Uma semana após o vice-presidente Michel Temer tomar posse, em 2016, o mercado de juros futuros revisou para baixo as taxas em 30%. Na última sexta-feira, o mesmo mercado elevou as taxas de juros do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 de 13,57% para 13,73% e a de janeiro de 2026, de 13,37% para 13,50%. Juros de mercado futuro refletem expectativas dos investidores em ações dos governos e, tradicionalmente, após as eleições baixam.
Mas isso não está acontecendo com o futuro governo. E, segundo analistas, deve ficar assim até que o mercado avalie como será mesmo a terceira vez de Lula da Silva. As informações são do colunista Fernando Castilho, do Jornal do Commercio.
Leia maisNa última sexta-feira, a explicação entre os operadores era de possibilidade do ex-ministro da Educação Fernando Haddad assumir o futuro ministério da Fazenda, que será desmembrado do ministério da Economia. Outra explicação seria uma possível subida das taxas de juros na próxima reunião do Copom numa reação ao movimento deterioração fiscal no novo Governo. O BCB, como se sabe, agora tem presidente de mandato fixo sem ter que prestar contas ao presidente.
Ainda é cedo para cenários mais robustos. Na verdade, não é a falta de um nome para o comando da Fazenda, mas a falta de um conceito que levará à escolha do novo ministro. E isso acabou se deteriorando com as declarações do presidente eleito contra o teto de gastos.
O presidente tem um enorme poder antes mesmo de tomar posse. Na verdade, Lula da Silva deve aprovar a maioria de suas propostas para governar, já interferindo diretamente no orçamento de 2023. Mas ele provocou um enorme estresse com suas declarações. Marco Maciel sempre dizia que “Senador faz discurso; presidente da República, pronunciamento. O que diz tem custo social, político e financeiro”. Lula sabe disso. A novidade é não estar “precificando” o que diz.
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