Juízes das maiores recuperações judiciais do País são alvo do Ministério Público, Coaf e CNJ

A relação de juízes responsáveis por conduzir insolvências bilionárias com advogados e administradores entrou na mira de investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público. O Estadão teve acesso a seis apurações sobre magistrados de Varas de Falência e Recuperação Judicial. Pelas mãos deles passam atualmente processos cujas cifras ultrapassam R$ 90 bilhões.

Em ao menos três dos casos, relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram operações suspeitas. Juízes foram punidos em dois desses processos. Um dos casos recebeu parecer favorável à abertura de investigação no CNJ. Magistrados e administradores afirmaram que agiram dentro da legalidade.

Nos processos de recuperação judicial e de falência, magistrados nomeiam administradores judiciais, síndicos e mediadores – agentes de confiança destacados para garantir o pagamento das dívidas e a retomada da saúde financeira das empresas. Estes agentes ganham honorários com base no valor das causas, fixados pelos juízes. É a partir da relação entre magistrado e agente privado que têm sido suscitadas uma série de apurações criminais e disciplinares.

A Procuradoria-Geral de Justiça do Rio abriu investigações criminais sobre a conduta de três juízes. Os inquéritos foram destinados a apurar ligações suspeitas deles com administradores judiciais e peritos.

Paulo Assed Estefan, da 4.ª Vara Empresarial, entrou na mira do MP do Rio em razão de suposta relação de sua família com o administrador judicial Marcello Macedo, nomeado por ele em processos. A investigação mostrou que a mulher de Macedo foi sócia do filho do magistrado em um restaurante. A cantina italiana, chamada D’Amici, fica no bairro do Leme há mais de 20 anos. Advogados e juízes frequentam o local. Parte deles apelidou o restaurante de “8.ª Vara Empresarial”, em uma brincadeira com o fato de haver somente sete varas do ramo na Justiça da capital.

Transações

De acordo com o relatório do Coaf, o administrador judicial movimentou R$ 12 milhões entre 2018 e 2019, o que, segundo o MP, está acima de seus rendimentos declarados. “Os créditos nas contas de Marcello Macedo somaram R$ 6.382.483 e consistiram basicamente em depósitos em espécie e resgates de aplicações”, afirma o MP.

Entre as transações consideradas relevantes para a investigação estão cinco pagamentos de R$ 48 mil ao bar que uniu como sócios a mulher de Macedo e o filho do juiz. Segundo o MP-RJ, o escritório de Macedo movimentou R$ 34 milhões, valor acima dos rendimentos declarados da banca.

Investigações

O relator do processo, desembargador Marcos Alcino de Azevedo Torres, arquivou o caso de ofício, sem ouvir o MP. Ele recuou da decisão em julgamento do Tribunal de Justiça do Rio que decidiu restabelecer a investigação. No recurso apresentado ao desembargador, a Procuradoria-Geral apontou como “inexplicável” a “relação empresarial ligando membros da família do magistrado e familiares do administrador judicial em atuação perante a Vara Empresarial em que o noticiado (Estefan) é titular”.

O juiz é responsável por analisar a recuperação judicial da Americanas, que acumula dívidas de R$ 40 bilhões. Ele nomeou como administrador judicial o ex-deputado Sérgio Zveiter, irmão do desembargador Luiz Zveiter, que integra o Órgão Especial, colegiado que julga pedidos em inquéritos sobre juízes no Rio. A nomeação não é objeto de investigação.

Responsável pela recuperação da Oi, de R$ 43,7 bilhões, o juiz da 7.ª Vara Empresarial do Rio, Fernando Viana, também está na mira do MP-RJ. O órgão diz que ele é dono de empresas cujos endereços registrados na Junta Comercial são idênticos aos da sede de firmas de Marco Antonio Reis Gomes – sócio de companhia de administração judicial que atua na 7.ª Vara.

Delação

Em delação premiada, o perito Charles William afirmou que Gomes lhe confidenciou que “repassava 50% dos valores de suas perícias ao irmão de Fernando Viana, que é fiscal de rendas”. A empresa M6 Participações, que tem o magistrado e seu irmão como sócios, apresentou “movimentação de recurso incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a capacidade profissional ou financeira”, registrou o MP.

“As imbricadas relações envolvendo as empresas, o magistrado e seus familiares parecem revelar a existência de uma espécie de favorecimento em nomeações de administradores judiciais e peritos em processos em curso no sobredito órgão judicial, sabidamente palco de vultosas transações, cujos reflexos, invariavelmente, deságuam na remuneração de tais administradores”, diz o MP em pedido de diligências obtido pelo Estadão. Para o órgão, há suspeita de que um dos peritos nomeados por Viana seja ligado a uma de suas empresas.

Juíza da 5.ª Vara Empresarial do Rio, Maria da Penha Nobre Mauro é outra investigada. O MP diz que o perito mais escolhido pela juíza em seus processos é filho da contadora do escritório de seu pai, que é ex-desembargador.

Todas as investigações são na esfera penal e conduzidas pela Procuradoria-Geral de Justiça perante o Órgão Especial do TJ-RJ. Na esfera administrativa, apurações sobre Maria da Penha, Viana e Estefan na Corregedoria do TJ foram anuladas pelo CNJ em julgamento sigiloso. O relator, Luiz Fernando Bandeira de Mello, disse que houve “pesca probatória” e “busca ampla e genérica sem causa provável e objeto definido”.

Síndico

Ex-presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Klever Loureiro é investigado pelo CNJ em razão de irregularidades nas nomeações na falência da Laginha Agroindustrial, usina de cana-de-açúcar do falecido ex-deputado João Lyra. Em 2010, Lyra declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 240 milhões, sendo o parlamentar mais rico do Congresso. A empresa tinha R$ 3 bilhões em dívidas quando faliu.

Loureiro é investigado por suspeita de agir para nomear um administrador judicial que admitiu à Corregedoria Nacional de Justiça não ter experiência na área, supostamente usurpando a competência do juiz da causa. Correição da Corregedoria apontou indícios de “quebra de dever de imparcialidade” do desembargador. O caso está em sigilo e não foi pautado para julgamento, disse o CNJ.

Em São Paulo, o juiz Marcos Bernicchi foi afastado em julho de 2021 pela Corregedoria do TJ-SP sob suspeita de trocar síndicos de falências sem motivo. Todos foram substituídos por um mesmo grupo. No fim de 2022, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça, o Órgão Especial da Corte abriu investigação criminal para apurar se o magistrado agiu para beneficiar estes agentes.

Primeiro juiz da recuperação da Itapemirim, cujas dívidas ultrapassavam R$ 2 bilhões, Paulino José Lourenço foi aposentado compulsoriamente em 2020 pelo TJ do Espírito Santo por suspeita de ligação de seu filho com o administrador escolhido pelo magistrado para conduzir recuperações em curso em sua vara.

Juízes e administradores afirmam que agiram dentro da legalidade

Os juízes e administradores judiciais citados nas investigações afirmaram ao Estadão que agiram dentro da legalidade e nada foi comprovado contra eles. Nos autos dos processos, três magistrados do Rio se queixam de perseguição da Corregedoria do Tribunal de Justiça. Dois magistrados disseram não ser alvo de investigação – a reportagem, contudo, confirmou a apuração com pessoas diretamente ligadas à condução destes processos.

O advogado Claudio Figueiredo Costa, que defende Paulo Assed Estefan, classificou o processo do qual seu cliente é alvo como “investigação ilegal, prospectiva, que não apurou nenhum fato criminoso, que devassou a vida de seus magistrados e não levantou nada”.

“O último movimento que aconteceu depois que o Conselho Nacional de Justiça decretou a nulidade de toda a investigação e a Corregedoria do tribunal reconheceu também a nulidade foi que o desembargador relator devolveu os autos ao Ministério Público perguntando se eles querem prosseguir (com a investigação criminal) diante da decretação da nulidade pelo CNJ e pela Corregedoria”, disse Costa ao Estadão. “Nada foi produzido. Não acharam nada, mas a investigação (no CNJ) também foi considerada ilícita. Ela não parte de um fato. Ela é a verdadeira hipótese de fishing expedition, ou pescaria probatória em português.”

Férias

Procurado, o TJ do Rio se limitou a dizer que, como Estefan está de férias, enviaria os questionamentos quando o magistrado retornasse.

O administrador judicial Marcello Macedo afirmou ao Estadão que não vê conflito de interesses na sociedade entre sua mulher e o filho de Estefan. “Ele foi sócio com minha mulher durante um mês. O restaurante nunca pagou dividendos a ninguém.” Macedo disse ainda não serem suspeitos os repasses ao restaurante. “Mando dinheiro toda hora para pagar conta do restaurante, para ajudar minha mulher. Lá atrás teve aporte, ajudei para pagar as contas. Mas nunca teve distribuição de lucro, nada.”

Segundo o administrador judicial, ele não movimentou R$ 12 milhões e o relatório do Coaf contabilizou três transações do mesmo dinheiro como apenas uma. “Isso foi tudo demonstrado. Todo o dinheiro é compatível com tudo que recebi, que eu ganhei, não tem um recebimento que não tenha nota fiscal emitida, que não tenha pagamento de imposto. Não tinha nada de atípico.”

De acordo com nota do TJ do Rio, o desembargador Luiz Zveiter declarou que “está impedido em todos os processos das Lojas Americanas”.

O tribunal, por meio de assessoria, também informou que o juiz Fernando Viana sustenta que procedimento que deu origem às investigações na Corregedoria foi anulado em razão de o CNJ ter concluído que ele foi conduzido com “parcialidade, desvio de finalidade, fishing expedition e subversão das garantias constitucionais”. “Quanto ao procedimento criminal instaurado, cabe destacar que foi iniciado a partir do compartilhamento dos mesmos elementos informativos, restando, portanto, de acordo com o magistrado, eivado de nulidade absoluta desde a sua origem, sendo aguardado o seu arquivamento de plano.”

Conforme o comunicado do TJ, “o juiz esclarece, ainda, no que se refere ao mérito das investigações, que os relatórios elaborados pelo Coaf foram objeto de criteriosa análise pelo Ministério Público que constatou a inexistência de variação patrimonial incompatível com a sua renda”.

Sobre o caso da juíza Maria da Penha Nobre Mauro, o TJ do Rio afirmou, inicialmente, não haver “qualquer procedimento contra a magistrada” em trâmite. O Estadão apurou, porém, que nem o Ministério Público fluminense nem a desembargadora relatora do caso promoveram o arquivamento da investigação.

Sigilo

Procurada novamente, a assessoria do TJ do Rio disse que a informação sobre o andamento dos inquéritos foi checada somente com “os magistrados citados”, que não possuem acesso nem conhecimento a respeito de processos que tramitam em sigilo. A reportagem questionou o TJ se poderia apontar uma eventual decisão para trancar o inquérito. A Corte não se manifestou.

Marco Antonio Reis Gomes e Charles William não foram localizados pela reportagem.

O desembargador Klever Loureiro afirmou que não é mais relator da ação da falência da Laginha, do grupo João Lyra. Ele também disse que a “pretensão formulada contra este desembargador perante o CNJ já foi devidamente analisada e arquivada por não ter constatado nenhuma infração de natureza administrativa e disciplinar”, e que advogados visam “tumultuar a marcha processual” da falência.

Uma reclamação de advogados foi, de fato, arquivada pelo CNJ. A reportagem, no entanto, se refere a uma correição em outro processo que tramita no colegiado. O conselho afirmou ao Estadão que, por estar em sigilo, não tem detalhes do andamento. “Só teremos alguma informação quando o processo for pautado.” Questionado novamente sobre este procedimento, Loureiro não se manifestou.

Disponibilidade

O juiz Marcos Bernicchi não foi localizado. Procurado, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que o Bernicchi “está em disponibilidade desde 8/7/2021″. A pena de disponibilidade se refere ao afastamento do magistrado por dois anos.

O advogado Cássio Rebouças, que defende o juiz Paulino Lourenço, disse que o magistrado é inocente e foi julgado “com base em presunções”. “O magistrado, desde o início das investigações, colaborou como pôde e abriu mão de seus sigilos constitucionais e, mesmo assim, até o momento, não se respondeu quem teria pago o que ao juiz”, declarou o advogado.

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A  Compesa inicia amanhã (22) uma nova etapa da obra de implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário-SES do Cabo de Santo Agostinho. Dessa vez, serão assentados 1.600 metros de tubulações a partir da via local da Rodovia PE-060, no bairro da Cohab. As equipes da BRK, parceira da Companhia no programa Cidade Saneada, iniciarão as atividades de escavação no local a partir das 7h desta sexta-feira. Os motoristas devem atentar para a sinalização e realizar os desvios indicados na via, que estará interditada durante as intervenções.

As ações prosseguirão até o dia 20 de dezembro neste trecho e serão realizadas de segunda a sexta, das 7h às 17h. O trabalho continuará em outras vias do bairro da Cohab após essa fase. Além das atividades para assentamento de rede, estão em andamento ações para conclusão da primeira etapa do sistema de esgotamento em quatro estações elevatórias, além de melhorias em outras duas existentes e na estação de tratamento, que terá capacidade para tratar 100 litros por segundo (equivalente a cinco piscinas olímpicas por dia).

Ao final da implantação dessa primeira etapa do SES Cabo de Santo Agostinho, cujo prazo é abril do próximo ano, mais de 40 mil pessoas dos bairros da Cohab, Vila Social Contra Mocambo, Jardim Santo Inácio, Charnequinha, e Centro da cidade serão beneficiadas com o acesso à coleta e ao tratamento de esgoto. Pelo projeto, já foram implantados 27 km de redes coletoras somados aos outros 22 km de redes existentes. O sistema contará com sete estações elevatórias (sistemas de bombeamento) e uma estação de tratamento de esgoto.

Jaboatão dos Guararapes - Matriculas 2025

Proposta pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa de Pernambuco, presidida pelo deputado estadual Doriel Barros, a audiência pública sobre as estratégias para o Desenvolvimento Social e Produtivo da Zona da Mata de Pernambuco aconteceu no município de Rio Formoso, nesta quinta-feira (21).

A audiência teve uma série de encaminhamentos como propor ao Governo do Estado a criação de uma Comissão Técnica para o desenvolvimento dessa região e a solicitação ao Consórcio de Governadores do Nordeste a criação de um Seminário Regional sobre a Zona da Mata Nordestina.

O encontro reforçou a importância da região, afinal, mais de 60% dos pernambucanos moram na Mata Norte e Mata Sul. “Precisamos enfrentar essa triste realidade que existe na Zona da Mata. As pessoas precisam entender que essa é uma região com muito potencial, por isso a importância desse encontro com representantes da Alepe, do Governo do Estado, dos movimentos sociais e sindicais e da sociedade civil. Até quando vamos conviver com essa realidade?”, questiona Doriel. 

O petista ressalta que, historicamente, a Zona da Mata de Pernambuco é uma região onde as políticas públicas são ausentes, sem projetos de desenvolvimento social e econômico. “Para ter uma noção do quão abandonada a Mata está, na década de 1970, Pernambuco disputava com São Paulo a posição de maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil. Hoje, nosso Estado produz apenas 2% da cana nacional”, destaca o advogado Bruno Ribeiro.

Outro dado alarmante é a queda no número de empregos nos últimos 30 anos: antes do fechamento das usinas sucroalcooleiras, haviam cerca de 240 mil postos de trabalho. Hoje em dia são menos de 40 mil. As disputas fundiárias também são outro problema grave para a população da localidade.  

“A audiência foi importante para todos os setores da sociedade, principalmente para a classe trabalhadora. Não podemos mais aceitar a falta de projeto para a Zona da Mata, por isso estamos apresentando esses importantes encaminhamentos”, afirma Doriel. 

Os movimentos e organizações sociais presentes destacaram os desafios que estão sendo enfrentados pela classe trabalhadora, seja agricultor familiar, seja assalariado rural. Na oportunidade, os representantes do Governo de Pernambuco apresentaram algumas ações que estão sendo desenvolvidas pela gestão estadual voltadas à região. 

Petrolina - Testemunhal

Por Letícia Lins*

Tida como referência fundamental nos estudos sobre Clarice Lispector e autora de livros como “Clarice, uma vida que se conta” (biografia) e “Clarice, Fotobiografia”, a professora Nádia Battella Glotib chega ao Recife, para uma tarde de bate-papo e lançamento de “Clarice na memória dos outros“, que ocorre  a partir das 19h30m na Livraria Leitura, que fica no RioMar, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife.

Nádia  é organizadora da publicação que traz ricos depoimentos sobre Clarice, autora de obras como a “A paixão segundo G.H.”, “Perto do Coração Selvagem”, e “Felicidade Clandestina”, que fizeram desta uma das escritoras mais aclamadas e idolatradas da literatura brasileira. Até mesmo a atriz australiana Cate Blanchett revelou, recentemente, ter se rendido aos escritos de Clarice, que classificou de “absolutamente genial”, afirmando que nela busca a “coragem necessária” nesses tempos “tão incertos”. 

A atriz australiana fez os comentários no mês de setembro, ao receber um prêmio no Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha.

No seu mais recente livro sobre Clarice, Nadia reuniu depoimentos de nada menos que 60 pessoas que conheceram, conviveram ou foram amigas de Clarice. Publicada pela Editora Autêntica (SP), a obra inclui depoimentos de gente como Ana Maria Machado, Autran Dourado, Bruna Lombardi, Maria Bethânia, José Castello, Ledo Ivo, Otto Lara Rezende, Chico Buarque, entre outros. 

De Pernambuco, há dois representantes: o escritor Raimundo Carrero e o poeta José Mário Rodrigues – que foi, inclusive, o organizador do livro “O que escrevo continua”, editado pela Cepe, em comemoração ao centenário da escritora. Na publicação, ele assina o capítulo “Quando Clarice voltou”, contando como foram os três dias que ela passou no Recife, na década de 1970. O poeta foi seu cicerone durante a estadia, e quando ela viajou de volta ao Rio de Janeiro, escreveu-lhe um poema.

“A melhor homenagem que eu poderia fazer”, afirma José Mário. Ao  retornar ao Rio de Janeiro, a escritora prometera levá-lo “à minha cartomante”. Mas faleceu antes de cumprir a promessa. Foi José Mário, também, que organizou um almoço de Clarice com o escritor Raimundo Carrero, hoje autor consagrado e premiado.

Carrero está no livro organizado por José Mário, descrevendo “O meu encontro com Clarice”. Lembra o romancista: “Naquele tempo, Clarice já era uma escritora em plena afirmação, amada e aplaudida, senão idolatrada, por centenas de leitores. Qualquer um estaria deslumbrado”, afirma o escritor em seu depoimento. E, agora, os dois figuram no livro de Nádia, que participará do bate-papo no RioMar, tendo  a jornalista, apresentadora e atriz Stella Maris Saldanha como debatedora.

*Jornalista do Oxe Recife

Conheça Petrolina

Após três horas de audiência realizada na tarde desta quinta-feira (21), no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid.

O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. Assim, as informações apresentadas por Mauro Cid na colaboração seguem sob apuração das autoridades competentes.

No ano passado, o tenente-coronel celebrou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, e a delação foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes. Com a deflagração da operação Contragolpe, na última terça-feira (19), em que foram presos militares que teriam atuado em um plano para matar autoridades, a PF apontou omissões e contradições no depoimento prestado por Cid no mesmo dia. Isso porque a descoberta do plano se deu a partir de conversas encontradas no celular do colaborador.

Na audiência no STF, Mauro Cid prestou os esclarecimentos necessários.

Primeira mulher eleita para presidir a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE), nos 93 anos de atividades da instituição, a presidente eleita Ingrid Zanella é uma das co-fundadoras do Comitê de Equidade de Gênero e de Diversidade do Setor Aquaviário, lançado nesta quinta-feira (21), em Brasília. 

A coordenação dos trabalhos está a cargo de Flávia Takfashi, diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A ONU Mulheres, CNI, CNT e CNA, o Ministério dos Portos, entre outras entidades compõem o grupo. Kátia Cubel, presidente do Prêmio Engenho Mulher, representa a sociedade civil. O Comitê tomou posse na sede do Conselho Federal da OAB.

Por Letícia Lins*

A primeira vez que ouvi falar de Martha de Hollanda (1903-1950), foi há muito tempo, quando entrevistava o poeta Mauro Mota (1911-1984), para escrever uma reportagem sobre caju, tão consumido e apreciado no Nordeste, seja in natura, na batida de cachaça, no suco, nas compotas ou mesmo como passa. Também há quem o use para moquecas vegetarianas. Isso sem falar na castanha, uma das mais deliciosas amêndoas que existem.  Sim, Mauro Mota é autor de um clássico sobre o assunto, “O Cajueiro Nordestino”, árvore nativa do Brasil.

Conversa vai, conversa vem e não lembro como surge o assunto Martha de Hollanda, segundo o poeta, uma mulher muito avançada para o seu tempo. E, também, ousada até no vestir. Ele passa a me contar sua convivência social com a moça ousada e fascinante, que me deixou muito curiosa. Por coincidência, poucos dias após a entrevista, ganho um livro autografado de Cristina Inojosa – “Martha de Hollanda: Feminismo e Feminilidade”, no qual ela relata a trajetória da mulher que mexeu com a sociedade pernambucana nas primeiras décadas do século passado e que até hoje é reverenciada na cidade onde nasceu, Vitória de Santo Antão, onde Martha virou uma espécie de lenda, sobre a qual contam fatos e versões.  

A menina que se transformara, depois, “numa mulher rebelde, personalíssima e intelectual”. Para Inojosa, Martha teve “um comportamento diferenciado no sentido de procurar vencer barreiras sociais, contrariando uma família tradicionalista e uma sociedade hermética”.

Mas não é só isso. Martha de Hollanda foi articulista política, escritora, feminista, agitadora cultural, segundo mostra Cristina Inojosa no livro agora reeditado e que terá festas de lançamentos em dois dias seguidos, em São Paulo, na quinta e na sexta-feira desta semana.

Martha foi para o Recife para fundar o movimento Cruzada Feminista Brasileira, no intuito de ajudar outras mulheres a lutarem por seus direitos. Foi a primeira mulher a votar em Pernambuco, além de ser poeta e gostar de agitar a vida cultural, promovendo saraus. Cristina Inojosa (1940-2007), historiadora, publicou, em 1984, o livro “Martha de Hollanda: feminismo e feminilidade”, um ensaio a respeito da feminista. 

O relançamento, sob a edição do Selo Mirada e organização de Henrique Inojosa, está programado para acontecer em São Paulo, o que é muito bom para tornar mais conhecida essa mulher tão surpreendente, uma espécie de Pagu pernambucana. Os lançamentos ocorrem nos dias 22/11, (na Ria Livraria) e 23/11 (no Cine Café Felini) às 18 horas, dentro da programação do Circuito Literário Artístico Mirada.  

*Jornalista do Oxe Recife

A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

Em nota divulgada há pouco, a PF confirmou que já encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório final da investigação. Entre os indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa estão Bolsonaro; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Outras 29 pessoas foram indiciadas. São elas: Ailton Gonçalves Moraes Barros; Alexandre Castilho Bitencourt da Silva; Amauri Feres Saad; Anderson Lima de Moura; Angelo Martins Denicoli; Bernardo Romão Correa Netto; Carlos Cesar Moretzsohn Rocha; Carlos Giovani Delevati Pasini; Cleverson Ney Magalhães; Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira; Fabricio Moreira de Bastos; Fernando Cerimedo; Filipe Garcia Martins; Giancarlo Gomes Rodrigues; Guilherme Marques de Almeida; Helio Ferreira Lima; José Eduardo de Oliveira e Silva; Laercio Vergilio; Marcelo Bormevet; Marcelo Costa Câmara; Mario Fernandes; Nilton Diniz Rodrigues; Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho; Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; Rafael Martins de Oliveira; Ronald Ferreira de Araujo Júnior; Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros; Tércio Arnaud Tomaz e Wladimir Matos Soares.

Segundo a PF, as provas contra os indiciados foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário.

As investigações apontaram que os envolvidos se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência de ao menos seis núcleos: o de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; o Responsável por Incitar Militares a aderirem ao Golpe de Estado; o Jurídico; o  Operacional de Apoio às Ações Golpistas; o de Inteligência Paralela e o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.

“Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, informou a PF.

Da Agência Brasil

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, participou, nesta quinta-feira (21), de uma audiência com o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho; o comandante geral da Polícia Militar de Pernambuco, Coronel César Torres; e a delegada geral adjunta da Polícia Civil de Pernambuco, Beatriz Leite, para solicitar reforço na segurança pública dos municípios do Agreste Meridional. Acompanhado do prefeito reeleito de Lajedo, Erivaldo Chagas, Porto pediu mais policiamento e ações que inibam a violência naquela região. 

“Tanto Lajedo quanto os demais municípios do Agreste Meridional estão sofrendo com os frequentes assaltos, nas áreas urbanas e também nas áreas rurais, que são ainda mais expostas aos ataques. É preciso reforço na atuação das polícias para que a população não fique nas mãos dos bandidos”, disse.

Segundo o deputado, seu gabinete tem sido procurado por prefeitos e lideranças locais preocupados com o aumento no número das investidas dos assaltantes. “Solicitamos que haja uma mobilização de modo a reprimir a insegurança. Nas cidades, as pessoas estão se trancando nas suas casas. Já quem mora nos sítios está sendo obrigado a andar armado por conta do receio de assalto”, completou.

O secretário Alessandro Carvalho, o comandante geral da PMPE e a delegada geral adjunta da Policia Civil receberam as informações e se comprometeram a tomar medidas para garantir mais segurança para a população do Agreste Meridional. 

A Polícia Federal (PF) deve indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado no Brasil depois do resultado da eleição presidencial de 2022, como mostrou a CNN. Se a inclusão do ex-chefe do Executivo no inquérito se confirmar, será o terceiro indiciamento de Bolsonaro.

Leia abaixo sobre os inquéritos referentes à tentativa de golpe e aos outros dois em que o ex-presidente foi indiciado.

Plano golpista

A Polícia Federal investiga uma organização que planejava matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo era dar um golpe de Estado e manter Bolsonaro na Presidência.

Relatório da PF mostra que a organização, formada por quatro militares de alta patente e um policial federal, cogitou envenenar Lula e Moraes. Artefatos explosivos também foram considerados.

Na operação, a PF obteve mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro à época. Nas mensagens, Cid afirma que o então presidente estava sendo “pressionado” para dar um golpe por deputados e por alguns empresários do agronegócio.

Segundo apuração da CNN, o relatório da corporação concluiu que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” do plano golpista.

O depoimento de Mauro Cid foi o último para a Polícia Federal finalizar o inquérito que apura a trama golpista.

Joias sauditas

Em julho deste ano, a PF indiciou Bolsonaro no âmbito da investigação relacionada à venda de joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.

O ex-presidente foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.

A investigação apura se Bolsonaro e ex-assessores desviaram, do acervo presidencial, peças valiosas presenteadas a ele quando era presidente do país.

Fraude em cartão de vacina

A PF também indiciou Bolsonaro e Mauro Cid por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal contra a Covid-19.

A corporação investiga a ação de uma associação criminosa que teria feito registros falsos de doses contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde para diversas pessoas.

Investigadores da PF afirmam que o ex-presidente se beneficiou do esquema de fraudes nos documentos.

Um produto cada vez mais procurado e bem aceito pelos brasileiros, o seguro de vida é uma modalidade de seguros que vai muito além da cobertura em casos de morte. Seu crescimento expressivo de cerca de 15% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o ano anterior, demonstra o interesse por mais cobertura também para os casos de doenças graves e afastamento do trabalho.

Especialmente importante para os profissionais liberais e empreendedores, num contexto de crescimento desse tipo de trabalhador no mercado de trabalho, o seguro de vida garante renda quando se deparam com um empecilho para o trabalho. Seja afastamento por motivo de doença ou tratamento, seja por invalidez temporária ou permanente, o seguro de vida vem em auxílio destes, mas também dos profissionais registrados.

O advento do seguro de vida inclusivo

Além disso, uma nova modalidade de seguros, a de seguros de vida inclusivos, com prestações mais em conta e com mais flexibilidade nos tipos de cobertura, têm tido crescimento importante entre as classes mais baixas e entre os MEI. Muitas empresas de seguros têm ofertado apólices cujo prêmio, isso é, o preço a ser pago periodicamente é a partir de R$ 5. 

Para Eduardo Bom Ângelo, presidente da BrasilPrev, empresa de previdência do Banco do Brasil, não se tratam de produtos só para quem é de baixa renda, mas também para quem quer apenas pagar menos. Um dos motivos dessa oferta a preços mais baixos passa pelo grande mercado disponível, uma vez que o mercado de produtos para rendas mais altas beira o esgotamento.

Benefícios do seguro de vida para baixa renda

Entre os benefícios do seguro de vida inclusivo, além da cobertura para os casos de morte, doença grave, invalidez e também funeral em muitos casos, está até mesmo a quitação de dívidas em caso de desemprego. Para Patrícia Soeiro, superintendente em uma empresa de seguros, “o seguro para baixa renda é importante porque esse público demoraria muito para juntar o valor pago de indenização, ou teria que se endividar para resolver o problema”.

Seguro de vida é uma forma de planejamento 

Logo, o seguro também tem um papel social importante. Esse ponto é afirmado pelo presidente da Caixa Seguridade, Felipe Montenegro Mattos. Para ele, o que segue é uma cultura de prevenção. A empresa pública oferece em seu produto descontos em farmácias ou em cestas básicas por determinado tempo, além da renda para os casos de afastamento do trabalho.

Nesse sentido, trata-se também de alimentar uma cultura de planejamento financeiro nas famílias brasileiras. Para isso, o segurado deve escolher um tipo de plano que mais se adequa à sua realidade. Além disso, deve apontar também quais serão os beneficiários para o caso de morte. Para o corretor Thiago Sena, porém, “o seguro de vida acaba cobrindo bem mais em vida do que após a morte”.

A expansão do assunto entre todas as camadas sociais ajuda a tirar as dúvidas sobre o que é seguro de vida e o quanto ele auxilia no planejamento e na segurança das famílias ou mesmo de indivíduos solteiros. Afinal, o seguro de vida traz liquidez e protege o patrimônio no caso de eventualidades, e a manutenção do estilo de vida é certamente do interesse de todos.

Por Isabel Cesse

A chamada ‘Operação Faroeste’, do Ministério Público Federal — deflagrada em 2019 e que apura ilícitos referentes a disputas de terras no oeste baiano, em diversos inquéritos — continua levando a decisões que têm chamado a atenção em todo o Judiciário. Principalmente, pelo fato de ter diversos magistrados no epicentro da investigação. No mais recente desdobramento do caso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu por unanimidade, esta semana, aposentar compulsoriamente a desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).

A aposentadoria compulsória de um magistrado costuma ser um julgamento que leva a longos debates nas sessões do CNJ e é visto com cautela por parte dos conselheiros. É muito difícil quando uma decisão deste porte é acolhida por unanimidade, como aconteceu no caso de Lígia Lima.

Acontece que a magistrada foi investigada no âmbito da Operação Faroeste por suposta participação em um esquema de venda de sentenças, grilagem de terras, organização criminosa voltada para lavagem de dinheiro e corrupção. A decisão foi tomada no julgamento de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que teve como relator o conselheiro João Paulo Schoucair.

Conforme o voto do relator, os indícios apontam para faltas funcionais graves por parte da desembargadora, incluindo interferência na atividade jurisdicional para atender a interesses particulares e econômicos de seus filhos e conluio para interferir nas investigações sobre o esquema de venda de decisões no tribunal.

“As evidências mostram uma atuação direta da desembargadora em sua assessoria, com o objetivo de obstruir investigações e manipular fatos para seu benefício. O conjunto probatório demonstra que ela atuou de maneira desapegada aos deveres e obrigações inerentes à atividade jurídica”, afirmou o conselheiro.

Entre as violações atribuídas à magistrada estão a quebra de normas da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) e do Código de Ética dos Magistrados. A defesa de Lígia Maria Ramos Cunha Lima havia questionado a justa causa para a continuidade do PAD, alegando violação ao devido processo legal, mas o relator refutou todas as alegações, afirmando que o conjunto de provas reunido era suficientemente robusto para comprovar a responsabilidade disciplinar da desembargadora.

A segunda do grupo

No último dia seis, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu denúncia do Ministério Público Federal contra outra julgadora do mesmo TJBA: a desembargadora Sandra Inês de Azevedo. Ela está sendo acusada de participar do mesmo esquema de venda de decisões. Os ministros do STJ — decidiram pelo ajuizamento da ação, que terá a magistrada como ré.

A diferença entre a situação das duas magistradas é que Sandra Inês estava afastada do cargo, mas não aposentada. E o que foi autorizado pelo STJ foi a abertura de uma ação penal contra ela. No caso de Lígia Maria, ela foi aposentada agora pelo CNJ. E segue sujeita a ações penais que possam vir a ser ajuizadas contra ela posteriormente.

Para o relator que analisou a denúncia no STJ referente a Sandra Inês, ministro Og Fernandes, o caso “apresenta provas de materialidade dos crimes praticados e indícios suficientes de autoria, de modo a afastar a possibilidade de uma ação penal temerária”.

Nos bastidores do CNJ e do STJ, as informações dos conselheiros e dos ministros é que vem mais chumbo grosso sobre o caso, uma vez que a Operação Faroeste tem descoberto ainda mais nomes envolvidos nos ilícitos, entre autoridades e profissionais respeitados profissionalmente em todo o país. O número do processo julgado esta semana pelo CNJ é o PAD 005357-19.2022.2.00.0000

A gestão municipal de São José do Egito, no Sertão do Pajeú, realizou quase R$ 4 milhões em compras de materiais de expediente, limpeza e merenda escolar ao longo de 11 meses, todas sem processo licitatório. Os valores foram pagos a apenas três fornecedores, levantando suspeitas sobre a prática.

Nos primeiros seis meses de 2024, a empresa Pajeú Nordeste recebeu R$ 1.150.000,00 dos cofres públicos. Já nos três meses que antecederam as eleições, a empresa Expedito Romário, localizada no Sítio Lagoinha, em Brejinho, vendeu quase R$ 2 milhões. Após o período eleitoral, a empresa Rodolfo Silva Bezerra, com sede em Tabira, movimentou R$ 850.000,00.

As compras foram realizadas por meio das secretarias de Saúde, Ação Social e Educação, sob responsabilidade de Paulo Juca, Isabele Valadares e Selma Leite, respectivamente, com aval do prefeito Evandro Valadares.