Júri condena a 20 anos de prisão bolsonarista que matou petista por política

O Tribunal do Júri de Curitiba decidiu nesta quinta-feira (13) condenar o ex-policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado, em regime inicial fechado. Ele foi considerado culpado pelo assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu e guarda municipal.

As qualificadoras do homicídio foram motivo torpe (como a discussão política) e produção de perigo comum (aquele capaz de colocar um número indeterminado de pessoas em risco). Cabe recurso da decisão e a defesa confirmou que irá fazê-lo, por considerar a pena muito alta.

A sentença foi lida por volta das 14h pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, responsável por presidir o júri formado por quatro mulheres e três homens. Ela destacou a intolerância política e a repercussão social do crime, além de apontar que o homicídio foi cometido com uma arma da União. As informações são da Agência Brasil.

O crime ocorreu em 9 de julho de 2022, meses antes da eleição presidencial. Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos tendo o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como temática, quando foi atingido por tiros disparados de surpresa por Guaranho.

O caso se destacou com um dos mais violentos ocorridos em meio ao clima de polarização que marcou a campanha eleitoral daquele ano.

O Ministério Público do Paraná sustentou desde a apresentação da denúncia que o crime teve clara motivação política. Os advogados buscaram desmontar essa tese, afirmando que seu cliente não nutria animosidade em relação ao PT. Em depoimento realizado nesta quarta-feira (12), Guaranho deu sua versão dos fatos pela primeira vez.

Ele chegou ao local da audiência de muletas. Ao falar, sustentou que agiu em legítima defesa, um dos principais argumentos dos advogados. Segundo ele, se não atirasse primeiro seria atingido por Arruda. Ele disse que foi à festa de Arruda para fazer uma provocação, mas negou que tivesse intenção de matar. O depoimento não pôde ser gravado nem fotografado e o ex-policial penal não respondeu a perguntas da acusação.

Segundo o inquérito policial, Guaranho foi duas vezes ao salão onde ocorria a festa de Arruda, que ele não conhecia. Na primeira, ele passou de carro em frente local com o som alto tocando músicas de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, adversário político de Lula e do PT. Teve então uma breve e acalorada discussão com Arruda, que terminou com o guarda municipal jogando terra no veículo.

Guaranho foi embora, deixou mulher e filho em casa e voltou para o aniversário já disparando três tiros contra Arruda. Câmeras de segurança flagraram parte da ação. Atingido por dois disparos, o guarda municipal conseguiu ainda sacar a própria arma e devolver seis tiros, um dos quais atingiu o ex-policial penal na cabeça. Ele sobreviveu e conseguiu se recuperar, embora com sequelas. O tesoureiro do PT chegou a ser levado ao hospital, mas morreu na madrugada de 10 de julho.

A defesa de Guaranho tentou sustentar que Arruda teria puxado a arma primeiro, mas a versão que prevaleceu foi a do Ministério Público, segundo a qual foi Guaranho quem fez o primeiro ataque.

Depois do crime, foi promulgada uma lei no Paraná instituindo o 9 de julho, data do crime, como Dia Estadual contra a Intolerância Política e de Promoção da Tolerância Democrática.

Apesar de ainda poder recorrer do crime, Guaranho teve sua prisão imediata determinada pela Justiça. Ele cumpria prisão domiciliar, em substituição à prisão preventiva, desde setembro do ano passado, quando foi beneficiado por um habeas corpus de segunda instância, mas agora deverá ser encaminhado a alguma unidade prisional paranaense.

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O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), cancelou a licitação que previa a formação de Ata de Registro de Preços para a aquisição de kits de material escolar destinados aos estudantes da rede pública estadual em 2025. O processo, avaliado em R$ 58,2 milhões, havia sido inicialmente marcado para o dia 17 de março, mas já havia sido adiado sem nova data definida antes da decisão de cancelamento.

A informação foi registrada oficialmente no sistema de licitações do governo estadual, o PE Integrado, nesta terça-feira (18), com a justificativa de que o cancelamento ocorreu por solicitação do pregoeiro responsável pelo certame. Uma fonte afirmou ao blog que a decisão será formalmente publicada no Diário Oficial do Estado de amanhã (19).

A licitação cancelada visava a compra de kits escolares para alunos da educação básica da rede estadual. Até o momento, o governo não divulgou detalhes sobre os motivos do cancelamento nem se há previsão para um novo processo de aquisição do material.

Jaboatão - Combate Dengue

Por Marina de Mattos
Do Jornal O Globo

Apresentadora do “Estúdio i”, da GloboNews, Andréia Sadi mostrou no Instagram, na manhã de ontem (16), as transformações em seu corpo ao longo dos últimos quatro anos.

A jornalista falou sobre ser uma inspiração para quem busca essa mudança após a maternidade. “Falo muito aqui que acho muito incrível como nós, mulheres, temos a capacidade de nos inspirar, trocar e incentivar. E fico especialmente tocada quando me param, me escrevem que, de alguma forma, se sentem incentivadas a voltar a se cuidarem, se olharem e se mexerem após a maternidade. Somos as últimas para quem perguntam: ‘Precisa de algo? Está tudo bem?’. Só quem passa sabe o trampo dos primeiros anos. É tipo dar as mãos”, escreveu ela, que é mãe dos gêmeos João e Pedro, de 3 anos.

Ela deixou claro que o processo de mudança é longo que vai continuar. “Esse meu processo está rolando de 2021 a 2025 e contando. Não é do dia para a noite. No meu caso, são quatro anos. Quatro anos. Não semanas, não meses. E, se ajudar, lembro sempre que cada um tem seu tempo, sua realidade, sua rotina, sua dificuldade. Sua história. Não fica comparando! No meu caso, meus filhos me salvaram, esse foi meu estalo”.

Em seguida, a jornalista afirmou que traça pequenas metas. “Falava assim: ‘Vou andar uma semana 30 minutos e vou subir a escada do prédio'”. Depois, vai mudando e descobrindo o que gosta e o que dá dentro da rotina e da realidade. Peçam ajuda, procurem especialistas, professores e troquem experiências com outras mulheres. Todo mundo está passando por alguma coisa e todo mundo tem algo a acrescentar. Se ouçam: não é porque todo mundo corre que você precisa gostar de correr. Vai testando! Uma hora rola a combinação de algo que você gosta real. Não adianta forçar. Corpo em movimento, cabeça centrada. Já contei aqui que foi isso que me tirou de várias barras na gravidez gemelar pandêmica e adotei para a vida. Sou outra depois que organizo os pensamentos com exercícios. Precisa ser um pouco como a vida. Não pensa muito, só vai. Se joga. Na hora, odeio, mas depois dá bom”, finalizou ela.

Conheça Petrolina

Por Luis Felipe Azevedo
Do Jornal O Globo

Um dos vice-presidentes nacionais do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá afirmou que irá denunciar a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ao Conselho de Ética do partido nesta semana. O dirigente diz ter encontrado indícios de que a correligionária foi responsável pela indicação de um suposto funcionário fantasma no município durante a gestão passada. Anielle, por sua vez, nega qualquer irregularidade.

O episódio representa um novo capítulo no embate entre os dois petistas. Em janeiro, Anielle também afirmou que denunciaria Quaquá à mesma Comissão de Ética do partido por declarações do prefeito a respeito do assassinato de sua irmã, a vereadora Marielle Franco.

Quaquá relata, agora, ter sido avisado sobre a contratação de um funcionário fantasma a pedido de Anielle. Segundo ele, ao investigar o caso, descobriu que o indicado agia como um “consultor” de um projeto do ministério enquanto era nomeado em Maricá.

— Na esquerda e na direita essa gente virou santo de bordel. Isso tem tirado a credibilidade da política. Vou entrar com pedido na Comissão de Ética nesta semana e mostrar ao PT todos os indícios que já tenho — disse Quaquá ao GLOBO.

O funcionário citado por Quaquá é Alex da Mata Barros, lotado na autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar). Ele foi admitido no cargo no município em 1/6/2021 e deixou a posição de assessor especial no primeiro dia de 2025. O GLOBO não conseguiu localizar Barros para comentar a denúncia.

O vice-presidente do PT afirma que o servidor também prestou serviços para o Ministério da Igualdade Racial no período em que atuava na secretaria municipal. Ele foi contratado como consultor do Projeto Gente Negra “Reconstrução e Desenvolvimento” em maio de 2024.

Procurada pelo GLOBO, a pasta pontuou que a vaga de consultor foi oferecida pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (Banco CAF). “Esclarecemos que a ministra Anielle Franco não realizou indicações nem para a prefeitura, nem para a vaga de consultor oferecida pelo CAF”, destaca a nota.

Ainda de acordo com o ministério, “o edital de seleção foi elaborado seguindo os critérios e padrões internacionais informados pelo banco”. “O edital foi devidamente divulgado pelo site do Ministério da Igualdade Racial para conhecimento público e foram analisados currículos e propostas de candidatos que se inscreveram”, prossegue o texto, acrescentando que “os selecionados têm experiência e capacidade técnica compatíveis com o cargo e prestam serviços conforme suas expertise e currículos”.

‘Surfar na onda da irmã assassinada’
Em janeiro, Anielle disse que acionaria o Conselho de Ética do PT contra Quaquá após uma postagem do prefeito ao lado de familiares de Domingos e Chiquinho Brazão. Os dois políticos foram presos no ano passado acusados como mandantes da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Na ocasião, também nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial havia pedido para Quaquá “tirar o nome” da irmã “da boca”. Anielle ainda classificou como “inacreditável” ver pessoas “se aproveitarem e usarem” o caso Marielle “sem qualquer responsabilidade”.

Nesta segunda-feira, Quaquá voltou a tratar do tema. Ele disse que defende “não apenas a inocência dos irmãos Brazão”, mas que acredita que o “processo é absurdo e sem provas”.

— Para surfar na onda da irmã assassinada, como sempre fez, ela quis me denunciar, pedindo absurdamente uma Comissão de Ética por crime de opinião — disparou Quaquá.

Dulino Sistema de ensino

Por Rodrigo Fernandes
Do JC

As eleições dos novos presidentes das principais comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que resultaram na escolha de nomes de oposição ao governo Raquel Lyra (PSDB), jogaram luz a um problema de articulação do Executivo estadual junto à Casa de Joaquim Nabuco.

Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta segunda-feira (17), o deputado governista Antônio Moraes (PP), que presidia a comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) e foi sucedido por Alberto Feitosa (PL), concordou que o governo precisa melhorar as tratativas junto ao Legislativo.

Na visão do deputado, o principal erro da governadora foi não ter se aproximado do Legislativo no início do governo. Em 2023, primeiro ano da gestão Raquel, Executivo e Legislativo travaram fortes embates que estremeceram a relação entre os Poderes. Em 2024, a relação se apaziguou, ainda que sem fortes laços.

“Talvez tenha sido o grande erro da governadora lá atrás, quando ela não se aproximou mais no início do governo e não teve uma preocupação com a casa na questão das eleições”, afirmou Antônio Moraes.

O parlamentar lembrou que, duas legislaturas atrás, o governo tinha seis parlamentares na CCLJ e três oposicionistas, mas esse número foi caindo nos período seguintes até a oposição conseguir reverter o quadro no mandato atual e se tornar maioria no grupo.

Na nova composição, o governo terá quatro deputados estaduais e a oposição, cinco, tanto na CCLJ como na comissão de Finanças, Orçamento e Tributação. No colegiado de Administração, mais uma derrota: agora são quatro nomes de oposição contra três governistas.

“Agora mesmo na renovação do atual presidente, onde houve inclusive mudanças na primeira secretaria, o governo mais uma vez também se ausentou desse processo. Talvez aí haja essa confusão toda que a gente tá vivendo”, disse Moraes.

“A gente tem colocado com muita clareza que é preciso que o governo melhore essa articulação”, completou.

“Governadora tem conversado”
Antônio Moraes, contudo, ponderou que a governadora tem buscado dialogar com todos os parlamentares da Alepe, sejam eles de situação ou oposição.

“A governadora tem recebido todos os deputados, conversado bastante, não entendo essa coisa tão acirrada. Se a governadora vai inaugurar uma obra no interior, todos os deputados, seja de governo ou oposição, são convidados e podem usar da palavra. Não há uma animosidade do governo com o parlamentar”, declarou.

“O que parece é uma pirraça aí, uma briga de alguns parlamentares com a governadora, que até hoje não aceitaram talvez a eleição dela”, concluiu Antônio Moraes.

Eleições polêmicas na Alepe
Moraes reforçou as críticas à convocação das sessões de instalação das comissões e da realização das eleições dos novos presidentes. Segundo ele, os presidentes dos colegiados seriam os responsáveis por convocar os parlamentares, e não o presidente da Casa.

“Eu era o presidente da comissão de Justiça, então, pelo regimento, caberia a mim, depois de ser determinado quem seriam os membros da comissão… eu teria um prazo de cinco dias úteis para marcar a reunião. Com 27 anos na casa, nunca vi atropelar o regimento como foi feito agora”, disparou o deputado.

“Acharam pouco e ainda marcaram uma reunião para o sábado, um dia em que não tem expediente na Assembleia. A gente sabia que a gente tinha quatro votos e eles [a oposição] tinham cinco, que eles fariam a presidência dessas comissões. Agora, o problema foi a forma arbitrária como isso foi feito”, completou.

O deputado lembrou que os governistas entraram com recurso na Alepe contra a convocação das comissões.

“Cabe ao pleno da Assembleia Legislativa acatar ou não os argumentos que nós colocamos para que fosse anulada. O que a gente quer é que a lei seja cumprida. A questão de quem vai ganhar a gente lamenta profundamente, mas o que a gente quer é que o regimento seja cumprido”, disse.

Ipojuca No Grau

Por Adelmo Lucena
Do Diario de Pernambuco


O casal suspeito de torturar e matar o menino Arthur Ramos Nascimento, de 2 anos, foi preso na tarde desta terça-feira (18) na zona rural de Carnaíba, no Sertão de Pernambuco. Ao chegar na Delegacia de Tabira, Antonio Lopes Sever foi linchado por populares e morreu enquanto era levado para um hospital.

Já Giselda da Silva Andrade conseguiu escapar das agressões. O casal foi detido por policiais do 23º Batalhão da Polícia Militar (BPM) e do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI).

Eles estavam sendo rastreados pelo Setor de Inteligência da polícia, que monitorava o celular de Antonio Lopes, mais conhecido como “Frajola”. Os dois são os principais suspeitos pela morte da criança, que foi encontrada com marcas de agressões físicas e sexuais, segundo a mãe.

Antonio Lopes precisou ser levado para o Hospital Municipal Dr. Luiz José da Silva Neto e morreu a caminho do Regional de Afogados da Ingazeira.

Entenda o crime

O crime aconteceu na cidade de Tabira, também no Sertão, no domingo (16). Arthur Ramos estava sob os cuidados do casal desde dezembro do ano passado.

O menino foi encontrado por uma vizinha, que estranhou o fato de ele não ter se levantado da cama. Ao entrar na casa, percebeu marcas de cortes pelo corpo da vítima e acionou a Polícia Militar.

Arthur foi encaminhado para um hospital local com lesões em várias partes do corpo, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na unidade de saúde. O caso foi registrado como homicídio por violência doméstica/familiar e que um inquérito foi instaurado para investigar o crime.

De acordo com a delegada de Tabira, Joedna Soares, o menino já sofria uma série de agressões há um tempo e que o caso de domingo foi o ápice.

Caruaru - Prefeitura na porta

Por Renata Agostini
Do Jornal O Globo

O perfil centralizador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ritmo mais vagaroso adotado por ele para tomar decisões frente a mandatos anteriores vêm impondo dificuldades ao governo, que convive com a demora no avanço de alguns temas. Exemplo mais recente, a indefinição sobre a reforma ministerial se arrasta há meses, deixando aliados e ministros sobressaltados sem que as tratativas ganhem corpo.

Na contramão de outros tempos, o presidente não escalou auxiliares para negociar diretamente com o Centrão, tampouco chamou líderes do bloco até o momento para conversas. Não há reforma possível que não os inclua, já que o objetivo de se mexer na Esplanada dos Ministérios é melhorar a governabilidade nos próximos dois anos e pavimentar caminho para alianças em 2026.

A letargia de Lula para tratar o tema faz com que ministros tentem o tempo inteiro “ler” os sinais do chefe para saber se seguirão na Esplanada ou não. O fato de ele não ter mencionado troca na pasta durante uma reunião ou ter feito pedidos para ações mais à frente são interpretados como sinalizações de que permanecerão à frente de seus ministérios.

Lula não abre com clareza os planos nos bastidores, fazendo com que até os aliados mais próximos façam “contas” sobre o que deve acontecer e projetem os mais variados cenários. Publicamente, o presidente também tem sido econômico nos sinais, limitando-se a dizer quem não sairá do governo, caso do gesto feito ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, dias atrás.

Um integrante do primeiro escalão diz que o petista está com o “xadrez na cabeça”. O problema é que está “somente na dele”, resume esse auxiliar. Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República não quis comentar.

‘Emissários’ atuavam em governos anteriores
Ainda que Lula sempre tenha gostado de centralizar decisões e seja natural que o presidente decida pessoalmente sobre mexidas em sua equipe, ministros lembram que, em outros tempos, ele usava emissários de confiança para encaminhar assuntos mais delicados e, assim, agilizar as deliberações do governo.

Em seu primeiro mandato, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu encarregava-se da costura com partidos para encorpar a base aliada. Ainda que Lula, por vezes, mudasse de ideia e barrasse deliberações, como no episódio em que Dirceu negociou aproximação com o MDB, mas o presidente não quis fechar a aliança na largada do primeiro mandato. A palavra final sempre era de Lula, mas muitos encaminhamentos eram feitos por pessoas de confiança em diversas áreas.

No caso do Judiciário, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, liderava as tratativas. Isso facilitava a seleção e negociação de nomeações para os tribunais, diz um auxiliar. Atualmente, para avaliar os candidatos às Cortes, Lula instituiu uma espécie de “junta”, na definição de um integrante do governo. Participam do grupo os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Ricardo Lewandowski (Justiça), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o secretário especial para Assuntos Jurídicos, Marcos Rogério de Souza.

O processo torna-se, assim, mais moroso na largada. Soma-se a isso, o fato de que Lula tem adotado postura de maior cautela na escolha para esses cargos, diz um ministro. Segundo ele, o presidente entende que “maturar melhor” o levará a fazer melhores escolhas.

Tudo isso tem resultado em lentidão para a escolha dos novos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde outubro do ano passado, as listas tríplices estão na mesa do presidente sem que ele chegue a uma conclusão.

A hesitação também marcou o processo de escolha do novo procurador-geral da República, em 2023. Entre a saída de Augusto Aras e a indicação de Paulo Gonet, foram dois meses com comando interino do órgão — o maior período de vacância desde o governo de Prudente de Morais, em 1898.

Interrupções variadas
O modo centralizador de Lula tem peso importante na velocidade com que temas são digeridos pela máquina estatal. O presidente demanda participação ativa na discussão sobre diversos assuntos. Um auxiliar lembra que, nos quatro dias que antecederam o anúncio do acordo para a reparação dos danos causados pela tragédia de Mariana, anunciado em outubro do ano passado, Lula agendou reuniões para discutir sobre o tema em três deles. Para que o pacote de contenção de gastos saísse, o presidente teve ao menos cinco extensas reuniões com sua equipe para deliberar sobre os caminhos possíveis.

É comum que despachos com ele sejam constantemente interrompidos por demandas de todo tipo, diz um ministro. No ano passado, uma reunião convocada pelo presidente com assessores internacionais e jurídicos para discutir o clima de tensão no Equador foi pausada ao menos três vezes para que Lula pudesse anuir a temas dos mais variados matizes, entre eles o posicionamento do governo sobre o seguro DPVAT.

Ao ritmo decisório mais lento de Lula, juntam-se dificuldades do governo nas negociações. Em dezembro do ano passado, o presidente enviou ao Senado indicações para agências reguladoras, após meses em conflito com a Casa sobre os nomes. Quando enfim enviou a lista, havia 17 vagas em nove agências diferentes a preencher, algumas em vacância há mais de um ano.

Ministros dizem que a forma como o Palácio do Planalto está estruturado hoje também contribui para que haja demora em definições. Empoderado por Lula, Rui Costa já teve embates com colegas de Esplanada. Três ministros dizem sob reserva que, por vezes, preferem esperar até conseguirem uma audiência com o próprio presidente para decidir sobre algum tema do que ter de debater com o chefe da Casa Civil previamente.

O problema é que os auxiliares esbarram em limitações para se comunicar com Lula, outro fator a complicar a agilidade nas decisões do governo. A agenda do presidente está sempre apertada, ele tem barrado ligações e despachos no Palácio da Alvorada tarde da noite e não usa celular e aplicativos de mensagens. Para falar com o petista quando ele não está no Planalto, é preciso telefonar para seu ajudante de ordens, lembra um ministro.

A crise que se abateu recentemente sobre o governo, com pesquisas indicando uma queda acentuada na taxa de aprovação do presidente, fez com que Lula abrisse exceção à regra criada por ele mesmo de preservar os fins de semana para descanso. No último domingo, o presidente reuniu na Granja do Torto alguns ministros de seu núcleo duro para debater o mau momento vivido por sua gestão. A informação foi antecipada pelo portal g1.

Foram convocados Rui Costa, Padilha, Silveira e Sidônio Palmeira (Comunicação Social), além da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que é cotada para assumir um ministério. O encontro serviu para que o grupo pudesse discutir o motivo de Lula ter alcançado o patamar mais baixo de aprovação em seus três mandatos, de acordo duas fontes a par do encontro.

Camaragibe Cidade do Trabalho

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) deram início à revisão dos Planos Estaduais de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAEs). A partir deste mês, equipes técnicas visitarão os estados da área de atuação da Sudene para levantar dados e definir metodologias de atualização dos planos. Pernambuco, Paraíba e Ceará serão os primeiros a receber as visitas, seguidos por Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Piauí e Maranhão, em março. Também estão previstas visitas a Minas Gerais e Espírito Santo, ainda sem data definida.

As visitas serão realizadas por representantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), instituição executora do projeto, que coletarão informações para a construção de um diagnóstico atualizado sobre a desertificação na região. A partir de março, terão início 25 seminários estaduais e consultas públicas para envolver a sociedade civil, governos municipais, setor privado e órgãos estaduais. Oficinas já foram promovidas em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) para troca de experiências sobre os desafios do combate à desertificação.

Os dados obtidos subsidiarão a revisão dos planos, que ocorrerá entre abril e outubro deste ano. O resultado será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), em novembro. A Sudene está investindo R$ 1,5 milhão no projeto, enquanto o MMA destinará R$ 2,5 milhões. Os planos deverão contemplar ações de conservação ambiental, fortalecimento da governança local e criação de mecanismos de financiamento para projetos sustentáveis.

Além da parceria com o MMA e a Univasf, a Sudene está trabalhando com Tribunais de Contas Estaduais para monitorar a implementação de políticas públicas de combate à desertificação. A autarquia também integra o 2º Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB). O superintendente Danilo Cabral defende que “o combate à desertificação seja uma agenda de estado, desdobrando-a em ações efetivas”.

Toritama - Prefeitura que faz

A Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco realiza, nesta quarta-feira (19), a primeira reunião para a implantação do Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar) na região do Agreste Central. O encontro, que acontece no Auditório Luiz Gonzaga do Campus Agreste da UFPE, em Caruaru, reunirá gestores públicos e lideranças de 26 municípios, incluindo Caruaru, Bezerros, Pesqueira e Gravatá. O objetivo é apresentar o projeto que visa melhorar o abastecimento de água em comunidades rurais que não são atendidas pelos serviços públicos convencionais.

Segundo o secretário executivo de Saneamento, Artur Coutinho, o Agreste é a região com menor disponibilidade hídrica por habitante no país, o que torna urgente a adoção de estratégias para ampliar o acesso à água. “Se nas cidades do Agreste o abastecimento já é um desafio, nas áreas rurais a situação é ainda mais crítica. A missão do Sisar é justamente levar sistemas simplificados de abastecimento a essas comunidades”, destacou.

O modelo do Sisar já opera em Pernambuco nas regiões do Moxotó, Pajeú, Sertão Central/Araripe e Sertão do São Francisco, beneficiando 56 municípios. Com a instalação da unidade do Agreste Central, esse número subirá para 82 cidades.

Belo Jarfim - Cidade Limpa

A Câmara Municipal de Camaragibe abriu os trabalhos legislativos de 2025 nesta terça-feira (18), com uma sessão solene conduzida pelo presidente da Casa, vereador Paulo André. O evento contou com a presença do prefeito Diego Cabral, da vice-prefeita Débora Rocha, vereadores e secretários municipais. Durante seu discurso, o chefe do Executivo ressaltou a importância da parceria entre os poderes e destacou as prioridades de sua gestão, enfatizando o compromisso de fortalecer a economia local e criar oportunidades para a população. “Precisamos virar a página e fazer com que Camaragibe caminhe com suas próprias pernas, gerando emprego e renda para que nosso povo tenha oportunidades aqui”, afirmou.

O presidente da Câmara, Paulo André, reforçou o compromisso do Legislativo com o desenvolvimento da cidade, negando especulações sobre uma relação de oposição ao prefeito. “Fizeram um murmurinho de que eu seria uma pedra de destruição na gestão do prefeito. Mas, se enganou quem pensou isso. Eu serei pedra de construção dessa gestão exitosa”, declarou. A primeira sessão também foi marcada pela apresentação de projetos de lei voltados para infraestrutura, como calçamento de ruas, construção de muros de arrimo e requalificação de equipamentos públicos.

Por Luiz Carlos Belém*
Para o Notícia Arte

Pernambuco, um dos estados mais emblemáticos do Brasil, foi, em tempos passados, o coração pulsante da economia colonial, destacando-se pela produção de açúcar desde o século XVIII. Contudo, nas últimas cinco décadas, sua trajetória se transformou em um ciclo de estagnação e desilusão, exacerbado por gestões políticas que, independentemente do viés ideológico, falharam em promover o desenvolvimento que a população tanto merece. Desde figuras históricas como Miguel Arraes e Jarbas Vasconcelos até os dias atuais com Raquel Lira, o estado parece aprisionado por um modelo político que prioriza interesses partidários em detrimento do progresso econômico e social.

Recife, a capital e principal centro urbano, é frequentemente descrita como um “sepulcro Caiado”, simbolizando uma cidade estagnada e com uma realidade distorcida em relação ao resto do Brasil. O contraste é alarmante: enquanto Pernambuco abriga uma das maiores concentrações de beneficiários do Bolsa Família no país, o número de trabalhadores com carteira assinada continua a encolher. Essa dependência crescente dos programas assistenciais levanta questões sérias sobre a eficácia das políticas públicas implementadas ao longo das últimas décadas. A falta de investimentos em educação e capacitação profissional perpetua um ciclo vicioso que mantém a população em situação de vulnerabilidade.

Na década de 1960, a esquerda clamava por uma melhor distribuição de renda e denunciava os senhores de engenho locais. O discurso era claro: garantir acesso à educação como meio de libertação da pobreza. No entanto, muitos críticos apontam que as mesmas forças políticas que outrora lutavam pela justiça social agora parecem mais preocupadas em manter o status quo do que em promover mudanças significativas. A esperança de emancipação se tornou apenas mais uma promessa não cumprida. Por outro lado, o legado deixado por políticos conservadores como Marco Antônio Maciel durante o governo Fernando Henrique Cardoso também é alvo de críticas.

Apesar de ocupar cargos estratégicos na política nacional, sua contribuição efetiva para o progresso do estado permanece questionável. A falta de uma visão clara e coesa entre os líderes políticos — sejam eles de direita ou esquerda — resulta em um estado sem direção. Atualmente, Pernambuco enfrenta uma crise de identidade. A ausência de crescimento econômico e a falta de uma visão política sólida resultaram em um cenário onde as promessas se tornaram ecos vazios. A luta pela transformação continua, mas é preciso mais do que discursos vazios; ação concreta e comprometimento genuíno são essenciais para o bem-estar da população. A trajetória desastrosa da esquerda no governo deveria ter sido um chamado à ação para a direita. Entretanto, a fragmentação interna entre seus líderes tornou-se um entrave significativo.

O cenário político pernambucano revela caciques mais preocupados com suas ambições pessoais do que com um projeto comum para o estado. Exemplos como Gilson Machado — afilhado de Bolsonaro — evidenciam essa falta de êxito nas urnas; suas derrotas nas eleições para o Senado e na prefeitura do Recife levantam sérias questões sobre a capacidade da direita em oferecer alternativas viáveis à população. Ademais, as tentativas de união entre lideranças frequentemente encontram resistência interna. O “fogo amigo” se transforma em um obstáculo ao invés de fomentar colaborações construtivas. Essa dinâmica evidencia não apenas uma falta de visão compartilhada, mas também o medo do fortalecimento do outro — divisões que aprofundam ainda mais a crise política.

Conclusão

Sem planejamento estratégico e disciplina entre os líderes políticos — independentemente da ideologia — Pernambuco continuará a padecer sob as sombras do passado. A população merece alternativas viáveis que transcendam disputas internas e ambições pessoais. Somente através da união e da construção conjunta de um futuro coerente será possível libertar Pernambuco das amarras do tempo e avançar rumo a uma nova era. Novos nomes estão surgindo no cenário político local; alguns vereadores têm se destacado ao trazer novas abordagens à oposição, propondo soluções concretas para os problemas enfrentados pela população. É fundamental que essas novas lideranças não sejam sufocadas pelos caciques ultrapassados que muitas vezes priorizam interesses pessoais acima do bem comum. O estado já sofreu demais; é hora de respirar ar novo com lideranças comprometidas e focadas na construção de um futuro melhor para todos os pernambucanos.

*Economista e consultor de empresas, também atuou entre 2021 e 2023 em três ministérios: desenvolvimento, Economia e Turismo. Especialista em redução de custos e tratativas entres os setores público e privados. Hoje, também é comentarista de temas político-econômico.

O Banco do Nordeste (BNB) encerrou 2024 com um volume recorde de desembolsos, atingindo R$ 60 bilhões, um crescimento de 16,3% em relação ao ano anterior. O número de operações contratadas também subiu 9,6%, totalizando 4,7 milhões de empréstimos e financiamentos concedidos. O lucro líquido do banco alcançou R$ 2,3 bilhões, representando um aumento de 11,6%, enquanto o resultado operacional foi de R$ 4,2 bilhões, crescimento de 24,1%. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (18) pelo presidente do banco, Paulo Câmara, em transmissão pelo canal do BNB no YouTube.

Segundo Paulo Câmara, os números refletem o compromisso do BNB com o desenvolvimento econômico e social da região. “O crescimento das operações e dos desembolsos mostra a eficiência do banco em apoiar empreendedores e fortalecer a economia local”, afirmou. O banco também destacou que a inadimplência foi a mais baixa da história da instituição, ficando em 1,8%, uma redução de 50% em relação a 2023. A carteira de crédito administrada cresceu 17,2%, chegando a R$ 157,6 bilhões.

O segmento de micro e pequenas empresas teve um avanço expressivo, com R$ 6,1 bilhões em operações contratadas, um aumento de 4,5%. No programa de microcrédito urbano Crediamigo, o BNB registrou R$ 12,1 bilhões em contratações, alta de 13,3%, enquanto no Agroamigo, voltado para o microcrédito rural, houve um crescimento de 51,7%, totalizando R$ 8,6 bilhões. “Os resultados consolidam o Banco do Nordeste como o principal parceiro dos pequenos empreendedores da região”, destacou Wanger Rocha, diretor financeiro da instituição.

Por Blog Dellas

Por decisão da ministra Carmen Lúcia, o TSE acatou o pedido de desistência do ex-prefeito de Goiana, Eduardo Honório, de ação movida contra a falta de registro de sua candidatura a reeleição em 2024. Com isso todos os recursos feitos pelo ex-prefeito ficam anulados e isso libera o TRE-Pe para marcar a eleição suplementar no município para escolha do novo prefeito. No momento o município é administrado pelo presidente da Câmara, Eduardo Batista que ficará no cargo até ser promulgado o resultado do novo pleito.

O ex-prefeito Eduardo Honório não obteve o registro de sua candidatura em 2024 porque, no entender da Justiça Eleitoral, ele iria para um terceiro mandato e não um segundo. Mas ele apelou ao TSE e, como o julgamento demorou, acabou por concorrer sub judice. Ele venceu mas não levou pois, sem o registro da candidatura, seus votos não puderam ser contados. Mesmo assim as ações continuaram à espera do TSE e o processo só poderia ser anulado se houvesse desistência dos recursos o que ocorreu, levando a ministra a por fim a ação eleitoral.