e aguarda retorno. O espaço segue aberto.

Toritama - Prefeitura que faz

No dia 16 de março de 1990, Fernando Collor de Mello anunciava o Plano Collor, um pacote econômico que confiscou a poupança dos brasileiros e mergulhou o país em uma crise profunda. Trinta e cinco anos depois, a história desse período ganha uma nova perspectiva com a estreia do podcast “Trapaça”, uma reportagem em oito episódios que investiga os bastidores da ascensão e queda do primeiro presidente eleito após a ditadura militar.

A produção original da Plataforma Brasília é baseada no livro “Trapaça – Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro”, do jornalista Luís Costa Pinto. O roteiro e a direção ficam por conta de Gabriel Priolli, enquanto a edição, mixagem, desenho sonoro e trilha foram desenvolvidos por Kléber Araújo e Luís Santiago Málada, da Tímpano Produções.

O podcast estreia em 25 de março e estará disponível no Spotify, YouTube Podcasts, Apple Podcasts e Deezer. Para não perder nenhum episódio, os ouvintes podem seguir a página e ativar as notificações nas plataformas de áudio.

Palmares - Outlet

Da Agência O Globo

Enquanto o PSDB discute seu futuro com a possibilidade de fusão com quatro partidos, o governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite, se vê diante de uma encruzilhada para viabilizar seu projeto presidencial em 2026. Anteontem, pela primeira vez, ele admitiu a possibilidade de deixar o partido.

— Tenho 24 anos de PSDB, com muito orgulho, mas a gente tem que encontrar o caminho que nos dê a capacidade de contribuir. Se estreitar o caminho através do PSDB, vamos ter que procurar aquele que melhor me permita a participação — disse o governador, durante almoço com empresários.

O tucano — assim como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que concluiu o movimento — recebeu convite para se filiar ao PSD, mas resiste. No partido de Gilberto Kassab, ele não teria legenda para disputar o Planalto, já que a sigla tende a lançar a candidatura própria do governador do Paraná, Ratinho Júnior, ou apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Essa decisão depende dos movimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, mesmo inelegível, mantém-se como figura central na articulação da direita.

Plano mantido

Entre os partidos que negociam se unir ao PSDB, Republicanos e MDB dificilmente apoiariam uma candidatura presidencial de Leite. Já Podemos e Solidariedade indicam que poderiam apoiar o governador. A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), tem bom relacionamento com Leite e interesse em aderir a um projeto avesso à polarização.

Nos bastidores, o Podemos tem feito sucessivos acenos aos tucanos, em uma tentativa de mostrar fidelidade. Integrantes do partido afirmam ter facilitado a saída de dois senadores, Oriovisto Guimarães e Styvenson Valentim, que se filiaram ao PSDB. Os tucanos negam relação entre os episódios.

Apesar de ter assumido que pode deixar o PSDB, aliados de Leite asseguram sua fidelidade partidária e descartam uma saída da legenda. Por enquanto, a sigla e o governador mantêm publicamente a defesa de sua candidatura ao Planalto em 2026. Ao GLOBO, o presidente nacional, Marconi Perillo, afirmou que o projeto “Eduardo Leite presidente” tem sido apresentado aos demais partidos como uma prioridade:

— A candidatura própria de Eduardo, que representa o centro democrático, é prioridade. Estamos colocando como central (nas negociações).

Já em vídeo publicado nas redes sociais esta semana, Leite destacou o papel do PSDB na construção de um “futuro melhor” para o Brasil.

— Os brasileiros querem mais solução e menos briga política. O PSDB tem coragem e competência para colocar o país nos eixos. A gente já fez uma vez, e vai fazer de novo — afirmou o gaúcho.

Aliados do governador afirmam que o projeto presidencial é “inegociável”. Leite não tem interesse, segundo eles, em concorrer ao Senado.

Além das indefinição em relação ao seu futuro, Leite ainda não decidiu quem será seu candidato à sucessão no governo do Rio Grande do Sul. Seu vice, Gabriel Souza (MDB), manifesta intenção de disputar, mas enfrenta resistência interna. Tucanos sugerem outros nomes, como o do secretário da Casa Civil, Artur Lemos, e da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, considerada próxima a Leite.

Reunião com o Republicanos

Após perder espaço em eleições recentes, o PSDB negocia uma fusão ou federação com partidos como Podemos, Solidariedade, Republicanos e MDB. A estratégia é um esforço para a legenda, que já comandou o Planalto e historicamente polarizou o debate nacional com o PT, se recuperar após sucessivas derrotas eleitorais.

Caciques tucanos se reuniram com dirigentes do Republicanos anteontem para debater um possível acordo. A conversa foi vista como positiva dentro do PSDB, mas a prioridade, no momento, é uma costura com Podemos e Solidariedade. Um eventual apoio a Eduardo Leite em 2026 não foi colocado à mesa.

Nas eleições passadas, o PSDB não disputou pela primeira vez a Presidência. A sigla se aliou a Simone Tebet (MDB) e indicou sua vice, a senadora Mara Gabrilli. A aliança foi definida após o próprio Leite desistir de ser candidato, assim como o ex-governador de São Paulo João Doria. A depender de com qual sigla decida se unir, o PSDB pode acabar fora da disputa mais uma vez.

Pesa contra os tucanos o mau desempenho nas urnas na eleição presidencial de 2018. Na ocasião, o hoje vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tinha a maior coligação e o maior tempo de TV, mas obteve só 4,64% dos votos, ficando em quarto lugar.

Além disso, o partido também viu sua capilaridade minguar nos últimos anos. O número de prefeitos eleitos no ano passado representa menos de um terço do alcançado em 2000, enquanto a bancada na Câmara caiu de cem para 13 desde 1998.

Do jornal O Globo

O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praia de Copacabana, hoje, contou com a participação de 18,3 mil manifestantes, segundo cálculo feito com base em imagens aéreas pelo grupo de pesquisa “Monitor do debate político” do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), e pela ONG More in Common. Isso significa que a mobilização foi bem menor do que a de outros atos do bolsonarismo no Rio. A margem de erro do levantamento é de 2,2 mil pessoas para mais ou para menos.

Em 7 de setembro de 2022, também na Praia de Copacabana, o mesmo grupo de pesquisadores da USP e do Cebrap calculou um encontro de 64,6 mil manifestantes, um patamar que é cinco vezes maior do que neste domingo. Já em abril do ano passado, foram 32,7 mil participantes.

— Essa foi uma manifestação pequena para os padrões de mobilização do bolsonarismo — afirma Ortellado.

Veja manifestação de 2022

Na avaliação do pesquisador, no entanto, ainda é preciso haver mais manifestações com esse patamar menor de mobilização para afirmar que a oscilação é sinal de enfraquecimento político do bolsonarismo no Rio. De acordo com ele, o conflito entre os organizadores sobre o apoio ou não ao pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter atrapalhado a convocação.

— Essa foi uma manifestação cuja mobilização foi muito tumultuada — afirmou.

Além disso, ele defendeu que oscilações desse tipo são normais. Ortellado afirmou que as manifestações contra a então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, também chegaram a registrar públicos menores e depois voltaram a crescer.

Veja manifestação de 2024

Para o cálculo deste domingo, foram tiradas fotos da praia de Copacabana em quatro diferentes horários (10:00, 10:40, 11:30 e 12:00), totalizando 66 fotos. O pico do encontro foi ao 12h, quando o grupo selecionou seis fotos que cobriam toda a extensão da manifestação, sem sobreposição.

Depois disso, um software é usado para identificar e marcar automaticamente as cabeças das pessoas. Usando inteligência artificial, o sistema localiza cada indivíduo e conta quantos pontos aparecem na imagem. Segundo os pesquisadores, esse processo garante uma contagem precisa, mesmo em áreas densas.

O método atualmente possui uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de indivíduos. Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12%, para mais ou para menos, em imagens aéreas com mais de 500 pessoas.

Veja o público das manifestações bolsonaristas:

  • 18,3 mil em 16/03 de 2025 – O ato deste domingo mirou na anistia aos presos do 8 de Janeiro e ocorre após a denúncia de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado.
  • 45,7 mil em 7/09 de 2024 – Protesto de apoiadores de Bolsonaro na Av. Paulista, em São Paulo. O ato pediu o impeachment de Alexandre de Moraes e teve público abaixo do esperado.
  • 32,7 mil em 21/4 de 2024- Ato em Copacabana no feriado de Tiradentes. Foi marcado por falas de cunho religioso e ataques a Lula.
  • 185 mil em 25/02 de 2024 – Ato na Av. Paulista. Evento foi em apoio a Bolsonaro, em meio às investigações da PF por suposta tentativa de golpe.
  • 32,6 mil em 7/09 de 2022 – Manifestação na Av. Paulista convocada por Bolsonaro para impulsionar a campanha à reeleição ao Planalto.
  • 64,6 mil em 7/09 de 2022 – Manifestação em Copacabana, no Rio. O ato em homenagem ao Bicentenário da Independência virou evento de campanha à reeleição.

Da Folha de S.Paulo

Se a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxe de volta a normalidade institucional ao Planalto, o mandatário atual compartilha com o anterior uma retórica preconceituosa sobre o sexo feminino.

“Por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância entre vocês”. A fala, proferida por Lula na última quarta (12), foi direcionada aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.

Gleisi Hoffmann é a ministra cujos atributos intelectuais e trajetória política foram diminuídos em prol de sua aparência física na declaração do presidente, que não é a primeira desse naipe.

Lula já disse que nenhuma mulher quer namorar ajudante geral e que mulher com profissão não precisa de ajuda do pai para comprar batom. Relatou que perguntou a uma mãe de cinco filhos quando ela iria “fechar a porteira”; ao comentar sobre a violência contra mulheres após jogos de futebol, disse que “se o cara for corintiano, tudo bem”.

No caso do petista, tais falas, mais do que gafes, são expressões de machismo arraigado na política brasileira, assim como são as falas ainda mais escandalosas de Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente disse que petistas são feias e “incomíveis” e que, para as mulheres, notícia boa é beijinho e presente. Defendeu o turismo sexual, desde que não praticado por gays: “Quem quiser vir aqui [ao Brasil] fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. Foi condenado a pagar indenização à repórter Patrícia Campos Mello, da Folha, por um ataque verbal com conotação sexual.

Apesar dos avanços nos direitos das mulheres, o machismo se espraia pela sociedade, independentemente da ideologia política, e homens de mais idade tendem a manifestá-lo sem amarras.

Contudo o cargo de chefe de Estado exige contenção do ocupante, e as brasileiras merecem respeito num país que enfrenta grave desigualdade de gênero.

No Global Gender Gap, ranking do Fórum Econômico Mundial que avalia paridade entre os sexos em 146 países, o Brasil saiu da 94ª posição em 2022 para a 57ª em 2023, mas caiu para 70ª no ano passado. Somos superados por vizinhos como Chile (21ª), Argentina (32ª) e Peru (40ª).

Dentre os quatro setores analisados (economia, educação, saúde e política), o Brasil tem a pior avaliação no último. Está longe de satisfatório o nível de participação feminina na seara do poder público. E falas como a de Lula sobre a ministra de Relações Institucionais não contribuem para ampliar esse espaço.