Acabei de gravar o Sextou desta semana com um pernambucano porreta: o cantor e compositor Marron Brasileiro, que acaba de chegar de mais uma temporada de shows no Rio de Janeiro. Incrível, inexplicável como um artista com tantos sucessos seja esquecido nas grades de grandes eventos de peso em Pernambuco.
Mas não é só ele. Isso acontece também com o talentoso Nando Cordel, com agenda cheia no Sul e Sudeste. Marron Brasileiro tem canções que ficaram eternizadas e nunca são esquecidas, independentemente do período do ano. Ao longo da carreira, passou por importantes bandas, a principal foi a Versão Brasileira, que fez um sucesso estrondoso na década de 90.
Leia maisO diferencial do artista está em seu público, afinal, sempre foi reconhecido por ser um cantor das multidões. As composições e melodias possuem influências nítidas dos ritmos pernambucanos como caboclinho, maracatu, coco, ciranda, forró e MPB. A valorização do toque da terra não é à toa. Apaixonado pelo Estado natal, Marron Brasileiro sempre buscou trazer para o público carnavalesco poesia, amor e fervor para não deixar ninguém parado.
No total, o artista possui seis discos gravados, quatro do período que fazia parte da banda Versão Brasileira e outros dois gravados em carreira solo. Durante a estrada, Marron compôs canções que marcaram época. Foi através de parcerias importantes com cantores regionais e de nível nacional que fez com que ele se projetasse e se consolidasse transformando-o em um artista multifacetado. Dentre as parcerias mais importantes na carreira, podemos destacar a banda Pimenta Nativa, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Reginaldo Rossi, Calypso, Fafá de Belém, Limão com Mel, Edilza, Almir Rouche, Gustavo Travassos, André Rio, Nena Queiroga, Geraldinho Lins, Waldonis, Petrúcio Amorim, entre outros.
O primeiro sucesso de Marron Brasileiro no mercado radiofônico foi uma canção chamada “A cor do pecado”, interpretada por Reginaldo Rossi. Não demorou muito e no ano de 1983, o segundo sucesso estourou nas rádios, que foi a composição “A deusa de Itamaracá”. Em seguida, “Nas ondas do desejo” se popularizou e passou a ser uma das mais tocadas nos bailes carnavalescos do estado e nas quadrilhas juninas. Daí por diante, vieram as canções “Arrea a Lenha”, “É tanto amor”, “Galera do Brasil”, “Gostoso te amar”, “Deusa do Mercado São José”, “Fica pra depois” e “Só quero com você”.
E a música pernambucana cruzou fronteiras, pois Marron Brasileiro realizou turnês na Espanha, Chile, Paraguai, Argentina e Cuba.
Participou de apresentações no Morro da Urca, no Rio de Janeiro, Foz do Iguaçú, onde se apresentou no Congresso Internacional de Solidariedade a Cuba, foi convidado a compor canções exclusivas para a trilha do seriado “Uma Mulher Vestida de Sol”, da Rede Globo, com direção de Luiz Fernando Carvalho – uma adaptação da obra do escritor pernambucano Ariano Suassuna. Também participou de grandes festividades como o Recifolia, Galo da Madrugada e da festa de reinauguração do Marco Zero, principal ponto turístico do estado de Pernambuco, na década de 90.
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