Lula indicar Zanin ao STF atropela princípios e afeta tribunal, dizem especialistas

A possível indicação de Cristiano Zanin, advogado e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o STF (Supremo Tribunal Federal) pode violar o princípio da impessoalidade e comprometer a legitimidade do tribunal perante a sociedade, avaliam representantes do mundo jurídico ouvidos pela Folha de S. Paulo.

Zanin atuou nos processos em que Lula foi réu no contexto da Operação Lava Jato, inclusive no que resultou na prisão do petista por 580 dias em Curitiba. As ações foram posteriormente anuladas pelo STF.

Recentemente, Lula se referiu ao advogado como seu amigo e afirmou que ninguém estranharia se ele o indicasse à corte.

“Hoje, se eu indicasse o Zanin, todo mundo compreenderia que ele merecia ser indicado. Tecnicamente cresceu de forma extraordinária, é meu amigo, é meu companheiro, como outros são meus companheiros, mas nunca indiquei por conta disso”, afirmou em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo na BandNews.

A declaração contrariou falas do próprio petista ao longo da campanha eleitoral de 2022. Em entrevista à bancada do Jornal Nacional, no primeiro turno, Lula afirmou: “Eu não quero amigo em nenhuma instituição”. Declaração semelhante foi feita no debate Folha/UOL/Band/TV Cultura, no segundo turno.

“Não é prudente, não é democrático um presidente da República querer ter os ministros da Suprema Corte como amigos. Eu acho que a Suprema Corte tem que ser escolhida por competência, por currículo, e não por amizade”, disse.

A próxima vaga no STF será aberta com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, que completará 75 anos em maio deste ano.

A proximidade de Zanin com o presidente é citada como preocupação entre especialistas ouvidos pela Folha. “Acredito que não é impossível existir isenção quando nós temos ideologia e uma tendência de alinhamento pessoal muito grande envolvidas. Desvirtua o preceito da magistratura de impessoalidade, que é um princípio constitucional”, afirma Luciana Berardi, integrante da comissão de direito constitucional da OAB-SP e professora da Escola Paulista de Direito.

Rubens Glezer, professor da FGV Direito São Paulo e coordenador do grupo de pesquisa Supremo em Pauta, diz que a fala de Lula sobre Zanin é problemática e ambígua. “O presidente trata uma instituição pública como um presente. Outra interpretação é: ‘vou colocar ali porque é alguém com quem estou absolutamente alinhado e é isso que o faz merecedor do cargo’. Isso é muito parecido com o Bolsonaro, que queria alguém terrivelmente evangélico, que pensasse como ele.”

Outra preocupação manifestada pelos professores é em relação à imagem do tribunal, no momento em que o Judiciário é alvo de desconfiança e após ataques da direita bolsonarista.

“A corte é extremamente relevante e tem que passar a imagem de que é a garantidora da Constituição, não importa quem nomeou e por onde vão as decisões”, diz a cientista política Maria Tereza Sadek, professora sênior da USP. “O regime democrático presidencialista envolve a ideia de um Judiciário independente e que atua de acordo com a lei.”

Professora da Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco, Flávia Santiago Lima diz que o poder do Supremo de derrubar leis aprovadas pelo Congresso torna a questão ainda mais delicada. “O tribunal precisa se mostrar impessoal e neutro, porque é isso que o legitima a eventualmente até invalidar a vontade popular.”

Oscar Vilhena, professor da FGV Direito SP e colunista da Folha, reforça que o Supremo tem uma atuação crucial para a defesa da democracia, mas traz a questão da diversidade. “Seria fundamental a ampliação do número de mulheres e de pessoas negras na corte. Lula deveria usar a sua prerrogativa para ampliar a representatividade da sociedade brasileira no tribunal”, afirma.

Nos últimos dias, entidades jurídicas, ministros do governo Lula e o ministro do STF Edson Fachin se manifestaram publicamente a favor da indicação de uma magistrada negra à corte. A indicação de um ministro com ligações próximas ao presidente da República não é novidade, mas, se confirmada, a de Zanin seria o único caso na atual composição em que esse elo é estritamente pessoal.

Os demais casos são os de André Mendonça, ex-advogado-geral da União na gestão Jair Bolsonaro (PL); Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça de Michel Temer (MDB); Dias Toffoli, também ex-AGU de Lula; e Gilmar Mendes, que ocupou o mesmo posto no governo FHC.

Presidente da AMB (Associação dos Magistrados do Brasil) na época da indicação de Gilmar Mendes, Cláudio Baldino Maciel avalia que a situação atual tem diferenças em relação à do indicado por FHC. Ele lembra que o maior incômodo da classe com Gilmar era o uso de expressões de confronto, como “manicômio judiciário”. Já em relação a Zanin, também em sua visão pesa a questão da impessoalidade.

“Ele foi advogado do presidente Lula em um momento muito dramático, é de se perguntar se não há uma relação de pessoalidade muito próxima”, diz ele, acrescentando que o Senado deveria ser mais rigoroso na análise dos indicados.

A Constituição estabelece poucos critérios para alguém ocupar a corte: ter mais de 35 anos, reputação ilibada e notório saber jurídico. Não há definição legal de quais quesitos devem ser considerados para saber se tais requisitos foram preenchidos.

Para cumprir o rito, a indicação precisa então passar pelo crivo do Senado, com sabatinas e votações na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e plenário, onde a aprovação ocorre por maioria absoluta, ao menos 41 votos dos 81 senadores, o que tem acontecido sempre.

Não há certeza sobre qual seria a atuação de Zanin nos processos em que Lula ou o governo são parte.

Os códigos de Processo Civil e Processo Penal estabelecem que há suspeição do juiz (ou seja, ele não deve participar do julgamento) quando ele for “amigo íntimo” ou inimigo de alguma das partes. Outros critérios são ter recebido presentes ou ter aconselhado alguma das partes.

Para Berardi, haveria um conflito ético na indicação de Zanin, a exemplo do que aconteceu com a indicação de Toffoli e Mendonça.

“Cada vez mais os requisitos constitucionais estão sendo deixados de lado e as indicações estão se pautando essencialmente em termos políticos, como um afago. Isso podemos ver também nas indicações de 12 esposas para os TCUs (Tribunais de Contas da União) dos estados.”

Para Glezer (FGV), as regras constitucionais são minimalistas. “O que mais impressiona é que a cada indicação não se faz um debate imprescindível: quais são as qualidades que queremos dos candidatos e candidatas? Eles precisam ter que tipo de carreira, que tipo de perfil e trajetória?”, diz.

Sadek (USP) afirma que, entre os aspectos que precisam ser melhor debatidos, está o tempo de permanência na corte, uma vez que há ministros indicados ainda jovens para o cargo e que podem permanecer por décadas no Supremo.

Procurado pela reportagem, Zanin não quis se manifestar. Em conversas reservadas, o advogado tem dito que não frequenta a casa de Lula nem o petista a sua, que é um defensor do sistema de Justiça e que quem criou a desconfiança em relação ao Judiciário foi a Lava Jato.

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Por Letícia Lins*

Tida como referência fundamental nos estudos sobre Clarice Lispector e autora de livros como “Clarice, uma vida que se conta” (biografia) e “Clarice, Fotobiografia”, a professora Nádia Battella Glotib chega ao Recife, para uma tarde de bate-papo e lançamento de “Clarice na memória dos outros“, que ocorre  a partir das 19h30m na Livraria Leitura, que fica no RioMar, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife.

Nádia  é organizadora da publicação que traz ricos depoimentos sobre Clarice, autora de obras como a “A paixão segundo G.H.”, “Perto do Coração Selvagem”, e “Felicidade Clandestina”, que fizeram desta uma das escritoras mais aclamadas e idolatradas da literatura brasileira. Até mesmo a atriz australiana Cate Blanchett revelou, recentemente, ter se rendido aos escritos de Clarice, que classificou de “absolutamente genial”, afirmando que nela busca a “coragem necessária” nesses tempos “tão incertos”. 

A atriz australiana fez os comentários no mês de setembro, ao receber um prêmio no Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha.

No seu mais recente livro sobre Clarice, Nadia reuniu depoimentos de nada menos que 60 pessoas que conheceram, conviveram ou foram amigas de Clarice. Publicada pela Editora Autêntica (SP), a obra inclui depoimentos de gente como Ana Maria Machado, Autran Dourado, Bruna Lombardi, Maria Bethânia, José Castello, Ledo Ivo, Otto Lara Rezende, Chico Buarque, entre outros. 

De Pernambuco, há dois representantes: o escritor Raimundo Carrero e o poeta José Mário Rodrigues – que foi, inclusive, o organizador do livro “O que escrevo continua”, editado pela Cepe, em comemoração ao centenário da escritora. Na publicação, ele assina o capítulo “Quando Clarice voltou”, contando como foram os três dias que ela passou no Recife, na década de 1970. O poeta foi seu cicerone durante a estadia, e quando ela viajou de volta ao Rio de Janeiro, escreveu-lhe um poema.

“A melhor homenagem que eu poderia fazer”, afirma José Mário. Ao  retornar ao Rio de Janeiro, a escritora prometera levá-lo “à minha cartomante”. Mas faleceu antes de cumprir a promessa. Foi José Mário, também, que organizou um almoço de Clarice com o escritor Raimundo Carrero, hoje autor consagrado e premiado.

Carrero está no livro organizado por José Mário, descrevendo “O meu encontro com Clarice”. Lembra o romancista: “Naquele tempo, Clarice já era uma escritora em plena afirmação, amada e aplaudida, senão idolatrada, por centenas de leitores. Qualquer um estaria deslumbrado”, afirma o escritor em seu depoimento. E, agora, os dois figuram no livro de Nádia, que participará do bate-papo no RioMar, tendo  a jornalista, apresentadora e atriz Stella Maris Saldanha como debatedora.

*Jornalista do Oxe Recife

Jaboatão dos Guararapes - Matriculas 2025

Após três horas de audiência realizada na tarde desta quinta-feira (21), no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid.

O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. Assim, as informações apresentadas por Mauro Cid na colaboração seguem sob apuração das autoridades competentes.

No ano passado, o tenente-coronel celebrou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, e a delação foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes. Com a deflagração da operação Contragolpe, na última terça-feira (19), em que foram presos militares que teriam atuado em um plano para matar autoridades, a PF apontou omissões e contradições no depoimento prestado por Cid no mesmo dia. Isso porque a descoberta do plano se deu a partir de conversas encontradas no celular do colaborador.

Na audiência no STF, Mauro Cid prestou os esclarecimentos necessários.

Petrolina - Testemunhal

Primeira mulher eleita para presidir a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE), nos 93 anos de atividades da instituição, a presidente eleita Ingrid Zanella é uma das co-fundadoras do Comitê de Equidade de Gênero e de Diversidade do Setor Aquaviário, lançado nesta quinta-feira (21), em Brasília. 

A coordenação dos trabalhos está a cargo de Flávia Takfashi, diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A ONU Mulheres, CNI, CNT e CNA, o Ministério dos Portos, entre outras entidades compõem o grupo. Kátia Cubel, presidente do Prêmio Engenho Mulher, representa a sociedade civil. O Comitê tomou posse na sede do Conselho Federal da OAB.

Conheça Petrolina

Por Letícia Lins*

A primeira vez que ouvi falar de Martha de Hollanda (1903-1950), foi há muito tempo, quando entrevistava o poeta Mauro Mota (1911-1984), para escrever uma reportagem sobre caju, tão consumido e apreciado no Nordeste, seja in natura, na batida de cachaça, no suco, nas compotas ou mesmo como passa. Também há quem o use para moquecas vegetarianas. Isso sem falar na castanha, uma das mais deliciosas amêndoas que existem.  Sim, Mauro Mota é autor de um clássico sobre o assunto, “O Cajueiro Nordestino”, árvore nativa do Brasil.

Conversa vai, conversa vem e não lembro como surge o assunto Martha de Hollanda, segundo o poeta, uma mulher muito avançada para o seu tempo. E, também, ousada até no vestir. Ele passa a me contar sua convivência social com a moça ousada e fascinante, que me deixou muito curiosa. Por coincidência, poucos dias após a entrevista, ganho um livro autografado de Cristina Inojosa – “Martha de Hollanda: Feminismo e Feminilidade”, no qual ela relata a trajetória da mulher que mexeu com a sociedade pernambucana nas primeiras décadas do século passado e que até hoje é reverenciada na cidade onde nasceu, Vitória de Santo Antão, onde Martha virou uma espécie de lenda, sobre a qual contam fatos e versões.  

A menina que se transformara, depois, “numa mulher rebelde, personalíssima e intelectual”. Para Inojosa, Martha teve “um comportamento diferenciado no sentido de procurar vencer barreiras sociais, contrariando uma família tradicionalista e uma sociedade hermética”.

Mas não é só isso. Martha de Hollanda foi articulista política, escritora, feminista, agitadora cultural, segundo mostra Cristina Inojosa no livro agora reeditado e que terá festas de lançamentos em dois dias seguidos, em São Paulo, na quinta e na sexta-feira desta semana.

Martha foi para o Recife para fundar o movimento Cruzada Feminista Brasileira, no intuito de ajudar outras mulheres a lutarem por seus direitos. Foi a primeira mulher a votar em Pernambuco, além de ser poeta e gostar de agitar a vida cultural, promovendo saraus. Cristina Inojosa (1940-2007), historiadora, publicou, em 1984, o livro “Martha de Hollanda: feminismo e feminilidade”, um ensaio a respeito da feminista. 

O relançamento, sob a edição do Selo Mirada e organização de Henrique Inojosa, está programado para acontecer em São Paulo, o que é muito bom para tornar mais conhecida essa mulher tão surpreendente, uma espécie de Pagu pernambucana. Os lançamentos ocorrem nos dias 22/11, (na Ria Livraria) e 23/11 (no Cine Café Felini) às 18 horas, dentro da programação do Circuito Literário Artístico Mirada.  

*Jornalista do Oxe Recife

A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

Em nota divulgada há pouco, a PF confirmou que já encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório final da investigação. Entre os indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa estão Bolsonaro; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Outras 29 pessoas foram indiciadas. São elas: Ailton Gonçalves Moraes Barros; Alexandre Castilho Bitencourt da Silva; Amauri Feres Saad; Anderson Lima de Moura; Angelo Martins Denicoli; Bernardo Romão Correa Netto; Carlos Cesar Moretzsohn Rocha; Carlos Giovani Delevati Pasini; Cleverson Ney Magalhães; Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira; Fabricio Moreira de Bastos; Fernando Cerimedo; Filipe Garcia Martins; Giancarlo Gomes Rodrigues; Guilherme Marques de Almeida; Helio Ferreira Lima; José Eduardo de Oliveira e Silva; Laercio Vergilio; Marcelo Bormevet; Marcelo Costa Câmara; Mario Fernandes; Nilton Diniz Rodrigues; Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho; Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; Rafael Martins de Oliveira; Ronald Ferreira de Araujo Júnior; Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros; Tércio Arnaud Tomaz e Wladimir Matos Soares.

Segundo a PF, as provas contra os indiciados foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário.

As investigações apontaram que os envolvidos se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência de ao menos seis núcleos: o de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; o Responsável por Incitar Militares a aderirem ao Golpe de Estado; o Jurídico; o  Operacional de Apoio às Ações Golpistas; o de Inteligência Paralela e o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.

“Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, informou a PF.

Da Agência Brasil

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, participou, nesta quinta-feira (21), de uma audiência com o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho; o comandante geral da Polícia Militar de Pernambuco, Coronel César Torres; e a delegada geral adjunta da Polícia Civil de Pernambuco, Beatriz Leite, para solicitar reforço na segurança pública dos municípios do Agreste Meridional. Acompanhado do prefeito reeleito de Lajedo, Erivaldo Chagas, Porto pediu mais policiamento e ações que inibam a violência naquela região. 

“Tanto Lajedo quanto os demais municípios do Agreste Meridional estão sofrendo com os frequentes assaltos, nas áreas urbanas e também nas áreas rurais, que são ainda mais expostas aos ataques. É preciso reforço na atuação das polícias para que a população não fique nas mãos dos bandidos”, disse.

Segundo o deputado, seu gabinete tem sido procurado por prefeitos e lideranças locais preocupados com o aumento no número das investidas dos assaltantes. “Solicitamos que haja uma mobilização de modo a reprimir a insegurança. Nas cidades, as pessoas estão se trancando nas suas casas. Já quem mora nos sítios está sendo obrigado a andar armado por conta do receio de assalto”, completou.

O secretário Alessandro Carvalho, o comandante geral da PMPE e a delegada geral adjunta da Policia Civil receberam as informações e se comprometeram a tomar medidas para garantir mais segurança para a população do Agreste Meridional. 

A Polícia Federal (PF) deve indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado no Brasil depois do resultado da eleição presidencial de 2022, como mostrou a CNN. Se a inclusão do ex-chefe do Executivo no inquérito se confirmar, será o terceiro indiciamento de Bolsonaro.

Leia abaixo sobre os inquéritos referentes à tentativa de golpe e aos outros dois em que o ex-presidente foi indiciado.

Plano golpista

A Polícia Federal investiga uma organização que planejava matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo era dar um golpe de Estado e manter Bolsonaro na Presidência.

Relatório da PF mostra que a organização, formada por quatro militares de alta patente e um policial federal, cogitou envenenar Lula e Moraes. Artefatos explosivos também foram considerados.

Na operação, a PF obteve mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro à época. Nas mensagens, Cid afirma que o então presidente estava sendo “pressionado” para dar um golpe por deputados e por alguns empresários do agronegócio.

Segundo apuração da CNN, o relatório da corporação concluiu que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” do plano golpista.

O depoimento de Mauro Cid foi o último para a Polícia Federal finalizar o inquérito que apura a trama golpista.

Joias sauditas

Em julho deste ano, a PF indiciou Bolsonaro no âmbito da investigação relacionada à venda de joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.

O ex-presidente foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.

A investigação apura se Bolsonaro e ex-assessores desviaram, do acervo presidencial, peças valiosas presenteadas a ele quando era presidente do país.

Fraude em cartão de vacina

A PF também indiciou Bolsonaro e Mauro Cid por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal contra a Covid-19.

A corporação investiga a ação de uma associação criminosa que teria feito registros falsos de doses contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde para diversas pessoas.

Investigadores da PF afirmam que o ex-presidente se beneficiou do esquema de fraudes nos documentos.

Um produto cada vez mais procurado e bem aceito pelos brasileiros, o seguro de vida é uma modalidade de seguros que vai muito além da cobertura em casos de morte. Seu crescimento expressivo de cerca de 15% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o ano anterior, demonstra o interesse por mais cobertura também para os casos de doenças graves e afastamento do trabalho.

Especialmente importante para os profissionais liberais e empreendedores, num contexto de crescimento desse tipo de trabalhador no mercado de trabalho, o seguro de vida garante renda quando se deparam com um empecilho para o trabalho. Seja afastamento por motivo de doença ou tratamento, seja por invalidez temporária ou permanente, o seguro de vida vem em auxílio destes, mas também dos profissionais registrados.

O advento do seguro de vida inclusivo

Além disso, uma nova modalidade de seguros, a de seguros de vida inclusivos, com prestações mais em conta e com mais flexibilidade nos tipos de cobertura, têm tido crescimento importante entre as classes mais baixas e entre os MEI. Muitas empresas de seguros têm ofertado apólices cujo prêmio, isso é, o preço a ser pago periodicamente é a partir de R$ 5. 

Para Eduardo Bom Ângelo, presidente da BrasilPrev, empresa de previdência do Banco do Brasil, não se tratam de produtos só para quem é de baixa renda, mas também para quem quer apenas pagar menos. Um dos motivos dessa oferta a preços mais baixos passa pelo grande mercado disponível, uma vez que o mercado de produtos para rendas mais altas beira o esgotamento.

Benefícios do seguro de vida para baixa renda

Entre os benefícios do seguro de vida inclusivo, além da cobertura para os casos de morte, doença grave, invalidez e também funeral em muitos casos, está até mesmo a quitação de dívidas em caso de desemprego. Para Patrícia Soeiro, superintendente em uma empresa de seguros, “o seguro para baixa renda é importante porque esse público demoraria muito para juntar o valor pago de indenização, ou teria que se endividar para resolver o problema”.

Seguro de vida é uma forma de planejamento 

Logo, o seguro também tem um papel social importante. Esse ponto é afirmado pelo presidente da Caixa Seguridade, Felipe Montenegro Mattos. Para ele, o que segue é uma cultura de prevenção. A empresa pública oferece em seu produto descontos em farmácias ou em cestas básicas por determinado tempo, além da renda para os casos de afastamento do trabalho.

Nesse sentido, trata-se também de alimentar uma cultura de planejamento financeiro nas famílias brasileiras. Para isso, o segurado deve escolher um tipo de plano que mais se adequa à sua realidade. Além disso, deve apontar também quais serão os beneficiários para o caso de morte. Para o corretor Thiago Sena, porém, “o seguro de vida acaba cobrindo bem mais em vida do que após a morte”.

A expansão do assunto entre todas as camadas sociais ajuda a tirar as dúvidas sobre o que é seguro de vida e o quanto ele auxilia no planejamento e na segurança das famílias ou mesmo de indivíduos solteiros. Afinal, o seguro de vida traz liquidez e protege o patrimônio no caso de eventualidades, e a manutenção do estilo de vida é certamente do interesse de todos.

Por Isabel Cesse

A chamada ‘Operação Faroeste’, do Ministério Público Federal — deflagrada em 2019 e que apura ilícitos referentes a disputas de terras no oeste baiano, em diversos inquéritos — continua levando a decisões que têm chamado a atenção em todo o Judiciário. Principalmente, pelo fato de ter diversos magistrados no epicentro da investigação. No mais recente desdobramento do caso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu por unanimidade, esta semana, aposentar compulsoriamente a desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).

A aposentadoria compulsória de um magistrado costuma ser um julgamento que leva a longos debates nas sessões do CNJ e é visto com cautela por parte dos conselheiros. É muito difícil quando uma decisão deste porte é acolhida por unanimidade, como aconteceu no caso de Lígia Lima.

Acontece que a magistrada foi investigada no âmbito da Operação Faroeste por suposta participação em um esquema de venda de sentenças, grilagem de terras, organização criminosa voltada para lavagem de dinheiro e corrupção. A decisão foi tomada no julgamento de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que teve como relator o conselheiro João Paulo Schoucair.

Conforme o voto do relator, os indícios apontam para faltas funcionais graves por parte da desembargadora, incluindo interferência na atividade jurisdicional para atender a interesses particulares e econômicos de seus filhos e conluio para interferir nas investigações sobre o esquema de venda de decisões no tribunal.

“As evidências mostram uma atuação direta da desembargadora em sua assessoria, com o objetivo de obstruir investigações e manipular fatos para seu benefício. O conjunto probatório demonstra que ela atuou de maneira desapegada aos deveres e obrigações inerentes à atividade jurídica”, afirmou o conselheiro.

Entre as violações atribuídas à magistrada estão a quebra de normas da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) e do Código de Ética dos Magistrados. A defesa de Lígia Maria Ramos Cunha Lima havia questionado a justa causa para a continuidade do PAD, alegando violação ao devido processo legal, mas o relator refutou todas as alegações, afirmando que o conjunto de provas reunido era suficientemente robusto para comprovar a responsabilidade disciplinar da desembargadora.

A segunda do grupo

No último dia seis, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu denúncia do Ministério Público Federal contra outra julgadora do mesmo TJBA: a desembargadora Sandra Inês de Azevedo. Ela está sendo acusada de participar do mesmo esquema de venda de decisões. Os ministros do STJ — decidiram pelo ajuizamento da ação, que terá a magistrada como ré.

A diferença entre a situação das duas magistradas é que Sandra Inês estava afastada do cargo, mas não aposentada. E o que foi autorizado pelo STJ foi a abertura de uma ação penal contra ela. No caso de Lígia Maria, ela foi aposentada agora pelo CNJ. E segue sujeita a ações penais que possam vir a ser ajuizadas contra ela posteriormente.

Para o relator que analisou a denúncia no STJ referente a Sandra Inês, ministro Og Fernandes, o caso “apresenta provas de materialidade dos crimes praticados e indícios suficientes de autoria, de modo a afastar a possibilidade de uma ação penal temerária”.

Nos bastidores do CNJ e do STJ, as informações dos conselheiros e dos ministros é que vem mais chumbo grosso sobre o caso, uma vez que a Operação Faroeste tem descoberto ainda mais nomes envolvidos nos ilícitos, entre autoridades e profissionais respeitados profissionalmente em todo o país. O número do processo julgado esta semana pelo CNJ é o PAD 005357-19.2022.2.00.0000

A gestão municipal de São José do Egito, no Sertão do Pajeú, realizou quase R$ 4 milhões em compras de materiais de expediente, limpeza e merenda escolar ao longo de 11 meses, todas sem processo licitatório. Os valores foram pagos a apenas três fornecedores, levantando suspeitas sobre a prática.

Nos primeiros seis meses de 2024, a empresa Pajeú Nordeste recebeu R$ 1.150.000,00 dos cofres públicos. Já nos três meses que antecederam as eleições, a empresa Expedito Romário, localizada no Sítio Lagoinha, em Brejinho, vendeu quase R$ 2 milhões. Após o período eleitoral, a empresa Rodolfo Silva Bezerra, com sede em Tabira, movimentou R$ 850.000,00.

As compras foram realizadas por meio das secretarias de Saúde, Ação Social e Educação, sob responsabilidade de Paulo Juca, Isabele Valadares e Selma Leite, respectivamente, com aval do prefeito Evandro Valadares.

Em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, o deputado federal Lula da Fonte (PP), já alcançou a segunda posição entre os 28 parlamentares federais de Pernambuco no Ranking dos Políticos. Com nota 8,37, o deputado se destaca pela atuação ética e eficiente, sempre comprometido com as demandas do estado e do país.

A avaliação considera critérios como participação nas sessões e votações relevantes, uso responsável dos recursos públicos e integridade no desempenho do cargo. “Receber esse reconhecimento em meu primeiro mandato é uma motivação extra para continuar trabalhando com seriedade e dedicação. Meu compromisso é com o povo de Pernambuco e com um Brasil mais justo e eficiente”, disse o parlamentar.

O Banco do Nordeste (BNB) realizou, nesta quinta-feira (21), em Sertânia, a entrega do XVII Prêmio Banco do Nordeste de Microfinanças e do IX Prêmio Banco do Nordeste da Agricultura Familiar. O evento, sediado no Clube América, reuniu autoridades como o presidente do BNB, Paulo Câmara, representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, além de lideranças da Fetape e Fetraf.

Os prêmios destacaram empreendedores que impulsionaram seus negócios com microcrédito orientado dos programas Crediamigo e Agroamigo, promovendo crescimento econômico e geração de empregos em suas comunidades. Também foram reconhecidos empreendedores que implementaram práticas sustentáveis e mulheres que lideram negócios de impacto em suas localidades.

Durante a cerimônia, o BNB anunciou a assinatura de 300 novos contratos do Agroamigo, com um investimento total de R$ 4,5 milhões. O montante será destinado ao fortalecimento da economia de Sertânia e das regiões circunvizinhas.