O presidente Lula volta a Pernambuco nos próximos dia 18 e 19, segundo informou, há pouco, ao blog, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Segundo ele, a agenda ainda não está fechada, mas o chefe da Nação deve anunciar a liberação de recursos para construção de um novo aeroporto em Caruaru.
Lula deve anunciar também novos investimentos em Suape e fazer uma visita à Refinaria Abreu e Lima. “A agenda está sendo discutida, mas o presidente levará boas notícias para Pernambuco”, disse.
Kicks Platinum muda de patamar sem sair da categoria
O SUV compacto Nissan Kicks chegou ao mercado há 10 anos e logo foi bem aceito. Somente em 2024, emplacou 60 mil unidades — sendo o quarto utilitário-esportivo mais popular do país. No entanto, a configuração mecânica estava dando sinais de cansaço. O motor 1.6 aspirado, entregando no máximo 113cv, estava sendo engolido pela concorrência, que se valia de 1.0 turbos ágeis e econômicos. A Nissan entendeu o “recado” e reagiu bem: trocou o motor, o fez crescer, o encheu de equipamentos de conforto e segurança e o deixou mais bonito — e, certamente, mais caro. Valeu a pena? Este colunista avaliou por uma semana a versão topo de linha, a Platinum. E chegou à conclusão de que sim, valeu. É um outro carro. Com um porém: o motor 1.0 turbo, emprestado do Renault Kardian é superior ao 1.6 antigo, mas poderia ser melhor. Exige atenção do motorista em retomadas e acelerações, por exemplo (leia mais sobre ele abaixo).
Dito isso, vamos destacar, então, o que esta versão tem de bom — e se realmente vale os R$ 199 mil (ou R$ 202.150, com a cor vermelha de lançamento e o texto preto) exigidos por ela. Vamos começar por um item adorado por brasileiros que, muitas vezes, não é dado o devido valor pelos fabricantes e montadoras: o som. Vide as customizações e tunagens, exageradas quase sempre com caixas até no porta-malas, que se vê por aí (e playlist muito ruim, por sinal). A versão Platinum oferece o melhor sistema de som de todos os carros que este colunista testou nos últimos anos: o Bose, que no modelo ganhou o sobrenome de Personal Plus.
O som que sai de oito alto-falantes de alta performance (dois deles são tweeters) e um amplificador digital é potente e, ao mesmo tempo, equilibrado. Também, pudera: dois alto-falantes Bose de 2,5 polegadas estão localizados dentro do encosto de cabeça do banco do motorista. É uma experiência imersiva, daquelas que a gente só consegue em bons cinemas. O sistema pode ser controlado na tela do multimídia, criando desde um efeito restrito somente à frente até um totalmente envolvente, por todo o interior do habitáculo. Enfim: com redução nas distorções e potência equilibrada nos graves, o Bose entrega um som, enfim, de primeira linha. E, para completar as boas sensações, a cabine é bem silenciosa, com acústica aprimorada.
Comandos intuitivos – O painel de instrumentos e a tela multimídia (ambas de 12,3″) são eficientes. A segunda é sensível ao toque, com comandos intuitivos. Vem com Android Auto e Apple CarPlay e assistência de voz para ler mensagens, além de aplicativos de streaming de áudio. E permite conectar simultaneamente dois equipamentos via Bluetooth. Um para o uso de um deles para a condução com as mãos livres e outro para ouvir o aplicativo de música, por exemplo. São duas entradas USB, uma tipo USB Type-C,mais rápidas para recarregar. O seletor de marchas é eletrônico e diferente, que permite a troca apenas pressionando um botão. Há um modo Sport para uma condução esportiva (a ECO é para economizar combustível).
Dimensões – O Kicks é um SUV compacto, mas tem porte médio, com 4,37m de comprimento entre-eixos de 2,66m (6cm mais longo ou 13cm maior que o do Fiat Fastback. É uma boa estratégia de posicionamento, de argumento de venda. Afinal, há um movimento de tornar os compactos tanto maiores quanto mais equipados – algo que o novo Kicks também o fez. Com os bancos dianteiros em posição padrão, alguém de 1,80m não sofrerá nos traseiros. O porta-malas é um dos maiores desse segmento específico: são 470 litros.
Equipamentos – Os R$ 200 mil são melhor compreendidos quando se avalia a oferta de equipamentos da versão – tanto em termos de segurança quanto em conforto. Por exemplo: nela, há um pacote avançado de assistência à condução chamado de Pró Pilot. Ele combina câmeras e sensores para manter o veículo centralizado na faixa, ajustar automaticamente a velocidade e a distância para o carro da frente, e auxiliar na frenagem e aceleração.
Para ativar, basta pressionar um botão no volante, definir a velocidade e a distância desejadas, e o sistema opera com mínima intervenção do motorista. São seis airbags disponíveis. Tem, ainda, teto solar panorâmico, carregador por indução, full LED nos faróis e DRLs e por aí vai. O freio de estacionamento sempre é eletrônico, com auto-hold. O ar-condicionado, automático, poderia ser dual zone – e falta saída traseira. As rodas de 19’’ são bem bonitas.
Motor – O Nissan Kicks foi testado em vias urbanas engarrafadas e em trechos de asfalto e terra. Ele não deixa o condutor enraivecido, mas não o empolga. Afinal, são apenas 22,4kgfm de torque – força abaixo dos 27,5kgfm oferecidos por um Jeep Renegade. Embora o consumo esteja muito relacionado ao comportamento do motorista, ele pareceu bom. Tipo 12 km/l na cidade e de 14km/l na cidade.
Começa a pré-venda dos SQ5 e SQ5 Sportback – Você tem até R$ 640 mil disponíveis aí? Então, fique de olho: a Audi acaba de iniciar a pré-venda dos novos SQ5 e SQ5 Sportback. O lote inicial terá preços de R$ 624.990 (SQ5) e R$ 639.990 (SQ5 Sportback). Os veículos encerram a série de 13 lançamentos propostos para 2025 e o retorno do esportivo. O modelo está mais tecnológico e eficiente — e com a nova linguagem visual da marca — e é o terceiro a usar a plataforma premium para veículos a combustão, chamada PPC. Os SUVS de luxo só estarão disponíveis a partir de novembro na rede de 40 concessionárias.
O modelo vem com o poderoso 3.0 V6 TFSI com 367 cavalos e 56kgfm de torque. O conjunto mecânico também conta com a transmissão S Tronic de sete velocidades e a tração integral quattro com tecnologia ultra – que possui embreagem multidisco com desacoplador integrado e distribuição de torque majoritariamente dianteira, podendo transferir até 50% do torque para o eixo traseiro. O desempenho é impressionante: o carro acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos, o melhor tempo da categoria, e a velocidade máxima é de 250 km/h.
Haval H9, da GWM: 600 unidades em sete horas – A GWM brasileira lançou seu primeiro modelo a diesel, o Haval H9, dando um desconto de R$ 20 mil. Resultado: o SUV de 7 lugares e projetado para todos os terrenos, superou a meta de vendas do mês inteiro em apenas 7 horas. Foram 600 unidades previstas para atender 30 dias. Agora, ele passa a custar R$ 319 mil . Tem como diferencial um pacote completo de itens de segurança (que incluem controle de cruzeiro adaptativo com Stop & Go, alerta de ponto cego, assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma de emergência e monitoramento de tráfego cruzado traseiro).
Mercado em setembro – Os emplacamentos superaram 103 mil unidades nos primeiros quinze dias de setembro – um crescimento de 3% diante de agosto e 7% acima da primeira quinzena de setembro de 2024. Ao longo de 2025, foram vendidos 1.67 milhão de automóveis e comerciais leves – ou 3,3% a mais do que no mesmo período do ano passado. A consultoria Bright também levantou que a média diária de vendas (11 dias úteis em setembro) saiu de 9.071 em agosto para 9.339 unidades. A modalidade de vendas diretas respondeu por 46,3% dos negócios, contra 44,8% um mês antes. Em 2025, as negociações diretas entre montadoras e clientes finais cresceram 8,2%, para 771,1 mil veículos. A Fiat manteve a ponta no ranking de marcas, com 20% do total de licenciamentos, à frente da Volkswagen, 17,1%; da GM, 11,5%; Hyundai, 10,1%; e Toyota, 7,4%.
Kwid: mais rentável em agosto – Após um domínio absoluto da Toyota no ranking de veículos mais rentáveis no mercado de usados, o Renault Kwid se tornou o melhor negócio durante o mês de agosto. É o que revelou o Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados powered by Auto Avaliar (PVU), divulgado nesta semana. O modelo da montadora francesa apresentou o maior retorno sobre investimentos, chamado de ROI, com preço médio de R$ 55 mil – ou 11,5% de margem bruta de lucro e uma média de 27 dias de giro de estoque. Apesar de perder o topo da lista, a Toyota se manteve na segunda e na terceira posição, com o Corolla Cross (preço médio em R$ 156 mil; margem bruta de 9,5% e giro de estoque em 22 dias) e o Yaris Hatch (preço médio em R$ 92 mil, margem bruta de 11,3% e giro de estoque em 32 dias), respectivamente.
Modelos 0km têm redução de preços – Os veículos 0km apresentaram redução de preços em agosto pelo terceiro mês consecutivo. É o que apontam os dados do Índice Webmotors, que calcula todos os meses as variações percentuais dos valores dos carros anunciados na plataforma. Segundo o levantamento, o preço médio dos veículos novos apresentou redução de -0,117%, o que representa uma variação de -0,047 ponto percentual com relação a julho, quando o índice apresentou -0,070%. Desta forma, agosto dá sequência à tendência de redução nos preços dos 0km iniciada em junho.
O sucesso do Dolphin – O BYD Dolphin emplacou 4.611 unidades em agosto, sendo 3.300 do Mini e 1.311 do “normal”, segundo a Fenabrave. Com isso, chinês supera hatches tradicionais como o Honda City (1.357) e os franceses Citroën C3 (852) e Peugeot 208 (749). No ranking da categoria, se destacam o VW, com 12.908; Fiat Argo, com 10.097; e o Hyundai HB20, com 7.590. Outros elétricos bem emplacados foram o BYD Yuan Pro, com 651; GWM Ora 03, com 320; e BYD Seal, com 257.
O sucesso do Dolphin 2 – A atenta à boa aceitação do BYD Dolphin Mini no mercado brasileiro, a Mobiauto — segundo maior marketplace de veículos do Brasil — verificou em sua base de dados a variação do preço médio do modelo no último ano. Entre agosto de 2024 e agosto de 2025, o elétrico apresentou uma desvalorização média de -7,85%. O carro importado da China, que há um ano custava R$ 115.800, atualmente vale R$ 106.715. Para efeito de comparação, o Volkswagen Polo Track — versão de entrada do automóvel mais vendido do Brasil em 2024, com mais de 140 mil emplacamentos — desvalorizou -17% no período analisado. O hatch foi vendido por R$89.990 em agosto de 2024 como 0km; como seminovo, é avaliado em R$ 74 mil. O BYD Dolphin Mini soma mais de 39 mil emplacamentos no acumulado de 2025, enquanto o Volkswagen Polo já vendeu mais de 83 mil unidades nos primeiros oito meses do ano.
Direção defensiva: você sabe praticá-la? – O ato de conduzir um veículo de modo a impedir a ocorrência de acidentes, independentemente das ocorrências impróprias realizadas por terceiros ou das condições inseguras encontradas nas vias de tráfego, é o que chamamos de direção defensiva. Portanto, elementos da direção defensiva permitem conduzir um carro a fim de assegurar uma maior proteção ao dirigir, diminuindo a probabilidade de se envolver em um acidente e encorajando a condução consciente.
Importância e benefícios – A direção defensiva envolve um conjunto de técnicas e comportamentos que permitem ao motorista antecipar e responder a possíveis incidentes e perigos no trânsito, independentemente das condições de tráfego ou do comportamento de outros condutores. Dirigir defensivamente pode trazer uma série de benefícios para o motorista. Além de diminuir significativamente a probabilidade de se envolver em acidentes, conduzir de maneira mais segura e eficiente pode resultar em economia de combustível e menor desgaste do veículo, além de proporcionar uma experiência de condução mais tranquila, com menos estresse e preocupação.
Princípios – Existem 5 elementos básicos da direção defensiva que são como pilares para a boa prática de condução.
1. Conhecimento e prevenção – Um motorista defensivo deve estar atualizado sobre as leis e regras de trânsito e deve ter conhecimento dos procedimentos e problemas com o veículo que podem ser considerados infrações ou podem oferecer algum risco. Ele também precisa agir de forma preventiva, garantindo que seu veículo está em boas condições e que possui o conhecimento e recursos necessários para agir no caso de algum imprevisto.
2. Habilidade – Assim como em todas as atividades na vida, quanto mais você pratica algo, mais você treina e desenvolve sua competência. É essencial desenvolver suas habilidades no volante de forma segura e gradual. Pratique rodando por vias mais calmas em dias menos movimentados antes de pegar um trânsito na estrada.
3. Atenção – Uma direção defensiva exige estar sempre preparado para agir. Para isso, é preciso estar em boas condições físicas e mentais para dirigir, conhecer bem o veículo que está conduzindo e estar pronto para tomar medidas evasivas, se necessário. Evite distrações durante a condução, observe se o volume do rádio ou a conversa com o carona não atrapalham a sua percepção do trânsito ao redor.
4. Previsão – Não podemos prever o futuro, mas precisamos treinar nossa habilidade de antecipar situações de risco. Isso significa estar atento ao comportamento de outros motoristas, pedestres e ciclistas, bem como às mudanças nas condições da via, como obras ou acidentes. Manter uma distância segura dos outros veículos, observar sempre os retrovisores e mais à frente do caminho e prestar atenção aos sinais de trânsito com o máximo de antecedência são atitudes cruciais para uma condução defensiva.
5. Ação – Um motorista defensivo utiliza todo o conhecimento e habilidade que adquiriu para tomar as decisões corretas e no momento certo. Ele precisa ser capaz de executar ações de maneira segura e eficaz. Isso pode incluir uma frenagem de emergência, o desvio de obstáculos ou a comunicação com outros motoristas através de sinais.
Práticas de direção defensiva
Existem alguns procedimentos que fazem parte do que chamamos de direção defensiva:
Faça manutenção preventiva: manter a manutenção do seu veículo em dia é uma das melhores maneiras de mantê-lo seguro. Não se esqueça dos pneus também.
Mantenha distância: sempre mantenha uma distância segura entre seu veículo e o da frente, permitindo tempo para reação em caso de frenagem brusca.
Conheça os pontos cegos: uma dica importante para todos os motoristas é avaliar os pontos cegos da direção antes de dirigir; dessa forma, você pode se atentar a eles antes de mudar de faixa ou fazer uma curva.
Observe as condições da via e do clima: fique atento ao caminho, reduza a velocidade em estradas esburacadas e ajuste os recursos do veículo de acordo com as condições climáticas, como chuva e neblina. Tenha certeza de escolher um pneu adequado para o seu veículo e para as vias em que costuma trafegar.
Ser um motorista defensivo é ser um motorista consciente e responsável. A direção defensiva é essencial para garantir a segurança no trânsito. Adotar essas práticas não só protege você, mas também os outros usuários da via, contribuindo para um trânsito mais seguro e harmonioso.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
O deputado federal Ossesio Silva (Republicanos-PE), presidente nacional do Republicanos 60+, deu posse hoje (20), no Hotel Atlântico Business, no Rio de Janeiro, à nova Executiva Estadual do movimento, em evento que reuniu lideranças como a deputada estadual Tia Ju (Republicanos-RJ) e a vereadora Tânia Bastos. Foram empossados Janaina Mussalem Dias Barbosa como secretária estadual, Renato Costa de Oliveira como secretário executivo, além de outros dirigentes que terão a missão de fortalecer as políticas voltadas à população idosa no estado.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, na tarde deste sábado (20), Lucas Ribeiro Leitão, de 30 anos, suspeito de planejar um atentado em Brasília. A ação foi conduzida pela Divisão de Proteção e Combate ao Extremismo Violento (DPCev), após trabalhos de inteligência que monitoraram as redes sociais do investigado, onde ele fazia ameaças explícitas e incitava atos de violência.
Trechos das publicações que embasaram a investigação mostram o suspeito convocando seguidores para uma “guerra”. Em uma das mensagens, Lucas afirma que já possui uma “ogiva pronta para destruir a metade desse país”, já em outra, diz que “já temos um primeiro país para conquistar: Portugal”. As informações são do Correio Braziliense.
Além disso, ele teria incentivado apoiadores a se reunirem em rodovias e manifestado a intenção de “subir” para Brasília com presos, dizendo que viraria o ano “no presídio com eles”. Devido ao teor das postagens, as equipes iniciaram o monitoramento que culminaram na detenção do suspeito.
Outra tentativa
A prisão de Lucas acontece menos de um ano após outra detenção, ocorrida em 29 de dezembro de 2024, quando ele foi capturado na Bahia, também pela DPCev, enquanto se deslocava em direção ao Distrito Federal. Na ocasião, o suspeito carregava uma faca, admitiu planos de ataque e utilizava uma conta fechada no Instagram para anunciar intenções de “botar fogo” no DF, um “ataque cirúrgico” e pedir aumento drástico na segurança pública.
Após a primeira prisão, Lucas passou por audiência de custódia e permaneceu detido enquanto as investigações continuavam. No entanto, a reativação das ameaças e o retorno de comportamentos semelhantes nas redes motivaram a reabertura das diligências que resultaram na nova prisão deste sábado.
A DPCev é especializada no combate ao extremismo violento e à prevenção de atos de terrorismo, está agora concentrada em apurar se Lucas tinha meios concretos para colocar seus planos em prática. A polícia investiga se havia estrutura logística, armamentos, possíveis coautores ou articulações que pudessem tornar reais as ameaças divulgadas.
O projeto de anistia ampla defendido por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso não inclui benefícios à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está presa desde julho em Roma.
Segundo o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), o texto defendido pelo partido inclui o perdão a todos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por atos de antidemocráticos de 2019 até agora. Neste contexto, o líder avalia que Zambelli ficaria de fora porque ela não foi condenada por esse tipo de crime, mas por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto.
O projeto da anistia teve a urgência aprovada pela Câmara dos Deputados, que agora debate o mérito da proposta. O relator do texto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP) ,disse que não cabe uma anistia ampla e que o projeto debaterá a redução das penas dos condenados. O partido de Bolsonaro afirma que não aceita essa proposta.
Mesmo admitindo que a parlamentar não está detida por um crime de ataque à democracia, os correligionários do PL seguem com o discurso de que ela seria uma perseguida política e usam o caso para atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Ontem (19), os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) visitaram a deputada. O foco foi verificar as condições da prisão de Zambelli.
A deputada foi presa na Itália há dois meses, depois de fugir do Brasil e ficar foragida na Europa. Após a audiência de custódia, a Justiça italiana determinou que Zambelli fique presa enquanto seu pedido de extradição aguarda uma resposta.
O ministro de Lula, Silvio Costa Filho, esteve, neste final de semana, no município de Águas Belas, no Agreste do Estado, para assinar as ordens de serviço que marcam um novo ciclo de desenvolvimento para a cidade. Ao lado do prefeito Dr. Elton, foram anunciados investimentos na ordem de R$ 3,5 milhões para a pavimentação asfáltica contemplando 20 ruas, além de recursos para recuperação de estradas vicinais e para a saúde.
O anúncio de investimentos reuniu centenas de moradores, além de prefeitos, ex-prefeitos e lideranças de diferentes cidades do Agreste. Estiveram presentes, além da vice-prefeita Eniale Jônatas, o pré-candidato a deputado federal Carlos Costa, o pré-candidato a deputado estadual Bruno Marques e os representantes da Codevasf, Edilazio Wanderley e Samuel Andrade.
“Esse é um momento muito importante para a nossa cidade. Quero agradecer ao ministro Silvio Costa Filho pelo empenho e pelo trabalho incansável para cuidar do nosso município e melhorar a vida da nossa gente”, afirmou o prefeito Dr. Elton.
Silvio Costa Filho, por sua vez, fez questão de destacar o grande trabalho que o gestor vem fazendo no município. “Quero parabenizar o prefeito Elton pela grande gestão que vem realizando. Nosso compromisso é continuar trabalhando junto com a prefeitura e o presidente Lula para levar mais obras e mais qualidade de vida para o povo”, declarou o ministro, sob aplausos de lideranças e populares.
Ao contrário do que aconteceu no ano passado, na primeira reunião sobre Democracia feita em conjunto com a Espanha, às margens da Assembleia Geral da ONU, agora o Brasil não convidou os Estados Unidos a participar das discussões sobre como preservar o ambiente democrático, que serão conduzidas por Lula e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez na próxima quarta-feira (23) em Nova York.
Dessa vez, além de Brasil e Espanha, co-patrocinam o evento Chile, Colômbia e Uruguai. À exceção dos EUA, todos os demais países que foram convidados em 2024 voltaram a receber convites. No entendimento da diplomacia brasileira, a troca de comando da Casa Branca, do democrata Joe Biden para o republicano Donald Trump, alterou significativamente o cenário a ponto de inviabilizar a participação dos norte-americanos no evento, batizado de “Defendendo a democracia contra os extremismos”. As informações são do portal UOL.
Auxiliares do presidente Lula têm dito que parte justamente do governo Trump o maior ataque à democracia brasileira em 40 anos. Logo, a presença de funcionários do governo Trump seria impraticável e um convite a eles poderia até ser visto como “provocação”.
Há dois meses, o governo do republicano mobiliza uma série de instrumentos contra o Brasil — um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, sanções financeiras da Lei Global Magnitsky sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, restrições de entrada e circulação a autoridades brasileiras —, justificando-os tanto pelo processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao qual Trump chama de “caça às bruxas”, quanto por decisões do STF de regulações de discurso de ódio em big techs.
No ano passado, a discussão do evento brasileiro girou em torno de como coibir discursos de ódio e o avanço da extrema direita em redes sociais. O atual governo norte-americano vê tais iniciativas como antidemocráticas e cerceamento de liberdade de expressão, conforme entendida pelas leis do país.
O governo de Biden tinha a questão da democracia como prioridade, especialmente depois do ataque de trumpistas ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, o que chegou a interromper a certificação da vitória de Biden por algumas horas.
O governo do democrata fez um evento próprio em prol da democracia e convidou o Brasil, que não compareceu porque viu na iniciativa uma tentativa de fustigar a China. Em resposta, os norte-americanos compareceram ao evento brasileiro sem mandar representantes do primeiro escalão.
Lula chega a NY amanhã e discursará na abertura da Assembleia Geral da ONU na próxima terça (22), sob o fantasma de novas punições ao Brasil, prometidas por Trump após a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e outros 4 crimes.
Em um memorando de 17 páginas, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos começou a exigir que os cerca de 90 jornalistas credenciados para cobrir a agência obtenham aprovação prévia para publicar qualquer informação que lhe diga respeito, confidencial ou não, ou correm o risco de perder o acesso ao Pentágono. O documento ainda restringe a circulação da imprensa, designando grandes áreas do prédio como proibidas para a circulação sem escolta.
As novas condições, comunicadas na ontem à noite aos jornalistas atingidos, representam um novo passo na luta que o presidente americano Donald Trump e seu governo travam contra a imprensa tradicional, que ele acusa de ser desfavorável a ele.
O Departamento de Defesa disse no memorando que “continua comprometido com a transparência para promover a responsabilização e a confiança pública”. O novo documento estabelece que informações do Departamento de Defesa “devem ser aprovadas para divulgação pública por um funcionário autorizado, antes de sua publicação, mesmo que não sejam confidenciais”.
O novo compromisso exige que jornalistas reconheçam por escrito que a aquisição ou o uso de informações não autorizadas seria motivo para “suspensão imediata” do acesso ao Pentágono. A medida ainda define informações proibidas para incluir tanto materiais confidenciais quanto “informações não confidenciais controladas”, uma categoria amplamente definida que inclui materiais que poderiam representar um risco à segurança nacional se divulgados ao público.
Não está claro se a proibição incluiria a solicitação de informações da equipe do Departamento de Defesa ou a busca de confirmação ou comentários sobre materiais coletados por outros meios.
A mudança pode restringir drasticamente o fluxo de informações sobre as Forças Armadas dos EUA ao público. O Clube Nacional de Imprensa de Washington classificou a política como “um ataque direto ao jornalismo independente” e solicitou a revogação imediata da norma.
— Se as notícias sobre nossas Forças Armadas devem ser aprovadas primeiro pelo governo, o público não recebe mais informações independentes — declarou o presidente da organização, Mike Balsamo. — O público receberá apenas o que os funcionários [do Pentágono] querem que vejam. Isso deveria alarmar todos os americanos.
Além disso, o documento restringe a circulação da mídia dentro do próprio Pentágono, designando grandes áreas do prédio como proibidas para a circulação sem escolta dos cerca de 90 repórteres credenciados para cobrir a agência. Embora muitos escritórios e salas de reunião no Pentágono sejam restritos, jornalistas autorizados já haviam recebido acesso sem escolta a grande parte do prédio e seus corredores. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu na sexta-feira esta medida do novo formulário de credenciamento.
“A imprensa não pode mais circular pelos corredores de uma instalação segura. Use sua credencial e cumpra as regras, ou vá para casa”, escreveu ele no X.
Sean Parnell, porta-voz do Pentágono, afirmou em comunicado que as novas diretrizes “reafirmam padrões que estão em conformidade com todas as outras bases militares do país”, acrescentando que se tratavam de “diretrizes básicas e de bom senso para proteger informações confidenciais e a segurança nacional”.
O diretor de advocacia da Fundação Freedom of the Press Foundation, Seth Stern, declarou que o governo está legalmente proibido de exigir que jornalistas abram mão de seu direito de investigar o governo em troca de acesso ou credenciais.
— Esta política funciona como uma restrição prévia à publicação, considerada a mais grave das violações da Primeira Emenda — afirmou Stern. — O governo não pode proibir jornalistas de divulgar informações públicas simplesmente alegando que se trata de um segredo ou mesmo de uma ameaça à segurança nacional.
Ameaças à liberdade de imprensa
A nova ordem, descrita em um memorando distribuído à imprensa na sexta-feira, foi a mais recente de uma série de ações do governo Trump para limitar a capacidade da mídia de cobrir o governo federal sem interferência.
A relação tensa do Pentágono com a mídia reflete uma atitude generalizada em todo o governo Trump. A Casa Branca tem repetidamente limitado o acesso aos veículos de comunicação por causa da cobertura que não lhe agrada, e o presidente Trump processou várias organizações de notícias, incluindo o Wall Street Journal e o New York Times, por causa de sua cobertura.
Após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, na semana passada, o chefe da Comissão Federal de Comunicações, Brendan Carr, ameaçou as emissoras de televisão com “multas ou revogação de licença” se continuassem transmitindo o programa noturno de Jimmy Kimmel na ABC.
A ofensiva aconteceu depois que o apresentador fez comentários interpretados por alguns como críticos ao movimento Make America Great Again (MAGA) e a Kirk. Na sequência, a ABC suspendeu o programa por tempo indeterminado.
Na quinta-feira, Trump sugeriu a repórteres que os veículos de comunicação deveriam ser punidos pela cobertura negativa de sua presidência.
— Eles só me dão publicidade ou cobertura negativa — disse o presidente. — Eles têm uma licença, acho que talvez essa licença devesse ser retirada.
Foco de notícias
O Departamento de Defesa tem sido um ponto focal do escrutínio da imprensa em 2025, com veículos de comunicação revelando que o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, havia divulgado planos de guerra confidenciais em um grupo de bate-papo privado que incluía um repórter.
Em outro caso, jornais reportaram que Hegseth havia convidado o bilionário Elon Musk para um briefing sobre os planos ultrassecretos do governo caso uma guerra eclodisse com a China. Mais recentemente, a cobertura jornalística levantou questões sobre a legalidade de dois ataques militares a barcos venezuelanos que mataram 14 pessoas.
Sob a supervisão de Hegseth, o Pentágono impôs uma série de restrições à capacidade da mídia de cobrir os militares. A primeira delas foi uma decisão no final de janeiro de remover quatro veículos de comunicação de seus espaços de trabalho no Pentágono em favor de outros portais de notícias, como o Breitbart News, que forneciam uma cobertura vista pela administração como mais favorável.
O Secretário de Defesa, que é ex-apresentador da Fox News, tem tomado uma posição cada vez mais adversária com a imprensa, acusando repetidamente os jornalistas de tentarem “sabotar” a agenda de Trump ao publicar informações vazadas por “ex-funcionários descontentes”. Desde que assumiu o cargo, Hegseth realizou apenas uma coletiva de imprensa, após um ataque militar ao Irã em junho.
“A ‘imprensa’ não comanda o Pentágono — o povo é que comanda”, escreveu Hegseth no X na sexta-feira.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump (Partido Republicano), dos Estados Unidos, podem ter a chance de se encontrar pessoalmente pela primeira vez na próxima terça-feira (22).
Ambos discursarão na sessão de abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. Desde os anos de 1950, o Brasil é o primeiro país a discursar no evento. Em seguida, normalmente fala o presidente dos Estados Unidos, que sediam a organização. As informações são do Poder360.
Lula falará depois do secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, e da presidente da 80ª Assembleia Geral, a alemã Annalena Baerbock. Seu discurso está previsto para às 10h (no horário de Brasília).
Um eventual encontro entre Lula e Trump não está confirmado. Pelo lado brasileiro, cogitou-se, inclusive, mudar trajetos na parte interna do plenário para evitar um encontro cheio de constrangimentos.
Em 2024, o petista conversou de forma breve com o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Partido Democrata), nos bastidores do palco principal.
Um encontro entre Lula e Trump poderia ter ocorrido no G7, em junho. Mas Trump deixou a cúpula dos países mais ricos do mundo antes do previsto e, por isso, não participou do segundo dia de evento. Justamente o dia em que Lula estaria presente. O G7 se reuniu em Kananaskis, no Canadá.
A viagem de Lula a Nova York se dá no pior momento da relação entre Brasil e Estados Unidos. A tensão entre os dois países escalou a partir de julho, quando o republicano anunciou um aumento de tarifa, para 50%, dos produtos importados brasileiros e condicionou qualquer tipo de negociação à suspensão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, foi o maior financiador da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante o período em que ela esteve foragida da Justiça brasileira, entre os meses de maio e junho deste ano. O valor de R$ 5 mil foi transferido via Pix, segundo relatório da Polícia Federal (PF).
O documento foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e detalha as transferências financeiras recebidas por Zambelli no período em que ela estava fazendo uma vaquinha virtual.
O relatório aponta que, antes de ser presa, a deputada já era alvo de inquérito criminal instaurado por ordem de Moraes, no âmbito da ação penal 2.428/DF. Conforme a decisão, Zambelli teria tentado obstruir investigações em andamento e, após deixar o Brasil, passou a divulgar mensagens públicas com críticas ao Judiciário.
Em uma das declarações citadas no inquérito, afirmou que voltaria a ser “a Carla que era antes das amarras que essa ditadura impôs”, em referência ao STF e às decisões judiciais contra ela.
A PF também analisou os valores arrecadados por meio de uma vaquinha virtual aberta para ajudar a deputada. As transações de R$ 500 ou mais passaram a ser monitoradas. Entre 8 e 24 de maio deste ano, Zambelli transferiu R$ 339 mil de sua conta no Banco Itaú Unibanco para outra conta de sua titularidade na Caixa Econômica Federal. Apenas após o início do pedido público de doações, o total transferido entre contas em seu nome somou R$ 336 mil.
Principais doadores identificados pela PF:
• Luciano Hang, em 20/05/2025 – empresário e cofundador da rede de lojas Havan.
• LCG Paschoalino Ltda., em 27/05/2025 – empresa registrada em 2017 sob o nome fantasia LCG Transportes, tendo como sócios Leonardo Contin Guimarães Paschoalino e Luciana Rodrigues Coelho.
• Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro, em 03/06/2025 – empresário, artista plástico, colecionador de obras de arte e fundador e ex-presidente do FAMA Museu
Outras doações relevantes:
• Karina Zupelli Roriz dos Santos, em 20/05/2025 – R$ 3.187,62. Ela é secretária parlamentar no gabinete de Zambelli.
• Antônio Aginaldo de Oliveira, em 19/05/2025 – R$ 2.000,00. É marido da deputada.
• Cristiane de Brum Nunes Marin, em 19/05/2025 – R$ 2.000,00
Segundo o documento, a quantia recebida integra uma estratégia mais ampla de arrecadação organizada no site carlazambelli.com.br, domínio registrado em nome da própria deputada. A página promovia a campanha #JuntosComZambelli, com instruções para depósitos em conta e transferências instantâneas.
O relatório também aponta que familiares da parlamentar, como a mãe, Rita Zambelli, reforçaram a divulgação dos canais de arrecadação em redes sociais alternativas, como Gettr e Substack. Nessas plataformas, foram encontradas mensagens bilíngues (português, inglês e italiano) com pedidos de apoio e críticas ao ministro Moraes, além de convocações para manifestações contra o STF.
O Brasil presencia, com crescente inquietação, o avanço da politização do Poder Judiciário (STF) e a consequente judicialização da política. Em um cenário de instabilidade institucional e descrédito generalizado, o Supremo Tribunal Federal — cuja missão constitucional é justamente garantir o equilíbrio entre os poderes — tem protagonizado episódios que em nada colaboram para a preservação da democracia e da legalidade. Ao contrário, escancaram a erosão da discrição, da imparcialidade e do decoro que se espera de seus ministros.
A recorrente exposição midiática de membros da Corte, com entrevistas, declarações públicas sobre casos em julgamento e críticas abertas entre pares sobre seus votos, constitui não apenas uma grave afronta à liturgia do cargo, mas uma violação direta à Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), que impõe aos juízes o dever de sobriedade, reserva e independência. Quando ministros se pronunciam como comentaristas políticos e decisões judiciais, ao sabor das manchetes e das redes sociais, perdem de vista o papel institucional que ocupam.
Não se trata de negar aos magistrados o direito à liberdade de expressão. Trata-se de compreender que o exercício da magistratura exige contenção. O juiz fala nos autos — e apenas nos autos. Fora deles, o silêncio não é covardia, é virtude republicana. A toga não pode ser instrumento de vaidade, nem escudo para ambições políticas.
A judicialização da política, por sua vez, revela um outro lado da mesma crise. O Legislativo e o Executivo, por vezes incapazes de assumir responsabilidades e lidar com temas sensíveis, recorrem ao STF como quem entrega a um tribunal a função que deveria caber ao voto popular. O Supremo, nesse contexto, deixa de ser árbitro e assume, perigosamente, o papel de protagonista — com decisões que muitas vezes extrapolam os limites da interpretação constitucional e invadem o terreno da legislação.
Esse ciclo — em que a política se refugia no Judiciário e o Judiciário se arroga o direito de fazer política — enfraquece todos os poderes e compromete a separação entre eles. Ministros que se digladiam em público, trocando farpas em sessões televisionadas ou entrevistas à imprensa, prestam um desserviço à Justiça e ao país. A divergência técnica é saudável; o confronto personalista, não.
É preciso restaurar a compostura. O Supremo Tribunal Federal não pode se tornar um partido informal, dividido em alas ideológicas, comprometido com projetos pessoais em vez de com a Constituição. A legitimidade da Corte não se constrói com likes, manchetes ou holofotes, mas com discrição, coerência e fidelidade aos princípios que fundamentam o Estado de Direito.
Democracias sólidas exigem instituições sólidas. E instituições sólidas não se constroem com discursos, mas com responsabilidade, equilíbrio e respeito à função pública. Que o STF retome o caminho da sobriedade — antes que se torne irreversivelmente mais um ator no palco das disputas políticas do país.
Os formados no concurso da Polícia Penal de Pernambuco continuam aguardando a nomeação prometida pelo Governo do Estado. Apesar do orçamento aprovado em 2024, que prevê recursos suficientes para a convocação de todos, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) não efetivou as nomeações.
Ontem (19), os aprovados marcaram presença na Ilha de Itamaracá, durante a cerimônia de demolição da antiga Unidade Barreto Campelo, desativada recentemente. Eles recepcionaram a governadora Raquel Lyra no local e mais uma vez cobraram a definição da data de nomeação, lembrando que já estão formados há mais de dois anos e prontos para atuar.
A situação ganhou destaque após protestos organizados pelos aprovados, que denunciaram a falta de transparência e o improviso da gestão. O Tribunal de Contas de Pernambuco, provocado pelas manifestações, já solicitou novos esclarecimentos à SEAP, reforçando a cobrança por um planejamento formal.
Outro ponto criticado é a permanência de policiais militares em atividades típicas de policiais penais, como a vigilância em muralhas, além da contratação de temporários para funções próprias do cargo. Enquanto isso, 648 aprovados já formados aguardam há mais de um ano para ingressar no sistema, mesmo diante do déficit reconhecido no efetivo.
Para os formados, não há justificativa plausível para a demora. Eles afirmam que o governo já reconheceu publicamente a necessidade de nomear todos, mas insiste em adiar a decisão, criando insegurança entre os aprovados e dificuldades para o sistema prisional do Estado.
A manifestação da governadora foi recebida de forma positiva pelos presentes, que ressaltam a importância do reconhecimento oficial. No entanto, os formados reforçam que continuarão cobrando da governadora a definição de uma data concreta, defendendo que a nomeação seja feita de maneira única e coletiva, atendendo à expectativa de centenas de aprovados que aguardam há mais de um ano para assumir suas funções.
O apito final em Natal no último dia 7 de setembro foi um grito de independência em tons corais. O Santa Cruz havia acabado de superar o América-RN nas quartas de final da Série D e, enfim, garantia a saída da divisão para onde foi rebaixado em 2021 e viveu um calvário do tamanho do Arruda, o segundo maior estádio particular do Brasil, atrás do Morumbis.
Hoje, às 19h30, o clube de Recife recebe o Maranhão na Arena de Pernambuco para o segundo jogo da semifinal, após ter vencido por 1 a 0 fora de casa. Só que a busca pelo título da quarta divisão já parece acessório frente ao cumprimento do principal objetivo do ano.
Era mais que necessário o acesso após passar um ano sem calendário de competições nacionais. Em 2024, o Santa fez apenas 13 jogos, grande parte deles pelo Campeonato Pernambucano, e parou as atividades em março. A última participação do clube na Série A foi em 2016, quando acabou rebaixado e viveu uma queda vertiginosa até o porão do futebol brasileiro.
Menos mal que a equipe parou na semifinal do Estadual para o Sport e garantiu vaga na quarta divisão desse ano novamente. Foi o primeiro passo da gestão do presidente Bruno Rodrigues. Em novembro de 2023, ele foi candidato único em uma eleição na qual determinou duas missões: unir todas as correntes políticas do clube e implementar a SAF até o fim de seu mandato.
Atualmente, o Santa está em recuperação judicial e possui uma dívida que gira em torno dos R$ 250 milhões. Quando Rodrigues assumiu, para além do marasmo no futebol, havia apenas três jogadores no elenco e os funcionários estavam com sete folhas de pagamento atrasadas.
“Existem duas coisas: credibilidade e crédito. São coisas diferentes, mas, na época, o Santa estava sem os dois”, lembra Rodrigues em entrevista ao Globo. “A gente fez um planejamento, cortando na carne, vamos dizer assim, enxugando o que podíamos enxugar. Desde que eu assumi o clube, não atrasamos salários de funcionários. Sempre em dia. Futebol também”.
Thiago Galhardo e Bruno Rodrigues comemoram acesso do Santa Cruz à Série C de 2026 — Foto: Evelyn Victoria/SCFC
O Santa sobreviveu a 2024 e conseguiu um cenário melhor para 2025, ano no qual melhores notícias se apresentaram. Mesmo parando novamente na semifinal do Estadual para o Sport, a diretoria montou um time mais competitivo, comandado pelo treinador Marcelo Cabo e tendo como destaque o atacante Thiago Galhardo. Em matéria de gestão, foi formalizada no início do ano a proposta vinculante para vender 90% da SAF a um grupo mineiro, o Cobra Coral Participações S/A. A promessa é de investir R$ 1 bilhão nos próximos 15 anos.
Valores
Após o Santa empatar por 1 a 1 com o América-RN e garantir a chegada à semifinal da Série D — vitória por 1 a 0 no jogo de ida —, a torcida que assistiu à partida em um telão no Arruda invadiu a piscina para comemorar. O estádio no qual cabem 60 mil pessoas hoje vive dias menos inglórios, com capacidade reduzida para cerca de 30 mil. Uma das promessas da SAF é investir justamente nele.
Ficou referendado em contrato que é preciso aportar, no mínimo, R$ 100 milhões no estádio nos próximos três anos. A ideia é fazer uma reforma que incremente outras áreas, como camarotes, restaurantes e escritórios — também há o objetivo de fazer um novo Centro de Treinamento.
Quanto ao futebol, a promessa de orçamento apenas para a disputa da Série C de 2026 é de R$ 36 milhões. Também há um planejamento se novos acessos forem conquistados: R$ 52 milhões na Série B e R$ 100 milhões se o clube voltar à Série A. Para tantas promessas, porém, a atual gestão tomou cuidado para não entregar o clube de mão beijada.
“Colocamos uma cláusula chamada bônus de subscrição. É o seguinte: no contrato, regem os valores e datas a serem aportadas, com muita transparência. Se algum desses investimentos e datas não forem cumpridos, o Santa Cruz automaticamente retoma a SAF. É uma proteção se os investidores não cumprirem o que está no papel”, comenta Rodrigues.
Próximos passos
O presidente comanda hoje um período de transição: a previsão é que a SAF esteja formalizada até o final deste ano. Os trâmites finais correm dentro dos conselhos do clube, antes que a pauta possa enfim ser levada a uma Assembleia Geral, que sacramentará o futuro. Porém, deixar a quarta divisão para trás foi o primeiro passo significativo nesse sentido.
“A série D é totalmente deficitária. A série C também… talvez não para o Santa Cruz, pela imensa torcida, venda de ingresso e camisa… Falando financeiramente, a operação se torna viável da Série B para a Série A, as duas. Só vai dar resultado financeiro a partir da Série B. Temos que focar nisso para subir o mais breve possível. Nosso objetivo maior é voltar para a Série A. No próximo ano, na Série C, a gente disputa com muita estrutura, o que nunca tivemos historicamente, e o objetivo é subir já de imediato”, revela ele.
Além do sonhado acesso à Série B, o Santa Cruz vai buscar encerrar um jejum de títulos no Pernambucano que perdura desde 2016, além de ter o direito de disputar a Copa do Brasil e Copa do Nordeste. Antes, o clube ainda persegue o título da quarta divisão desse ano, que pode ser mais um marco nesse caminho. Se eliminar o Maranhão hoje, em um jogo que deve ter a lotação de 45 mil torcedores na Arena de Pernambuco, a final será contra Inter de Limeira (SP) ou Barra (SC).
Ao mesmo tempo, já é permitido olhar para trás em 2025 e dizer o que deu certo e o que foi feito de diferente em relação à vários erros do passado recente:
“Primeiro, a gente conseguiu pacificar o clube, então as brigas internas ficaram para trás e isso foi importante. Segundo, montamos um time com vários jogadores de perfil de Série B e C. Mantivemos o que a gente tinha prometido, pagar em dia, que é obrigação, mas há muito tempo não se fazia no clube. Resgatar a credibilidade, e principalmente, a autoestima do nosso torcedor”, analisa Bruno Rodrigues. “O pior já passou. Eu acho que agora estamos com uma possibilidade real de voltar ao protagonismo no futebol nordestino e brasileiro”, diz o presidente, confiante.