Um leitor enviou, há pouco, ao blog, uma denúncia de como se encontra a PE-630, que liga os municípios de Trindade e Ipubi. O governador Paulo Câmara prometeu, em 2018, caso fosse reeleito, asfaltar a rodovia. No entanto, ele recapeou apenas um pequeno trecho dela e a situação do asfalto continua deplorável. Confira!
O presidente estadual do PL e pré-candidato ao Senado, Anderson Ferreira, segue avançando nas articulações em prol do fortalecimento da legenda em todas as regiões de Pernambuco. Hoje foi assinada a ficha de filiação do caruaruense e pré-candidato a deputado estadual Raffiê Dellon.
Raffiê é administrador, pós-graduado em Gestão Pública, mestrando em Inovação e professor universitário, já foi diretor da 4 Ciretran em Caruaru, diretor da Junta Comercial, assessor de Fundos e Investimentos da Sudene e está como secretário-executivo do CONIAPE, o maior consórcio público do nordeste.
Raffiê agradeceu a recepção e afirmou estar pronto para somar nas fileiras do partido. “Sou muito grato a recepção de Anderson e André Ferreira, depois de muita análise e diálogo, vi que aqui é o melhor caminho. Nosso objetivo é ser a voz de Caruaru na Alepe, não é aceitável que nossa cidade não tenha um representante naquela casa”, disse.
O livro que o policial Jorge Chastalo Filho prepara para contar como foram os 580 dias de Lula preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba será lançado em abril do ano que vem. Ainda sem título, a obra é editada pela WMF Martins Fontes e terá formato de diário.
Serão publicados os registros feitos pelo ex-carcereiro desde a chegada de Lula à detenção, em abril de 2018, até a sua soltura, em novembro de 2019. No volume, Chastalo Filho promete abordar a rotina da prisão, as visitas que o então ex-presidente recebeu, o início do relacionamento de Lula com Janja, além de episódios marcantes, como a morte do neto Arthur, de 7 anos.
O policial, que ficou conhecido como “Rodrigo Hilbert da PF”, já disse que recebeu a bênção do petista para escrever o livro. O agente foi quem mais teve contato com Lula durante a prisão. As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
A Justiça determinou a suspensão imediata da chamada verba de representação paga ao presidente da Câmara Municipal de Camaragibe, vereador Paulo André (PSB), no valor mensal de R$ 17.387,00. O benefício era recebido além do subsídio constitucional e, na prática, funcionava como um segundo salário.
A vantagem foi instituída pela Resolução nº 02/2004 e vinha sendo paga de forma fixa, mensal e automática ao presidente da Casa Legislativa, inclusive durante períodos de recesso parlamentar, quando não há sessões ordinárias nem deliberação em plenário.
A decisão judicial decorre de ação popular proposta por Ivan Guedes, que questionou a legalidade da verba por violação ao regime constitucional de subsídio em parcela única (art. 39, §4º, da Constituição Federal), que proíbe o pagamento de gratificações, adicionais ou parcelas paralelas a agentes políticos.
É preciso ser um bolsonarista nível acampamento à frente dos quartéis para imaginar que o senador Flávio Bolsonaro tenha chances de vitória nas eleições presidenciais de 2026. O primogênito do ex-presidente e hoje presidiário Jair Bolsonaro tem a força do nome para colocá-lo com 40% das intenções de votos em um primeiro turno.
Porém, seu piso é seu teto. O sobrenome algo tóxico e corrosivo empurrará os votos decisivos dos moderados e indecisos para o nulo ou para o presidente Lula – já que o centro mais uma vez fracassa em apresentar uma opção viável.
Mas, caso não haja desistência, a estratégia de perder já imaginada pelos bolsonaristas sensatos (se não for uma contradição em termos) não é tão tresloucada assim. Como já foi explorado nessas colunas, o plano mantém a força dos Bolsonaros na liderança da oposição e da direita.
É uma maquinação semelhante à de Lula em 2018, na época também presidiário, ao atrasar o lançamento do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, garantindo a derrota naquele ano, para se sagrar ele mesmo em 2022. Como Lula não tem sucessor claro, o bolsonarismo aposta na volta em 2030, quem sabe.
Mas, para dar certo, é preciso que Lula não consiga fazer um bom governo em seu último mandato. Para isso, os cálculos e movimentos ocorrem no sentido de ampliar a força da oposição no Congresso. No Senado, se você mapeia Estado por Estado, verá que a direita pode chegar próxima da maioria absoluta. Na Câmara, com as emendas bilionárias fidelizando eleitores, projeta-se um mapa ideológico no mínimo semelhante ao atual.
Tudo indica que o povo irá eleger um novo Congresso “inimigo do povo”, para o desespero dos esquerdistas de shows da MPB em Copacabana. O País seguirá no semiparlamentarismo tropical com poderes conflitantes e intervenções do Supremo.
Hoje Lula não tem a aprovação de metade dos eleitores. Mas se for contra um Bolsonaro, votam nele mesmo assim. Com uma economia já em desaceleração e crescimento do déficit real (não os números apresentados pelas maquiagens oficiais), sonha-se com alguma redenção do bolsonarismo, como contraponto. Já há um pessoal aí a dizer que, com a aprovação do projeto da dosimetria, a pena do Bolsonaro principal cai para 2,5 anos, a conferir.
Há uma diferença entre as aspirações e o mundo real, mas sonhar com 2030 após quatro anos de petismo em decadência é o que é possível quando se tem um filho de Jair Bolsonaro como próximo candidato.
A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 226,7 bilhões em novembro deste ano, informou hoje a Receita Federal. O resultado representa um aumento real de 3,75% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação somou R$ 218,5 bilhões.
Esse também foi a maior arrecadação já registrada para meses de novembro desde o início da série histórica da Receita Federal, em 1995, ou seja, em 31 anos. O recorde na arrecadação foi obtido com ajuda do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo em meados de maio.
Além do aumento do IOF, a taxação das bets (incluindo a arrecadação de loterias) também contribuiu para o aumento da arrecadação, fator que rendeu R$ 850 milhões em novembro deste ano. A alta na arrecadação foi fruto, ainda, do crescimento do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras – decorrente da elevada taxa de juros – e também dos juros sobre capital próprio.
O boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central, mostrou a 6ª redução consecutiva do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país. O documento, que mostra as previsões do mercado financeiro, indica queda de 4,36% na semana anterior para 4,33%, abaixo do teto da meta. As informações são do portal Poder360.
Definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), a meta para a inflação é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para o PIB (Produto Interno Bruto), soma de todas as riquezas produzidas no país, o mercado aumentou as projeções da última semana. Para 2025, a expectativa de crescimento foi de 2,25% para 2,26%. Já para 2026, subiu para 1,80% ante 1,78% da última semana.
O documento projetou aumento na projeção da Selic para 2026, que passou de 12,13% na última semana para 12,25%. O Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa em 15% na última reunião, em 10 de dezembro. Com isso, o Brasil termina o ano em 2º lugar no ranking global de juros reais (descontada a inflação), com 9,44%. publicidade No câmbio, o mercado projetou um aumento para o dólar em 2025, de R$ 5,40 para R$ 5,43. Para o próximo ano, a expectativa foi mantida em R$ 5,50.
A Justiça Federal do Distrito Federal decidiu manter ação de improbidade administrativa contra Ivanadja Velloso Meira Lima, atual chefe de gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), por suposto enriquecimento ilícito envolvendo funcionário fantasma de um dos principais aliados do parlamentar.
A decisão rejeitou o argumento de prescrição apresentado pela defesa da chefe de gabinete, garantindo o prosseguimento do processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF). A decisão, obtida pela coluna, é da última terça-feira (16/12).
Ivanadja Velloso é acusada de movimentar a conta de um ex-secretário parlamentar, quando esse mesmo comissionado estava lotado no gabinete do ex-deputado federal Wilson Santiago (Republicanos-PB).
Francisco Macena Duarte, o funcionário fantasma, admitiu em depoimento que jamais pisou em Brasília e que não sabia nem o valor do seu salário nem o número da conta bancária. Ele confessou ainda estar empregado em uma prefeitura no interior da Paraíba, ao mesmo tempo que esteve nomeado na Câmara dos Deputados.
Ivanadja tinha uma procuração em seu favor, assinada pelo funcionário fantasma. Na prática, o documento dava poderes para a chefe de gabinete emitir cheques, efetuar saques e movimentar valores em nome do funcionário fantasma.
Ela era chefe de gabinete de Wilton Santiago até 31 de janeiro de 2011. No dia seguinte, em 1º de fevereiro de 2011, passou a integrar a equipe de gabinete do então novato na Câmara, deputado Hugo Motta, onde segue empregada até hoje. Apesar da mudança, documentos indicam que o modus operandi se manteve. Ainda hoje, Ivanadja mantém procurações para sacar e movimentar salários de ao menos 10 funcionários e ex-funcionários do presidente da Câmara, conforme revelou a coluna em agosto.
Segundo a ação do MPF, Ivanadja Velloso “incorporou, livre e conscientemente, verba pública federal ao seu patrimônio particular, durante o período de novembro de 2005 a novembro de 2009, em razão da nomeação de Francisco Macena Duarte no cargo de secretário parlamentar do deputado federal Wilson Santiago enquanto Francisco nunca prestara efetivamente serviços na Câmara dos Deputados, resultado em prejuízo comprovado ao erário federal”.
Ao mesmo tempo que estava lotado no gabinete de Wilson Santiago, Francisco Macena era motorista na Prefeitura Municipal de Poço de Dantas (PB), com jornada semanal de 40 horas, ou seja, oito horas por dia. Entre 2005 e 2009, a Câmara dos Deputados pagou R$ 224 mil ao funcionário fantasma.
A Câmara dos Deputados permite que secretários parlamentares sejam nomeados para atuar na base do parlamentar, ou seja, no colégio eleitoral do político. O fato de ocupar dois cargos públicos por parte de Francisco Macena, por si só, já é passível de punição, uma vez que os secretários parlamentares também têm carga horária de 40 horas semanais. O problema, no entanto, é que o motorista não conseguiu comprovar que prestou serviços para a Câmara dos Deputados.
Ivanadja Velloso alegava que o prazo para a propositura da ação já teria expirado, uma vez que os fatos investigados ocorreram entre 2005 e 2009, e sua exoneração do gabinete anterior teria ocorrido em janeiro de 2011. Contudo, o magistrado observou que Ivanadja foi nomeada sucessivamente para a mesma função no gabinete de Hugo Motta, mantendo vínculo ininterrupto com a administração pública até hoje.
Para fundamentar a decisão, a Justiça utilizou entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a jurisprudência, em casos de cargos comissionados ocupados de forma sucessiva, o prazo prescricional só começa a contar no momento da extinção definitiva do último vínculo com a Administração.
Com a rejeição da prescrição, o processo entra agora em fase de especificação de provas. O juiz deu um prazo de 15 dias para as partes se manifestarem. A defesa de Ivanadja já sinalizou o interesse na produção de prova testemunhal, enquanto o MPF declarou não ter interesse em novas provas documentais ou em um acordo de não persecução cível.
A aplicação de multas de trânsito no Brasil deixou de ser percebida, por grande parte da população, como um instrumento pedagógico de proteção à vida. Em muitos contextos, passou a ser vista como prática rotineira, automatizada e, não raramente, abusiva. Esse desgaste de legitimidade não nasce do acaso. Ele decorre, em grande medida, do afastamento progressivo entre o exercício do poder de polícia e as exigências legais que deveriam sustentá-lo, sobretudo no que diz respeito à capacitação obrigatória das autoridades e agentes de trânsito.
É preciso afirmar com clareza: multar não é um ato simples, nem neutro, nem automático. Multar é exercer poder de polícia administrativa. Trata-se de uma das formas mais intensas de atuação do Estado sobre o cidadão, pois restringe direitos, impõe sanções patrimoniais e inaugura processos administrativos sancionadores. Por essa razão, o ordenamento jurídico não concede liberdade irrestrita a quem fiscaliza. Ao contrário, exige competência, forma, finalidade pública, devido processo legal e, de modo central, qualificação técnica adequada.
O Código de Trânsito Brasileiro estruturou o Sistema Nacional de Trânsito exatamente para evitar improvisos. União, estados, Distrito Federal e municípios só podem multar dentro da circunscrição legal que lhes foi atribuída. Não basta a vontade do gestor, a conveniência arrecadatória ou a pressão por resultados. A competência é condição de validade do ato. Fora dela, a multa é juridicamente nula.
Mas a competência do órgão não basta. O próprio agente que lavra o auto de infração precisa estar regularmente investido, formalmente designado e tecnicamente capacitado. Não é o uniforme, o colete refletivo ou o equipamento eletrônico que legitima a autuação. O que legitima a multa é a conjugação de vínculo funcional válido, atribuição legal e formação adequada para o exercício do poder de polícia.
É nesse ponto que a discussão sobre capacitação deixa de ser periférica e passa a ser estrutural. A formação do agente de trânsito não é cortesia administrativa nem política interna facultativa. Trata-se de exigência normativa expressa. A Portaria da Secretaria Nacional de Trânsito nº 966, de 2022, ao estabelecer o Curso de Agente de Trânsito, com carga horária mínima, conteúdo obrigatório e atualização periódica, não criou uma burocracia artificial. Apenas deu concretude ao próprio Código de Trânsito, que atribui ao órgão máximo executivo da União o dever de formar e treinar quem fiscaliza.
Sem capacitação válida e atualizada, o agente não exerce legitimamente o poder de polícia. E sem exercício legítimo do poder de polícia, não há sanção válida. Essa relação é direta, causal e jurídica. Não se trata de proteger infratores, mas de proteger o próprio Estado de Direito contra a banalização da punição.
O Conselho Nacional de Trânsito também não atua por acaso. Suas resoluções e o Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito vinculam a atuação dos agentes e delimitam procedimentos, enquadramentos e critérios técnicos. A fiscalização não é espaço para improviso, criatividade punitiva ou metas informais de autuação. Quando esses parâmetros são ignorados, a multa deixa de ser instrumento de política pública e passa a ser expressão de abuso administrativo.
Some-se a isso o devido processo legal. Multa sem auto válido, sem notificação regular, sem possibilidade real de defesa e recurso não é sanção legítima, é violação de garantias básicas. A jurisprudência consolidada dos tribunais brasileiros não tem sido indulgente com esse tipo de irregularidade, justamente porque o processo administrativo é parte indissociável da validade da penalidade.
Apesar de existirem corregedorias, juntas administrativas, conselhos estaduais, tribunais de contas, Ministério Público e Judiciário, o que se observa na prática é um déficit crônico de transparência. O cidadão raramente sabe quem é a autoridade de trânsito, qual a formação do agente que o autuou ou se a capacitação exigida está em dia. Onde a informação não circula, a confiança se rompe e a fiscalização perde legitimidade social.
Verificar a legalidade da multa não é ato de rebeldia, mas exercício de cidadania. Questionar competência, capacitação, designação e procedimento é parte do controle democrático da Administração Pública. Recorrer não é favor concedido pelo Estado, é garantia constitucional.
A capacitação obrigatória das autoridades e agentes de trânsito não é detalhe técnico nem exigência acessória. É elemento estrutural da legalidade das multas. Onde ela inexiste, é insuficiente ou está vencida, o poder de polícia se deslegitima e a sanção não deve subsistir. Um sistema de trânsito só se sustenta quando pune com técnica, educa com transparência e respeita os limites jurídicos do próprio poder de polícia.
*Advogado, escritor, fundador e diretor do Instituto IGEDUC
A reorganização da carreira da polícia judicial no Poder Judiciário passou a valer desde a última sexta-feira, com a sanção da lei 15.285. A norma transfere esses servidores da área administrativa para a área de apoio especializado, redefine denominações dos cargos e ajusta regras sobre gratificação e porte de arma. As informações são do portal Poder360.
O texto foi publicado no Diário Oficial da União e é assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A lei tem origem no projeto 2.447 de 2022, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovado pelo Senado em 10 de dezembro com relatório favorável do senador Angelo Coronel (PSD-BA).
Com as mudanças, a Lei das Carreiras dos Servidores do Poder Judiciário da União passa a determinar, de forma expressa, que as atividades de polícia institucional integrem a área de apoio especializado de cada órgão de suporte. Técnicos judiciários que exercem essas atribuições passam a ser denominados agentes de polícia judicial, enquanto os analistas recebem a denominação de inspetores de polícia judicial.
O texto também assegura o porte de arma de fogo, de propriedade particular ou fornecida pela instituição, aos servidores enquadrados na especialidade de polícia judicial. Para isso, é exigido porte institucional, comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica, além do efetivo exercício da função, conforme as regras do Estatuto do Desarmamento e em regulamento próprio.
Outra mudança é a ampliação do alcance da GAS (Gratificação de Atividade de Segurança). A gratificação poderá ser paga aos servidores que exerçam atribuições de segurança institucional mesmo quando estiverem designados para função comissionada ou cargo em comissão, desde que lotados nas unidades de segurança do Poder Judiciário.
Dedico este artigo ao meu colega o lindo filósofo Nietzsche, um maluco beleza humano, demasiadamente humano
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Esta é uma carta aberta ao prefeito Johnnie Campos. Não enviei pelos Correios porque a empresa está falida e somente seria entregue no Natal de 2026. Os donos dos Correios dizem que a empresa é vítima dos remetentes de cartas e dos carteiros. Falir estatais faz parte do modo petista de barbarizar.
Nietzsche era um cara humano, demasiadamente humano, assim falou Zaratrusta. Naquele dia, em 1893, ao bater pernas pelas ruas de Turim (Itália), o filósofo presenciou a cena de um cocheiro espancando um cavalo. Ele não se conteve. Abraçou-se ao pescoço do bucéfalo e chorou feito criança. Surtou. Desde então enlouqueceu. Se fosse em Recife ele seria atendido na Tamarineira, à sombra dos tamarindos, pelo psiquiatra Ulisses Pernambucano, que lhe receitaria um chá de camomila e Lexotan, e assim o filósofo acalmaria os nervos e continuaria a conviver com seus animais de estimação. Nietzsche era um maluco beleza e adorava bucéfalos.
Sugiro ao prefeito Johnnie Campos substituir os pangarés por cavalos mecânicos, tipo triciclos, com bagageiro para transportar os materiais recicláveis e outras mercadorias. Cada carroceiro cadastrado teria a posse de um triclico. Os termos de cessão ficam por conta dos assessores jurídicos da prefeitura, que por sinal trabalham pouco e ganham muito bem. O objetivo é impedir que o contrato de posse ou permissão impeça os carroceiros de venderem os veículos no dia seguinte e continuem com o transporte de tração animal.
Bem sabemos, prefeito Johnnie, que os motoristas, aliás, a maioria dos condutores das carroças são animais políticos meio estúpidos que maltratam os animais. Transporte de tração animal vem de antes da revolução industrial, dos tempos das carruagens, charretes e cabriolés. Na área rural, havia os carros de boi. “Carro de boi que não geme não é bom”, cantavam os carreiros. As rodas rangiam e os bois gemiam em silêncio com a paciência bovina.
Os pangarés que movem as carroças também são dotados de paciência bovina, ou paciência cavalar. Não gemem nem choram ao serem chicoteados pelos carroceiros. Às vezes retribuem apenas com coices. Coices e patadas também fazem parte da diplomacia dos humanos, principalmente nos conciliábulos políticos, a saber, nos estábulos políticos.
Lembro a cantiga de Sua Excelência o poeta Manuel Bandeira, estrela da vida inteira: “Rondó dos cavalinhos – Os cavalinhos correndo./ e nós cavalões comendo … / Os cavalinhos correndo./ e nós, cavalões comendo … / o Brasil politicando,/ Nossa/ A poesia morrendo ../ O sol tão claro lá fora, / O sol claro, Esmeralda./ E em minh’alma – anoitecendo”.
Viva Manuel Bandeira, viva os cavalinhos!
FULERAGEM — Uma pobre prefeitura do Sertão do Pajeú contratou show com um cantor da fuleragem por R$ 499.999,99. Somadas despesas adicionais e jantar na casa do prefeito, o custo do show fica em torno de R$ 999.999,99. O prefeito daquela cidade não tem nenhum senso de respeito com o dinheiro público nem com a população. Difícil acreditar neste reino de vivaldinos.
Pelo ranking do Atlas Intel, o mesmo que colocou a governadora Raquel Lyra (PSD) como a pior do Nordeste e a segunda mais rejeitada do País, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), é o mais popular do País, empatado com Eduardo Pimentel (PSD), de Curitiba, quando se comparam os percentuais de gestores de grandes centros urbanos. Ambos aparecem com 64% de ótimo e bom.
Eduardo Braide (PSD), prefeito de São Luís, lidera numericamente com 82% de aprovação, mas a charmosa capital maranhense tem apenas 746 mil eleitores, enquanto Recife registra 1,3 milhão de eleitores. Em segundo lugar, no ranking geral, está Antônio Furlan (MDB), prefeito de Macapá, cidade com apenas 291 mil eleitores, menor do que Caruaru e Petrolina.
Em terceiro, Léo Moraes (Podemos), de Porto Velho, desponta com 75% de aprovação, mas a capital de Rondônia segue esse mesmo raciocínio: tem apenas 362 mil eleitores. Isso se pode dizer também de Maceió, cujo gestor JHC (PL), registra 73% de aprovação, mas a cidade tem apenas 630 mil eleitores. São capitais, portanto, de baixa densidade demográfica e eleitoral, fora do perfil do Recife, que no Nordeste só pode ser comparada a Salvador e Fortaleza.
Mas Bruno Reis (UB), de Salvador, aparece em 10º lugar, com 56% de aprovação, dez pontos abaixo de João. Já Evandro Leitão (PT), prefeito de Fortaleza, ficou em 12º lugar. Entre os prefeitos de grandes centros urbanos, com mais de 1 milhão de eleitores, Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro, que já esteve entre os primeiros, agora está em 8º, com 59%, enquanto Ricardo Nunes (MDB), de São Paulo, maior eleitorado do País, está em 21º lugar, com 40% de aprovação.
Ainda entre os grandes centros urbanos, Álvaro Damião (UB), de Belo Horizonte, capital do Estado que tem o segundo maior colégio eleitoral do País, é quase lanterninha no ranking, com apenas 28%, superando apenas David Almeida (Avante), de Manaus, e Adriane Lopes (PP), de Campo Grande.
MA e PE, OS PIORES – No ranking dos governadores, Raquel Lyra é quase lanterninha. Tem 55% de aprovação, à frente apenas do governador do Maranhão, Carlos Brandão Júnior (PSD), com 51%. Filiado ao PSB, Brandão é a herança maldita deixada pelo agora ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal. Embora reeleito em 2022, não conseguiu repetir o sucesso na gestão estadual do seu criador. Tende a encerrar o segundo mandato como o pior governador do Maranhão.
Segurança “bomba” Caiado – Campeão no ranking nacional do Atlas Intel, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), repete a performance desde o final do seu primeiro mandato. A grande virtude dele é o enfrentamento ao crime organizado. O Estado registrou uma queda de 11,35% nos homicídios dolosos este ano em comparação ao ano anterior. Foram 890 vítimas neste tipo de crime, frente a 1.004 em 2024, consolidando a maior redução percentual da Região Centro-Oeste. Os dados constam no Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com base em informações fornecidas pelos estados ao Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).
Não é do ramo – Quando deu uma paradinha em Arcoverde, sexta-feira passada, para jantar quase sozinha, enquanto três mil pessoas participavam da primeira seresta, uma iniciativa do presidente da Câmara, Luciano Pacheco (MDB), com apoio do prefeito Zeca Cavalcanti (Podemos), a governadora Raquel Lyra (PSD) vinha de Ibimirim, onde participou de um mega evento evangélico com a cantora Aline Barros. Raquel, entretanto, não teve sequer a preocupação de dar uma ligadinha para o prefeito, aliado de primeira hora. Para quem está de olho na reeleição, num cenário nas pesquisas desfavorável ante João Campos, uma postura de amadorismo político.
Se arrependimento matasse… – Enquanto a governadora foge do contato com multidões, João Campos esteve no mesmo dia em Jupi, no Agreste, para celebrar o apoio da prefeita Rivanda Freire (PSD) e em seguida esteve na fazenda do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), numa confraternização que reuniu mais de três mil pessoas na fazenda do anfitrião. Lá, ouviu Porto afirmar, em alto e bom som, numa rápida saudação, que havia se arrependido de votar em Raquel.
Dudu encosta em Humberto – Na pesquisa para o Senado, do instituto Opinião, também foi projetado um cenário sem Miguel Coelho (UB), no qual Eduardo da Fonte, o Dudu, da federação PP-UB, surpreende. Encosta em Humberto Costa (PT), com 28,5%, enquanto o petista lidera com 31,2%. Em terceiro lugar aparece o ministro Sílvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, com 20%. Anderson Ferreira vem em seguida com 12,3%. O que impressiona, entretanto, é o alto percentual de indecisos: 60, 1%. E também de eleitores que querem anular ou votar em branco: 47,9%.
CURTAS
SEM NOMES 1 – Por falar no Senado, faltando dez meses para as eleições, ninguém se apresenta como pré-candidato na chapa da governadora. Os nomes mais competitivos que figuram em todas as pesquisas militam no universo partidário e eleitoral do pré-candidato a governador pelo PSB, João Campos.
SEM NOMES 2 – Único nome lembrado e comentado pelos políticos é o do atual senador Fernando Dueire (MDB), sucessor de Jarbas Vasconcelos na Casa Alta. O suplente-senador, entretanto, não consegue superar a barreira dos três pontos percentuais, o que certamente vai complicar sua escolha por parte da governadora.
ADESÕES – Na tentativa de reverter sua frágil posição na Região Metropolitana, onde tem apenas 14% das intenções de voto ante 76% de João, a governadora faz, hoje, um ato de filiação de dois prefeitos: Mano Medeiros (PL), de Jaboatão, e Diego Cabral (Republicanos), de Camaragibe.
Perguntar não ofende: Por que a CPI do INSS não consegue convocar Lulinha, filho do presidente Lula, para depor?
Famílias ligadas ao Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocuparam, na manhã de ontem (20), a unidade de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, do supermercado Deskontão. O ato faz parte da campanha “Natal sem Fome”, realizada pelo movimento próximo ao final do ano. “São mais de 800 famílias em luta contra a fome, denunciando a carestia e lutando pelo direito de se alimentar”, diz texto do movimento. O protesto ocorre simultaneamente em outras cidades do país.
Durante o ato os manifestantes pedem doação de cestas básicas e denunciam a situação de insegurança alimentar sofrida por famílias de baixa renda e cobram políticas públicas de combate à fome. “Com luta, com garra, a cesta sai na marra”, foi uma das mensagens entoadas pelo grupo nesta manhã.
“A falta de emprego, a falta de alimentação adequada, de frutas e verduras, de comida de qualidade, infelizmente é uma realidade da maioria da nossa população”, declarou uma das lideranças do MLB durante o protesto no Recife.
“Estamos aqui hoje em uma campanha nacional em solidariedade a todas essas famílias. Viemos aqui, além de denunciar, reivindicar cestas básicas para que a gente possa ter um Natal mais solidário com a nossa cesta básica, com o nosso chester, o nosso panetone”, acrescentou.
A Polícia Militar esteve no local. Em nota à imprensa, o supermercado Deskontão afirmou ontem: “A rede Deskontão foi surpreendida na manhã deste sábado (20) pela entrada de famílias do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favela (MLB) na loja de Casa Amarela. Para garantir a segurança de todos, colaboradores, cliente e demais envolvidos no ato, a rede acionou imediatamente a Polícia Militar de Pernambuco, providenciou a evacuação máxima da unidade e fechou a loja, evitando também que mais pessoas entrassem no ambiente. Desde então, o Deskontão está alinhado e disponível para o melhor caminho de negociação para a desocupação da loja de forma ordeira a todos, contando com a atuação de articuladores sociais e a atuação da PMPE, que segue presente na loja de maneira eficiente e pacífica, e segue acompanhando a manifestação”, conclui a nota.